terça-feira, 25 de maio de 2010

O Magalhães é uma necessidade!

Os computadores Magalhães vão ser distribuídos a todos os alunos do primeiro e do segundo ano de escolaridade no início do próximo ano lectivo, garantiu hoje em Faro, Algarve, a ministra da Educação, Isabel Alçada.
"Vamos eventualmente distribuir ainda alguns computadores Magalhães neste ano lectivo, mas certamente no princípio do próximo ano lectivo todos os meninos do primeiro ano de escolaridade e todos os meninos do segundo ano de escolaridade vão ter o seu Magalhães".
Isabel Alçada acrescentou que as medidas de austeridade que estão a ser aplicadas pelo Governo vão obrigar a uma gestão que corresponda "a necessidades, sem supérfluo, mas sempre na ideia de que educar é uma prioridade nacional".

Inquérito aos professores do 1º CEB

O GEPE está a lançar o Inquérito aos professores do 1.º ciclo do ensino básico com vista a auscultar o conhecimento sobre o programa e.Escolinha. Este inquérito, disponível através da área do e.Escolinha do Portal das Escolas (https://www.portaldasescolas.pt\) deverá ser preenchido por todos os professores que leccionem no 1.º ciclo do ensino básico.
A resposta ao Inquérito não demora mais do que 5 minutos e deverá ocorrer no prazo máximo de dez dias úteis.
ORIENTAÇÕES:
Através do acesso à Internet, o professor poderá aceder e responder ao referido questionário, a partir da área do e.Escolinha no Portal das Escolas: https://www.portaldasescolas.pt Para o efeito deverá usar os seus dados de autenticação (utilizador/palavra-chave) ou, caso ainda não tenha essa informação, proceder ao registo no Portal das Escolas.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

"Produzimos como pobres e consumimos como riscos"

O homem que descodifica aos portugueses as suas dúvidas sobre a economia está pessimista quanto ao futuro de um País onde as famílias, o Estado e os clubes de futebol vivem acima das suas possibilidades. Camilo Lourenço afirma que é preciso recuperar a cultura de poupança, hábito social perdido há 2 gerações, a partir dos bancos das escolas.
Sobre o sistema de ensino, o jornalista aponta que lhe falta «rigor, seriedade e adaptação à realidade empresarial» e lamenta que os melhores talentos que saem das faculdades estejam a abandonar-nos.
Entrevista completa aqui

