segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Conta-nos uma história!

A iniciativa "Conta‐nos uma história!" ‐ é um concurso promovido pelo Ministério da Educação e Ciência (MEC), através da Direção‐Geral da Educação (DGE), do Gabinete da Rede de Bibliotecas Escolares (RBE) e do Plano Nacional de Leitura (PNL), contando com o apoio da Microsoft.

Este concurso, à semelhança das edições anteriores, consiste na conceção e no desenvolvimento de recursos digitais áudio e vídeo que decorram da produção colaborativa ou do reconto de histórias já existentes (por exemplo, contos, fábulas, parábolas, mitos ou lendas).

O concurso pretende fomentar a dinamização de projetos desenvolvidos pelas escolas de Educação Pré‐Escolar e do 1.º Ciclo do Ensino Básico, incentivando a utilização das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), nomeadamente tecnologias de gravação digital áudio e vídeo.

A candidatura deverá ser efetuada, através do preenchimento de um formulário de inscrição, até ao dia 16 de janeiro de 2015.

A entrega dos trabalhos decorrerá de 19 de janeiro a 31 de março de 2015.

Para mais esclarecimentos, devem consultar o site de apoio (http://erte.dge.mec.pt/historias) e o Regulamento do Concurso ou contactar através do endereço de correio eletrónico: podcast@dge.mec.pt

Conta-nos uma história! [2014/2015]

"Ninguém nasce professor"!

João Ruivo - Ensino Magazine 

Ser professor é uma lenta e metódica metamorfose. É um movimento perpétuo entre a lagarta e o casulo. É um vai - vem contínuo entre o saber e o desaprender. É a adaptação permanente à mudança: dos saberes, das metodologias, das culturas, das tecnologias… Ninguém nasce professor e a sua eficácia não é uma questão de sorte ou acaso. Aqui, como em tudo o resto na vida, a sorte, ou acaso, dão muito, mesmo muito trabalho.

Há um clique, um momento, uma circunstância, e muitas vezes até um imprevisto em que se escolhe ser professor. Aparentemente porque se gosta. Há quem lhe chame um chamamento interior. Outros dizem que é porque ninguém é atraído ao engano, porque se sabe bem o que essa profissão significa, já que desde tenra idade todos a conhecem por dentro.

Porém, e a partir desse singular instante, desse acordar para o futuro, tudo está por fazer. Porque se trata duma profissão artesanal: faz-se dos gestos das mãos e dos recados do coração, com recurso à uma profana mistela de tradição e de inovação.

Não se nasce professor. Um professor molda-se numa educação inicial e condiciona-se numa aprendizagem permanente, ao longo da vida. Nunca o é, mesmo quando se atreve a julgar que controla o quotidiano. Professor é erosão e reconstrução. É avanço e recuo. É acusação e vítima. É conquistador e sitiado. É lugar santo e profanado.

Ninguém nasce professor e, quem o quiser ser, é bom que saiba da gratificante e complexa tarefa que o aguarda no virar de cada esquina do seu percurso profissional.

Os decisores políticos sabem tudo isto muito bem. Melhor que muitos professores. Mas preferem fingir que o ignoram. Fica mais barato e sustenta-lhes o discurso da soberba e da desconstrução da profissão docente. Uma classe desmotivada, sem alvo e sem estratégia, é fácil de docilizar e de submeter às baixas políticas constrangidas às exigências orçamentais.

É por isso que vivemos uma conjuntura política, económica, social e até cultural que não motiva a escolha da profissão docente.

Os professores entregues a si próprios, sem acompanhamento nem adequada e suficiente formação complementar sentem sobre os seus ombros o peso da enorme responsabilidade que lhes é imputada pelo Estado e pelas famílias. Vítimas de uma angustiante solidão profissional, cativos dentro das quatro paredes da sala de aula onde trabalham, quantas vezes em condições desmoralizadoras, os docentes atingem perigosos estádios de desencanto, de desilusão e desmotivação profissional.

