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quarta-feira, 31 de dezembro de 2014

terça-feira, 30 de dezembro de 2014

Listas 11ª Reserva de Recrutamento

Listas de Colocação, Não Colocação e Retirados - 11ª Reserva de Recrutamento



11ª Reserva de Recrutamento - Docentes de Carreira - ano escolar de 2014/2015
Aplicação disponível, durante os dias úteis, das 10:00 horas de quarta-feira, dia 31 de dezembro, até às 23:59 horas de quarta-feira, dia 07 de janeiro de 2015

Datas e Condições de Inscrição no Teste de inglês 2014/2015

Publicado  hoje o Despacho que determina, para o ano letivo 2014-2015, a aplicação, em todos os estabelecimentos do ensino público, particular e cooperativo em Portugal continental e nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira, com caráter obrigatório, do teste Preliminary English Test (PET) de Cambridge English Language Assessment da Universidade de Cambridge. 



A realização do teste é obrigatória para os alunos a frequentar o 9.º de escolaridade, sendo facultativa para os restantes alunos

Componente escrita, no dia 6 de maio de 2015, às 14 horas em Portugal continental e na região autónoma da Madeira e às 13 horas na região autónoma dos Açores.

Componente oral, em sessões a agendar pelos estabelecimentos de ensino, entre os dias 7 de abril e 5 de maio de 2015.

segunda-feira, 29 de dezembro de 2014

A obra de Nuno Crato

Económico

Entre dezembro de 2011 e setembro de 2014 registou-se uma redução de 79 879 funcionários públicos (uma quebra de 11%).

-20,2% - Menos 30.464 professores em três anos

Entre Dezembro de 2011 e Setembro de 2014 registou-se uma redução de 79.879 funcionários públicos (uma quebra de 11%). Mais de metade desta redução foi conseguida com a saída de trabalhores do Ministério da Educação. De acordo com os dados da Direcção Geral do Emprego Público, durante este período houve uma redução de 41.063 (17,4%) de funcionários da tutela de Nuno Crato. Os mesmos dados mostram que saíram 30.464 entre educadores de infância e os professores do básico e secundário. O que representa uma redução de 20,2% do corpo docente em quase três anos.

6 mil - Aposentações

No ano passado, Nuno Crato conseguiu cumprir com a meta de passar à aposentação seis mil professores do básico e secundário. Esta foi uma das várias medidas que o ministro invocou para que fossem libertados mais lugares nas escolas onde poderiam ser colocados os horários zero.

165 - Horários zero

Apesar das várias medidas que têm vindo a ser adoptadas pelo Ministério da Educação para reduzir "a zero" o número de horários zero (professores sem turma atribuída) há ainda, no final do 1º período de aulas, 165 professores nesta situação. Estes são os docentes que, caso não sejam colocados, estão em risco de passar ao regime da requalificação a partir de Fevereiro.

1342 - Rescisões

Foram apenas 1.342 professores do básico e secundário que sairam do Estado através do programa de rescisões de mútuo acordo. Ou seja, sairam do Estado 37% dos 3.606 professores que pediram para rescindir. Depois de analisados os pedidos, o Ministério enviou a propostas para quase metade (1.889) dos docentes. O que significa que houve 547 docentes que acabaram por recusar a proposta que receberam do Governo para abandonar a Função Pública. 
Não foi revelado pelo MEC quantos dos 1.342 professores que rescindiram eram horários zero. Além disso, conclui-se que apesar de terem sido os professores que mais pediram para sair do Estado, no final, não foi este o programa que contou com mais rescisões no universo da Função Pública.

Metas Curriculares de Inglês no 1º CEB

O Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, homologou as metas curriculares para o ensino de Inglês no 1.º ciclo, que surgem na sequência da recente introdução desta língua como disciplina obrigatória do currículo a partir do 3.º ano de escolaridade, no ano letivo de 2015/2016.



 Metas Curriculares de Inglês dos 3.º e 4.º anos de escolaridade, do 1.º ciclo do ensino básico.
DGE


Publicado o Despacho de Homologação das Metas Curriculares para o 1.º Ciclo do ensino básico.


Opinião de Paulo Guinote

Paulo Guinote

A Liberdade em Educação é um conceito tentador e uma prática muito recomendável, assim estejam reunidas as condições para que não se transforme apenas na liberdade do mais forte na selva concorrencial.

Liberdade das famílias para escolherem a escola dos seus filhos.

Liberdade das escolas para escolherem os alunos mais adequados ao seu projecto educativo.

Liberdade das comunidades escolares para adequarem o modelo de gestão a esse projecto e à sua identidade específica.

Liberdade dos alunos para escolherem o ritmo e estilo de trabalho mais apropriado ao seu perfil de aprendizagens e aos seus interesses pessoais.

Liberdade dos professores para escolherem as metodologias e práticas mais apropriadas ao trabalho com as suas turmas e alunos, à gestão dos conteúdos e à avaliação dos alunos.

E a anáfora poderia continuar, na enunciação das várias liberdades indispensáveis para que se respire uma verdadeira Liberdade nas escolas, condição essencial para a formação dos cidadãos plenos de uma Democracia consolidada.

Mas, apesar da imensa retórica produzida em torno de palavras como “autonomia”, “liberdade”, “flexibilidade”, “descentralização”, “aproximação”, a verdade é que os tempos são de fortíssimas limitações a qualquer daquelas liberdades, cada vez mais mitigadas e em desaparecimento acelerado na rede pública de ensino.

Não interessa aqui retomar uma desgastada e já conhecida oposição entre as formas de funcionamento nos sectores público e privado da Educação. Interessa sublinhar de que forma a última década fragmentou as condições de funcionamento e aumentou as desigualdades no âmbito das escolas públicas.

