terça-feira, 12 de maio de 2020

Reclamação da candidatura eletrónica

Concursos de Educadores de Infância e de Professores dos Ensinos Básico e Secundário: ano escolar de 2020 -2021

Aplicação eletrónica disponível entre o dia 12 de maio e as 18:00 horas do dia 18 de maio de 2020 (hora de Portugal continental), para efetuar a reclamação das candidaturas ao Concurso Externo/Contratação Inicial/Reserva de Recrutamento de 2020/2021.

Guião Orientador para a reabertura das Creches

O guião orientador define um conjunto de normas a observar na reabertura das respostas sociais creche, creche familiar e ama no sentido de orientar e harmonizar o processo, de modo seguro e informado, tendo em vista a segurança das crianças e dos profissionais.


“As medidas não estão vocacionadas para entender que a criança, de repente confinada em casa, está depois confinada numa creche sem adultos de referência, sem contacto direto. Há aqui questões que têm de ser acuteladas”.
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A menos de uma semana da reabertura considera praticamente impossível formar as pessoas que, nesta altura, estão “a desinfetar salas, equipamentos, a retirar brinquedos, a adaptar as condições físicas dos espaços para receber crianças em segurança, a normalizar espaços e avaliar percursos e alternativas junto da equipa para que se consiga funcionar o melhor possível.

segunda-feira, 11 de maio de 2020

Ensine a distância já: Aprendizagem Invertida!

É já na próxima quinta-feira, dia 14 de maio, entre as 16:30 e as 17:30,que decorrerá mais uma edição do Ciclo de Webinares da Escola Virtual - Encurtar @ Distância. 

Ser professor a 360º
Ensine a distância já: Aprendizagem Invertida!

Marco Bento
Investigador em Tecnologia Educativa no CIEd U.Minho / Coordenador do Projeto SUPERTABi / Direção Pedagógica do Colégio Santa Eulália

Neste webinar serão abordados os seguintes temas:
  • O que é a Aprendizagem Invertida (Flipped Learning)
  • Potencialidades da Aprendizagem Invertida
  • Personalizar com Aprendizagem Invertida
  • Diferenciar com Aprendizagem Invertida
  • Multiplicidade de recursos e feedback
A transmissão será feita em direto, via Youtube, no canal da Escola Virtual. Mediante inscrição e participação no webinar, será emitido um certificado de participação.
Para participar, basta inscrever-se e, antes da hora de início, abrir este link: https://bit.ly/webinar4ev

O ME reuniu com os sindicatos de docentes

Reunião de avaliação e auscultação sobre medidas excecionais de organização e funcionamento das escolas, no âmbito da pandemia da doença Covid-19 – 11 de maio de 2020. 

O ME convocou os Sindicatos para uma reunião de avaliação e auscultação sobre medidas excecionais de organização e funcionamento das escolas e enviou  uma nota explicativa com as alterações a introduzir no Decreto-Lei n.º 14-G/2020, de 13 de abril.

A nota explicativa das alterações a introduzir ao Decreto-Lei n.º 14-G/2020, de 13 de abril

Concurso Externo 2020/2021 – Listas Provisórias

Divulgação das listas provisórias de admissão/ordenação e de exclusão aos Concursos Externo / Contratação Inicial / Reserva de Recrutamento 

Estão disponíveis para consulta as listas provisórias de ordenação, de exclusão e de retirados do Concurso Externo para o ano escolar 2020/2021.

Nota informativa


Listas provisórias


Reclamação dos dados constantes das listas provisórias e dos verbetes individuais dos candidatos 

A reclamação terá por objeto o resultado da verificação, por parte do candidato, de todos os elementos constantes das listas provisórias e, caso assim entenda, poderá deles reclamar e  a não apresentação de reclamação equivale à aceitação de todos os elementos constantes das listas provisórias e dos verbetes.
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3. No portal da DGAE serão disponibilizados os verbetes aos quais os candidatos terão acesso introduzindo o seu número de utilizador e respetiva palavra-chave. 

4. A reclamação, prevista no n.º 2 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 132/2012, decorrerá no prazo de cinco dias úteis, entre as 10:00 horas do dia 12 de maio e as 18:00 horas do dia 18 de maio de 2020 (horas de Portugal continental).
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8. No mesmo prazo, e também por via eletrónica, podem os candidatos desistir total ou parcialmente do concurso, de acordo com o disposto no n.º 7 do artigo 14.º do Decreto-Lei n.º 132/2012, de 27 de junho, na redação em vigor. 