Opiniões - João Ruivo

A escola, tal como a conhecemos hoje, é uma complexa comunidade educativa, com escassa autonomia nas dimensões curricular, pedagógica, administrativa e financeira, apesar do constante envolvimento da comunidade escolar e local.
Nesse espaço de diversificadas experiências, é nos planos de estudos, nos programas e nos manuais (aquilo a que convencionamos designar por currículo formal) que teremos que focar a nossa atenção, se quisermos perceber o que ocorre quanto à formação da profissionalidade dos docentes e, por razões acrescidas, quanto aos resultados educativos e escolares dos alunos.
Como sabemos, a estrutura curricular provoca repercussões e marcas decisivas nos modos de aprender dos alunos e nas formas de agir e de pensar do professor, não só enquanto pessoa, mas também enquanto profissional.
Por isso, os sinais (os bons e os maus…) que a escola deixa na personalidade de base dos alunos e no exercício das competências profissionais dos docentes, todos eles são traçados pela estrutura curricular, entendida esta, em sentido lato.
Desde logo, a organização “nacional” dos currículos em Portugal obriga a que maioria das decisões do docente se reduza à aplicação de objectivos traçados pela administração central (ME). Tal facto “massifica” e “normaliza” a acção do docente, repercute-se decisivamente no trabalho do aluno e também na formação (modelagem) permanente do professor.
Consoante as opções que se adoptam, quer no que respeita à selecção dos objectivos que se colocam aos alunos, quer quanto à escolha de métodos, de técnicas, de recursos e de materiais, assim será o grau e o tipo das interacções que se estabelecem entre professores, alunos, pais e a comunidade.
Sempre que a autonomia é centralmente cerceada e o currículo imposto, sempre que se condiciona o ensino e a aprendizagem aos resultados esperados em exames de tipo standard, ou de provas sumativas a nível nacional, na escola surgem sintomas de estagnação e de criação de rotinas obsoletas, inimigas do desenvolvimento de educadores e aprendentes.
Inversamente, quando o exercício responsável da autonomia permite a adequação dos currículos às necessidades e aos meios da comunidade escolar, essas escolhas promovem o desenvolvimento profissional dos professores e o crescimento pessoal dos alunos, já que o exercício dessa autonomia proporciona o envolvimento de todos em processos de indagação, de pesquisa, de organização de documentos e de materiais, bem como a constante procura de informação e de formação.
Falamos de atitudes que capacitam os intervenientes no processo educativo para uma reflexão crítica sobre os complexos actos de ensinar e de aprender e para a progressiva mudança, sem desnecessárias rupturas, do sistema de ensino.
Numa proposta conceptual simples poderíamos dizer que as diferentes abordagens do currículo determinam o uso de certos estilos de ensino, os quais, por sua vez, condicionam os processos de aprendizagem dos alunos.
E é aqui que se faz toda a diferença: o “tamanho” do currículo não conta, isto é, não deve ser considerado como a principal característica que condiciona o sucesso do professor e dos alunos. Mais que a sua extensão, é a forma de abordagem pluridimensional que pressagia resultados sólidos e duradouros.
Por outras palavras: sempre e quando cederem aos educadores a responsabilidade do exercício da sua profissionalidade na gestão autónoma dos currículos, o ensino revela-se mais eficaz, a aprendizagem melhora e a escola avança.
A autonomia de gestão curricular convive bem com a autonomia de gestão escolar e com a promoção da autonomia solidária do aluno. Solidária com os princípios da cidadania e com os valores democráticos de partilha e de entreajuda, os quais promovem a equidade social e o bem-estar de povos e de nações.
João Ruivo

Concurso: Ensino Português no Estrangeiro

Procedimento concursal para constituição de uma reserva de recrutamento de pessoal docente do ensino português no estrangeiro - Ano lectivo 2010/2011 e 2011.
Aviso: matriz e bibliografia das provas de conhecimentos:
Candidatos ao cargo de leitor:
Matriz da prova de conhecimentos.
Bibliografia da prova de conhecimentos.
Candidatos ao cargo de professor dos níveis da educação pré-escolar, do ensino básico (1º, 2º e 3º ciclos) e do ensino secundário:
Matriz da prova de conhecimentos.
Bibliografia da prova de conhecimentos.
Data da prova de conhecimentos para os candidatos ao cargo de leitor: 21 de Junho de 2010.
Data da prova de conhecimentos para os candidatos ao cargo de professor dos níveis da educação pré-escolar, do ensino básico (1º, 2º e 3º ciclos) e do ensino secundário: 22 de Junho de 2010.
A hora e os locais de realização das provas serão oportunamente divulgados.
(o período para audiência dos interessados decorre de 12 a 25 de Maio. Utilize o seu número de inscrição e palavra-chave para aceder ao formulário electrónico.)
Inscrição obrigatória - 14/04/2010
→ Formulários de candidatura: Professor e Leitor - 14/04/2010
Manual de Instruções da Candidatura - 14/04/2010
Perguntas frequentes - 15/04/2010 (actualizado a 26/04/2010)
DOCUMENTAÇÃO DE SUPORTE AO CONCURSO
Aviso 7421-A /2010, de 13 de Abril de 2010 - 13/04/2010
Rectificação aos anexos I e II do Aviso 7421/2010, de 13 de Abril de 2010 - 15/04/2010
Decreto-Lei n.º 165-A/2009, de 28 de Julho
Decreto-Lei n.º 165-C/2009, de 28 de Julho
Toda a Informação aqui e aqui - Instituto Camões

Levantar é difícil para todos...

