"No que concerne aos resultados, Portugal tem tido um percurso muito positivo. Ao longo das seis edições do estudo, em todos os domínios, a tendência de evolução global dos resultados mostra-nos uma subida gradual, que também se reflete na melhoria da posição nacional no contexto dos países participantes e em relação ao resultado médio dos países da OCDE. É de salientar que, pela primeira vez, o resultado nacional nos três domínios está acima da média da OCDE: oito pontos em Ciências, cinco pontos em Leitura e dois pontos em Matemática (diferença não significativa). Portugal integra um lote muito restrito de países da OCDE que evidenciaram uma progressão positiva, bastante expressiva, ao longo das seis edições do estudo."
Blogue de Informação e Recolha de Opiniões para Educadores e Professores. Notícias sobre Educação, Legislação e Política Educativa.
quarta-feira, 7 de dezembro de 2016
terça-feira, 6 de dezembro de 2016
13ª Reserva de Recrutamento 2016/2017
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Lista de Colocação Administrativa dos Docentes de Carreira - 13ª Reserva de Recrutamento 2016/2017
Docentes de Carreira - ano escolar de 2016/2017
Candidatos à Contratação - ano escolar de 2016/2017
Lista definitiva de retirados - Consulte
Nota Informativa - Reserva de Recrutamento 13
Aplicação disponível das 0:00 horas de quarta-feira, dia 7 de dezembro, até às 23:59 horas de sexta-feira, dia 9 de dezembro de 2016 (hora de Portugal Continental)
segunda-feira, 5 de dezembro de 2016
O aumento da idade de aposentação e a evolução do fator de sustentabilidade
ECO-Economia Online
O Governo quer alterar o regime de pensões antecipadas, mas não disse como. Se nada mudar, em 2020 as pensões atribuídas antes dos 66 anos e seis meses têm um corte mínimo de 15,6%. Veja as projeções.
No próximo ano, a idade normal de reforma avança para os 66 anos e três meses. E quem começar a receber pensão antecipada em 2017 já sabe que pode com um corte de 13,88%, que resulta do fator de sustentabilidade. A esta penalização junta-se outra, de 0,5% por cada mês de antecipação face à idade normal de reforma.
Em 2018, a idade de acesso à pensão volta a avançar um mês, a não ser que as regras mudem entretanto.
O Governo já sinalizou que quer alterar o regime das reformas antecipadas e, em concreto, o fator de sustentabilidade, para rever os cortes que afetam as pensões. A promessa também está vertida de forma genérica no relatório do Orçamento do Estado. Porém, falta saber que alterações estão em causa e quando avançam.
Sem mudanças, e de acordo com as projeções, a idade normal de reforma atingiria 67 anos e 3 meses em 2030 e quem nesse ano abandonasse a vida ativa mais cedo teria um corte mínimo de 20,39% só à conta do fator de sustentabilidade.
Veja o conjunto das projeções aqui.
domingo, 4 de dezembro de 2016
sábado, 3 de dezembro de 2016
O decoro já não é o que era
Paulo Guinote - Público
Andava o país educativo em raro repouso quando se soube, por via da divulgação dos dados dos testes internacionais TIMMS 2015, que os alunos portugueses de 4.º ano estão entre os melhores em Matemática e que no Secundário o desempenho em Matemática Avançada e em Física também é completamente contrário aos discursos decadentistas sobre o nosso sistema de ensino e a sua inadequação ao século XXI. Mesmo em Ciências, área com resultados mais fracos, Portugal é apontado como um dos países com maiores progressos desde 1995, quando se iniciaram estes testes comparativos.
São boas notícias, que deveriam ser acolhidas com júbilo, por certo, mas igualmente com um espírito de partilha pela responsabilidade por tais resultados. O que realmente aconteceu, mas como é habitual entre nós, numa lógica de circuito fechado da classe política. O actual secretário de Estado da Educação, na ausência quase permanente do ministro quando se trata de articular mais do que lugares-comuns, apareceu a reclamar que tais resultados comprovam, de forma prospectiva, a bondade das opções curriculares ainda por tomar e, num acto de veneração pela papisa educacional do PS, evocou Maria de Lurdes Rodrigues e o seu Plano de Acção da Matemática. Acrescentou ainda que esta é a prova de que foram desenvolvidas “políticas eficazes”. O PSD, por sua vez, surgiu a reclamar para si a paternidade desses mesmos resultados, por via da paixão de Nuno Crato pela Matemática, desconsiderando outras responsabilidades. Com jeitinho, teremos o CNE a lembrar alguma das suas recomendações e, com algum esforço informativo, ainda chegaremos ao inefável Couto dos Santos a reclamar o seu papel nisto tudo.