Por isso urge mudar os políticos e as políticas para que a profissão de professor reencontre os estímulos, incentivos, e até razões para que os docentes se envolvam num processo de motivação e evolução qualitativa das suas capacidades pessoais e profissionais.

A ausência de um código deontológico que ajude a consolidar a cultura profissional dos docentes também não permite que se atenuem os resultados negativos de todas as pressões externas e motiva mesmo o aparecimento de sensações de insegurança e de receio permanentes. Hoje, alguns professores trabalham em condições tão desanimadoras que não conseguem enfrentar com autonomia e liberdade as contradições que todos os dias encontram dentro das suas escolas.

Proclama-se uma escola inclusiva numa sociedade que não acolhe os excluídos. Pretende-se promover uma escola para todos numa sociedade em que o bem-estar e a cultura só estão ao alcance de alguns; em que a escola não consegue integrar os filhos das famílias vitimadas por políticas de incúria. Políticas essas que acentuam o desemprego, o trabalho infantil, a iliteracia, a delinquência, a violência doméstica e coagem muitos pais a verem a escola obrigatória como um obstáculo à incorporação dos filhos no mundo do trabalho, já que esta não lhes é apresentada como uma solução meritocrática, porque as políticas e os políticos se revelaram incapazes de tomar medidas que evitassem as clivagens entre os que tudo têm e os que pouco ou nada possuem.

Arvora-se uma escola em que os valores transmissíveis não encontram acolhimento em inúmeros lares, porque são constituídos por famílias disfuncionais. Uma escola onde se exige o cumprimento de currículos obsoletos e onde a máquina burocrática da administração escolar obriga a incontáveis horas de reuniões em órgãos, departamentos, comissões, sessões de atendimento…

Esta é a autêntica escola pública em que trabalha a maioria dos nossos (excelentes) professores. A escola em que também é preciso (ainda se lembram?) que os docentes tenham tempo para ensinar e os alunos encontrem momentos para aprender. Aprender, aprender sempre, porque essa é a seiva de que se faz um professor.

Comissão de Acompanhamento do apuramento para a compensação financeira aos docentes da BCE

Publicada uma Resolução do Conselho de Ministros que constitui uma Comissão de Acompanhamento que visa acompanhar o procedimento de apuramento dos factos constitutivos do direito à compensação financeira dos docentes cuja colocação foi anulada no âmbito da bolsa de contratação de escola no ano letivo de 2014-2015.


RESOLUÇÃO DO CONSELHO DE MINISTROS N.º 61/2014 - D. R. N.º 212/2014, SÉRIE I DE 2014-11-03

A Comissão é integrada:

a) Pelo Juiz Conselheiro Jubilado, Dr. José Vitor Soreto de Barros, indicado pelo Conselho Superior da Magistratura, que preside;
b) Por um representante do Ministério das Finanças, a designar por despacho da Ministra de Estado e das Finanças;
c) Por um representante do Ministério da Educação e Ciência, a designar por despacho do Ministro da Educação e Ciência;
d) Por duas personalidades independentes que representem os interesses lesados, designadas pelo Ministro da Educação e Ciência.

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Duas personalidades independentes designadas pelo MEC representarão verdadeiramente os interesses dos docentes lesados ou os interesses de quem os designou?

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Leitura interessante


Ensino da leitura no 1º ciclo do ensino básico

O projecto Ensino da leitura no 1.º Ciclo do Ensino Básico: Crenças, conhecimentos e formação dos professores, cujos resultados são apresentados neste livro, teve como principal objectivo investigar a preparação dos professores portugueses do 1.º Ciclo do Ensino Básico para o ensino da leitura. Para além desse objectivo, atingido através da estratificação da amostra por regiões (o que autoriza a extrapolação dos resultados para o todo nacional), a comparação dos professores Portugueses com uma amostra congénere de professores Americanos, permite uma leitura ainda mais alargada, de âmbito transnacional.