Por um lado, foi criado um modelo único de gestão e administração escolar que reforçou os mecanismos de centralização e hierarquização na tomada de decisões, distanciando o centro decisor do quotidiano escolar, de alunos, funcionários e professores e destruindo a partilha de responsabilidades em agrupamentos de escolas cada vez mais sobredimensionados para a nossa pequenez territorial e populacional.

O processo contínuo de aglomeração de escolas em “unidades orgânicas” híper-centralizadas diminuiu, por outro lado, a diversidade de oferta de projectos educativos concorrentes numa mesma área, assim como retirou autonomia às escolas que perderam centros de decisão próprios.

Para além disso, a anunciada iniciativa de municipalizar a gestão das escolas vai conduzir, de forma inevitável, a um maior grau de homogeneização e indiferenciação dos referidos projectos, acabando com qualquer possibilidade de verdadeira liberdade de escolha por parte das populações. A autonomia das escolas desaparecerá por completo, não sendo a pretensa “descentralização” mais do que a criação de centralismos locais, muito vulneráveis ao arcaico caciquismo e ao favorecimento de clientelas político-partidárias.

Por fim, o aumento das desigualdades socio-económicas que resultou da situação de crise e dos mecanismos de austeridade aplicados pelo actual governo, diminuiu de modo substancial a capacidade de muitas famílias conseguirem entrar num “mercado da Educação”, viciado nos seus fundamentos no sentido de reproduzir na Educação uma hierarquização social de que os mecanismos de mobilidade ascendente estão cada vez mais ausentes.

A tradicional oposição público/privado encontra-se, assim, acrescida de clivagens no seio do sector público, com uma Educação a várias velocidades, em termos de infraestruturas e de um sistema de incentivos que acaba por premiar apenas os melhores e afundar os piores, tudo com base numa seriação de desempenhos com critérios simplistas.

Por isso, quando se fala de Liberdade em Educação seria bom que se definisse com clareza de que Liberdade se trata e quem pode dela desfrutar. Porque a Liberdade é um valor nuclear nas sociedades contemporâneas, mas não o é de forma plena se prescindir dos princípios da Equidade e da Justiça Social. E não se pode confundir com economias de escala e outros chavões típicos de um discurso economicista que já provou os seus limites e o carácter nefasto das suas consequências.


Paulo Guinote - Público

O ano de 2014 termina, em matéria de Educação, da mesma forma que terminou 2013, ou seja, com a realização da segunda edição da prova de avaliação de conhecimentos dos candidatos à docência com menos de cinco anos de serviço. Desta vez, com escassa contestação com visibilidade pública, será um dos trunfos eleitorais do Governo que a apresentará como uma “reforma” realizada, mesmo que apenas se destine a encobrir a falta de coragem de intervir a sério na formação de professores.

Mas a PACC já faz parte de águas passadas e é apenas mais uma batalha perdida por parte dos docentes, a par da manutenção de uma avaliação do desempenho que não passa de um simulacro de péssima qualidade e permeável a todo o tipo de distorções e abusos.

Mais graves para a Educação, de um ponto de vista global ou “sistémico” (como agora se diz), são outras medidas que se procuram apresentar comum “estruturais” e destinadas a mudar o “paradigma” dominante, com base numa narrativa que se baseia na falsa evidência de que o “paradigma existente” fracassou e que a Educação, em particular a do sistema público, está em profunda crise. 
...

Língua Portuguesa e o Ensino no Estrangeiro

Divulgada no site da DGAE a Newsletter sobre o Ensino e as Escolas Portuguesas no Estrangeiro 


E o vídeo  Língua Portuguesa, uma história oficial com 800 anos

Fator de sustentabilidade e idade de reforma

Publicada pelo Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social a portaria que define o fator de sustentabilidade e idade normal de acesso à pensão de velhice para os anos de 2015 e 2016.
A idade de reforma vai aumentar dois meses em 2016. No próximo ano de 2015 não há alterações, já que a idade de acesso à pensão de velhice permanece nos 66 anos, mas quem abandonar o mercado de trabalho mais cedo pode contar com um corte agravado.


"Para os beneficiários que acedam à pensão antes dos 66 anos de idade, o diploma publicado em Diário da República estabelece que o factor de sustentabilidade das pensões de velhice do regime geral de segurança social atribuídas em 2015 é de 0,8698.

O diploma fixa ainda em 0,9383 o factor de sustentabilidade das pensões de invalidez relativa e de invalidez absoluta atribuídas por um período igual ou inferior a 20 anos, transformadas em pensão de velhice em 2015."

Finalmente publicada a portaria com os apoios financeiros às AECs

Publicada na passada sexta-feira, 26 de dezembro, a Portaria  com o apoio financeiro a conceder pelo Ministério da Educação e Ciência às entidades promotoras no âmbito do Programa das Atividades de Enriquecimento Curricular (AEC) no 1.º ciclo do ensino básico, referente ao ano letivo 2014-2015. 

Ministérios das Finanças e da Educação e Ciência - Gabinetes dos Secretários de Estado Adjunto e do Orçamento e do Ensino Básico e Secundário

terça-feira, 23 de dezembro de 2014

segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Plano Nacional de Formação Financeira

No âmbito da implementação do Plano Nacional de Formação Financeira, foi hoje assinado o “Protocolo de cooperação para a preparação de materiais didático-pedagógicos de apoio ao Referencial de Educação Financeira”, entre o Conselho Nacional de Supervisores Financeiros (Banco de Portugal, Comissão do Mercado de Valores Mobiliários e Instituto de Seguros de Portugal), o Ministério da Educação e Ciência e associações do setor financeiro (APB – Associação Portuguesa de Bancos; APS – Associação Portuguesa de Seguradores; APFIPP – Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios e ASFAC – Associação de Instituições de Crédito Especializado).