Se dermos a palavra a mais alguns ex-governantes, mesmo que com algumas picardias político-partidárias pelo meio, encontraremos uma singular confluência quanto à conclusão que foram as políticas que todos delinearam em momento de iluminada inspiração e genialidade, mesmo que aos ziguezagues e de forma incoerente entre si na última década, que estiveram na origem dos bons resultados dos alunos portugueses. Em nenhum momento se vislumbra uma declaração que, de modo claro e – quiçá! – corajoso atribua numa prioridade cimeira a responsabilidade por tal desempenho a quem o teve (os alunos) ou a quem com eles trabalhou ao longo de anos (os professores), apesar dos revolteios curriculares, programáticos e de metas que se sucedem desde o madrugar deste milénio.
O mais curioso é que, consultados os alunos, os portugueses são os que mais elogiam os seus professores e destacam o seu empenho e trabalho (88%, um detalhe que parece menor para os políticos em trânsito), pois conhecem-no em quotidiana e diária proximidade e, a menos que sofram quase todos de uma variante da síndrome de Estocolmo, são capazes de ser os que estão em melhor posição para fazer uma avaliação com conhecimento de causa. A menos que a opinião dos alunos só conte quando são convidados a declarar que acham os currículos e os programas muito extensos.
Os pais e mães do sucesso nos TIMMS 2015 são mais do que muitos quando chegamos ao campo da política e se trata de recolher os aplausos. E, como têm direito aos microfones e às câmaras, tratam de se congratular com a auto-satisfação típica de quem se vê ao espelho pela manhã sempre tão belo e responsável por todos os bens e por nenhum dos males. O decoro já não é o que era.
(Negrito nosso)
Entidades avaliadoras e certificadoras de manuais escolares em 2016
Publicado ontem o Despacho com a Lista de entidades acreditadas pela DGE como avaliadoras e certificadoras de manuais escolares, do ano de 2016.
Educação - Direção-Geral da Educação
quarta-feira, 30 de novembro de 2016
Revisão do Decreto-Lei que regulamenta os Concursos de Docentes
Os Sindicatos de docentes receberam hoje, nas reuniões de negociação com o Ministério da Educação, duas propostas para a Revisão do Decreto-Lei que regulamenta os Concursos de Docentes.
Proposta de revisão do Dec_Lei nº 132/212, de 27 de junho
Proposta de Portaria – Vinculação Extraordinária
Novas reuniões de negociação estão agendadas para o próximo mês de dezembro e janeiro de 2017.
A opinião de Santana Castilho no Público
Santana Castilho - Público
Uma forma de ignorar o problema da indisciplina é não o assumir como coisa da sociedade e da Escola e torná-lo coisa do professor, cuja função é mediar a aprendizagem dos alunos e não gerir conflitos provocados por comportamentos disruptivos.
Foi tornado público que, durante o ano lectivo de 2015/2016, se registaram 5051 ocorrências do foro criminal nas escolas portuguesas, isto é, 500 por mês, em média. No ano anterior haviam sido registadas 3930. Sublinho que não se trata de incidentes disciplinares. Foram ocorrências que caem sob a alçada do Código Penal. Cumulativamente, a PSP teve ainda que intervir em mais 2001 situações de outro tipo. Estes números são preocupantes e apelam à reflexão.
Aquando de casos mais graves de violência em meio escolar, verifica-se, por parte das autoridades respectivas, uma propensão para dissimular os acontecimentos. Mas se por um lado sabemos que a tendência para iludir o óbvio foi classificada por Freud como a primeira paixão da humanidade, por outro também sabemos que ignorar a realidade nunca nos salva. Aceitemos, então, que a indisciplina é hoje um dos maiores problemas, se não o maior, do sistema de ensino e que há uma evidente crise de autoridade na escola. Quando a estudamos, são esmagadoras duas situações responsáveis: do ponto de vista interno, a falta de coragem para adoptar políticas adequadas à solução dos problemas, materializada pela manutenção de uma lei inadequada que introduziu no processo disciplinar o método processual penal, com um cortejo de prazos, audições e garantias pedagogicamente desadequadas, permitindo a proliferação de pequenos marginais; do ponto de vista externo, a crescente demissão dos pais para imporem disciplina aos filhos.
A maioria dos pais de filhos indisciplinados não gostaria de ter filhos indisciplinados. Mas não sabe ou não pode discipliná-los. Os restantes são negligentes, que não se interessam pelos filhos e são, eles próprios, quantas vezes, marginais.
Os alunos indisciplinados criam problemas graves, que perturbam a vida da comunidade. A escola deve fazer o possível para os ajudar. Mas antes tem a obrigação de proteger os outros e não permitir que os primeiros lhes tornem a vida impossível. A palavra-chave de uma estratégia de actuação é responsabilizar. Não é ignorar, branquear, contemporizar.
Os jovens são seres que vivem de modo particularmente intenso e até tumultuoso as suas emoções. Os adultos têm mecanismos de regulação dessas emoções. Os jovens, em processo de formação, procuram-nos. Se em casa não os encontram, temos que dar instrumentos à escola para enfrentar o obstáculo.