Opinião - O princípio do fim do eduquês?

Público 23/05/2010

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Novo slogan do Ministério das Finanças

(Recebido por e-mail)

Concursos 2010 e os efeitos da avaliação

O Ministério da Educação ainda não sabe se o Tribunal Administrativo e Fiscal de Beja vai ou não manter a decisão de suspender os efeitos da avaliação no concurso para professores contratados, indicou hoje a ministra Isabel Alçada.
Notícia Público

Estatuto do Aluno em Discussão

Encontram-se na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência para apreciação , em sede de especialidade, as propostas de lei apresentadas pelo Governo e vários Grupos Parlamentares, de alteração do Estatuto do Aluno.
Aqui ficam as diferentes propostas para apreciação:

Mentiras, trapalhadas e impostos

Os escalões de IRS do Orçamento de Estado 2010 foram alterados com o inesperado aumento de impostos definido recentemente e previstos para 1 de Junho.
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O rendimento colectável será sujeito a IRS de acordo com os seguintes escalões
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As novas tabelas de retenção na fonte foram publicadas em Diário da República na quinta-feira, no mesmo dia em que foram aprovadas as novas medidas de austeridade em Conselho de Ministros.
Ou seja, o despacho com a actualização das tabelas tem a data de entrada em vigor marcada para esta sexta-feira.
Assim, todos os vencimentos pagos a partir de agora passam a estar sujeitos ao aumento definido pelo Governo no IRS, de 0,58 por cento até ao terceiro escalão e de 0,88 por cento a partir do quarto escalão.
Finanças garantem que a nova taxa de IRS só será aplicada a partir de Junho
“A tabela deve, assim, considerar-se aplicável no apuramento do IRS a reter sobre rendimentos que venham a ser pagos ou colocados à disposição dos respectivos titulares a partir de 1 de Junho, tal como o Ministro de Estado e das Finanças já tinha esclarecido”.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

O semestre de SETE meses.

Teixeira dos Santos explicou hoje como se vai processar o pagamento da nova taxa de IRS.
Quem tenha, por exemplo, um rendimento colectável anual de 12 mil euros, como está abaixo do quarto escalão, irá pagar um valor adicional de IRS de 120 euros (ou seja, 1% sobre o rendimento colectável).
No entanto, este ano, como a medida se aplica apenas durante sete meses (ou seja, de Junho a Dezembro), então a taxa a aplicar será de 0,58%, ou seja, (7/12*1%).
Neste caso, o valor de imposto adicional a pagar será de 70 euros e não de 120 euros.
Notícia Diário Económico

O país hipócrita!