O protocolo tem como objetivo a elaboração, edição e impressão de materiais didático-pedagógicos que apoiem professores e alunos na abordagem aos temas de formação financeira previstos no Referencial de Educação Financeira, elaborado em conjunto pelos supervisores financeiros e pelo Ministério da Educação e Ciência e adotado, em 2013, por este Ministério.

O Referencial de Educação Financeira para a Educação Pré-Escolar, o Ensino Básico, o Ensino Secundário e a Educação e Formação de Adultos, em versão portuguesa e inglesa, encontra-se disponível aqui.

A PACC aplicada hoje

Disponibilizados na página do IAVE - PACC os enunciados e os critérios de classificação da PACC.
(aplicada a 19 de dezembro de 2014)

“Querem melhorar o rendimento escolar? Estiquem os recreios!”

Com aulas de 90 minutos e recreios de 10, é quase impossível não existir “uma epidemia atípica de défices de atenção…”. O alerta, em jeito provocatório, é do psicólogo Eduardo Sá, para quem “melhor recreio significa mais rendimento escolar”. E deixa o desafio: “Querem melhorar o rendimento escolar? Estiquem os recreios!” para 25 ou 30 minutos. A opinião é do psicólogo Eduardo Sá, em entrevista Pais&filhos/TSF.

Notícias no dia da PACC

Cerca de 5400 professores são obrigados a fazer a prova de avaliação de conhecimentos e competências para se candidatarem a dar aulas, mas os que esta sexta-feira se apresentam para a realizar não chegam aos 3000.


Pela primeira vez, o CI da PSP recebeu ordens para estar pronto para atuar em qualquer uma das 80 escolas onde se realizam hoje às 15:00 as provas de avaliação de 2800 docentes.
DN

À segunda edição da prova criada pelo ministro Nuno Crato, os sindicatos responderam com nova greve aos serviços ligados à realização da Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos.
Expresso
Vários protestos marcam hoje a segunda edição da prova obrigatória para os professores contratados com menos de cinco anos de serviço, à semelhança do que aconteceu no ano passado.
Económico

2863 candidatos. É este o número de professores inscritos para a Prova de Avaliação de Capacidades e Conhecimentos. Para contestar a sua realização, a Fenprof e outras seis organizações sindicais marcaram para hoje uma greve que abrange os docentes convocados para vigiarem as provas.
TSF

Montantes do subsídio anual por aluno aos estabelecimentos de ensino particular e cooperativo

Publicada hoje, pelo Ministério da Educação e Ciência, a portaria que fixa os montantes do subsídio anual por aluno concedido ao abrigo de contratos simples e de desenvolvimento celebrados entre o Estado e os estabelecimentos de ensino particular e cooperativo.

Para o ano letivo 2014 -2015 mantêm -se os valores de referência às capitações e correspondentes escalões de comparticipação por parte do Estado, bem como o valor das anuidades médias definidas para os contratos simples e de desenvolvimento, através do Despacho n.º 6514/2009, de 11 de fevereiro, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 41, de 27 de fevereiro de 2009.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Papel de Natal

Um filme de aventuras com um herói de cartão que parte numa arriscada viagem ao desconhecido mundo de papel para resgatar o pai da Camila.

Papel de Natal

Porque uma criança pode mudar o mundo!

Opinião de Diretor

Filinto Lima - Público

"... algumas ideias que, a serem tidas em consideração, e depois de trabalhadas, evitarão muitos problemas, em nome da Educação."

quarta-feira, 17 de dezembro de 2014

A opinião de Santana Castilho

Santana Castilho - Público

Charlatão, dizem os dicionários, é aquele que publicamente apregoa, com exagero e sem justificação, a virtude de algo com que pretende ludibriar a boa-fé de quem o escuta. Um charlatão é um impostor, alguém que, com hipocrisia, se serve de artifícios para enganar os outros.

1. Não podendo penetrar nas mentes captas de Passos Coelho e Marco António Costa, não ouso chamar-lhes charlatães. Sendo possível considerar essa hipótese, igualmente devem ser consideradas, entre outras moralmente menos gravosas, a perda precoce da memória de acontecimentos recentes, a inconsciência, a irresponsabilidade ou a ignorância. Seja como for, factos são factos. E se os motivos podem suscitar especulação, já os resultados são claros: a opinião pública foi desinformada por dois actores que não a deviam confundir, antes esclarecê-la.

Passos Coelho, como Primeiro-ministro, primeiro, e líder do PSD, depois, proferiu na semana passada duas declarações falsas. Em Braga, num seminário sobre economia e na linguagem simplória a que recorre com frequência, afirmou que “ao contrário daquilo que é o jargão popular de que quem se lixa é o mexilhão”, quem contribuiu mais, em altura de crise social, “foi quem tinha mais” e não “os mesmos de sempre”. Ora todos sabemos que durante a crise cresceu o número de milionários no nosso país e muitos deles conseguiram aumentar substancialmente o património. A crise não foi, portanto, suportada por todos do mesmo modo. A afirmação transcrita ofende a sensibilidade do cidadão comum (o “mexilhão”) por provir do responsável por um Governo que: aumentou para 23% a taxa de IVA de alguns bens essenciais, o que penalizou mais os mais pobres; aumentou os impostos sobre o trabalho; priorizou a descida do IRC, que apenas beneficia os grandes grupos empresariais, em detrimento do IRS; retirou 8% ao valor real das pensões acima dos 250 euros; congelou ou diminuiu o salário dos funcionários públicos; forçou a emigração de 350.000 portugueses; atirou 90.000 trabalhadores para o desemprego de longa duração e aumentou para os 50% a taxa do desemprego jovem; aumentou o IMI da habitação própria; diminuiu drasticamente o número de beneficiários do RSI e do complemento solidário para idosos; sufocou a escola pública, para todos, retirando-lhe 3.000 milhões de euros, e beneficiou a escola privada, para alguns; fez cair de 19% a frequência do ensino superior (menos 25.000 estudantes) e extinguiu a formação de adultos. Mais tarde, na condição de líder do PSD, num jantar em Santarém, teve o topete de se gabar de estar a soltar a economia do domínio de grupos económicos, entregando-a aos portugueses. Ele, que tem promovido a venda de Portugal a estrangeiros: o BPN a angolanos; a EDP a chineses; a Cimpor a brasileiros; a Tranquilidade a americanos; a Espírito Santo Saúde a mexicanos; A REN a chineses e a árabes, a ANA a franceses; os CTT a vários e o que mais se seguirá, TAP e a própria água que bebemos, se para tal lhe dermos tempo.