O empirismo de qualquer vida vivida (a redundância é propositada) dispensa a cultura psicológica mais erudita para sabermos como tem que ser. Numa primeira fase os comportamentos são regulados a partir de fora: são os pais, são os professores, são os adultos que actuam, que moldam. Num segundo momento, de co-regulação, o ser em crescimento vai aprendendo, na interacção com os outros, a dominar-se e respeitar os pares (sem dispensa da atenção cuidada e, sempre que necessário, activa e interventiva, do adulto). Para chegar, por fim, à auto-regulação, estádio maturo e autónomo em que, sozinhos, encontramos o nosso equilíbrio social.
Simples? Não, complexo. Sobretudo quando os políticos não percebem que tratar isto exige uma longa “linha de montagem”, que requer pessoas com tempo e meios para apertar os “parafusos”.
Dispendioso? Talvez não, se se derem conta que dispensa muitos envios para o “controlo de qualidade”. E, mais ainda, se se derem conta que os produtos acabados desta “linha de montagem” são pessoas. Isso, pessoas!
Uma forma de ignorar o problema da indisciplina é não o assumir como coisa da sociedade e da Escola e torná-lo coisa do professor, cuja função é mediar a aprendizagem dos alunos e não gerir conflitos provocados por comportamentos disruptivos. Tenhamos presente que essa função principal é constantemente secundarizada, quando não anulada, pela indisciplina e que grande parte do tempo lectivo é ocupada com a gestão de conflitos, quando devia ser usada com a gestão das aprendizagens.
terça-feira, 29 de novembro de 2016
Prova de Aferição e Exames: Informações - Prova 2016/2017
Informação sobre as Provas de Aferição do 2.º ano de escolaridade[ver pdf] do 1º Ciclo do Ensino Básico.
Condições de realização das provas de Expressões Artísticas e Expressões
Físico-Motoras
A escola deverá elaborar, até 31 de março de 2017, para cada turma, um plano de aplicação da prova,
onde se indique o dia, a hora e o local de realização da prova.
Os alunos devem ser identificados com coletes numerados (autocolante ou outra forma de numeração)
para que os observadores identifiquem facilmente a quem se referem os registos da observação.
Antes de os alunos iniciarem a prova, o espaço e os materiais devem estar preparados, de acordo com
as indicações explicitadas no guião da prova.
Durante a aplicação da prova, o professor titular organiza os alunos para a realização das tarefas,
de acordo com as indicações do guião da prova, garantindo as condições e o ambiente favoráveis à
observação dos desempenhos dos seus alunos. Nesta tarefa, o professor titular pode ser coadjuvado
por um colega da escola ou do agrupamento de escolas.
A avaliação dos alunos em prova (observação, registo e classificação) é feita presencialmente por
uma equipa de professores avaliadores, preferencialmente do agrupamento, que, no caso da prova
de Expressões Físico-Motoras, integra professores do 1.º ciclo e professores de Educação Física e
que, no caso da prova de Expressões Artísticas, integra um professor do 1.º ciclo e professores de
Educação Musical, de Educação Visual ou de Educação Tecnológica.
Além desta informação-prova, serão disponibilizados para consulta no sítio do IAVE
documentos pedagógicos de apoio às provas de expressões no 1.º ciclo e à sua preparação:
videogramas, guiões, materiais de apoio e especificações de materiais, conforme aplicável.
Resultados dos testes TIMSS 2015
Portugal ficou à frente da Finlândia nos resultados obtidos pelos alunos do 4.º ano nos testes internacionais de Matemática promovidos pela International Association for the Evaluation of Educational Achievement (IEA), uma cooperativa constituída por organizações públicas e privadas. Este feito foi alcançado em 2015 na sexta edição dos testes que visam avaliar a literacia dos alunos mais novos a Matemática e Ciências, que são conhecidos pela sigla TIMSS (Trends in International Mathematics and Science Study).
Público
Portugal foi o país que mais progrediu nos resultados a Matemática entre 1995 e 2015. Consegue a 13.ª posição. Mas os resultados do TIMSS mostram que é também um dos mais desiguais na diferença de resultados por género. Rapazes estão à frente.
Regulamento do Programa +Superior para o Ano Letivo de 2016-2017
Publicado o Despacho que aprova o Regulamento do Programa +Superior para o Ano Letivo de 2016-2017.
Ciência, Tecnologia e Ensino Superior - Gabinete do Ministro
sexta-feira, 25 de novembro de 2016
Mudam-se os tempos, mudam os ministros, mas a história repete-se!
À semelhança do que fez o CDS-PP, através do Projeto de Resolução 547/XIII, em 18/11 (ver aqui), o Grupo Parlamentar do PSD questionou o Ministro da Educação, através da Pergunta 1436/XIII/2, sobre a ausência de Portaria para regulamentar o reposicionamento dos docentes na carreira docente prevista no nº 6, do Artigo 36º do Estatuto da Carreira Docente.
Será que também enviaram a pergunta ao ex. Ministro Nuno Crato pela ausência de elaboração da Portaria durante o seu mandato?