"Devemos notar que o 1.º Ciclo do Ensino Básico é porventura o mais importante na formação escolar dos cidadãos e aquele em que a acção dos professores tem resultados mais evidentes, atendendo sobretudo à dependência que crianças tão novas revelam face à acção dos adultos. Qualquer acção educativa neste período tem em geral fortes repercussões no comportamento das crianças, pelo que a forma como se ensina é da maior relevância para a trajectória dos alunos.
...
Este projecto representa o reconhecimento da importância decisiva do 1.º Ciclo do Ensino Básico na formação escolar e pessoal dos cidadãos. Enfatiza também o extraordinário valor e importância do ensino e dos professores nessa formação, colocando-os no centro do processo e evidenciando o seu insubstituível papel."
(Nota introdutória, Pág. 12 e 13)

quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Testes Intermédios 2014/2015

Disponibilizam-se informações relativas ao Projeto Testes Intermédios 2014/2015
As informações destinadas à gestão do processo pelas escolas são disponibilizadas na Extranet do IAVE.

Informação aos Alunos, Pais e Encarregados de Educação [consultar aqui]

Informações-Teste
Ensino Básico (1.º ciclo): a disponibilizar em 16 de março de 2015

Ensino Secundário: Inglês 

Consultar toda a informação aqui.

quarta-feira, 29 de outubro de 2014

Legislação publicada hoje

“Estórias” sobre a colocação de docentes nos últimos dez anos.

De 2004 até 2014 reúnem-se os factos em torno do concurso de colocação de professores que marcaram o fim das longas filas de entrega das candidaturas e o início dos “problemas informáticos”.

Educare

terça-feira, 28 de outubro de 2014

Educação e Emprego

A ANQEP apresenta o blog www.aeducacaoeoemprego.blogspot.com, que tem por objetivo promover um espaço de partilha e de reflexão entre todos os atores que coabitam nos dois mundos da Educação e do Emprego, reforça a informação de que todos podem participar, quer comentando as intervenções que são apresentadas, quer publicando intervenções próprias.

Toda a discussão é no entanto moderada pelo que quem pretender publicar um contributo no Fórum – A Educação e o Emprego, seja texto de opinião, informação ou intervenção, deve enviá-lo para aeducacaoeoemprego@anqep.gov.pt. O mesmo será publicado com a identificação do(s) autor(es) e respetivo(s) contato(s).

Secretário de Estado falha balanço e a confusão continua!

As Escolas com contrato de autonomia e as Escolas TEIP estão a colocar os docentes através da BCE, mas a confusão gerada no início deste ano letivo ainda não terminou.

As listas de colocações da 5ª Reserva de Recrutamento foram ontem lançadas durante minutos no site da Direcção Geral da Administração Escolar e de imediato retiradas sem qualquer explicação, voltando a surgir na página eletrónica da DGAE por volta das 20 horas. 

O secretário de Estado da Administração Escolar, João Casanova de Almeida, falhou a promessa de divulgar o balanço das colocações dos docentes, que estava previsto para a passada sexta-feira e apresentou ontem, segunda-feira, o balanço possível e preocupante. A meio do 1º período ainda havia 128 horários completos por preencher, nas escolas TEIP e com contrato de autonomia. Quanto aos horários incompletos, segundo a informação divulgada pelo MEC, “estão preenchidos 901 horários e 89 encontram-se em processo de aceitação por parte dos candidatos”, havendo “ainda 160 horários incompletos em processo de selecção pelos directores das escolas”.