Marco António Costa, vice-presidente do PSD, competiu com Passos no destempero. Quem o ouviu recomendar a António Costa a leitura do memorando inicial acordado com a troika, citando página e parágrafo, para afirmar que o documento explicitava a venda integral da TAP, dificilmente duvidaria dele. Mas do original em inglês (pág. 13, ponto 3.30) ou da tradução portuguesa (pág. 7, ponto 17) não se retira isso. O documento fixa a venda total da REN e da EDP. Quanto à TAP, apenas fala da venda, sem explicitar se é total ou parcial. Marco António Costa disse que António Costa “foi mal informado ou então está a mentir”. Afinal, é ele que não sabe ler, ou mentiu.

2. No mundo da Pedagogia os “mexilhões” são sempre os alunos. Mais difíceis de identificar são os charlatães, que surgem donde menos se espera. As escolas da Finlândia abandonarão, já a partir de 2016, o ensino da caligrafia, substituindo esferográfica e papel por teclado de computador. Solícita, uma representante institucional, cujo nome me escapou, tranquilizou os mais perplexos garantindo que o desenvolvimento cognitivo das crianças finlandesas será acautelado pelo reforço de tarefas manuais e pela prática do desenho. Salvo pronúncia de pedagogos mais competentes que eu, salvo ainda o que a Psicologia e a Neurociência possam aportar à discussão que se seguirá, parece-me ousadia de charlatão colocar o problema com base numa dicotomia falsa: computador versus papel. Papel e computador são complementares, não são antagonistas, e há uma precedência pedagógica que os relaciona: primeiro o papel, depois o computador. Se a medida avançar (e espero que a moda não pegue por cá), daqui a uns anos saberemos o que acontecerá às crianças para quem se venha a abolir a aprendizagem da caligrafia. De momento, apenas sabemos que são analfabetos os que não aprenderam a escrever.
Público, 17/12/2014

Tolerância de ponto

Publicado o Despacho que concede tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas no Estado, nos institutos públicos e nos serviços desconcentrados da administração central no dia 24 de dezembro de 2014 e, em alternativa, no dia 31 de dezembro de 2014 ou nos dias 26 de dezembro de 2014 ou 2 de janeiro de 2015. 

terça-feira, 16 de dezembro de 2014

A aquisição de qualificação profissional para a docência no Grupo 120 - Inglês no 1.º CEB


Publicada pelo Ministério da Educação e Ciência a  Portaria n.º 260-A/2014 - Diário da República n.º 241/2014, 1º Suplemento, Série I, de 2014-12-15, que regula a aquisição de qualificação profissional para a docência nos grupos de recrutamento que já detenham, ou venham a obter, formação certificada no domínio do ensino de inglês no 1.º ciclo do ensino básico, e os níveis de proficiência linguística em Inglês do 3.º ao 12.º ano nos ensinos básico e secundário.


Ver ainda; 

Análise comparativa da evolução dos sistemas de educação e formação na Europa

O terceiro relatório anual da Comissão Europeia, "Education and Training Monitor 2014", faz uma análise comparativa da evolução dos sistemas de educação e formação na Europa. Esta análise é feita tendo em conta os objetivos estabelecidos a nível europeu, assim como outros indicadores, estudos e relatórios. O relatório aborda as seguintes questões: investimento em educação, resultados de aprendizagem relativamente a qualificações e competências, e os instrumentos políticos que podem ajudar a melhorar, para todos, os resultados de aprendizagem e reforçar os retornos do investimento na educação.


Municipalização : A saga continua!

Autarquias exigem mais alterações ao projecto das escolas municipais

"Apesar do Governo ter clarificado que a gestão da colocação dos professores com horário incompleto não vai ser transferida para as autarquias, há outras alterações à proposta, de ordem financeira, que os autarcas exigem como condição para avançar com o projecto-piloto das chamadas escolas municipais, que está a ser discutida com 15 autarquias e que deveria avançar, em parte, já em Janeiro."
Económico


Poiares Maduro garante que contratação de professores não passa para municípios


"Poiares Maduro garante que o Governo nunca quis passar para os municípios a responsabilidade de contratar professores. A hipótese chegou a ser avançada por alguns órgãos de comunicação social, mas o ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional garante que nunca esteve em cima da mesa. Poiares Maduro admite, no entanto, que há várias matérias nas áreas da Educação e da Saúde que vão ser descentralizadas. As declarações do ministro foram feiras no fim da reunião do Conselho de Concertação Territorial, esta segunda-feira."
SIC
...

Senhor Ministro faça o favor de ler a primeira proposta apresentada aos municípios. Foi a própria proposta, apresentada pelo secretário de Estado da Administração Local, que colocou a questão em cima da mesa de negociação e as autarquias ainda mantêm, na última proposta conhecida, a possibilidade de contratar docentes para as disciplinas do dito "currículo local". 

Questionário para profissionais que trabalham com crianças e jovens com NEE de caráter permanente

Caros parceiros e colegas,

Pedimos a vossa colaboração na disseminação do mesmo junto do maior número possível de profissionais, enviando e divulgando este mail através dos vossos contatos. O nosso objetivo é criar uma amostra representativa a nível nacional.