Também é bom recordar aos senhores Deputados que as injustiças corrigidas com o reposicionamento remuneratório na carreira, dos docentes do índice 245 para o índice 272, com efeitos a 2010, só aconteceu depois de muitas reclamações e dos sindicatos remeterem os processos para o Tribunal Administrativo.
Mudam-se os tempos, mudam os ministros, mas a história repete-se!
12ª Reserva de Recrutamento 2016/2017
Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Lista de Colocação Administrativa dos Docentes de Carreira - 12ª Reserva de Recrutamento 2016/2017.
Aplicação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 28 de novembro, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 29 de novembro de 2016 (hora de Portugal Continental)
• Validação (DGEstE) – Até às 18.00 horas do dia 2 de dezembro;
• RR13 – 6 dezembro.
Reserva de Recrutamento (RR13)
• Pedido de horários (AE/ENA) – Até às 18.00 horas do dia 30 de novembro;• Validação (DGEstE) – Até às 18.00 horas do dia 2 de dezembro;
• RR13 – 6 dezembro.
Interrupção atividades letivas
Devido à interrupção das atividades letivas em resultado das férias de Natal, as Reservas de Recrutamento irão ser suspensas temporariamente durante o mês de dezembro. Os AE/ENA poderão voltar a pedir horários a partir do dia 22 de dezembro.quinta-feira, 24 de novembro de 2016
Versão amigável da Convenção de Lanzarote
A Convenção do Conselho da Europa para a Proteção das Crianças Contra a Exploração Sexual e os Abusos Sexuais tem 50 artigos, mas não são fáceis de entender por crianças e jovens, pelo que esta publicação foi preparada especialmente para dar a conhecer aos seus leitores mais jovens os direitos e a proteção dadas pela Convenção.
Manifestação de interesse de mobilidade de DOCENTES DE CARREIRA SEM COMPONENTE LETIVA para o IEFP
Mobilidade de docentes de carreira sem carga horária letiva atribuída para a rede de Centros de Emprego e Formação Profissional do IEFP, I.P. | Manifestação de interesse.
Para o efeito, devem os respetivos destinatários, formalizar a manifestação de interesse, no período compreendido entre 25 de novembro de 2016 e 02 de dezembro de 2016, assinalando essa intenção, por e-mail, através do endereço concursoiefp2016-2018@iefp.pt.
10.ª edição dos Desafios SeguraNet 2016/17
Inicia-se hoje a 10.ª edição dos Desafios SeguraNet 2016/17, prolongando-se até 31 de maio de 2017. Esta edição destina-se a todas as escolas, públicas e privadas, do ensino básico.
Para participar nos Desafios, as Escolas deverão efetuar o registo com o código de estabelecimento de ensino DGEEC.
Todos os utilizadores das edições anteriores terão redefinir a palavra-chave, por uma questão de segurança.
Consulte as instruções de registo.
Nos Desafios dirigidos ao 1.º ciclo do ensino básico, as turmas registadas serão, ao longo do ano, convidadas a responder a três Desafios sobre temas relacionados com a segurança digital.
No caso dos Desafios dirigidos ao 2.º e 3.º ciclos do ensino básico, as equipas de alunos e professores poderão responder a um desafio por mês e as equipas de encarregados de educação a desafios trimestrais. Nesta edição haverá desafios específicos para equipas de alunos do 2.º Ciclos.
quarta-feira, 23 de novembro de 2016
E se falássemos de contextos educativos assentes em princípios de educação inclusiva?
Foi divulgado o Relatório de Progresso do Grupo de Trabalho para o Desenvolvimento da Escola Inclusiva que tem por objectivo redefinir o enquadramento legal da Educação Especial.
De acordo com a introdução do referido Relatório, trata-se da apresentação do trabalho realizado até ao momento e da identificação dos próximos passos.
terça-feira, 22 de novembro de 2016
Professores de Educação Especial como "conselheiros"?
JN,22/11/2016
Os docentes titulares de turma não precisam de conselheiros, precisam de colaboração e apoio no diagnóstico e desenvolvimento das potencialidades dos alunos com NEE, de forma interativa e colaborativa, para que sejam possíveis intervenções eficazes e ações que confiram a esses docentes, bem como a outros técnicos especializados, uma quota de responsabilidade na promoção das aprendizagens dos alunos.
Reposicionamento dos professores no correspondente escalão da carreira docente
Apresentado pelo CDS/PP o Projeto de Resolução 547/XIII que recomenda ao Governo que proceda ao reposicionamento dos professores no correspondente escalão da carreira docente.
Documento - Projeto de Resolução
"Nestes termos, o Grupo Parlamentar do CDS-PP, ao abrigo das disposições constitucionais e regimentais aplicáveis, propõe que a Assembleia da República recomende ao Governo que tome as medidas legislativas e administrativas necessárias no sentido de definir um regime transitório para, progressivamente e até ao descongelamento das carreiras da função pública – prevista para 2018 no Programa do XXI Governo Constitucional – reposicionar os docentes no seu verdadeiro escalão, em função do tempo de serviço."