Na sétima semana de aulas, ainda há alunos sem professores!?

segunda-feira, 27 de outubro de 2014

Listas da 5ª Reserva de Recrutamento



Aplicação disponível até às 23:59 horas do dia 29/10/2014 
(Hora de Portugal Continental)


Docentes Candidatos à Contratação



Docentes de Carreira




Norma “Atividades de Enriquecimento Curricular e de Apoio à Família” em inquérito público

Por iniciativa da Direção-Geral da Educação (DGE), o Instituto Português da Qualidade (IPQ) constituiu uma Comissão Técnica “Ad-hoc” (CTA 26), com o objetivo de elaborar uma Norma sobre as atividades de enriquecimento curricular no 1.º ciclo do ensino básico, atividades de animação e de apoio à família na educação pré-escolar e componente de apoio à família no 1.º ciclo do ensino básico, prestados por organizações públicas e privadas com ou sem fins lucrativos.

Pretende-se que os requisitos desta Norma abranjam todas as organizações independentemente do seu tipo ou dimensão e do seu estatuto de entidade promotora ou parceira.

O projeto de Norma “Atividades de Enriquecimento Curricular e de Apoio à Família” (prNP4510_2014-pt) está em inquérito público até ao próximo dia 14 de novembro. Este projeto pode ser consultado em:

Nuno Crato nunca conseguiu perceber o que é um projeto de educação pública de qualidade e para todos.

Era um professor de Matemática e Estatística que não usava gravata, que tinha um passado maoísta, mas que depois foi para a América e cortou com a política. Divulgador científico, apaixonado pela astronomia, ganhou protagonismo com a guerra contra o “eduquês”. Quase aos 60 anos, surgiu num Governo PSD/CDS-PP como ministro da Educação.

Público, 27/10/2014


"A máquina é tão grande que não sabemos exactamente como é que o programador faz o programa, como é que o director de serviço traduz a legislação, como é que o director-geral nos informa."
Nuno Crato
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Apesar de pouco rigoroso e com algumas conclusões e avaliações completamente erradas, também vale a pena ler o artigo publicado no Observador

Observador, 25/10/2014

"Ainda antes de ser ministro, Crato já falava em "implodir" o Ministério da Educação. Com o programa de Governo seguido praticamente à risca, diretores de escola acusam-no de ter centralizado tudo."

sexta-feira, 24 de outubro de 2014

Análise da Deloitte ao Orçamento do Estado para 2015


Conheça em detalhe a análise dos especialistas da Deloitte às principais medidas de natureza fiscal da Proposta de Lei do Orçamento do Estado (OE) para 2015, apresentada dia 15 de Outubro, na Assembleia da República.

O documento entregue pelo Governo baseia-se num cenário macroeconómico de crescimento do PIB. A destacar:

  • A redução da sobretaxa em sede de IRS, via “crédito fiscal”, vai depender do excedente de receitas de IRS e do IVA face ao orçamentado.
  • A taxa do IRC diminui de 23% para 21%.
  • Possibilidade de antecipação do momento da recuperação do IVA sobre créditos reclamados em processo de insolvência de carácter pleno.
  • Criação de uma obrigação de comunicação anual de inventários para sujeitos passivos com volume de negócios superior a € 100.000.
  • Eliminação da CES para pensões inferiores a € 4.611,42 e consagração de apenas dois escalões para rendimentos superiores, a que são aplicáveis as taxas de 15% e 40%.
  • Prorrogação para 2015 das contribuições para o sector bancário e para o sector energético.

Bom fim de semana!

Formação Contínua na Universidade de Aveiro

Formação AveiroNo sentido de dar resposta às necessidades de formação permanente dos professores, a UNAVE - Associação para a Formação Profissional e Investigação da Universidade de Aveiro - e a UINFOC - Unidade Integrada de Formação Continuada - criaram, para o ano letivo 2014/2015, um plano de formação diversificado e atualizado em função dos novos desafios e necessidades.

Das novas práticas de ensino do português à abordagem das questões da sexualidade na escola, passando pela avaliação de desempenho ou pelo coaching para docentes, sem esquecer os aspetos pedagógicos relacionados com o ensino experimental das ciências nem passar ao lado das formações em áreas mais específicas de ciências como a Matemática, a Estatística, a Física ou a Astronomia, o plano anual de formação continua de professores da Universidade de Aveiro para o ano em curso é rico em ações de formação acreditadas, que pretendem ir ao encontro das necessidades e das preocupações de docentes dos diferentes níveis de educação e ensino.