9. A aplicação da reclamação eletrónica dispõe de três opções, podendo os candidatos selecionar uma ou mais, de entre as seguintes:
 a) Desistência da candidatura efetuada aos Concursos Externo /Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento. [Opção A]; 
b) Reclamar, corrigir dados, desistência parcial de graduações do Concurso Externo /Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento [Opção B]; 
c) Reclamar da validação efetuada pela entidade de validação dos Concursos Externo /Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento [Opção C]. 

10. As alterações aos dados introduzidos na candidatura ou no aperfeiçoamento são exclusivamente feitas pelo candidato no respetivo campo, após seleção da opção correta: Reclamar/Corrigir dados /desistência parcial da candidatura [Opção B]. Não serão considerados quaisquer pedidos de alteração de dados formalizados em texto livre nas outras opções da reclamação eletrónica, nomeadamente na [Opção C]. 

11. Alerta-se os candidatos para a necessidade de apresentar reclamação de qualquer campo que tenha sido, por lapso, indevidamente validado ou invalidado pela entidade de validação (Agrupamento de Escolas/Escola não Agrupada). As candidaturas com campos incorretamente  validados, que impliquem a invalidação das mesmas, e que não tenham sido objeto de reclamação, serão excluídas da lista definitiva.

Não dispensa a leitura da Nota Informativa

domingo, 10 de maio de 2020

APEI considera que as normas emitidas pela DGS são desadequadas e representam "uma violência contra as crianças"

POSIÇÃO DA APEI SOBRE A REABERTURA DAS CRECHES A 18 DE MAIO


APEI

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Expresso

A Associação de Profissionais de Educação de Infância (APEI) manifestou este domingo "profunda preocupação" com as condições de reabertura de creches dentro de uma semana e diz que as recomendações emitidas pelas autoridades de saúde são "profundamente desadequadas".

A Direção-Geral da Saúde (DGS) já fez um conjunto de recomendações para a reabertura das creches, que pode acontecer a partir de dia 18, sendo essas recomendações que a APEI vem agora contestar, manifestando-se disponível para colaborar com o Governo e outras entidades com responsabilidade nas respostas às crianças com menos de três anos, para "encontrar as melhores soluções".

Ainda que tendo consciência do caráter excecional do momento devido ao novo coronavírus, a associação diz que as propostas para a abertura das creches, a serem cumpridas, "estão objetivamente a lesar o desenvolvimento das crianças".

"Manter uma distância física de dois metros entre cada criança e impedir que possam interagir entre si, evitar o toque em superfícies, dispor mesas em linha ou crianças colocadas de costas umas para as outras, evitar a partilha de brinquedos e outros objetos, ter adultos de referência (educadoras e auxiliares), com os quais as crianças mantêm vínculos profundos, a usar máscaras, são medidas reveladoras de um desconhecimento sobre a realidade do trabalho educativo em creche e sobre o desenvolvimento das crianças com menos de três anos", alerta a APEI no comunicado, acrescentando que essas medidas são "profundamente perturbadoras" e representam "uma violência contra as crianças".

"Pegar ao colo, olhar nos olhos e deixar que a criança crie empatia através da expressão facial, falar perto da sua cara e acariciar o seu rosto são afetos que constroem e cimentam as interações e o vínculo entre criança e educador/cuidador. Impedir estas manifestações de afeto ou artificializá-las, com máscaras e distância física, é violentar a relação", avisa a associação.

Assim como é "violentar" a criança "aprisioná-la" em mesas, espreguiçadeiras ou parques, quando essa criança está na fase da progressiva autonomia, de explorar os espaços e os materiais e a relação com os outros.

"É difícil compreender como é possível pensar em reabrir as creches com este tipo de recomendações que, é bom clarificar, vão abranger as crianças maioritariamente oriundas de famílias com condições sociais de maior vulnerabilidade e desigualdade socioeconómica, precisamente as que não terão alternativa a não ser a creche, pois as restantes irão optar por mantê-las em segurança, na sua casa", refere ainda o comunicado da associação.

No documento, a APEI não dá soluções para o problema, mas diz estar a promover uma reflexão para preparar recomendações sobre a matéria que contribuam para a garantia de condições de higiene, segurança e bem estar das crianças, e para a valorização do trabalho pedagógico e de apoio às famílias.

Posição da ACPEEP sobre as recomendações da DGS para a reabertura das Creches

Na sequência da Sessão Informativa realizada no dia 8-5-2020 para apresentação das Medidas para Reabertura das Creches pela Direção Geral de Saúde  pela Secretaria De Estado da Acção Social, a ACPEEP reiterou a sua posição de que algumas das medidas propostas não são exequíveis nem adequadas para a resposta social de CRECHE, solicitando a respetiva revisão e adaptação.

