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quinta-feira, 29 de abril de 2021

Brochura Planear e avaliar na educação pré-escolar

No processo de implementação das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar (OCEPE), 2016, foi possível perceber a necessidade de elaborar materiais de apoio, entre os quais a conceção e publicação de brochuras. Pretende-se que estas brochuras assumam uma perspetiva holística e articulada do currículo e contribuam para o desenvolvimento profissional dos educadores de infância e para a melhoria da sua prática educativa.

Conforme referem as OCEPE, cabe ao/à educador/a de infância a construção e a gestão do currículo, o que implica observar, registar e documentar o que vai sendo realizado como suporte para o planeamento e a avaliação.

terça-feira, 27 de abril de 2021

Brochura DGE: Participação e envolvimento das famílias - construção de parcerias em contextos de educação de infância

A implementação das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar, 2016, permitiu perceber a necessidade de elaborar materiais de apoio, entre os quais a conceção e publicação de brochuras.

Pretende-se que estas brochuras assumam uma perspetiva holística e articulada do currículo e contribuam para o desenvolvimento profissional dos educadores de infância e para a melhoria da sua prática educativa.

Reconhecendo-se a importância do envolvimento das famílias na educação dos seus filhos, é fundamental que, na educação pré-escolar, se promova a sua participação e se estabeleça uma estreita cooperação com os contextos familiares das crianças.

sexta-feira, 23 de abril de 2021

Apresentação pública das brochuras de apoio à operacionalização das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar

A Direção-Geral da Educação irá realizar, nos próximos dias 27 e 29 de abril de 2021, pelas 17h, os Webinars de apresentação e divulgação da brochuras: Participação e envolvimento das famílias - construção de parcerias em contextos de educação de infância e Planear e avaliar na educação pré-escolar.


Os eventos contarão com a presença do Secretário de Estado Adjunto e da Educação, João Costa, e com a participação dos autores das publicações, bem como de comentadores especialistas na área da educação de infância.

27 abril 2021 - Webinar Apresentação e divulgação da Brochura: Participação e envolvimento das famílias - construção de parcerias em contextos de educação de infância

Link de acesso para a emissão no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=ZhB-lww0JsQ
(Programa do Webinar)

29 de abril 2021 - Webinar Apresentação e divulgação da Brochura: Planear e avaliar na educação pré-escolar

Link de acesso para a emissão no Youtube: https://www.youtube.com/watch?v=Jl4XDDcbmL4
(Programa do Webinar)

quarta-feira, 21 de abril de 2021

Parecer do SIPE sobre a Petição: Inclusão dos 0-3 anos no sistema educativo

A APEI - Associação de Profissionais de Educação de Infância, através da Petição registada com o Nº 223/XIV/2, vem solicitar a inclusão da educação dos 0 – 3 anos no sistema educativo, através da alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo, passando a educação pré-escolar a designar-se como educação de infância e destinando-se a todas as crianças desde o seu nascimento até à idade de ingresso no ensino básico, independentemente das entidades responsáveis pela sua promoção.

Resposta do SIPE ao Pedido de Informação; 

Resposta ao Pedido de Informação - SIPE - Sindicato Independente de Professores e Educadores


Tendo em conta o descrito, plasmado pelos subscritores da Petição e que aqui se tentaram exprimir, o SIPE recomenda que se proceda à alteração da Lei de Bases do Sistema Educativo, com a inclusão da educação dos 0 – 3 anos no sistema educativo.

sábado, 3 de abril de 2021

O foco na Educação de Infância

OS EFEITOS DO CONFINAMENTO NAS CRIANÇAS E NAS FAMÍLIAS. O QUE PRECISAMOS?