O projeto Enablin+ é uma iniciativa de vários parceiros de sete países europeus, oriundos de diferentes áreas - universidades, serviços de formação contínua, prestadores de serviços, centros de especialistas, associações... de pais. Destina-se a reforçar a inclusão social de crianças e jovens (com idades entre os 0-21 anos), com necessidades educativas especiais de caráter permanente. Pretende-se igualmente ajudar os seus cuidadores formais e informais, promovendo a integração escolar e a assistência domiciliária, adaptadas às suas necessidades, com serviços que respondam às necessidades de apoio no que respeita à saúde, educação e participação social. Dentro deste contexto, o objetivo é desenvolver um sistema de formação contínua multidisciplinar, envolvendo quer os pais, quer os profissionais, de forma a melhorar a qualidade de vida destas crianças e jovens. A fim de identificar melhor os conteúdos a incluir nesta formação, bem como as competências necessárias para prestar um excelente serviço de apoio, gostaríamos de ter um pouco mais de informações sobre as necessidades destas crianças e jovens, bem como sobre as necessidades dos seus cuidadores e auxiliares.

Para que tal seja possível, gostaríamos de contar com a sua colaboração no preenchimento de um pequeno questionário.

As suas respostas são CONFIDENCIAIS e ANÓNIMAS, não tendo este questionário outra intenção além da que foi acima descrita. A sua participação, com a resposta sincera às questões propostas, é imprescindível para o sucesso deste projeto.

Estimamos que a resposta ao questionário não demore mais de 20 minutos podendo, no entanto, se assim o entender, gravar as suas respostas parciais e concluir e submeter o seu inquérito mais tarde.

Para preencher o questionário clique aqui ou, em alternativa, aceda pelo link: https://inqueritos.uevora.pt/index.php/777536/lang-pt

O questionário estará disponível para preenchimento até ao dia 31 de dezembro de 2014.

Informamos que pode acontecer que ao tentar aceder ao site LimeSurvey surja uma mensagem alertando para problemas de segurança associados ao certificado de segurança. Por favor ignore e prossiga para o questionário. Como poderá ver no URL https://inqueritos.uevora.pt/index.php/777536/lang-pt,a plataforma de inquéritos está alojada nos servidores da Universidade de Évora, pelo que oferece todas as condições de segurança!

Alguma dúvida ou esclarecimento adicional, por favor contacte-nos para o seguinte endereço de correio eletrónico: enablin.pt@gmail.com

Os nossos sinceros agradecimentos e os melhores cumprimentos,

A Equipa do Projeto

segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Cortinas de fumo...

Diário Económico

A gestão da colocação dos professores não vai ser transferida para os municípios. O Governo alterou a proposta inicial, que cria as chamadas escolas municipais, e foi ao encontro das exigências dos autarcas, que ameaçaram não avançar com o projecto-piloto caso esta alteração não fosse feita. Esta é a grande alteração da última versão do anteprojecto de decreto-lei do Governo, que além das competências da Educação define ainda responsabilidades que vão ser assumidas pelos municípios nas áreas da Saúde, Segurança Social e Cultura. No caso da Educação, são 15 as autarquias que vão avançar com o projecto-piloto assumindo já a partir de Janeiro a gestão dos edifícios escolares e do pessoal não docente. A partir de Setembro vão poder gerir 25% dos currículos de todos os níveis de ensino, podendo adaptar o calendário escolar e criar disciplinas que se adequem ao contexto regional.

Segundo o documento que é hoje apresentado em reunião do Conselho de Concertação Territorial, onde vai estar presente o primeiro-ministro, as autarquias vão ficar responsáveis pela contratação de docentes apenas para as disciplinas criadas localmente. Todos os professores das disciplinas do currículo regular vão continuar a ser colocados e geridos pelo Ministério da Educação, através dos concursos existentes. "São competências delegáveis nos órgãos dos municípios e das entidades intermunicipais no domínio da educação (...): o recrutamento de pessoal para projectos específicos de base local", lê-se no documento a que o Económico teve acesso. A norma que permitia a cada município distribuir os professores com horários zero (sem turma atribuída) ou horário incompleto por qualquer escola do concelho, sem necessidade de concurso, não vai avançar. Esta gestão permitia que cada uma das autarquias conseguisse, em média, reduzir o corpo docente em cerca de 10%.

domingo, 14 de dezembro de 2014

ser professor não é isto...

" ... ser professor não é isto. não é preencher grelhas. não é ir a infinitas reuniões sem utilidade. não é andar quilómetros para dar uma aula. não é trabalhar a correr. não é ter tempo para tudo e não ter tempo para nada. não é estar cansado demais para pensar. não é preencher formulários para fingir mudanças. não é fazer relatórios, actas, processos, fichas e mais fichas e colocar coisas em espaços vazios de um espaço numa folha vazia num computador para dizer que se cumpre tudo aquilo a que o tempo, castrado, impede de fazer cumprir. ser professor não é isto. não é não conseguir fazer uma visita de estudo porque não há espaço no programa. não é cumprir metas. nem avaliar por avaliar em catadupa. ser professor não é estar contra aqueles que são colegas só porque todos se querem salvar de perder mais tempo com tudo o que não deixa, cada um de nós, sermos professores como sempre fomos. ser professor não é isto. não é estar numa escola como sardinha em lata. não ter tempo para a conversa necessária com os outros e consigo próprio. não conseguir ler um livro até ao fim. não estar capaz de estar atento porque tantas são as coisas por e para fazer que a atenção é tão dispersa que cansa só de pensar que algo mais chama e clama pela nossa atenção. ser professor não é isto. ponto. final."

professor [im]perfeito...

sábado, 13 de dezembro de 2014

Listas de admissão e não admissão - Locais da Realização da PACC

LISTAS DE ADMISSÃO E DE NÃO ADMISSÃO





CONSULTA DO LOCAL DE REALIZAÇÃO DA PROVA
Consulta do local de realização da componente comum da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades 2014/2015

Mais uma derrota para Nuno Crato

A Decisão do Colégio Arbitral, de não fixar serviços mínimos para a realização da PACC, foi aprovada por unanimidade.
A greve a todo o serviço à PACC, no dia 19 de dezembro, vai avançar sem serviços mínimos!