Referimo-nos, em concreto às seguintes medidas:
 1)  As crianças não podem partilhar o seu brinquedo / os materiais didáticos com os colegas, os materiais devem ser unipessoais (funcionalmente impossível e pedagogicamente inaceitável);
 2)  As mesas devem estar viradas para o mesmo sentido, as crianças não devem estar em U (desapropriado, as crianças estão sentadas no chão/no tapete ou em pequeno grupo a imitar/repetir o que a educadora e os colegas fazem, é assim que aprendem, têm que se ver umas às outras, não se mantêm no mesmo lugar e na mesma posição por muito tempo, muito menos sentadas);
 3)  As crianças devem manter um distanciamento social entre elas, de cerca de 2m  (não conseguimos, nem queremos restringir os movimentos das crianças e a sua aproximação dos colegas, não podemos impedir ou orientar as suas deslocações, as interações entre crianças são necessárias ao seu desenvolvimento);
 4)  Os catres e os berços devem estar a uma distância de 2m entre eles (as salas não têm dimensões suficientes para tal);
 5)  É preciso haver espaços, que não estejam a ser utilizados, para dividir ou reduzir turmas (na maioria das creches não existem espaços que não estejam a ser utilizados. Além disso, ao dividir os grupos, as crianças deixam de estar com os adultos de referência);
 6)  Cada bebé deve ter a sua própria espreguiçadeira (não há espaço na sala parque para colocar tantas espreguiçadeiras, mas mesmo se assim fosse, as crianças iriam gatinhar por cima das espreguiçadeiras, porque ficariam sem espaço para exploração);
7)   A definição de circuitos de circulação com entradas e saídas distintas, para não haver cruzamento de pessoas, poderá obrigar as pessoas a percorrer mais espaços dentro da instituição. O ideal é não passarem das entradas.
Assumimos que estas medidas não são exequíveis, pelo que os diretores das creches não se podem responsabilizar pela sua implementação. Consideramos que, apesar de tudo, podem existir condições e procedimentos adequados para minimizar o risco de contágio do Covid19 nas creches, sendo que há riscos que nunca poderão ser eliminados, pelo que temos que aprender a conviver com eles.

A escola não é um depósito e os profissionais de educação não são guardadores de crianças!

Opinião sobre reabertura das creches de uma mãe com 2 filhos.
Reflexão sobre algumas medidas preconizadas e o seu impacto a nível de desenvolvimento mental e emocional das comunidades educativas.
Ser saudável não é só a ausência de doença.



O que está a ser pedido pela DGS não é praticável. De quem será a responsabilidade se não forem cumpridas essas orientações?

A importância da gestão escolar para a melhoria das Escolas

Gestão Escolar e Melhoria das Escolas: o que nos diz a investigação


A obra coordenada por Ilídia Cabral e José Matias Alves ajuda-nos a evitar estes três desvios e a manter um equilíbrio necessário entre os três vértices do triângulo. Alguns capítulos valorizam o conhecimento científico, através de sínteses bem elaboradas, pondo em destaque a importância da gestão escolar para a melhoria das escolas. Outros capítulos, sobretudo aqueles que apresentam os estudos empíricos, permitem compreender a realidade das escolas e as “vozes” dos seus gestores. As recomendações elaboradas em várias passagens da obra articulam um pensamento que cruza o conhecimento e o estudo das situações concretas com as políticas públicas. Estamos perante um trabalho de grande relevância, que ajuda a pensar os temas da gestão escolar e da melhoria das escolas num tempo marcado por muitas incertezas, e pela convicção generalizada de que vai haver grandes mudanças na educação.
António Nóvoa
(Excerto do prefácio)

sábado, 9 de maio de 2020

A relação com o sistema escolar em tempos de crise e de ensino à distância

Educação e crise: ensino ou distância?
Francisco Teixeira, Raquel Varela e Roberto della Santa

Os professores são essenciais ao atual estado de coisas, a escola é essencial à nossa vida democrática, mas não a podemos submergir em fetichismo e normativização digital e tecnológica que, mais do que libertar, nos aprisiona a todos.

Um dos imensos desafios criados pelo confinamento foi o da sua relação com o sistema escolar. A ideia de que se pode “dar aulas” à distância foi amplamente divulgada. O professor foi individualmente recrutado a ser ele uma escola inteira – quando a escola é por excelência um coletivo. Mesmo com os falhanços óbvios do sistema, a nível técnico, democrático, proteção de direitos e sofrimento psíquico de famílias, alunos e professores – “sofrimento psíquico” que levou, por exemplo, que alguns Estados norte-americanos tenham abandonado o “ensino à distância”. “Aulas” remotas, sobretudo com crianças e adolescentes, sincronizadas ou não, continuaram a ser apelidadas de “aulas à distância”, quando não constituem verdadeiro ensino e educação.