:::::::
Uma recomendação que, apesar de apresentada por quem tinha
responsabilidades e deveria ter resolvido esta injusta situação num
passado bem recente, sugere a única forma de resolver as injustiças geradas nas
transições da carreira docente, motivadas pelas diversas alterações ao ECD, a
partir de 2007 e reposicionar todos os docentes no seu verdadeiro escalão e
índice de vencimento em função do tempo de serviço contabilizado para progressão
na carreira docente.
Autorização de despesa relativa às AEC
Publicada no Diário da República a Resolução do Conselho de Ministros que autoriza a realização da despesa relativa às atividades de enriquecimento curricular para o ano letivo de 2016/2017.
Presidência do Conselho de Ministros
:::::
1 — Autorizar a realização da despesa relativa aos
apoios decorrentes da celebração de contratos -programa
no âmbito das atividades de enriquecimento curricular no
1.º ciclo do ensino básico, para o ano letivo de 2016/2017,
até ao montante global de € 20 733 728,54.
2 — Determinar que os encargos financeiros resultantes
dos apoios referidos no número anterior não podem exceder,
em cada ano económico, os seguintes montantes:
a) 2016: € 7 938 056,09;
b) 2017: € 12 795 672,45.
segunda-feira, 21 de novembro de 2016
Semana da Ciência e da Tecnologia 2016
24 de Novembro - Dia Nacional da Cultura Científica
De 21 a 27 de novembro, instituições científicas, universidades, escolas e museus de todo o país abrem as suas portas proporcionando ao público oportunidades de observação científica e de contacto pessoal com especialistas de diferentes áreas do conhecimento.
Que ciência se faz em Portugal? Quem são os nossos cientistas? Como trabalham? O que investigam? Que resultados obtêm?
Não perca a oportunidade de participar, inscreva-se e venha conhecer, experimentar e explorar com os nossos cientistas!
Mais informações em: http://www.cienciaviva.pt/semanact/edicao2016/
"Nada mudou no essencial na vida profissional de milhares de professores"
É a 3ª edição desta curta radiografia. É um facto que o ambiente no país está desanuviado, mas também é inquestionável que nada mudou no essencial na vida profissional de milhares de professores. A 1ª edição foi em 5 de Novembro de 2015 e a 2ª em 10 de Junho de 2016. Vou repetindo o post enquanto se justificar e apesar da eliminação de algumas variáveis importantes que não constavam do exame (por exemplo: concursos BCE e prova de acesso).
Há uma legião de professores contratados sujeita a um inimaginável processo de desprezo profissional. O desinvestimento na escola foi brutal também nos seus profissionais. E os professores do quadro? Estão há anos com a carreira congelada, para além, obviamente, dos cortes transversais. As imagens alojam-se e inscrevem os acontecimentos mais significativos: anos a fio com a avaliação do desempenho kafkiana (salva-se a inutilidade), divisões na carreira, mais turmas com mais alunos em horários ao minuto, inutilidades horárias, hiperburocracia, espectro de horário zero e megagrupamentos com um modelo de gestão "impensado" que transportou a partidocracia para dentro das escolas. É natural que o sentimento de "fuga" se afirme com tantos murros na dignidade. Importa sublinhar que os meios de comunicação social estão há uma dezena de anos a publicitar em primeira página a devassa da carreira dos professores e o "tudo está mal na escola pública".
Paulo Guilherme Trilho Prudêncio
Correntes
domingo, 20 de novembro de 2016
"Bem-vindos à nova era, a das crianças que não têm tempo para brincar"
Luciana Leiderfarb - Expresso
Bem-vindos à nova era, a das crianças que não têm tempo para brincar. E a dos adultos obcecados por ocupar-lhes os dias. Que mundo é este onde a brincadeira se tornou indesejável?
Não o fosse um sinal dos tempos e consideraríamos ridículo escrever um texto sobre a importância de as crianças brincarem. Afinal, não é isso o que elas fazem? A resposta é assustadoramente simples: não. E não é o que fazem, sendo isso o que elas são. Nada mais definidor da infância do que o brincar e, no entanto, nada menos preponderante na infância destes dias, escolarizada até ao tutano, compartimentada em atividades sempre organizadas pelo adulto, em casa sujeita ao regime de trabalhos de casa-TV-telemóvel-tablet antes de deitar e, de manhã, começar tudo de novo. Este ano, um filme patrocinado pela marca Skip entrava numa prisão de alta segurança dos Estados Unidos e mostrava um grupo de reclusos perturbados com a mera possibilidade de se retirar uma hora às duas horas diárias de tempo ao ar livre a que estão habituados. “Seria uma tortura”, dizia um deles. Mas 70% das crianças têm menos de uma hora por dia de brincadeira, concluiu um estudo da mesma marca. Menos, portanto, do que o tempo mínimo que o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos recomenda para garantir o bem-estar dos prisioneiros.