Esta prova é um insulto a toda a classe docente! 
Combatê-la é um imperativo profissional.

British Council publica em acesso aberto manual de StoryTelling

O Manual “Tell it Again! The Storytelling Handbook for Primary English Language Teachers” da responsabilidade do British Council está disponível em acesso aberto.

Este recurso é uma edição revista que pretende demonstrar como a técnica do Storytelling permite conhecer o que existe de melhor no contexto do ensino de inglês para o 1.º ciclo do ensino básico.

Lista de colocações na BCE ativas a 10 de dezembro

Disponível para consulta, no site da DGAE, a Lista de colocações/seleções em bolsa de contratação de escola ativas a 10 de dezembro de 2014.


Introdução do Inglês no 1º CEB, Criação e Habilitações para o Grupo 120

Publicado o Decreto-Lei que procede à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 27/2006, de 10 de fevereiro, à segunda alteração ao Decreto-Lei n.º 139/2012, de 5 de julho, e à primeira alteração ao Decreto-Lei n.º 79/2014, de 14 de maio, determinando a introdução da disciplina de Inglês no currículo, como disciplina obrigatória a partir do 3.º ano de escolaridade, bem como à definição da habilitação profissional para lecionar Inglês no 1.º ciclo e à criação de um novo grupo de recrutamento - Grupo 120.

Currículos locais nas competências das autarquias

Autonomia abrange definição de currículos, recrutamento de pessoal e gestão de edifícios.

O projecto-piloto das escolas municipais vai ter a duração de cinco anos (quatro lectivos). Ainda não é oficialmente conhecido o número de autarquias que vão integrar a iniciativa já no próximo ano, mas os sindicatos identificaram 15 que estarão em negociações com o Ministério da Educação. Antes do final do ano lectivo de 2018/19 será feito um balanço. Conheça os pontos essenciais da proposta do Governo.

1 Currículos locais
Com a transferência de competências previstas nestes contratos de autonomia, as autarquias vão gerir 25% do currículo de todos os níveis de ensino, podendo alterar até o calendário escolar, desenhando-o em semestres, e vão poder criar disciplinas que se adequem ao contexto regional. Esta gestão pedagógica será transferida em Setembro de 2015, por forma a vigorar no próximo ano lectivo.

Miúdos Seguros na NET

Como Proteger Crianças e Jovens Destes Riscos Online?

A segurança de crianças e adolescentes na Internet é hoje alvo da atenção de famílias, escolas e comunidades. Isto para não falar de governos (locais e centrais), empresas do sector das tecnologias de informação, órgãos de comunicação social, etc.

Perigos reais para crianças e jovens na utilização da Internet. De acordo com o relatório final de um programa piloto financiado pela Comissão Europeia em 1999, no âmbito do seu Plano de Acção Para a Utilização Segura da Internet, as preocupações com os perigos associados à utilização da Internet por crianças e jovens, são bem reais e podem ser agrupados em três categorias:
  • Conteúdos impróprios, legais ou ilegais, tais como a pornografia, pornografia infantil, violência, ódio, racismo e outros ideais extremistas, estão facilmente disponíveis a crianças e jovens através de uma grande variedade de dispositivos. Para além de poderem ser inadequados e prejudiciais a um desenvolvimento harmonioso, podem mesmo ofender os padrões e valores segundo os quais pretende educar os seus filhos ou educandos.

  • Contactos potenciais por parte de pessoas mal intencionadas, que usam o email, salas dechatinstant messaging, fóruns, grupos de discussão, jogos online e telemóveis para ganharem acesso fácil a crianças e jovens e que poderão desejar fazer-lhes mal e enganá-las, representam uma verdadeira ameaça.

  • Comércio - práticas comerciais e publicitárias não-éticas que, não distinguindo a informação da publicidade, podem enganar crianças e jovens, promover a recolha de informações que violam a sua privacidade e promover a venda directa a crianças, atraindo-as a fazerem compras não autorizadas.
Seis anos passados, os três C's (Conteúdos, Contactos e Comércio) apontados como as maiores ameaças à segurança online de crianças e jovens, precisam de ser actualizados para incluir:
  • Comportamentos irresponsáveis ou compulsivos que, aliados ao uso excessivo da tecnologia, podem resultar na redução da sociabilidade e do aproveitamento escolar, podendo mesmo conduzir à dependência. De facto, a American Psychological Associationtem vindo a alertar para o facto de que é possível que crianças, jovens e adultos podem tornar-se psicologicamente dependentes da Internet (IAD - Internet Addiction Disorder) e que esta perturbação se pode dar com outras tecnologias como é o caso dos jogos vídeo (online e offline).

  • Copyright - a violação dos direitos de autor, resultante da cópia, partilha, adulteração ou pirataria de conteúdos protegidos pela lei, tais como programas de computador, textos, imagens, ficheiros de áudio e/ou vídeo, para fins particulares, comerciais ou de plágio em trabalhos escolares ou outros, pode resultar em graves problemas de natureza jurídica e até financeira.
Para mais informação sobre estes riscos e como os prevenir, subscreva a newsletter gratuita MiudosSegurosNa.Net.

terça-feira, 9 de dezembro de 2014

Dia Internacional dos Direitos Humanos


O Dia Internacional dos Direitos Humanos é assinalado pela comunidade internacional a 10 de dezembro, para comemorar a data da adoção, em 1948, da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH), por parte das Nações Unidas. Apesar de a DUDH não ser um documento de caráter vinculativo, serve de inspiração a mais de 60 instrumentos neste âmbito que, no seu conjunto, constituem Padrões Internacionais de Direitos Humanos.

sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

Hora de início da PACC


De acordo com informação disponibilizada no Guia da Prova, a componente comum da PACC terá lugar no dia 19 de dezembro de 2014, com início às 15:00 horas de Portugal continental.