Num desafio, é tão importante conhecer a solução como o problema. Pensar que o problema estaria na falta de computadores é redutor e desconhece o que são hoje os problemas da educação. Incentivar os municípios a adquirir computadores ou iPads, canalizando para aí recursos (com tantos docentes mal pagos), desconhece que o problema fundamental do ensino, e que o tem levado a afastar-se cada vez mais dos seus sujeitos – professores e alunos –, é de outra natureza. Não faltam computadores a muitos, e mesmo assim o seu alheamento é evidente.

A educação escolar moderna é um processo de formação humana integral que se desenvolve de maneira complexa, politécnica e omnilateral, isto é, em todas as direções (de que é exemplo o homem vitruviano de Leonardo da Vinci, envolvendo o desenvolvimento humano em todas as direcções, todas as esferas da vida). Os processos de ensino e aprendizagem exigem, pela particularidade do acto de educar, a simultaneidade (e não a sincronidade). É preciso sentido e vontade conjugados, no tempo e no espaço, de forma coletiva – sem o que “o ensino” é um feitiço, um simulacro. E não empenhará nem alunos nem professores. Pelo contrário, levará a mais abandono, desmotivação de alunos, burnout de docentes (e mesmo de alunos). 

Mesmo com cada vez mais iPads, o acto de ensinar tem que saber criar paixões por conhecer, e não compulsões por repetir. São imensos os sinais e indicadores de que já antes da covid-19 essa paixão, essa vontade de ensinar e de saber, que nenhuma máquina substitui, se tem vindo a esbater em demasiadas escolas, com professores e alunos em crescentes más condições de trabalho, vida, programas de ensino, metas, avaliações e toda uma panóplia de “educação para o mercado” que nos deixou, ainda em tempos de “normalidade”, muito longe do sonho de Da Vinci. O “ensino à distância” vai ainda distanciar mais os sujeitos do seu sentido de trabalho, educação, ensino e estudo.

Sem relação presencial entre alunos e professores, estimulando o sentido crítico, debatendo e combatendo com conhecimento opções de contraditório, argumentando e contra-argumentando, estabelecendo relações críticas tensionais, não existe verdadeira educação livre. Não que o processo de educação-ensino-aprendizagem não possa e não deva incluir meios digitais, presenciais ou à distância, tecnologias de informação e comunicação de natureza não analógica. Mas esses meios são sempre subsidiários e secundários – suporte didáctico, e não modalidade de ensino – relativamente àquilo que é o essencial da relação pedagógica. 

Não é possível construir um espaço de aula exclusivamente através de meios digitais ou televisivos, embora estes possam e devam estar à disposição de professores e alunos. Não que esses espaços não possam ser utilizados, neste momento particular. Mas nunca, e esse é o perigo que hoje se vive em Portugal, através da veiculação da ideia anticientífica de que usar, em exclusivo e como forma substituta das aulas presenciais, uma plataforma digital ou um canal de televisão com conteúdos culturais é “dar” aulas ou um momento “mágico”. Não é. Bem pelo contrário. É um momento trágico.

Uma das principais, senão a principal, obrigação ética do professor (e, bem entendido, do sistema educativo no seu conjunto) para com os seus alunos, é a honestidade intelectual. Por isso é que é preciso deixar de insistir na ideia e semântica, e mais ainda na prática simulada, das “aulas à distância”, das “aulas digitais”, da “tele-escola”.
Do que se trata, neste momento, é da transformação da casa de muitos numa “unidade produtiva”, sem espaço para a vida privada, submetidos a uma lógica laboral permanente, totalitária, exceto quando não estão a dormir

Aliás, o que esta semântica, induzida sobretudo politicamente (mas não só) tem provocado (com inúmeros exemplos, de reportagens jornalísticas, testemunhos de professores, das suas organizações sindicais, dos diretores de agrupamentos, etc.) é uma relação altamente stressante e disfuncional entre muitas escolas, professores e alunos e suas famílias, por via de protocolos altamente perturbadores das dinâmicas familiares, da psicologia infantil e juvenil, bem assim como das relações sociais e das próprias condições de trabalho dos professores, subitamente esmagados por lógicas burocráticas e de controlo que impedem uma normal fruição e regulação da sua vida privada e familiar. Do que se trata, neste momento, é da transformação da casa de muitos numa “unidade produtiva”, sem espaço para a vida privada, submetidos a uma lógica laboral permanente, totalitária, exceto quando estão a dormir.