Ofélia Libório

São vários os efeitos nefastos nas crianças, resultantes das medidas de confinamento.
A minha experiência pessoal, como educadora, permite-me afirmar que a extensão dos problemas se agudizou com o segundo confinamento.
Através das experiências de E@D que realizei foi possível constatar que muitas crianças desenvolveram inseguranças exageradas. Têm, por exemplo, muito presente o medo de perder familiares e amigos.
Também foi possível observar que muitas crianças passaram muito tempo sozinhas, demasiado, na companhia da televisão ou da consola de jogos, enquanto os adultos cuidadores estavam em teletrabalho ou apoiavam irmãos mais velhos.
Muitas crianças ficaram muito tempo fechadas nas suas habitações, sem possibilidade de brincar ao ar livre e de realizar as atividades motoras que a sua condição de desenvolvimento exige. Por essa razão, tentámos, no meu agrupamento de escolas, lançar desafios educativos às famílias que implicassem passeios com as crianças.
Evidentemente não falamos de todas as crianças e felizmente que as há muito resilientes e que se mantêm saudáveis, apesar de tudo.
Há também todas aquelas crianças de que soubemos muito pouco ao longo deste tempo de confinamento e que nos devem merecer a maior das preocupações, pelo alheamento a que foram sujeitas relativamente a experiências sociais e culturais a que têm direito.

Atualmente temos evidência científica a demonstrar-nos a importância da Educação de Infância na formação da personalidade das crianças e no seu futuro enquanto adultos. Temos aproximadamente meio século de estudos longitudinais a comprová-lo. Sabemos também que são as competências de personalidade e não o QI o mais determinante em testes de conhecimento ao longo da vida. Prevê-se que serão as competências sociais, emocionais, não cognitivas, as essenciais para responder aos empregos do futuro. E constatamos que a pandemia representou, para todas as crianças, um corte em experiências sociais e culturais adequadas, traduziu-se em menos oportunidades de desenvolvimento das tais competências sociais e emocionais.

Não só porque as crianças ficaram confinadas, mas porque se implementaram em muitos contextos educativos práticas sanitárias impeditivas desse desenvolvimento.
Se em alguns contextos foram encontradas soluções criativas e sensatas, outros houve em que as crianças foram separadas e, mesmo no exterior, foram impedidas de brincar em grupo.

As competências sociais e emocionais parecem não ser uma preocupação. Relativamente ao ensino formal, constatamos nos discursos oficiais e na comunicação social uma grande preocupação com os conteúdos curriculares que não foram abordados na modalidade de E@D e também com o tempo necessário para os recuperar.
No entanto, pouco ou nada se fala daquelas outras aprendizagens essenciais para o futuro, ou da qualidade de vida atual de crianças e jovens.

As crianças e jovens têm direito a condições de vida dignas e adequadas às suas características de desenvolvimento, apesar da pandemia.
São essas características, a sua condição de cidadãos particulares, que nos desafiam enquanto sociedade a encontrar respostas para responder aos seus Direitos de Provisão e Proteção, mesmo em situações difíceis.
Mas as crianças têm também direito a ser ouvidas nos assuntos que lhes dizem respeito.
No entanto, a pandemia mostrou que os direitos de Participação não são socialmente assumidos, a julgar pelo número de vezes que as crianças foram ouvidas relativamente a todas as mudanças nas suas vidas, decorrentes da pandemia.
A participação das crianças torna-as visíveis, ajuda a desocultar problemas, nomeadamente aqueles que são relativos aos Direitos de Provisão e Proteção. Além disso, as crianças têm soluções para problemas que não ocorrem aos adultos.

Do ponto de vista educativo o que precisamos fazer em prol das crianças já tinha sido elencado antes da pandemia, apenas se tornou mais evidente e urgente.
Precisamos de um sistema educativo que se oriente pela ideia de um futuro melhor para todos e que terá necessariamente a sustentabilidade do planeta como grande temática educativa. Um sistema educativo com a consciência de que esse futuro depende da qualidade educativa que formos capazes de criar no presente.
E, sobre essa qualidade educativa, apesar da subjetividade cultural do conceito, sabemos que há recursos que são determinantes. É necessário olhar para esses recursos, para o que temos e para o que nos falta.