“Temos uma criança mais centrada nos dedos do que na locomoção, que é corporalmente passiva e sofre de iliteracia motora”, diz Carlos Neto, investigador da Faculdade de Motricidade Humana. A estudar este assunto há duas décadas, não constitui para ele novidade que as crianças de hoje sejam mais frágeis, mais imaturas e menos capazes de se controlar e autorregular. “As crianças são dotadas para brincar, é o seu estado natural. Precisam de ser perseguidas, de perseguir, lutar, correr, esconder-se, inventar. E a sociedade faz um esforço para as ter quietas e em silêncio”, comenta o especialista. Num quadro de quase permanente institucionalização, em que os mais novos passam na escola quase tantas horas diárias quanto um adulto no trabalho — de 27,5 a 30 horas semanais nos 1º e 2º ano do 1º ciclo e até 32,5 horas no 3º e 4º ano —, a configuração do seu tempo livre nesse espaço revela-se determinante. E a escola “ainda trata o recreio como algo avulso ao processo de ensino”, sem perceber que “o tempo para brincar deve ser bem estruturado e encarado como um contributo para se aprender dentro da sala de aula”.
No jardim de infância a situação é semelhante. Em Portugal, de fevereiro a maio — a estação invernal — as crianças passam apenas uma média de 10,8% do seu tempo em espaço exteriores, mais apetecíveis para a brincadeira livre. Este é um dos dados que constam do estudo “Interação Criança-Espaço Exterior em Jardim de Infância”, da autoria de Aida Figueiredo. A professora da Universidade de Aveiro concluiu ainda que, nas creches observadas, os bebés com menos de um ano só saíram ao exterior duas vezes em quatro meses. O estudo serve também para comparar realidades educativas opostas: se na Noruega, por exemplo, são exigidos entre 24,2 e 33 m2 por criança, em Portugal apenas são previstos 4 m2 por criança.
Quando é que o brincar livremente se tornou a atividade mais rara, menos praticada, na vida das crianças? E quando é que este quadro negro passou a ser encarado como normal? “O que não é normal é não se olhar para as crianças como cidadãos com direitos, isto é, com direito ao tempo livre e a fazer o que é próprio na infância: brincar, correr e dialogar com outros”, frisa Maria José Araújo. Para esta especialista em educação e professora no Instituto Politécnico do Porto, chegamos a um ponto em que o ato de brincar é excedentário e conotado como “fútil” pelos adultos, cuja ideia de competência “passa por estruturar a vida das crianças, não respeitando as suas necessidades nem proporcionando as condições para elas poderem brincar”.
E brincar está longe de ser fútil. “É uma atividade completa, em que as crianças aprendem a decidir, a negociar, a colaborar, a pensar e a criar; descobrem o que querem e como querem fazer; elaboram e exprimem as suas fragilidades e traumas; e começam a ler a realidade social, a interpretá-la e a agir sobre ela”, diz a investigadora. Pelo contrário, o não brincar ocasiona danos profundos no ser humano: “Gera crianças mais obesas, mais sentadas, com menos competências sociais e relacionais, mais isoladas e individualistas, e que em adultos estabelecem relações mais difíceis.” Promove, igualmente, uma pandemia de crianças cansadas e stressadas que acabam sendo alvo de medicação. “Estes miúdos vão para a sala de aula brincar, extravasar, porque não lhes foi dada outra hipótese. Então, medicamo-los para que sejam mais concentrados. Ora, uma criança que não brinca não aprende a concentrar-se”, reflete.
A neuropediatra, Manuela Santos, ressalva, por sua vez, a diferença entre brincadeira e entretenimento: “Hoje em dia vivemos o drama do tablet. As crianças habituam-se a olhar para um ecrã durante horas. É como ir ao ginásio e só mexer uma perna.” Do ponto de vista do desenvolvimento, esse tipo de interação com o mundo ‘enche’ a criança de respostas automáticas, inibindo-lhe a criatividade e abrindo caminho para uma maior incidência de problemas mentais no futuro. Carlos Neto aponta também a fraca capacidade empreendedora e a escassa autoestima de quem em pequeno não exercitou o brincar. E alerta: “A energia das crianças é natural e deve ser tolerada pelos adultos. O ser humano não nasceu para estar quieto. Estamos a criar monstros.
70
É a percentagem de crianças portuguesas que passam menos tempo ao ar livre do que os 60 minutos que
o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
recomenda para os reclusos.
10,8
É a percentagem de tempo médio
que as crianças de creches e jardins
de infância passam no exterior durante os quatro meses do inverno.
2
É o número de saídas ao exterior
dos bebés com menos de um ano
nas creches, durante os quatro
meses do inverno.
32,5
É o número de horas semanais
de aulas previsto na Matriz Curricular do 1º ciclo para os alunos do 3º
e 4º ano, incluindo as atividades
de enriquecimento curricular.