Muitas destas disfunções poder-se-iam justificar em nome do bem comum. Mas não é disso que se trata. Os alunos não estão a ser ensinados, as aulas não estão a ser “dadas” (mesmo aos que estão nas “aulas”, já que uma parte, em alguns casos 60%, nem lá vai, à “aula” virtual), as relações pedagógicas foram substituídas por protocolos digitais que simulam relações pedagógicas, usadas por muitos como mecanismo de legitimação de uma normalidade impossível, porque estes não são tempos normais.

Bem entendido, os professores e a Escola não podem abandonar os seus alunos e as suas famílias, como não o têm feito (com um ora heroico, ora voluntarista menosprezo pela sua própria vida pessoal e familiar). Pelo contrário. A sua presença, ainda que digital, é de fundamental importância para a sua conexão à cultura, ao conhecimento, à sociedade e a um tipo de aprendizagem informal, mas que não pode deixar de ser senão modulação cultural e cívica, ao invés de pseudoaulas, de novos conteúdos, de conferências televisionadas ou de monólogos digitais, que uns apresentam e os outros fazem de conta que ouvem e aprendem. Pelo contrário, a estratégia só pode ser a de uma relação cultural ampla, crítica e não instrumental, evitando a ideia e o objetivo curricularista estrito.

Para além disso, e muito em particular, é especialmente preocupante que o atual modelo de pseudoensino à distância esteja a normalizar uma relação acrítica, dos alunos, dos professores e da sociedade, com os meios de comunicação digitais e televisivos (e com a política), uma relação passiva, com os seus mecanismos conetivos, “saltitantes” e superficializadores, menosprezando a atenção, a concentração, a imaginação, o pensamento abstrato, fundamento da ciência fundamental, e a interioridade experiencial, típica da leitura em papel, própria dos livros analógicos, e que constituem a raiz da cultura de resistência e autoconstrução pessoais e coletivas, contra a alineação produtivista dos meios rápidos e de pura exterioridade existencial.

Os professores são essenciais ao atual estado de coisas, a escola é essencial à nossa vida democrática, mas não a podemos submergir em fetichismo e normativização digital e tecnológica que, mais que libertar, nos aprisiona a todos. A verdadeira educação democrática e republicana distancia-se dos privilégios da corte e do clero e aproxima-nos das ideias de liberdade humana, igualdade social e audácia no saber e na crítica.

Regresso às aulas presenciais - Orientações da DGS

Regresso ao Regime Presencial dos 11.º e 12.º Anos de Escolaridade e dos 2.º e 3.º Anos dos Cursos de Dupla Certificação do Ensino Secundário

Reabertura das Creches envolve riscos

Reabertura das creches. Tudo o que pais e educadores precisam de saber


A DGS adverte que o regresso à atividade nas creches envolve riscos. Pais e educadores têm pela frente um desafio nunca visto. E as crianças também.

Linhas orientadoras são desafio às creches, às crianças e aos pais

Apesar de algumas das medidas anunciadas esta sexta-feira já estarem contempladas nos planos de contingência das creches, outras, agora anunciadas e que serão formalizadas nos próximos dias, são um autêntico desafio para educadores, crianças e pais.

No essencial, as medidas detalhadas pela DGS são as seguintes, para todas as creches:

Existência de área de isolamento de casos suspeitos de Covid-19, com circuitos definidos e isoláveis

Garantia de substituição de funcionários doentes

Não utilização de sistemas de ar condicionado em sistema de recirculação

Existência de um dispensador de gel desinfetante por sala

Encerramento de espaços não utilizados

Arejamento dos espaços com abertura de portas e janelas

Rigor na higiene de todos os espaços, com reforço de ações de limpeza e descontaminação, incluindo limpeza de mesas e cadeiras entre turnos nas “cantinas”

Distanciamento entre crianças nas pausas e espaços de refeição

Berços, camas ou catres sempre utilizados pela mesma criança e com espaçamento mínimo de 2m entre si (há creches que se queixam de falta de espaço para implementar esta medida)

Divisão de turmas, tornando-as mais pequenas

Turmas fixas, ocupando diariamente o mesmo espaço, com o mesmo educador e com os mesmos circuitos de circulação

Mesas de trabalho orientadas no mesmo sentido (as creches trabalham habitualmente com mesas redonda ou dispostas em “U”)

Uso de “máscara cirúrgica” pelos profissionais e pelas crianças com idade superior a 6 anos (abaixo desta idade a máscara não é permitida)

Espaçamento de 2m entre crianças (medida que a própria DGS reconhece não ser de fácil aplicação)

Material didático não deve ser partilhado entre as crianças

Os brinquedos pessoais ficam em casa

Os pais devem disponibilizar calçado para uso exclusivo no interior das creches

Os pais não podem entrar nas creches, devendo a entrega e receção das crianças ser feita de forma individual

No caso do transporte das crianças em viaturas disponibilizadas pelas creches, ou empresas prestadoras desse tipo de serviço, serão aplicadas as mesmas regras em vigor para os transportes públicos.

