domingo, 9 de junho de 2013

A luta é de todos e por tudo.

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS ALCAIDES DE FARIA 

NOTA INFORMATIVA 

"Ontem, dia 6 de junho, 105 docentes do Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria - Barcelos, reunidos em Assembleia Geral, elaboraram um plano de adesão à greve às avaliações - a decorrer entre os dias 7 e 14 de junho.
Foi também constituído um fundo monetário, comparticipado pelos professores / educadores presentes, no sentido de distribuir solidariamente por todos os custos financeiros da greve. 
Num outro ponto da agenda de trabalhos da reunião, foi aprovada, por unanimidade, a moção que segue em anexo. 

Por favor divulguem esta posição dos docentes do Agrupamento Alcaides de Faria, que para além de muito nos orgulhar a convicção, determinação e solidariedade evidenciada por todos na luta contra este selvático ataque à Escola Pública, também queremos que esta nossa posição sirva de alento a outras escolas. 

A luta é de todos e por tudo.

Abraço solidário e tonificante

Barcelos. 07 de junho de 2013"


MOÇÃO

Os docentes do Agrupamento de Escolas Alcaides de Faria, reunidos em assembleia geral no dia 06 de junho de 2013, tomando em consideração as políticas deste Governo e do Ministério da Educação e Ciência, nomeadamente:

1.     o esgotamento e empobrecimento da Escola Pública através de turmas sobrelotadas, dificultando inequivocamente o trabalho pedagógico com os alunos, prejudicando particularmente aqueles com mais dificuldades e desvantagens sociais;
2.     o horário de trabalho letivo dos professores, de 22/25 horas, contadas ao minuto, a que se somam mais 13/10 horas não letivas, num montante total de 35 horas semanais, mas manifestamente abaixo do trabalho efetivamente realizado, sem qualquer direito a horas extraordinárias;
3.     o número crescente de turmas e alunos por professor, alcançando cerca de 150 alunos num grande número de casos e, noutros, podendo chegar aos 200 alunos;
4.     o completo congelamento das carreiras e progressões profissionais, eliminando desse modo qualquer estímulo ao desenvolvimento profissional;
5.     a redução acentuada dos salários, fazendo diminuir as condições básicas de atualização cultural e profissional, contribuindo para a não dignificação da profissão docente, bem como para a instabilidade dos professores e das suas famílias;
6.     a recente proposta de Governo de:
a) despedir, a médio e curto prazo, todos os professores colocados em situação de horário zero, estimados em cerca de quinze mil (não por falta de alunos ou de pertinência na oferta de atividades educativas essenciais, mas devido a uma sobrecarga pedagogicamente inaceitável do número de alunos por professor, aliada ao aumento das burocracias para os que sobejarem);
b) aumentar o horário de trabalho das 35 para as 40 horas, o que conduzirá, inevitavelmente, a uma degradação crescente e real da qualidade de ensino e das aprendizagens prestadas aos alunos,

Deliberaram:

1.     rejeitar, em absoluto, o aumento do horário de trabalho dos professores para as 40 horas semanais, não só por uma questão de princípio de defesa dos direitos do trabalho mas também porque a profissão docente impõe exigências de esforço físico, intelectual e emocional, de atualização académica e de investigação, incompatíveis com tão elevada carga horária;

2.     rejeitar, em absoluto, a desvalorização do cargo Direção de Turma ao retirá-lo da componente letiva, uma vez que através desta função o professor promove de forma eficaz a ligação entre a escola e os encarregados de educação contribuindo decisivamente para o sucesso dos alunos;

3.     rejeitar, em absoluto, a integração dos professores no “regime de mobilidade especial da Função Pública”, objetivo ostensivamente negado por este Governo e por este Ministro da Educação em várias intervenções públicas e não constante do Programa de Governo, aprovado na Assembleia da República, ou nos programas eleitorais dos partidos membros da coligação de Governo, o que corresponde, de facto, ao seu despedimento liminar;

4.     solicitar aos vários sindicatos de professores, particularmente aos mais representativos, que prossigam todas as formas de luta que visem combater este anunciado assassínio da profissão docente e, concomitantemente, da Escola Pública (inclusiva), que irá destruir, de modo cruel e contrário aos interesses do país, milhares de vidas de professores e de outros profissionais da educação;

5.     solicitar aos pais e encarregados de educação dos nossos alunos que dialoguem ativamente com os professores dos seus filhos e educandos, de modo a compreenderem melhor o atual processo de desestruturação da Escola Pública;

6.     Desenvolver todas as ações necessárias ao combate a estas medidas ilegítimas e contrárias aos interesses dos professores / educadores e da Escola Pública;


7.      Mais se delibera enviar esta moção para as mais relevantes entidades oficiais do país, para a comunicação social e para outras escolas, instando-as à ação.  


                                                                                      Barcelos, 06 de junho de 2013
                                         Os docentes do Agrupamento de Escola Alcaides de Faria 

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