Os candidatos devem apresentar-se no local de realização da prova 30 minutos antes da hora marcada para a realização da prova, isto é, às 14:30 de Portugal continental.

Não é permitida a entrada após o início da realização da prova.

Rankings que não significam nada!

E andamos nós a perder tempo - sim, a perder tempo - com rankings que não significam nada. Nada mesmo! O que é uma boa escola? O que é uma escola de qualidade? Haverá respostas para todos os gostos, dependendo do que cada um valoriza, dos critérios - explícitos ou implícitos - que cada um utiliza... Uma escola democrática, inclusiva, justa... é uma boa escola? Uma escola onde os professores trabalham com os alunos e percorrem um caminho de aprendizagem dos conteúdos curriculares e dos valores da cidadania e da solidariedade é uma boa escola? Ou só é uma boa escola aquela que apresenta resultados académicos acima da média, cujos valores dominantes são a concorrência e o individualismo competitivo? Não está o nosso mundo em crise devido à exacerbação dos valores do mercado, da competição e do lucro? Numa escola dita nos tempos que correm de qualidade - aquela que fica no top dos rankings - é a competição e o lucro que a orientam. Digo o lucro não apenas a pensar em escolas privadas. Mesmo as escolas públicas que subordinam os seus processos organizacionais, curriculares e pedagógicos às regras tecnocráticas e meritocráticas dos exames, dos padrões, da mensuração de tudo ao ponto de submergirem as pessoas - cada pessoa, adulto ou criança - em números e percentagens estonteantes. Números e estatísticas que colocam as escolas, os professores, os alunos, os pais, ... em competição, desumanizando a escola, as pessoas e a vida. Há alternativas? Sim, há várias possibilidades de mudança. Desde logo, uma mudança de cultura: passar de uma cultura de controlo - verificar, medir, comparar, enfim, uma paranóia que se enreda nos meios e faz esquecer os fins - para uma cultura de confiança. Confiemos nas pessoas que trabalham, convivem e aprendem nas escolas. Os professores sabem o que fazer, como fazer... muito mais do que os responsáveis dos Ministérios e dos seus aparelhos de administração e inspeção. É necessário que as escolas tenham um clima de tranquilidade e de cooperação que estão na base dos processos educativos.

Fernando Ilídio Ferreira - I E da Universidade Minho 

quarta-feira, 3 de dezembro de 2014

A opinião de Santana Castilho

Santana Castilho - Público

Ainda não se esbateram os ecos provocados pela divulgação dos rankings das escolas de ensino secundário e já estamos sob nova onda. Agora, a imprensa noticiou abundantemente o êxito nacional: Portugal conquistou o melhor lugar de sempre na lista das melhores escolas de gestão da Europa, nada mais que dois cursos no top 30 europeu. A credibilidade da coisa não traz chancela de publicação científica ou universitária. Vem garantida por um jornal económico, o prestigiado Financial Times, como convém ao business.

A preponderância dos cursos de dimensão económica e, sobretudo, financeira, na definição da qualidade das instituições universitárias, de que estes rankings alimentados por uma poderosa máquina comunicacional são exemplo, mostra como a voracidade efémera do consumo aproxima as economias conduzidas por um pequeno núcleo de colossos empresariais globais, mais poderosos que a maioria dos próprios estados. A sua actividade assenta no domínio de uma rede bancária global e tem por lógica globalizar as necessidades e os gostos, usando, entre outros artifícios, matrizes tipificadas, como são os rankings, que reduzem culturas e contextos díspares à mesma escravatura consumista e globalizadora. Os senhores do dinheiro, os sacerdotes dos resultados, têm-se apossado, paulatinamente, de tudo o que promovia a reflexão e o questionamento. Sob o manto diáfano de Bolonha, entraram nas universidades ocidentais. Apearam a procura livre e autónoma do saber e colocaram no altar os resultados. O seu desígnio é transformar as universidades em sucursais empresariais devidamente uniformizadas. Nesta lógica, a avaliação do desempenho, de que estes rankings são espelho, premeia os que fazem certo e castiga os que fazem bem. Esclareça-se que fazer certo é venerar o dogma dos mercados e das economias de papel, enquanto fazer bem seria autonomizar as pessoas.

A língua portuguesa foi banida da designação das escolas portuguesas de sucesso (Nova School of Business and Economics, Católica Lisbon School of Business and Economics ou Porto Business School) e muitos dos cursos que ministram são leccionados totalmente em inglês, como importa à língua franca da finança internacional. A constatação empírica que resulta dos contactos que neste contexto vou vivendo é que os jovens que triunfam nesta lógica têm por limitado objectivo de vida ganhar dinheiro, seguindo percursos que lhes são sugeridos e predeterminados por uma elite perita em lógicas promocionais e estabelecimento de cenários idílicos. Mas há outra vida para além dos rankings das escolas de negócios. A que resultou na insolvência do grupo Espírito Santo, rico em quadros que cursaram os mastersdeste mundo e destas escolas conceituadas. A que destruiu a Portugal Telecom, sob responsabilidade de Zeinal Bava, graduado ícone destasbusiness schools, distinguido como o melhor gestor da Europa e condecorado com a Grã-Cruz do Mérito Comercial. A que nos arruinou para anos com as engenharias financeiras do BPN/SLN e BPP, que se estudam e aprimoram nos celebrados cursos em análise.