Desafios que se colocam à educação em Portugal a partir do próximo mês de setembro

Que Educação para a Era Pós-Covid-19?
António Dias de Figueiredo

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Em resumo, são estes os desafios que se colocam à educação em Portugal a partir do próximo mês de setembro:

  • Reforçar radicalmente a autonomia nas escolas.
  • Assegurar que cada escola ou agrupamento constitui uma infraestrutura tecnológica sustentável e um padrão de práticas que a prolongue de forma permanente para o espaço online.
  • Desenvolver de forma gradual a competência dos professores para a educação online.
  • Iniciar um percurso gradual de apropriação cultural do telemóvel para a prática pedagógica.
  • Manter um serviço público, pedagógico, televisivo de alta qualidade para as populações que pretendam aprender mas não têm alternativas e assegurar, desde já, através desse serviço, um programa de alfabetização e de literacia digital.

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Paulo Guinote

Ou as novas tecnologias servem a Educação e os seus agentes ou servem apenas para uma nova forma de servidão laboral, só que com o verniz da modernidade digital.
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Um “novo paradigma” não pode ser o mesmo de sempre em termos de procedimentos + computadores + sessões à distância em sincronia. Caso contrário é apenas o velho paradigma com roupagens novas.

sexta-feira, 8 de maio de 2020

Esclarecimento do SE João Costa sobre as aulas presenciais

SOBRE AS AULAS PRESENCIAIS

Tendo surgido dúvidas sobre quais as disciplinas que se realizam presencialmente a partir de 18 de maio, em particular no 11.º ano, esclarece-se que:

- Realizam-se presencialmente as disciplinas do secundário do ano em que se façam os exames respetivos. Assim, as disciplinas trienais apenas têm aulas presenciais no 12.º ano.

- Os alunos frequentam estas disciplinas independentemente de cada um dos alunos nelas realizar exame.

- O mesmo aplica-se às diferentes ofertas educativas de ensino secundário, com as devidas adaptações.

Procedimentos em estabelecimentos de restauração e bebidas

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou esta sexta-feira uma orientação para estabelecimentos de restauração e bebidas.

Entre as medidas a adotar pelas empresas, destaca-se a redução da capacidade máxima do estabelecimento, por forma a assegurar o distanciamento físico recomendado (2 metros) entre as pessoas, privilegiando a utilização de áreas exteriores, como as esplanadas (sempre que possível) e o serviço take-away.

A disposição das mesas e das cadeiras deve garantir uma distância de, pelo menos, dois metros entre as pessoas, mas os coabitantes podem sentar-se frente a frente ou lado a lado, a uma distância inferior. 

A DGS recomenda também que, sempre que possível e aplicável, seja promovido e incentivado o agendamento prévio para reserva de lugares. Por outro lado, estão desaconselhados os lugares de pé, tal como as operações do tipo self-service, como buffets. 

A limpeza e desinfeção dos espaços deve respeitar as orientações anteriormente emitidas pela DGS, sendo que os proprietários devem desinfetar, pelo menos seis vezes por dia, todas as zonas de contacto frequente (maçanetas de portas, torneiras de lavatórios, mesas, bancadas, cadeiras, corrimãos) e, após cada utilização, os equipamentos críticos (tais como terminais de pagamento automático e ementas individuais. 

A orientação estabelece a necessidade de higienização das mãos com solução à base de álcool ou com água e sabão à entrada e à saída do estabelecimento por parte dos clientes, que devem respeitar a distância entre pessoas de, pelo menos, 2 metros e cumprir as medidas de etiqueta respiratória. 

Os clientes devem também considerar a utilização de máscara (exceto durante o período de refeição), evitar tocar em superfícies e objetos desnecessários e dar preferência ao pagamento eletrónico. 

O documento estabelece também os procedimentos a adotar pelos colaboradores dos estabelecimentos de restauração e bebidas, nomeadamente a utilização de máscara durante o período de trabalho com múltiplas pessoas.

Procedimentos em estabelecimentos de restauração e bebidas

Reserva de recrutamento n.º 29

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 29.ª Reserva de Recrutamento 2019/2020.