Portugal hipócrita: o país em que mais vale furtar e ser apanhado em vídeo do que ser fotografada a mostrar o pipi numa revista.
A comparação não será a ideal, alguns dirão que é pura demagogia. E até pode ser, admito e dou de barato. Mas pelo menos é elucidativa do tratamento algo desfasado que as nossas autoridades dão a dois casos, um mais grave que mete electrónica e outro mais divertido que envolve nudez. Pipi e os gravadores poder-se-ia chamar este filme.
No mesmo país em que assistimos ao furto de dois gravadores por um deputado da Nação sem que o acto tenha consequências profissionais para o senhor vemos uma professora ser suspensa de imediato porque mostrou o pipi e as maminhas na revista Playboy.
O mais grave é que o furto parece ter sido efectuado no interior das instalações da AR e ao que consta a professora não terá realizado a sessão fotográfica na sala de aula ou no recreio com a pequenada toda a bater palmas enquanto jogava à macaca.
O deputado Ricardo diz ter praticado "acção directa" para defender a honra, já a professora Bruna perdeu a honra ao praticar a "acção directa" de despir a roupinha.
Temos por um lado uma professora que não pode continuar a lidar com crianças porque meia Mirandela e alguma malta de Valpaços a viu nua na revista Playboy e por outro um deputado que pode continuar sentado no quentinho da AR depois de todo o país o ter visto "abafar" dois gravadores da revista Sábado. É justo.
Com isto podemos deduzir que para vermos o deputado Ricardo Rodrigues ser suspenso de funções seria provavelmente necessário que este pousasse nu para uma revista feminina ou fizesse um strip-tease durante a comissão de inquérito PT/TVI. A mesma comissão onde vemos o Sr. deputado insistentemente apelar à moral e à legalidade.
Uma coisa é certa, se a "Stôra" Bruna fosse deputada tenho a certeza que não furtaria gravadores ou máquinas fotográficas a jornalistas, até porque provavelmente estaria nua e não teria bolsos para esconder o material. Já o Sr. Deputado, a menos que faça um Lap dance a Mota Amaral não vejo forma de ser admoestado.
Posto isto e fazendo o ponto final de situação: ser professora e cumulativamente mostrar o pipi numa revista: NÃO. Ser deputado e furtar gravadores a jornalistas: SIM

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Opinião - Joaquim Letria

Contra-mão

Sócrates parece aqueles velhinhos que se metem pelas auto estradas em contra-mão, com o Teixeira dos Santos no lugar do morto, a gritarem que os outros é que vêm ao contrário.
De rabo entre as pernas, fartinhos de saberem que estavam errados, não conseguem agora disfarçar o mal que nos fizeram. Ainda estão a despedirem-se, agradecidos, do Constâncio, e já deram a mão a Passos Coelho, que lhes jura que conhece uma saída perto e sem portagem.
Estamos bem entregues! Vão-nos servindo a sopa do Sidónio, à custa dos milhões que ainda recebem da Europa, andam pelo mundo fora sem vergonha, de mão estendida, a mendigar e a rapar tachos, tratados pelos credores como caloteiros perigosos e mentirosos de má-fé.
Quando Guterres chegou ao Governo, a dívida pouco passava dos 10% do PIB. 15 anos de Guterres, Barroso, Sócrates e de muitos negócios duvidosos puseram-nos a dever 120% do PIB.
Esta tropa fandanga deu com os burrinhos na água, não serve para nada e o Estado do próprio regime se encarrega de o demonstrar. Falharam todas as apostas essenciais. Todos os dias se mostram incapazes. Mas com o Guterres nos refugiados, o Sampaio nos tuberculosos e na Fundação Figo, o Constâncio no Banco Central e o Barroso em Bruxelas, a gente foge para onde?!
Publicado no 24Horas - 4/05/2010 - (Recebido por e-mail)

Alguém sabe responder ????

O mundo paralelo de Sócrates

Oiça o comentário áudio de Martim Silva e o comentário áudio de Daniel Oliveira, sobre a entrevista do primeiro ministro José Sócrates à RTP1.

Um exemplo a seguir

A Escola Secundária de Paredes apresentou uma queixa-crime no Ministério Público contra três alunos daquele estabelecimento de ensino suspeitos de terem agredido um colega. Desconhece-se o que terá motivado a agressão.
“Foi uma situação que reconhecemos ter sido grave que ocorreu nesta escola e que, por isso, foi comunicada segunda-feira às autoridades”, confirmou o director da escola, Francisco Queirós, em declarações à Lusa.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Certificação em Competências TIC