Focando-me na Educação de Infância diria que:
  • Precisamos de profissionais que, para além de qualificados, terão de sentir-se envolvidos e motivados para poder estabelecer relações positivas com famílias e crianças. Profissionais sensíveis às necessidades emocionais e cognitivas das crianças, para poder escutar, estimular e envolver-se em comunidades de aprendizagem, trabalhando em equipa com outros profissionais;
  • Precisamos de espaços e materiais adequados para a realização de experiências essenciais na infância, de que destaco o brincar em todas as suas tipologias, o movimento, as experiências na natureza, assim como as experiências culturais e artísticas;
  • Precisamos de comunidades que olhem para o espaço educativo da creche e do jardim de infância como centrais, mas que, simultaneamente, os identifiquem como mais um e não o único onde as crianças têm oportunidade de fazer experiências, brincar, viver as suas infâncias. Os espaços urbanos têm de responder às necessidades das crianças, ser amigáveis, para poder ser habitados por elas;
  • Precisamos de famílias com recursos materiais e parentais, ou respostas para a falta deles, que lhes permitam cuidar e educar as suas crianças. Há famílias a que faltam recursos, a que faltam as condições laborais adequadas e há também aquelas que necessitam ser apoiadas ao nível das suas competências parentais;
  • Precisamos de articulação de serviços na comunidade, que possibilitem uma resposta coerente e concertada às necessidades das crianças e das suas famílias, sobretudo agora que os problemas se intensificam, nomeadamente ao nível da saúde mental. Muitas respostas dispersas e colocadas em serviços centrais não ajudam quem delas precisa;
  • Precisamos de contar com a participação das crianças para ultrapassar esta pandemia e os problemas que dela decorrem, assim como todas as pandemias que poderemos vir a ter de enfrentar no futuro.

quinta-feira, 18 de março de 2021

Notícias da Primeira Infância

Boletim Informativo n.º 1 da Rede Ibero-americana de Administrações Públicas para a Primeira Infância - março 2021


A edição do Boletim Informativo n.º 1 da Rede Ibero-americana de Administrações Públicas para a Primeira Infância (março 2021- versão portuguesa ) constitui uma oportunidade para dar visibilidade às medidas de apoio e acompanhamento no regresso das crianças aos seus contextos educativos, apresentadas no I Encontro “Reflexões em Rede”, tendo em vista a sua divulgação aos Estados Membros da OEI.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Referências para o Trabalho na Educação Infantil durante a pandemia de COVID-19

As Referências apresentadas nesta publicação foram escolhidas dentre um conjunto sites e lives que foram realizadas de março de 2020 até o momento, disponíveis na internet e de domínio público. Para ter acesso ao material, basta clicar o título da referência.


Referências  para o trabalho na Educação Infantil durante  a pandemia de  COVID-19

quarta-feira, 23 de setembro de 2020

Lançamento do site dedicado ao Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI)

Com o objetivo de apoiar as famílias e os profissionais, está disponível em: https://snipi.gov.pt o novo sítio dedicado ao Sistema Nacional de Intervenção Precoce na Infância (SNIPI).


O Sistema Nacional de Intervenção Precoce integra um conjunto organizado de serviços da responsabilidade dos Ministérios da Saúde, do Trabalho e da Segurança Social e da Educação dirigido a crianças entre os 0 e os 6 anos e suas famílias e tem como missão garantir a Intervenção Precoce na Infância.  (Ver Decreto-Lei n. º 281/2009

quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Curso Online - Proteção Social, Prevenção e Orientação em matéria de COVID-19 para a Primeira Infância

A Organização de Estados Ibero-americanos (OEI) e a Organização Ibero-americana de Segurança Social (OISS) promovem o curso online "Proteção Social, Prevenção e Orientação em matéria de COVID-19 para a Primeira Infância", que decorre de 14 de setembro a 1 de novembro.

O objetivo deste curso é contribuir para a criação de uma política de segurança social que assegure a proteção de todos, especialmente das crianças mais jovens.

As candidaturas estão abertas até dia 30 de agosto e podem ser efetuadas online, através do preenchimento do formulário de inscrição.