Listas

Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 11 de maio, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 12 de maio de 2020 (hora de Portugal continental).

A apresentação dos docentes é efetuada no AE/ENA, nos dois primeiros dias úteis após a respetiva colocação. Excecionalmente, devido à vigência do Estado de Calamidade, deverá ser efetuada por e-mail dirigido à Direção do Agrupamento de Escolas / Escola não Agrupada onde ficaram colocados.

Consulte a Nota informativa

RR30 – 15 de maio de 2020

Divulgação do Curso Pós-graduado em Tecnologias e Robótica no Ensino Básico

Caros(as) colegas,

Esperamos que se encontrem todos bem.

Vimos por este meio divulgar a abertura de candidaturas à edição 2020/2021 do curso pós-graduado de especialização em Tecnologias e Robótica no Ensino Básico do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa.

O curso funcionar em regime presencial, com possibilidade de participação e frequência a distância para os alunos que não possam estar presencialmente.

+ Informações: http://www.ie.ulisboa.pt/ensino/cursos-pos-graduados-especializacao/tecnologias-robotica-ensino-basico

Vídeo do seminário de apresentação: https://www.youtube.com/watch?v=0k-YryLf3pM

Candidaturas: http://www.ie.ulisboa.pt/ensino/cursos-pos-graduados-especializacao/candidaturas

Edital de Abertura de Candidaturas: http://www.ie.ulisboa.pt/download/candidaturas-cpg-esp-treb-8-2020?wpdmdl=46615

Programa de Estabilidade (PE) e o Programa Nacional de Reformas (PNR) para 2020

O Conselho de Ministros aprovou o Programa de Estabilidade (PE) e o Programa Nacional de Reformas (PNR) para 2020. Os documentos foram já enviados à Assembleia da República, nos termos da legislação nacional, e posteriormente serão remetidos à Comissão Europeia.

Os professores nunca trabalharam tanto como agora!

(Clicar na imagem)

Avaliação e certificação de manuais escolares

Publicado o Despacho que define as regras e os procedimentos relativos à reorganização ou alteração das equipas científico-pedagógicas das entidades acreditadas e das comissões de avaliação, destinadas à avaliação e certificação de manuais escolares

Educação - Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Educação

quinta-feira, 7 de maio de 2020

Petição Pública

Por que não devem reabrir as escolas para o ensino secundário


Exmo. Sr. Presidente da Assembleia da República

Somos um grupo de professores do ensino básico e secundário que tem lecionado em várias escolas, onde tomámos contacto com realidades económicas, sociais e culturais muito diversas. A decisão de reabertura das escolas do ensino secundário, com vista à realização de exames nacionais, no contexto da actual pandemia da Covid-19, não cumpre o direito dos alunos portugueses ao ensino com garantia de igualdade de oportunidades de acesso e êxito escolar.
Defendemos que as escolas não devem voltar a abrir para o ensino secundário no actual ano lectivo.

Petição - A aguardar assinaturas online
Subscritor(es): Maria Sanches Ribeiro

Texto da Petição

Romance Pó de Arroz e Janelinha

Para, sorrir, e animar os dias de quem gosta de ler . O Romance Pó de Arroz e Janelinha, uma iniciativa das escritoras Alice Vieira e Manuela Niza para se manterem ocupadas durante a quarentena. São 4 crónicas por semana para serem lidas no site retratoscontados. pt


Os folhetins são publicados semanalmente, desde o dia 4 de abril, aqui: 

“PÓ DE ARROZ E JANELINHA”

Aprovado o decreto-lei que estabelece medidas excecionais de organização e funcionamento das escolas que garantam a retoma a 18 de maio de 2020

- Foi aprovado, na generalidade, o decreto-lei que estabelece medidas excecionais de organização e funcionamento das escolas que garantam a retoma, a 18 de maio de 2020, das atividades letivas presenciais em condições de segurança para toda a comunidade educativa.

Definem-se normas relativas à reorganização de espaços, turmas e horário escolares, que garantem o cumprimento das orientações das autoridades de saúde/Direção-Geral da Saúde, nomeadamente em matéria de higienização e distanciamento físico; à realização de provas e exames; ao preenchimento de necessidades temporárias de pessoal docente, designadamente, para colmatar a ausência de professores inseridos em grupos de risco, mediante certificação médica; e à gestão de pessoal não docente dos agrupamentos de escolas, designadamente pela sua recolocação em estabelecimento do mesmo agrupamento quando o estabelecimento de educação ou ensino onde normalmente exercem funções se encontre temporariamente encerrado.