O primeiro curso, “Gestão de comportamentos interpessoais em contexto escolar – planear, avaliar e ajustar”, acreditado pelo Conselho Científico Pedagógico da Formação Contínua (CCPFC), destina-se a professores do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário, tendo início marcado para 8 de novembro.

As inscrições encontram-se abertas, devendo ser feitas online, através do sítio da UNAVE.

Divulgação: Ferramentas muito úteis

    Bom dia,

Em primeiro lugar gostaria de lhe dar os parabéns pelo Eduprofs (que sigo há já bastante tempo).

Chamo-me Carlos Nunes e sou professor no Algarve.

Tal como acontece no Eduprofs, gosto de partilhar informação que possa ser útil aos nossos colegas. Por isso, há alguns anos criei um canal do Youtube (ver "trailer" em https://www.youtube.com/watch?v=rP96HESFRb4) que inicialmente se destinava a alojar alguns conteúdos de apoio às minhas aulas e formações, mas que atualmente já se tornou num hobby difícil de largar.

Apesar do canal já existir há alguns anos, aparentemente tenho maior visibilidade junto de professores brasileiros :)

Se não vir nenhum inconveniente nisso, pedia-lhe que pudesse divulgar o meu trabalho junto de outros professores portugueses, de forma a que mais professores conheçam o canal. No meio de tanto post negativo para nós professores, que surja algo positivo de vez em quando... lol


Também mantenho um blogue, que serve de repositório a tudo o que faço, em www.apensarem.net.

Atualmente o canal conta tem mais de 300 vídeos, que têm mais de 1 milhão de visualizações e conta com quase 4 mil subscritores

Deixo alguns tipos diferentes de vídeos que faço:

Mitos e (maus hábitos) tecnológicos (inicialmente feitos para brincar com os colegas da minha escola) - https://www.youtube.com/watch?v=1Fq9r14njTs

Opinião - https://www.youtube.com/watch?v=1yO-KqePX5A (este ainda não está aberto ao público)

Tutorial (a maior parte dos vídeos são deste género) - https://www.youtube.com/watch?v=UqpxAAY_9mI

Veja também outros vídeos... Certamente, haverá algum tema que lhe interesse... :)

Obrigado e cumprimentos,

Carlos Alberto Nunes

quinta-feira, 23 de outubro de 2014

Opinião de Paulo Guinote no Público

Os “experimentalismos” dos últimos anos passaram pela desregulação e pelo esvaziamento dos concursos efectivamente nacionais.

Após um descalabro sem precedentes na fase final de colocação de professores para o presente ano lectivo, o Governo ensaiou uma manobra despin mediático, com o apoio de alguma opinião publicada, para fazer crer que aquilo que foi, não foi ou foi outra coisa.

Centremos a análise nos factos objectivos e não na sua versão ficcionada.

Não existiu este ano qualquer concurso nacional, interno e externo, para colocação de professores. Na prática, não existe um concurso assim há quase uma década, pois o de 2009 excluiu os então “professores titulares” e o de 2013 foi um exercício no vazio que levou à vinculação, dita ”ordinária”, de dois professores. Mesmo nos tempos pré-informáticos, os concursos nacionais decorreram de forma “centralizada” sem problemas de maior, apesar de envolverem dezenas de milhares de professores. A excepção foi o ano de 2004, quando se verificou um erro efectivamente informático no tratamento dos dados.

O que tem existido todos os anos são concursos parciais, de mobilidade interna por ausência de componente lectiva (vulgo “horários-zero”) ou por condições específicas (vulgo, por razões de saúde), de contratação inicial e de contratação de escola para provimento de necessidades tidas como temporárias. Todos eles decorreram de forma mais ou menos normal, com este ou aquele percalço, até ao momento em que a narrativa da “autonomia das escolas” e da necessidade de adaptar o perfil dos professores contratados aos tipos de escola em que existiam vagas por preencher, em particular as integradas em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) e agora também as que assinaram “contratos de autonomia”.