8
É o número de horas de brincadeira por semana que as crianças de todo o mundo perderam nos últimos 20 anos.
Fontes: Estudo SKIP — “Os Valores Das Crianças”, 2016; “Interação Criança-Espaço Exterior Em Jardim De Infância”, de Aida Figueiredo, 2015; Matriz Curricular Do 1º Ciclo, Direção-Geral Da Educação, 2016
sábado, 19 de novembro de 2016
Um banco é um banco e uma escola é uma escola
Santana Castilho - Curto e Claro
Um banco é um banco e uma escola é uma escola
Mal se tornou conhecida a intenção de integrar nos quadros os precários de toda a vida, e logo começaram a aparecer os bichos da opinião pública (analogia com o bicho da madeira) a iniciarem, pacientemente, o seu trabalho.
Dois conceituados jornalistas, Miguel Sousa Tavares, na SIC, ao que me lembro no habitual comentário no Jornal da Noite das segundas, e David Dinis, no Público de ontem, sob a epígrafe “Moscovici, Costa e Sampaio. Foi quase um mar de rosas”, criticaram a medida com um raciocínio que assim se pode sintetizar:
Então passam os contratados para o quadro, quando a média do número de alunos por turma é inferior à da Europa e nos próximos 5 anos o número de alunos vai descer drasticamente?
Longe de mim atribuir má-fé às considerações tecidas por estes carpinteiros da opinião pública. Tão-só porque escrevem tanto e opinam tanto sobre tantas coisas, não podem, humanamente, conhecer algumas delas. Deixem-me pegar no pincel e na lata de Xilofene (produto com que se pincelam as superfícies para as proteger do bicho da madeira) e prevenir a praga que já começou:
1. Os que vierem a entrar, se a medida se concretizar, já estão no sistema com contratos sucessivos, precários, há 5, 10, 15, alguns 20 anos. Não se trata de admitir mais gente. Trata-se de dar um estatuto de estabilidade mínima à gente que já lá está e tem sido tratada como coisas, escravos da era moderna, ao longo dos tempos, longos tempos. Não há correlação séria entre o que sugerem os senhores jornalistas e a medida. A questioná-la, os argumentos teriam que ser, no mínimo, outros.
2. A questão da média é a velhíssima questão da interpretação dos dados estatísticos. O problema é bem mais complexo que o simples tratamento com recurso ao indicador “média”. Tornava longa e complexa esta nota, que se quer curta e clara, se dissertasse sobre todas as variáveis possíveis e relevantes. Invoco apenas dois exemplos, sob a forma de duas perguntas:
2.1. Há muitas escolas neste país que têm, na mesma sala, no ensino básico, crianças de vários anos desse ensino. Há casos que têm os 4 anos do primeiro ciclo na mesma sala. Terão pensado, os senhores jornalistas, o que resulta para a “média” se se fizer o que tem que ser feito, isto é, pôr um professor por cada ano de escolaridade? Aceitariam, os senhores jornalistas, como muitos pais são obrigados a aceitar, que o mesmo professor ensine, ao mesmo tempo, na mesma sala, crianças do 1º ao 4º ano, se lá tivessem os filhos?
Como fazer quando, por razões demográficas e de desastrosa gestão do território, temos o país deslocado para o litoral e grandes cidades? Se um professor em Mourão tem 12 alunos na sala, porque não há mais crianças lá, e em Lisboa outro tem 32, é justo invocar a “média”, sem considerar este (e outros) factores de ponderação? Para continuar na alegoria da madeira, admitiriam, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, serrar ao meio o professor de Mourão, por causa da “média”? Quem ficaria com o tronco e a cabeça e para onde enviariam, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, as partes baixas?
2.2. Tomemos por exemplo o caso da celebrada Finlândia, com uma “média” superior à nossa. Saberão, os senhores jornalistas, que 25% dos alunos da Finlândia têm um segundo professor a assisti-los? Que aconteceria à “média” se as contas fossem feitas de outro modo?
3. Disseram, os senhores jornalistas, que nos próximos cinco anos o número de alunos vai descer (110.000). Referem-se a uma previsão agora tornada pública. Lá vai Xilofene:
Não se deram conta, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, que a previsão respeita só ao ensino básico? E que acontece ao número de alunos, de todo o sistema, se atingirmos o objectivo Europa 2020?
Que acontece ao número de alunos se cumprirmos, efectivamente, a escolaridade obrigatória de 12 anos?
Que acontece ao número de alunos se anularmos o abandono escolar?
Que acontece ao número de alunos se se efectivar a política anunciada de ensino de adultos (900 milhões de euros previstos nas Grandes Opções do Plano para 2017)?
Que acontece ao número de alunos se recebermos os 900 mil imigrantes que Correia de Campos (presidente do Conselho Económico e Social) acaba de considerar vitais para que a economia cresça?
E não dizem as mesmas previsões que a inversão dos dados demográficos se começará a registar a partir de 2021?