O Sistema de Formação e de Certificação em Competências TIC (tecnologias de informação e comunicação) tem como finalidade a generalização de práticas de ensino mais inovadoras e a melhoria das aprendizagens.
Este sistema dirige-se a todos os docentes em exercício de funções nos estabelecimentos de educação pré-escolar, e dos ensinos básico e secundário, com os seguintes objectivos:
• Generalizar as competências digitais e pedagógicas com o recurso às TIC;
Disponibilizar um sistema articulado e coerente de formação;
• Reconhecer as competências TIC adquiridas.Os docentes podem requerer a Certificação em Competências TIC (nível 1) no Portal das Escolas.
Esta será posteriormente avaliada pelos respectivos directores dos estabelecimentos de ensino e directores dos centros de formação de associação de escolas.Os docentes só devem requerer a certificação depois de se assegurarem de que todos os comprovativos necessários se encontram no seu processo individual.
Os docentes podem requerer a certificação em competências TIC (nível 1) no Portal das Escolas. Para efectuar o registo no portal é necessário solicitar o código nos serviços administrativos do agrupamento.
Ver Legislação:

Licença de maternidade para trabalhadores independentes

O Parlamento Europeu aprovou a licença de maternidade para trabalhadoras independentes.

Equiparação a Bolseiro para o ano escolar de 2010/2011

Recurso Hierárquico da decisão da reclamação do Indeferimento Liminar da candidatura à concessão de Equiparação a Bolseiro para o ano escolar de 2010/2011.
A partir de 17 e até ao dia 21 de Maio estará disponível a aplicação electrónica para a formulação do recurso hierárquico, constituindo único meio de impugnação graciosa conforme previsto no n.º 4 do artigo 12.º da Portaria n.º 841/2009, de 3 de Agosto, pelo que, qualquer recurso que não seja apresentado da forma legalmente prevista, será rejeitado e arquivado.
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Provas de Aferição - Dispensa de serviço para supervisores e classificadores

Por Despacho do Secretário de Estadoi foi concedida dispensa da componente não lectiva de estabelecimento aos professores supervisores e classificadores no período de classificação das Provas de Aferição, bem como dispensa de serviço, de natureza oficial, para a participação nas reuniões de aferição dos critérios de classificação.

Eleições para o Conselho das Escolas

As eleições para o Conselho das Escolas, destinadas a eleger os membros que irão integrar este órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), no triénio 2010-2013, vão decorrer no dia 15 de Julho.
O mandato de três anos do Conselho das Escolas encontra-se perto do seu termo, pelo que importa assegurar a eleição de novos membros para este órgão consultivo, composto por 60 directores de escolas ou de agrupamentos de escolas.
Estes membros são eleitos por sufrágio directo entre os seus pares, de acordo com os círculos eleitorais, coincidentes com as áreas dos distritos administrativos do continente.
Cabe ao ME marcar a data das eleições com a antecedência mínima de 60 dias e homologar os resultados eleitorais.
Constituído em 2007, o Conselho das Escolas funciona como uma instância representativa dos estabelecimentos públicos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, com o objectivo de contribuir para uma participação mais efectiva das escolas na definição da política educativa.
Para mais informações, consultar o despacho que aguarda publicação no Diário da República.
Informação ME

segunda-feira, 17 de maio de 2010

2 ninhos de Cegonha em tempo real

Um verdadeiro espectáculo! Uma parceria entre a REN e o Jornal Público, mostram ninhos de cegonhas em tempo real. Lindíssimo!!!!!!!! Podem ver as cegonhas todos os dias, assim como o crescimento das crias.
Deliciem-se!

Os papa-reformas, a última crónica de Saldanha Sanches

Expresso 15/05/2010

Moralidade ou Puritanismo?