E foi então que o actual MEC decidiu “descentralizar” a fase de contratação de professores para essas escolas, e a partir de Janeiro para todas as escolas em que surgissem horários por preencher pelos mais naturais motivos (doença, aposentação, maternidade), e colocar em prática o método da “oferta de escola” em que as respectivas direcções abriam concursos com requisitos específicos a cumprir pelos candidatos, para além da graduação profissional. E foi assim que durante um par de anos se assistiu ao mais despudorado exercício da “autonomia” com concursos feitos à medida e critérios definidos para excluir todos aqueles que não o(a) desejado(a). A uma escala nunca vista, assistimos à total perversão do que deve ser um concurso para o provimento de um lugar público.

Perante isso, para 2014-15, o MEC ensaiou uma nova solução, que foi a de centralizar a definição de um leque de critérios adicionais correspondentes a uma avaliação curricular, que contaria metade da classificação final do candidato, fazendo média com a graduação profissional. Cada escola escolhia os seus critérios para a avaliação curricular e comunicava as vagas a preencher. O erro da fórmula que tentava fazer uma média com valores absolutos numa parcela e relativos na outra é por demais conhecido e foi o primeiro erro de que a opinião pública se apercebeu.

Mas existem outros erros subjacentes a esta metodologia, quando a lógica do concurso central/local e a definição dos parâmetros informáticos estão desadequados em relação à realidade. Tivemos as duplas colocações de professores em diversas escolas e de dois professores na mesma vaga, assim como até já apareceram casos de professores colocados em mais de um horário na mesma escola.

Isto aconteceu porque o concurso foi “centralizado”, pesado, imenso, desajustado das circunstâncias?

Pelo contrário. Embora algumas luminárias considerem ser o “grau zero da inteligência”, os concursos nacionais, centralizados, com dezenas de milhares de professores, baseados na graduação profissional dos candidatos sempre decorreram com alguma normalidade e nunca atingiram este grau de disparate. Até porque a verificação dos dados dos candidatos era feita nas escolas, a priori, enquanto agora podem ser prestadas falsas declarações, que é quase impossível verificar a posteriori.

O que falhou nos últimos foram exactamente as tentativas para “descentralizar” uma fase do concurso, que está longe de ser aquela que envolve mais professores. E falhou por incompetência política e técnica, ao tentar satisfazer uma necessidade criada artificialmente – a da “flexibilização” dos concursos – e ao criar múltiplos sub-concursos locais. Centrando o procedimento a partir da DGAE ou descentralizando-o para as escolas (leia-se “direcções), a solução produzirá sempre distorções, pois obrigará os candidatos a fazer múltiplas candidaturas e produzirá múltiplas listas ordenadas, com múltiplas colocações sobrepostas, que tornarão as colocações mais morosas, a menos que as direcções sejam autorizadas a contratar quem bem entenderem, sem qualquer respeito pelas normas de uma contratação pública.

Paulo Guinote  - Público 23/10/2014
(Negrito nosso)

Pedido de Mobilidade por Doença

 Para efetuar o pedido da Mobilidade por Doença devem previamente submeter o relatório médico .
Aplicação disponível até às 10:00h de 27-10-2014

quarta-feira, 22 de outubro de 2014

A opinião de Santana Castilho


Todo o dinheiro que a austeridade da troika e deste Governo retirou ao funcionamento da economia, à saúde, à educação e ao bolso dos portugueses, 28.000 milhões de euros, foi, quase na íntegra, para pagar o serviço da dívida, numa evidência gritante de que a austeridade nada resolveu do problema que queria resolver.