Curso de formação sobre Segurança Social e primeira infância em tempo de COVID-19

sábado, 1 de agosto de 2020

Crianças passam tempo a mais nas Creches e Jardins de Infância

Portugal é um dos países da UE em que bebés "trabalham" mais horas por dia


Bebés que passam mais de 10 horas em creches estão sujeitos a 'stress' crónico e doenças futuras, diz pedopsiquiatra.

O pedopsiquiatra Pedro Caldeira da Silva adverte que bebés e crianças que passam, em média, 10 a 12 horas em creches e jardins se infância estão sujeitos a stress crónico que pode originar doenças em adultos como a hipertensão ou cancro.

Portugal tem "um recorde muito triste, é um dos países da União Europeia em que os nossos bebés trabalham mais horas por dia, estão entre 10 a 12 horas, em média, em situação de grupo, a ser cuidados por outros em creches", afirma em entrevista à agência Lusa o diretor de pedopsiquiatria do Hospital Dona Estefânia.

O mesmo acontece com as crianças acima dos três anos que "têm dias de trabalho de 10 a 12 horas", sublinha Caldeira da Silva, lembrando os dados divulgado no final do ano passado no relatório "Estado da Educação 2018", do Conselho Nacional de Educação.

Para o pedopsiquiatra, é necessário pensar nesta situação em termos de 'stress' crónico: "Um bebé que está numa situação de grupo tantas horas, todos os dias, tem repetitivamente um nível de 'stress' elevado".

Há estudos ligados ao 'stress' crónico que mostram que "esta exposição ao 'stress' é tóxica para o cérebro e que está associada depois a um conjunto de doenças dos adultos", que "preocupam muito" como a hipertensão, os acidentes vasculares cerebrais (AVC), cancro, diabetes, afirma o chefe de equipa da Unidade da Primeira Infância do Hospital D. Estefânia, que integra o Centro Hospitalar Universitário Lisboa Central.

"Estas doenças estão ligadas a acontecimentos 'stressantes' da infância. É uma coisa que já se sabe, embora não se queira tomar conhecimento", lamenta o médico, que fundou a consulta dos "Bebés Irritáveis" e a consulta dos "Bebés Silenciosos", recursos para apoiar as famílias e promover o diagnóstico precoce na saúde mental da primeira infância.

Ao Hospital D. Estefânia chegam alguns casos em que "o que se passa de errado com as crianças tem diretamente a ver com tempo de permanência em creches", mas o que se sabe "é que isto tem um efeito a longo prazo, manifesta-se mais tarde".

Para Pedro Caldeira, "as crianças muito pequenas não têm nenhuma necessidade de ser guardadas em grupo, mas aguentam com isso". Contudo, não devem estar muitas horas nesta situação porque têm menos oportunidades de "interação de um para um" e têm de adaptar-se "a um conjunto de situações do ambiente que não são aquelas para que os bebés estão programados".

Sobre a idade ideal em que as crianças deviam frequentar a creche, defende que, no geral, não precisam de ir antes dos 3 anos.

"Claro que há crianças que indo para a creche têm oportunidades de estimulação que às vezes as famílias não conseguem conceder, mas em abstrato e em geral, as creches não são uma necessidade das crianças, são uma necessidade dos adultos, porque têm de trabalhar", sublinha.

Pedro Caldeira Silva sublinha que as crianças pequenas e os jovens, em geral, têm uma "força interior notável" que faz com que "aguentem isto e muito mais", mas adverte que os adultos têm que "começar a ter consideração sobre o bem-estar e as situações de 'stress' crónico, porque começa a aparecer a evidência que isso é importante para uma boa vida adulta".

No seu entender, é "muito importante" distinguir o que é a experiência da criança do que são as ideias dos adultos.

"A experiência individual da criança não corresponde muitas vezes àquilo que os adultos imaginam e, portanto, é sempre muito bom olhar para a criança e ver o que se passa realmente com as crianças", defende o também subcomissário da Saúde para o Sistema Nacional de Intervenção Precoce da Infância da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo.

quarta-feira, 29 de julho de 2020

"É urgente acordar para perceber a manipulação subtil exercida sobre a forma como a existência da infância é comercializada e silenciada"

Crianças com futuros estranhos e incertos


Nos limites surgem sempre oportunidades. O futuro não pode permitir que esta geração que está agora a nascer, ou que está a viver os seus primeiros anos de experiência num mundo cheio de incerteza, possa ficar amputada de direitos fundamentais.