As atividades letivas presenciais serão reiniciadas, este ano letivo, para os alunos dos 11.º e 12.º anos de escolaridade e dos 2.º e 3.º anos dos cursos de dupla certificação do ensino secundário e para os alunos que frequentam os estabelecimentos de educação especial.

São realizadas presencialmente as disciplinas do secundário do ano em que se façam os exames respetivos. Assim, as disciplinas trienais apenas têm aulas presenciais no 12.º ano. Os alunos frequentam estas disciplinas independentemente de nelas realizarem exame. O mesmo aplica-se às diferentes ofertas educativas de ensino secundário, com as devidas adaptações.

Propõem-se ainda normas sobre o acompanhamento e monitorização regular das crianças e jovens em situação de risco.
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Sindicato contra a abertura do Pré-Escolar a 1 de junho

Creches/Pré-Escolar – abertura 1 de junho de 2020

O Governo prolongou o calendário escolar até 26 de junho.

Estando prevista a abertura das creches e do Pré-Escolar a 1 de junho o SIPE considera que:

A proximidade social e afetiva inerente a estas faixas etárias quer por parte dos educadores quer por parte dos bebés e crianças pode facilitar a propagação exponencial do coronavírus junto da comunidade educativa e respetivas famílias com consequências graves para a Saúde Pública.

Não podemos deixar de alertar para o facto de o pré-escolar ser frequentado por crianças com idades compreendidas entre os 3 e os 5 anos, divididas em grupos de 25 crianças em cada sala e não nos parece possível que, com apenas uma educadora por sala, seja possível manter o distanciamento social nem será possível a higienização de cada objeto sempre que uma das crianças brincar com ele. Como é do conhecimento publico, tanto quanto se sabe as crianças são, o grupo mais assintomático, mas transmissor e com mais contacto publico.

Tendo ainda em consideração que nos estamos a referir a um período temporal de 3 semanas, consideramos esta decisão precipitada

Horários e operacionalização, as escolas que resolvam!!!


 Não é preciso ser um mestre das “ciências ocultas da elaboração de horários de uma escola” para entender que não se consegue colocar mais de 2 aulas de 90 minutos entre as 10:00 e as 13:05 (exemplo com intervalo de 5 minutos) por dia, o que perfaz um total de 20 tempos semanais. Logo, e uma vez que surgiu a indicação de que todos os alunos devem estar presentes em todas as aulas de disciplinas que tenham exame nacional, independentemente de virem a fazer o(s) exame(s) das ditas (o ME poderá até vir a legislar o contrário, mas é isso que lá está escrito no documento da DGESTE, preto no branco), se quisermos respeitar a indicação de que uma turma deve estar apenas de manhã ou de tarde, é necessária a redução da carga letiva das disciplinas para a metade. Mas será isso que todas as escolas irão fazer? Tenho dúvidas, até porque já se começam a ouvir soluções verdadeiramente estapafúrdias, como a de manter o ensino não presencial até às 17:00 e “oferecer” aulas presenciais das 18:00 às 20:00 (!), justificando-se assim as mensalidades cobradas (estou a falar de colégios privados).

Vamos ser claros: o ME apercebeu-se da dificuldade da operacionalização do que propôs e, refém do ensino particular e de outros lobbies ligados aos exames nacionais, optou por dar margem à criação de um sem número de soluções, jogando assim a responsabilidade de eventuais falhas que possam acontecer para as Escolas. Isto deve ser dito sem receios e deixado claro, pois é incompreensível e inaceitável que não se apresentem soluções que permitam uma maior uniformidade de procedimentos, de forma a evitar atropelos e leituras enviesadas que, além de tudo, permitam também a quem cobra pelos seus serviços (colégios privados) justificar os valores apresentados.

É minha opinião que as Direções e os Conselhos Gerias de todas as escolas públicas devem unir-se rapidamente na elaboração de um abaixo-assinado conjunto que deixe clara a discordância com o até aqui exposto, excluindo as suas escolas de quaisquer responsabilidades de futuros problemas. Mais: é inadmissível que um aluno opte por não assistir a aulas presenciais, tendo as faltas justificadas, mas se veja privado dos conteúdos das mesmas. Isto deve ser salvaguardado por orientação das escolas. Se o ME não desempenha o seu papel na luta pela equidade e contra a exclusão, desempenharemos nós, professores e direções.

Escolas não sabem a quantas disciplinas vão ter de dar aulas no 11.º ano


Alunos do 11.º e 12.º ano deverão voltar às aulas no próximo dia 18. Mas directores nem sequer sabem ainda que disciplinas deverão ter. O presidente do Conselho das Escolas é lapidar. “A Administração porta-se como Pilatos: já falou, lavou as mãos e agora as escolas que resolvam.”