Uma professora pousou nua para a Playboy. O "diácono" que dirige a escola fez queixa e a vereadora julgou e condenou, com uma rapidez pouco habitual, a docente. Está reposta a moralidade.
Bruna Real dava aulas de música e era responsável pelas actividades extra-curriculares na escola da Torre de Dona Chama, em Mirandela. E é, por sinal, senhora bem apessoada. Decidiu, usando da sua liberdade e dos seus tempos livres, pousar para a revista Playboy. Nua, como é costume na revista.
Por mera curiosidade ou por interesse pragmático (dependendo das idades), os alunos começaram a tirar fotocópias das sugestivas imagens da stôra. O homem que nunca pecou a pensar numa professora que atire a primeira pedra ou lamente a sua falta de sorte.
Os pais dos petizes, que são muito homens e não terão desgostado de tão tentadores atributos, ficaram chocados ao saber esta mulher do Demo tratava das actividades extra-curriculares dos miúdos. Não sei se por inveja, se por acharem que o pecado é doce mas deve estar longe dos olhos da família, comoveram-se (é o que diz a Câmara Municipal) e foi num instante até o assunto ser tratado pelas autoridades competentes.
Felizmente para a família transmontana, Bruna trabalha (ilegalmente) a recibos verdes, o que quer dizer que é apenas mais ou menos cidadã. O que ela faz da sua vida diz respeito a todos e, por isso, o "diácono" José Pires Garcia, director do Agrupamento de Escolas da Torre de Dona Chama, deixou tudo em pratos limpos: "aparecer numa revista sem roupa não é compatível com a função de professora e de educadora".
Eu julgava que ser mau professor, ser incompetente, tratar mal os alunos, faltar às aulas - Bruna Real recusou outra sessão para a Playboy para não faltar às suas obrigações profissionais -, não ter preparação pedagógica ou não estar habilitado para a docência seria incompatível com a função de professora. Mas, ao que parece, o que se exige às professoras de Mirandela é que se mantenham vestidas mesmo quando estão longe da escola.
Para acalmar a excitação dos pais e mães de Mirandela (vizinhos das saudosas mães de Bragança), a vereadora com o pelouro da educação e bons costumes retirou a senhora da escola e recambiou-a para o arquivo - talvez por causa da sua ligação à actividade editorial -, garantindo o que o seu contrato, que acaba em Julho, não será renovado. Está então reposta a moralidade. Sem a maçada de qualquer processo disciplinar, a vereadora tratou do julgamento, da sentença e da pena a aplicar.
Como muito bem recordou o presidente da Fenprof, não faltam professores "criminosos que estão indiciados por crimes de origem sexual e andam há não sei quantos anos a ser julgados e os processos nunca mais acabam". Não mereceram nunca tão lesta medida cautelar. E esses sim, são motivo de alarme social. Já Bruna Real, que não cometeu qualquer crime e não fez nada que limite a sua capacidade de dar aulas, foi rapidamente arquivada. Porque, já se sabe, a hipocrisia vive bem com os pecados escondidos, mas não aguenta a simples imagem de uma mulher nua. Podemos lá suportar a ideia de que uma professora tem corpo.
Já se sabe que para os machos ibéricos e suas submissas esposas há dois tipos de mulheres: as sérias, com quem se casa e se tem filhos, que são professoras e exemplo para os nossos petizes, e as que sendo excelentes para capas de revistas, despedidas de solteiro ou facadas no matrimónio, não servem para andar por aí à luz do dia, nas salas de aula dos nossos rebentos.
Felizmente, apesar de tudo, algumas coisas vão mudando. Pelo menos uma mãe reagiu normalmente. "Estranhei o meu filho ter-me pedido dinheiro para comprar uma revista onde vinha a professora. Quando percebi qual era a revista deu-me vontade de rir". E diz que não consegue criticar a docente: "cada um é livre de fazer o que lhe apetece" . A Confederação Nacional de Pais defende que não deve haver qualquer pena e os vários sindicatos dos professores defedem o direito de Bruna Real à sua vida fora da escola. Menos mal. Talvez com o tempo cheguemos mesmo ao século XXI.