O nosso corpo tem limites na sua sobrevivência se não existirem decisões que sejam históricas nas relações entre saúde pública e estabilidade das economias. As relações entre a família da escola e da comunidade necessitam de maior atenção quanto ao futuro próximo e distante porque podemos estar perante a possibilidade de uma grave situação humanitária sem precedentes. No entanto, e apesar de um cenário mundial muito preocupante, o ser humano dispõe de recursos gigantescos de adaptação biológica e social para saber ultrapassar obstáculos, como sempre, e de forma cíclica, aconteceu na sua evolução ao longo de milhares de anos. Nos limites surgem sempre oportunidades. Será uma questão de saber explorar essas potencialidades e colocá-las ao serviço de todos num processo conjunto de reerguer as situações atuais de uma crise que também é existencial. Ter as crianças fisicamente ativas e diminuir o tempo de exposição face aos écrans é um objetivo essencial na convivência em família. Não deve ser esquecido o brincar e ser ativo, principalmente até aos 7/8 anos de idade. A evidência científica demonstra os efeitos benéficos destas atividades (lúdicas e motoras) em vários domínios, dos quais se devem destacar a formação das conexões cerebrais e as vias neurais, estabelecendo as bases de como o cérebro se desenvolverá ao longo da vida.

A conquista desta cultura motora, fundamental nestas idades, apresenta uma relação direta com os níveis de atividade física alcançados depois da puberdade e ao longo da adolescência, para evitar um excesso de sedentarismo e desordens mentais.

A decadência física e motora observada nas últimas décadas na infância é proporcional à sedução progressiva das crianças na utilização de dispositivos digitais que as tornam muito passivas corporalmente. É recomendável que os pais aproveitem os fins de semana e período de férias escolares para construírem rotinas positivas na promoção do brincar e ser ativo em casa, nas proximidades da habitação e em espaços ao ar livre e de jogo destinados a crianças. Estas competências motoras devem ser desenvolvidas desde muito cedo, para que se criem os pré-requisitos para uma vida saudável no futuro.

Trata-se de desenvolver formas de brincar livre e de atividades físicas apropriadas a estas idades, sem ser necessário uma visão demasiadamente especializada. O brincar é compreendido como um direito natural e, consequentemente, Humano! Brincar é criar vínculo para se conhecer e dar-se a conhecer, através de um comportamento exploratório, num cenário de jogo incerto e inesperado. É igualmente uma “atitude mental”, capaz de salvar a loucura em que as crianças e os adultos estão mergulhados nos tempos que correm. Brincar é uma boa solução para muitos males. É a loucura do corpo que des(conhecemos), aprendendo a descobrir e combater o aparente equilíbrio do seu funcionamento interno e os fenómenos imprevisíveis externos que o vão influenciando ao longo do seu desenvolvimento.

É uma relação complexa de interações que implica o uso do movimento do corpo (motricidade), em conjunto com as emoções, cognição e relações sociais, com tonalidades diferenciadas ao longo das diferentes etapas evolutivas. O brincar e ser ativo é uma ferramenta robusta para lidar com situações difíceis. Não só a ação motora e lúdica, mas também as perceções, representações, tomadas de decisão e dinâmicas simbólicas que estão associadas ao fenómeno. Aprender a mover o corpo significa adquirir mais confiança, bem-estar, autoestima e superação, independentemente do contexto de ação. Aprender a mover o corpo implica atividade motora e ao mesmo tempo a sua escuta (auto- regulação). Para as crianças brincarem e serem ativas é necessário tempo e adultos emocionalmente disponíveis (não apressados) para as ouvirem sobre muitas coisas que têm para nos revelarem sobre as sua vidas, motivações, imaginários e representações.