Dados do Boletim Estatístico do Banco de Portugal mostram que, entre 2010 e 2014, a dívida conjunta, pública mais privada, cresceu 46,1 pontos percentuais por referência ao PIB, cifrando-se agora na assustadora expressão de 767.226 milhões de euros. A dependência de Portugal relativamente ao estrangeiro aumentou drasticamente pela mão da troika e de Passos, o mercador dos nossos anéis. Entre o que Portugal já vendeu ou vai vender a preços de saldo, recordo: Espírito Santo Saúde, HPP Saúde da CGD, Tranquilidade, Fidelidade, BPN, Banco Espírito Santo, agora Novo Banco, Cimpor, EDP, REN, ANA, CTT, TAP e PT. 

Com este pano de fundo, o orçamento é marcado, mais uma vez, pelo aumento da carga fiscal. É socialmente injusto: limita de novo as prestações sociais e mantém a sobretaxa de IRS (dita extraordinária mas de facto perene) enquanto diminui o IRC, por forma a beneficiar apenas as grandes empresas. A solução encontrada (projectar para 2016 uma hipotética redução da sobretaxa, desde que a cobrança do IVA e do IRS cresçam acima de 6%), para além de ilegal (as disposições orçamentais têm efeito exclusivo para o ano a que respeitam), é um expediente reles com que se tenta manipular a opinião pública. O aliviar de sacrifícios (reformados e funcionários públicos) impõe que não se esqueça o óbvio: o mesmo Governo que fez ponto de honra da necessidade de cumprir os compromissos e as dívidas para com estrangeiros, desonrou os compromissos que tinha para com os portugueses, deixando de lhes pagar o que com eles havia contratado. E se agora corrige parcialmente a imoralidade da sua política (ainda assim com o rancor que transparece do que escreveu nos documentos que cito) é porque a tal foi obrigado pelo Tribunal Constitucional. O orçamento está aferrolhado para apoiar as pequenas e médias empresas, mas escancarado para engolir os prejuízos do BES. O orçamento é deliberadamente mentiroso: ao mesmo tempo que o motor da economia europeia, a Alemanha, corrige a previsão de crescimento para 2015 de 2,0% para 1,3%, o Governo tem a lata de construir as suas contas a partir do pressuposto de crescermos 1,5%.

Mas há lata maior. A “esclarificação” com que Crato nos brindou sobre o Orçamento do Estado para 2015 reconduziu-me ao Bocage boémio: o corte que aquela senhora deu, não foi ela, fui eu! É preciso topete para querer transformar 704,4 milhões de euros de corte orçamental na Educação (-11,3%) nos 200 milhões saídos da lógica anedótica do ministro. À brincadeira de Nuno Crato opõem-se 578 páginas de realidade: 278 de orçamento e 300 da proposta de lei que o aprova. Algumas pérolas aí escritas evidenciam a mistificação que envergonharia pessoas decentes. Mas não o Governo, muito menos Nuno Crato. Na página 172, quando explanam as políticas que o orçamento serve, os mistificadores voltam com a lengalenga de ser “a melhoria dos índices de qualificação da população factor determinante para o progresso, desenvolvimento e crescimento económico do país”. Eles, que reduziram os complementos educativos no ensino não-superior em 47,6 %. Eles, que cortaram 68,8% aos serviços de apoio ao ensino superior. Na mesma página, escrevem estar firmemente empenhados “em melhorar os níveis de educação e formação de adultos”. Eles, que cortaram 38,6% do financiamento ao sector. Na página seguinte apontam como objectivo estratégico “garantir o acesso à educação especial, adequando a intervenção educativa e a resposta terapêutica às necessidades dos alunos e das suas famílias”. Eles, que cortaram o financiamento deste sector, onde se incluem deficientes profundos, em 15,3%, removendo sistematicamente, serviço após serviço, as respostas especializadas antes existentes. Tragam estes mistificadores um só pai, uma só mãe destas crianças com necessidades educativas especiais, um só professor da área, a desmentir o que afirmo e a concordarem com o Governo. E o despudor atinge o clímax quando destacam como medidas justificativas do orçamento a “consolidação da implementação das metas curriculares”, esse expoente superior do refinado “eduquês” inferior. Para o leitor menos familiarizado com o tema, adianto que, apenas no que toca ao 1.º ciclo do ensino básico, e se nos ficarmos pelas duas áreas mais badaladas do currículo, Português e Matemática, estamos a falar de 177 objectivos desdobrados em 703 descritores. Qual cereja em cima da imbecilidade, deixo-vos duas dessas metas:

"- Reunir numa sílaba os primeiros fonemas de duas palavras (por exemplo 'cachorro irritado') cometendo poucos erros.
- Ler correctamente, por minuto, no mínimo 40 palavras de uma lista de palavras de um texto apresentadas quase aleatoriamente."

Sim, leram bem! Está lá quase aleatoriamente. 

Público, 22/10/14

terça-feira, 21 de outubro de 2014

Tudo resolvido!

Ao inverso do que tinha sido anunciado pelo MEC e até por alguns diretores, ávidos do poder de aplicar os seus critérios de seleção cometendo as mais diversas ilegalidades, continua uma imensa confusão na BCE, com erros que não foram eliminados ou corrigidos, enquanto temos milhares de alunos sem docentes e sem aulas no final do mês de outubro.

Como a firma, e muito bem, a Plataforma Sindical "Para o futuro, a solução passa pela realização de concurso nacional a partir de lista ordenada em função da graduação profissional dos candidatos. Todas as soluções diferentes desta provocaram, até hoje, problemas graves, fossem as chamadas “ofertas de escola” ou, agora, as “BCE”. Muitos dos critérios, tal como em anteriores momentos de concurso, não respeitaram a lei e a falta de transparência foi sempre destacada pelos professores. Isto para além de outras inevitáveis consequências, como, por exemplo, a existência de colocações múltiplas de um candidato."



O professor que tinha ficado colocado em 75 escolas desta vez arrebatou 95 horários


Rui, que foi notícia por ter ficado colocado simultaneamente em 75 escolas, bateu esta segunda-feira o recorde. Até ao fim do dia recebeu 95 mensagens do Ministério da Educação a oferecer-lhe horários. Até que consiga recusá-los, ninguém entra para o seu lugar e os alunos continuam sem professor.

Vinculação de serviços do MEC ao Centro de Arbitragem Administrativa

Publicada, pelos Ministérios da Justiça e da Educação e Ciência, a Portaria que vincula vários serviços do Ministério da Educação e Ciência à jurisdição do Centro de Arbitragem Administrativa.

Aplicação para Android - Listas BCE

Esta aplicação, disponível gratuitamente na Play Store, permite consultar a ordem e a graduação do candidato nas escolas a que se candidatou.

Como não é uma aplicação oficial é necessário confirmar os resultados apresentados nas listas de cada Escola/Agrupamento.

Os resultados são apresentados a partir de uma base de dados  construída e desenvolvida pelo colega José Travado, que tem feito um excelente trabalho, e disponível em http://bce.cidadeweb.net/

segunda-feira, 20 de outubro de 2014

Novo Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário

Fernando José Egídio Reis será a partir de amanhã, terça-feira, o substituto de João Grancho no cargo de secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário. A tomada de posse está marcada para as 17h no Palácio de Belém.

Professor de História desde 1982, Fernando Egídio Reis entrou na política pela mão do actual ministro da Educação Ciência, Nuno Crato, de quem foi adjunto entre Junho e Agosto de 2011. Foi depois director-geral da Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, e é desde Fevereiro de 2010 director-geral da Direcção-Geral da Educação.

sábado, 18 de outubro de 2014

Gestão de Colocações da Bolsa de Contratação de Escola

A Diretora-Geral de Administração Escolar remeteu, ao final da tarde de ontem, aos Diretores dos Agrupamentos/Escolas uma Nota Informativa e um Ficheiro demonstrativo sobre a Gestão de Colocações da Bolsa de Contratação de Escola.