Por fim, terão, os senhores jornalistas, considerado a previsão do número de professores que se aposentarão nos próximos anos? Terão, ainda, os senhores jornalistas, pensado que, se se concretizar o descongelamento da progressão na carreira, isso significa milhares de horas de novas necessidades?
Pode o país pagar tudo isto? Essa é outra questão. Porque um banco é um banco e uma escola é uma escola.
Dois conceituados jornalistas, Miguel Sousa Tavares, na SIC, ao que me lembro no habitual comentário no Jornal da Noite das segundas, e David Dinis, no Público de ontem, sob a epígrafe “Moscovici, Costa e Sampaio. Foi quase um mar de rosas”, criticaram a medida com um raciocínio que assim se pode sintetizar:
Então passam os contratados para o quadro, quando a média do número de alunos por turma é inferior à da Europa e nos próximos 5 anos o número de alunos vai descer drasticamente?
Longe de mim atribuir má-fé às considerações tecidas por estes carpinteiros da opinião pública. Tão-só porque escrevem tanto e opinam tanto sobre tantas coisas, não podem, humanamente, conhecer algumas delas. Deixem-me pegar no pincel e na lata de Xilofene (produto com que se pincelam as superfícies para as proteger do bicho da madeira) e prevenir a praga que já começou:
1. Os que vierem a entrar, se a medida se concretizar, já estão no sistema com contratos sucessivos, precários, há 5, 10, 15, alguns 20 anos. Não se trata de admitir mais gente. Trata-se de dar um estatuto de estabilidade mínima à gente que já lá está e tem sido tratada como coisas, escravos da era moderna, ao longo dos tempos, longos tempos. Não há correlação séria entre o que sugerem os senhores jornalistas e a medida. A questioná-la, os argumentos teriam que ser, no mínimo, outros.
2. A questão da média é a velhíssima questão da interpretação dos dados estatísticos. O problema é bem mais complexo que o simples tratamento com recurso ao indicador “média”. Tornava longa e complexa esta nota, que se quer curta e clara, se dissertasse sobre todas as variáveis possíveis e relevantes. Invoco apenas dois exemplos, sob a forma de duas perguntas:
2.1. Há muitas escolas neste país que têm, na mesma sala, no ensino básico, crianças de vários anos desse ensino. Há casos que têm os 4 anos do primeiro ciclo na mesma sala. Terão pensado, os senhores jornalistas, o que resulta para a “média” se se fizer o que tem que ser feito, isto é, pôr um professor por cada ano de escolaridade? Aceitariam, os senhores jornalistas, como muitos pais são obrigados a aceitar, que o mesmo professor ensine, ao mesmo tempo, na mesma sala, crianças do 1º ao 4º ano, se lá tivessem os filhos?
Como fazer quando, por razões demográficas e de desastrosa gestão do território, temos o país deslocado para o litoral e grandes cidades? Se um professor em Mourão tem 12 alunos na sala, porque não há mais crianças lá, e em Lisboa outro tem 32, é justo invocar a “média”, sem considerar este (e outros) factores de ponderação? Para continuar na alegoria da madeira, admitiriam, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, serrar ao meio o professor de Mourão, por causa da “média”? Quem ficaria com o tronco e a cabeça e para onde enviariam, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, as partes baixas?
2.2. Tomemos por exemplo o caso da celebrada Finlândia, com uma “média” superior à nossa. Saberão, os senhores jornalistas, que 25% dos alunos da Finlândia têm um segundo professor a assisti-los? Que aconteceria à “média” se as contas fossem feitas de outro modo?
3. Disseram, os senhores jornalistas, que nos próximos cinco anos o número de alunos vai descer (110.000). Referem-se a uma previsão agora tornada pública. Lá vai Xilofene:
Não se deram conta, os senhores jornalistas, carpinteiros da opinião pública, que a previsão respeita só ao ensino básico? E que acontece ao número de alunos, de todo o sistema, se atingirmos o objectivo Europa 2020?
Que acontece ao número de alunos se cumprirmos, efectivamente, a escolaridade obrigatória de 12 anos?
Que acontece ao número de alunos se anularmos o abandono escolar?
Que acontece ao número de alunos se se efectivar a política anunciada de ensino de adultos (900 milhões de euros previstos nas Grandes Opções do Plano para 2017)?
Que acontece ao número de alunos se recebermos os 900 mil imigrantes que Correia de Campos (presidente do Conselho Económico e Social) acaba de considerar vitais para que a economia cresça?
E não dizem as mesmas previsões que a inversão dos dados demográficos se começará a registar a partir de 2021?
Por fim, terão, os senhores jornalistas, considerado a previsão do número de professores que se aposentarão nos próximos anos? Terão, ainda, os senhores jornalistas, pensado que, se se concretizar o descongelamento da progressão na carreira, isso significa milhares de horas de novas necessidades?
Pode o país pagar tudo isto? Essa é outra questão. Porque um banco é um banco e uma escola é uma escola.
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