O brincar vem de dentro, brotando imaginação e fantasia como um tempo e num tempo próprio de ser criança. Somos pobres porque não aprendemos a brincar e muitas vezes somos nós próprios (adultos) que brincamos sobre o direito de brincar. Por conveniência adulta, este tipo de comportamento é por vezes silenciado, bloqueado e maltratado, por ser considerado perda de tempo, não produtivo e secundário. Forças poderosas se levantam para ter crianças agitadas ou adormecidas com necessidades de dependência de medicação e tecnologias.

É urgente acordar para perceber a manipulação subtil exercida sobre a forma como a existência da infância é comercializada e silenciada. O futuro não pode permitir que esta geração que está agora a nascer ou que está a viver os seus primeiros anos de experiência num mundo cheio de incerteza, possa ficar amputada de direitos fundamentais de desenvolvimento saudável e com confiança num futuro mais solidário.
Carlos Neto
Investigador da Faculdade de Motricidade Humana (Universidade de Lisboa)

segunda-feira, 27 de julho de 2020

Livro em formato pdf: Despertar para a Ciência – Atividades dos 3 aos 6 anos

Despertar para a Ciência -  Atividades dos 3 aos 6 anos

A literatura específica sobre o ensino das ciências enfatiza a importância da promoção de atividades práticas, essencial para a construção de uma cultura científica.

Quando a criança faz experiências e investiga para responder a questões, ela envolve-se na aprendizagem da ciência e aprende através das suas próprias ações e da sua atividade mental. 

livro em formato PDF, Despertar para a Ciência – Actividades dos 3 aos 6 anos, é um importante recurso de apoio para os educadores de infância, na operacionalização das Orientações Curriculares para a Educação Pré-Escolar. Contém uma série de experiências para se realizar em contexto de sala. 

sexta-feira, 3 de julho de 2020

Parlamento recomenda ao governo a criação de um grupo de recrutamento na área da intervenção precoce na infância

Publicada no Diário da República a Resolução, aprovada no Parlamento no dia 5 de junho, que recomenda ao Governo que crie um grupo de recrutamento na área da intervenção precoce na infância

Resolução da Assembleia da República n.º 34/2020 - Diário da República n.º 128/2020, Série I de 2020-07-03


A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que:

1 – Crie um grupo de recrutamento na área da intervenção precoce na infância, iniciando o respetivo processo negocial.

2 – Promova a colocação dos professores por concurso.

3 – Aplique a este grupo de recrutamento as regras de acesso e colocação dos professores já existentes para os restantes grupos de recrutamento, considerando a formação específica nesta área.

quarta-feira, 3 de junho de 2020

Criação do Grupo de Intervenção Precoce nas mãos do Governo

Foram aprovados na especialidade, ontem no Parlamento, três projetos de resolução, apresentados pelo Bloco de Esquerda, PCP e PAN com vista à criação de um Grupo de Recrutamento na área da Intervenção Precoce. Todos os partidos votaram favoravelmente, com a exceção do PS, estranhamente o único a votar contra, ficando agora nas mãos do governo a possibilidade de criação do Grupo de Intervenção Precoce, cumprindo assim as resoluções agora aprovadas. 

Projeto de Resolução 105/XIV

Projeto de Resolução 207/XIV

Projeto de Resolução 173/XIV

sábado, 30 de maio de 2020

Contributo para assegurar a qualidade pedagógica em Educação Pré-Escolar

As necessidades decorrentes da pandemia (COVID19) levaram a APEI a desenvolver um conjunto de iniciativas, que contaram com os contributos de educadores e investigadores e que visaram apoiar os educadores, as organizações, as famílias e as crianças nas suas tomadas de decisão, relativas à reabertura dos jardins de infância no dia 1 de junho.

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Orientações para a Reabertura da Educação Pré-Escolar

Em cumprimento das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), estabelecem-se diretrizes para a reorganização do funcionamento de cada estabelecimento de educação pré-escolar.

Neste contexto, a organização do ambiente educativo deve ser repensada e planeada, tendo em conta a situação que vivemos e a especificidade de cada contexto, no respeito pelas Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar (OCEPE) e em consonância com as orientações emanadas da DGS. 