Correndo o risco de me julgarem abusivo, sempre direi que, genericamente, estes cursos não cuidam de estudar e contribuir para banir a pobreza do mundo com o mesmo empenho que colocam no estudo de processos para que alguns façam rápidas fortunas, sem preocupação de maior sobre consequências e custos sociais. Dito doutro modo, são bem mais voltados para o estudo dos mercados financeiros e da especulação que os caracteriza, ensinando muito sobre a sagrada lei da oferta e da procura e pouco, muito pouco, para não dizer nada, sobre os fenómenos que explicam a existência de ricos cada vez mais ricos, lado a lado com pobres, cada vez mais pobres.

Em contexto profissional, falei há semanas com um jovem economista, acabado de sair de uma destas escolas e logo contratado por uma multinacional do ramo. A conversa derivou rapidamente para a análise da solução encontrada para o BES e para o BPN. Aos argumentos que já conheço (risco sistémico, indispensabilidade do papel dos bancos no sistema de economia de mercado e por aí fora) opus, provocatoriamente, três simples perguntas, a saber: admitia ele que os estados recapitalizassem os sistemas de protecção social com a mesma celeridade e eficácia com que recapitalizam os bancos? Considerava ele, ao menos como mera hipótese de trabalho, a criação de um salário máximo nacional? Não o chocava a lógica dos paraísos fiscais e a ética de certos empresários, que procuram tributar algures, para pagarem menos, os lucros que obtêm aqui, de que o escândalo do Luxemburgo é exemplo recente? Não me chocou tanto o liminar não que obtive para cada uma das questões, até porque o previa. Chocou-me sim a atitude dogmática, definitivamente irredutível a qualquer alternativa, que certamente reflecte o que lhe ensinaram numa destas escolas do top 30 deste celebrado ranking.

terça-feira, 2 de dezembro de 2014

Pré - Aviso de Greve para o dia da PACC

As organizacões sindicais de docentes ASPL, FENPROF, SEPLEU, SINAPE, SIPE, SIPPEB e SPLIU mantêm a luta contra a abjeta prova de avaliação de conhecimentos e capacidades (PACC) que o MEC quer reeditar no próximo dia 19 de dezembro.Em coerência com a apreciação feita sobre o mecanismo – uma praxe injustificável a que o MEC continua a querer submeter os docentes e a profissão – foi hoje apresentado um pré-aviso de greve conjunto, incidindo sobre todas as atividades que tenham a ver com a imposição em que o MEC/governo ininsiste.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Aposentação: Cada vez mais penalizados!

De acordo com o artigo publicado no Diário Económico, no próximo ano, a idade de reforma mantém-se nos 66 anos, mas quem pedir pensão antecipada, incluindo desempregados, conta com corte agravado.

"A idade de reforma aumentou de 65 para 66 anos em 2014 e é neste patamar que continuará em 2015. Mas é de esperar aumentos sucessivos a partir daí, uma vez que o Executivo decidiu ligar a idade de reforma à esperança de vida. Em 2016, tal como o Económico noticiou, a idade de acesso à pensão de velhice vai subir para 66 anos e dois meses: já é possível calcular esta evolução depois de o INE ter divulgado o valor provisório para 2014 da esperança média de vida aos 65 anos. O aumento foi confirmado pelo Económico junto do Governo.

Quer isto dizer que, genericamente, será preciso trabalhar mais dois meses para aceder à pensão sem reduções em 2016. Quem pedir a reforma antes dessa idade, pode contar com o corte do factor de sustentabilidade (cujo valor para 2016 ainda não pode ser calculado mas que, de acordo com as projecções do professor Jorge Bravo, rondará 13,5%) e, ainda, com a penalização de 0,5% por cada mês de antecipação face aos 66 anos e dois meses (embora haja atenuantes para carreiras longas que até podem anular cortes). 

O aumento da idade de reforma não se aplica a trabalhadores impedidos de continuar actividade além dos 65 anos (caso de pilotos e condutores de pesados) e também há profissões desgastantes com condições diferentes (trabalhadores marítimos, controladores de tráfego aéreo, etc). O Governo previa que, com as novas regras, a idade de reforma atingisse 67 anos em 2029, mas as projecções de Jorge Bravo, professor da Universidade de Évora antecipam a subida para 2026. 

No próximo ano, a idade de reforma não muda (66 anos), mas as pensões antecipadas continuam a sofrer cortes elevados. Assim, quem pedir a pensão de velhice antes dos 66 anos pode contar com uma redução de 13,02% (este ano, o corte é de 12,34%; em 2013, com outras regras, era de 4,78%), que resulta do factor de sustentabilidade: o valor para 2015 já pode ser calculado uma vez que também está ligado à esperança de vida. A esta redução, ainda é preciso somar o corte de 0,5% por cada mês que falte para os 66 anos de idade, embora a penalização seja suavizada nas carreiras mais longas. A idade de reforma é reduzida em quatro meses por cada ano de descontos acima dos 40, com o limite de 65 anos - no máximo, uma pessoa com 43 anos de carreira pode passar à reforma aos 65 anos em 2015 e é de esperar que escape a cortes (em 2016, uma pessoa nestas condições também pode pedir a reforma um ano antes da idade legal). Quem já reunia condições para pedir pensão em 2013 e não o fez beneficia do regime anterior. 

No sector privado, o acesso à reforma antecipada está genericamente congelado, mas no próximo ano esta via será desbloqueada para trabalhadores com mais de 60 anos de idade e 40 de descontos, que também estarão sujeitas a cortes. Agora, só desempregados e regimes específicos têm acesso à pensão antecipada: embora os desempregados tenham uma penalização inferior, também estão abrangidos pelo factor de sustentabilidade, confirmou o Económico. Na função pública as reformas antecipadas não foram bloqueadas e estão disponíveis para quem aos 55 anos de idade conte 30 de descontos. Também aqui são aplicáveis os mesmos cortes."