Passo(s) atrás

1- Temos um Governo que já não governa e uma Oposição que desistiu de o ser. Portugal está condenado a uma branda ditadura de "mesmice", carecida de ideias renovadas, sem alternativas credíveis nem soluções para os problemas em que este regime se emaranhou. Os portugueses resignaram-se a pagar os erros sistemáticos dos seus políticos, sempre repisados apesar de nos terem arrastado para os últimos lugares de entre os países com os quais gostamos de nos comparar.
Sócrates e Passos Coelho rivalizam entre si para saber qual dos dois consegue quebrar as suas promessas políticas no mais curto espaço de tempo. O primeiro- -ministro, convenhamos, leva um grande avanço - já abandonou tudo o que antes defendia como indispensável para acabar com a crise… em nome da solução para essa mesma crise. Passos Coelho, por seu turno, atingiu um recorde capaz de o fazer aspirar ao "Guinness Book": escaqueirou o seu principal compromisso - não admitir uma subida de impostos - antes mesmo de ter chegado ao Governo e apenas um mês após ter sido consagrado como líder do PSD!
Os políticos portugueses tinham-nos habituado a estilhaçar as suas juras eleitorais mal ascendiam ao poder. Passos Coelho antecipou-se - fê-lo, ainda, enquanto Oposição, em jeito de ejaculação politicamente precoce, deixando-nos perceber que já está demasiado enlaçado nos defeitos e vícios do regime para o conseguir "Mudar".
Depois pediu desculpas por ter acordado com Sócrates as medidas que tinha assegurado nunca consentir. O gesto não é comum e tem sido elogiado. Mas não pelos socialistas - Francisco Assis, por exemplo, disse que só pede desculpas quem está obrigado a retirar-se da vida política. Já se suspeitava de que se tratava de uma corrente de opinião bastante popular no PS. Assis nem sequer pediu ou exigiu desculpas pelo gamanço dos gravadores dos jornalistas da revista "Sábado" protagonizado por Ricardo Rodrigues - até elogiou aquela conduta tão sintomática dos políticos que temos como se fosse um paradigma de democracia em acção…
Mas se as desculpas de Passos Coelho revelam alguém que ainda tem consciência, também deixam um lastro de preocupação: é que se trata da segunda vez que o faz num estreito intervalo temporal. Primeiro, foi aquele acto falhado em Mafra com Alberto João Jardim; agora, Passos Coelho regressa à senda do "perdoa-me", embora, nesta ocasião, de um modo mais geral e abstracto. Seria melhor que o líder do PSD usasse um pouco mais de cuidado em evitar motivos de desculpas em vez de estar a implorá-las depois de ter feito o que não devia.
2. O que motivou o acordo PS-PSD foi o esforço do regime em deixar tudo como está, até ver. O PS não quer sair do Governo porque sabe que pagará bem caro, nas urnas, os seus constantes ziguezagues e tropeções. Cavaco Silva, ofuscado com a sua reeleição, teria o pior cenário possível: a queda do Governo e eventuais eleições ainda antes das suas queridas Presidenciais. O poder financeiro, aclimatado às negociatas com o Estado, também prefere que tudo fique na mesma.
Só o PSD me surpreendeu. Passos Coelho atacou Ferreira Leite por esta ter deixado passar o Orçamento e o PEC I - agora, é ele próprio que viabiliza um PEC II ainda mais opressivo, igualando-se, afinal, a um longo e fastidioso catálogo de líderes laranjas para quem a palavra dada aos simpatizantes vale menos do que um estado de alma.
Passos Coelho teve medo. Percebeu que se não desse agora a mão a Sócrates seria forçado a substituí-lo - e este PSD parece estar aterrado com a possibilidade de governar durante a tempestade que nos atinge. Por isso, preferiu esperar pela bonança, por uma conjuntura mais auspiciosa. Todavia, em política como na vida, a escolha do momento nunca é exacta nem previsível. Aliás, os melhores políticos são os que agarram o instante que todos juram não ser o ideal. Ao contrário, a história está cheia de homens que passaram à história enquanto esperavam pelas circunstâncias mais adequadas para nela ficarem. Passos Coelho, temo bem, ainda não decidiu a qual dos grupos pertence.