Orientações para a Reabertura da Educação Pré-Escolar


Orientações DGS:

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Manual de Apoio a Creches e Jardins de Infância em contexto de COVID 19

O presente manual tem como principal objetivo orientar os profissionais destas instituições de educação infantil nos novos procedimentos em contexto da pandemia COVID-19, nas Creches e Jardins de Infância de Braga.



Este manual, de acordo com o que é possível verificar,  não teve a participação de alguém dedicado a esta área do saber, não tem qualquer referência ao desenvolvimento do trabalho dos melhores especialistas em Educação de Infância, os Educadores ou Educadoras, e  funcionaliza o trabalho específico destes docentes. 

domingo, 17 de maio de 2020

Contributo para assegurar a qualidade pedagógica em Creche em tempo de Covid19

Na sequência da posição tomada sobre a reabertura das creches a 18 de maio, a APEI acolheu um conjunto muito alargado de profissionais de educação (educadores de infância, investigadores e outros profissionais com saber especializado em educação de infância), para elaborar um contributo que respeitasse os princípios basilares da pedagogia da infância e garantisse a efetivação dos direitos das crianças, bem como os dos adultos com quem as mesmas convivem, sem que fossem descuradas as regras que a situação pandémica exige.

CONTRIBUTO PARA ASSEGURAR A QUALIDADEPEDAGÓGICA EM CRECHE (0-3 ANOS) EM TEMPO DE COVID19

domingo, 12 de janeiro de 2020

Publicação da rede Eurydice sobre Educação Pré-Escolar na Europa

Números-Chave sobre a Educação Pré-Escolar e Cuidados para a Infância na Europa

Consulte a nova publicação em português da rede Eurydice sobre educação pré-escolar.

Números-Chave sobre a Educação Pré-Escolar e Cuidados para a Infância na Europa -  Edição de 2019


O presente relatório, que constitui a 2.ª edição de Números-Chave sobre a Educação Pré-Escolar e Cuidados para a Infância, apoia o desenvolvimento de políticas neste setor através de uma análise atual dos sistemas em 38 países europeus. Trata-se de um estudo comparativo internacional estruturado em torno das cinco dimensões do quadro de qualidade destacadas na Recomendação: governação, acesso, pessoal, programa curricular, e acompanhamento e avaliação. Os resultados do estudo sugerem que há ainda trabalho a fazer antes que as políticas necessárias à garantia de qualidade nestas dimensões-chave estejam solidamente incorporadas em todos os sistemas de EAPI na Europa. Muitos países europeus ainda não atingiram determinadas metas como o acesso universal ou a prestação de serviços integrados e de elevada qualidade neste setor.

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Funções na monodocência, concursos e formação inicial e contínua de docentes nas Grandes Opções do Plano 2020/2023

Valorizar o desenvolvimento dos profissionais das escolas

A qualidade da educação passa, necessariamente, pela valorização e desenvolvimento dos seus profissionais. A reposição de direitos foi um processo progressivo e que continuará na atual legislatura, criando condições para uma maior estabilidade do seu trabalho.

Tendo em conta o perfil demográfico do pessoal docente, torna-se fundamental estudar o modelo de recrutamento e colocação de professores, elaborando um diagnóstico de necessidades docentes de curto e médio prazo (5 a 10 anos), a partir do qual seja possível aperfeiçoar este sistema. Afigura-se igualmente importante dar a possibilidade aos professores em final de carreira, em particulares aqueles que se encontram em regime de monodocência, de desempenhar outras atividades que garantam o pleno aproveitamento das suas capacidades profissionais.

Simultaneamente, prevê-se rever e consolidar o modelo de formação inicial e contínua dos professores, para garantir a sua permanente atualização, adequação à diversidade dos nossos alunos e aprofundamento científico-pedagógico em contextos disciplinares e interdisciplinares, numa perspetiva integrada que permita o desenvolvimento profissional, ao  longo da vida.

(Páginas 195 e 196)

Grandes Opções do Plano 2020/2023