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domingo, 1 de junho de 2025
CNE apresenta 18 cenários de inovação pedagógica
quinta-feira, 4 de abril de 2024
Artigo de opinião de Carlos Calixto: O pedagogismo-didactismo da escola invertida.
É função da escola humanizar, ensinar
às crianças e jovens estudantes o conhecimento, o caminho, como o mundo é,
preparando os alunos para o amanhã que os espera e no qual vão ser decisores,
enquanto futuros adultos em plenitude e exercício de uma cidadania responsável
e interventiva.
A educação, o ensino, a
aprendizagem e os valores transmitidos, partilhados e descobertos na escola,
são a súmula do trabalho e parceria família-escola, casa-escola,
governo-sistema educativo, professor-aluno. Para resultar, tem de haver o
ambiente contextualizado do princípio colaborativo, senão falha, mesmo com
professores «embriagados de amor» (Nildo Lage) pela arte de ensinar o
património intelectual e o saber inter-geracional humano.
A escola invertida está nas
antípodas da escola tradicional; inverte a dinâmica rotino-costumada da sala de
aula, assumindo a premissa do trabalho motivacional pessoal, responsável e
colaborativo do aluno. É uma inversão (i)lógica do modelo de aula, de
metodologia activa, em que se passa do modelo tradicional de aula expositiva
centrada no professor, para o modelo de sala de aula invertida, «flipped
classroom», focada no educando, o que implica trabalho de casa dos alunos, com
auto-aprendizagem de conteúdos e conceitos, sem acompanhamento do professor,
recursos virtuais e salvatério da ferramenta de trabalho que é a tutoria
digital. As dúvidas são tiradas nas aulas pelos docentes. Uma utopia
teórico-pedagógica de disfunção prática provada, pela simples razão da não
disponibilidade dos alunos para trabalhar, na actualidade presente, hoje.
Paradigma, filosofia e cânone
de escola apenas explicado por um absoluto desfasamento da realidade escolar
hoje, por parte das iluminárias do Ministério da Educação (ME) e
desconhecimento ignaro ficcionado do público-alvo em dessintonia e negação
hiperbolizante – os educandos.
Num modelo de escola a tempo
inteiro, supor a veleidade de trabalho de casa acrescido com materiais,
leituras, pesquisa e visionamento web, tutoria digital aprofundada, etc., é de
comportamento sistémico néscio e imprudência política gritante. Mais o
fantasiar depois na sala de aula de práticas e habilidades alternativas,
apresentação (in)cumpridora dos trabalhos «caseiros» discentes, com debates,
discussão e avaliação inter-pares, é no mínimo um exercício de ingenuidade, pensamento
simplório, fé e milagre. Para mais com o grave problema da (não) inclusão
educativa e do crescente número de alunos não lentes nem escreventes,
frequentadores da escola-ensino básico obrigatório; com certificado de
frequência e não com validação certificada de aproveitamento e competências. E
não há motivação lúdica e on-line, jogos e gamificação, vídeo-aulas, webquests,
quizzes e podcasts que o valha. Tendo como resultado o falhanço clamoroso deste
tipo de ensino híbrido, em que o professor é um mediador da aprendizagem,
aplicando dinâmicas, tirando dúvidas, estimulando o aluno à busca e descoberta,
questionamento e mergulho no mundi scientia. Só que não resulta mesmo.
Os resultados axio-humanos negativos e escolares reais do pedagogismo-didactismo
da escola invertida, são uma infeliz realidade demonstrada à saciedade. É esta
a triste realidade. Não o admitir é estar-viver em estado de negação.
A escola ao contrário,
descurou a dimensão humana docente da educação e valorou-enveredou por um
ensino esco-digital-tech desumanizado. Trocou a dialéctica humana (caminho
entre as ideias – do grego dialektiké) pelo interface tecnológico humanóide.
Abjurou a humanista díade dialéctica professor-aluno, em perda para a escola IA
Gen. Permutou a re-humanização da escola tradicional natural, agora minimizada
e minimalista, pela escola criptonizada do professor-algoritmo maximus.
Donde, só poderia resultar toxicidade e desconexão, leia-se insucesso escolar real
à vista de todos nós. É nefasta a ideia-filosofia errada da abordagem sistémica
vigente do trabalho dos alunos e de uma escola sem esforço, de satisfação
permanente, adaptação a vontades e felicidade hilariante. Ora, o paradigma de
escola é o contrário de tudo isto. A escola é igual a trabalho, estudo, esforço
e dedicação.
Para a posteridade, a talhe de
foice, sublinhamos dois dos graves problemas que atormentam a escola pública
invertida neste presente e difícil momentum: tendo a ver com o
problema-modelo de aprendizagem, e com a felicidade permanente e em permanência
dos alunos. A percentagem elevada da numerologia do pseudo-sucesso educativo milagreiro
das iluminadas medidas de recuperação e suporte às aprendizagens, a nada
cooperante, (in)activa e (es)forçada não dedicação estudantil à causa da
aprendizagem escolar, finalizam na meta-felicidade do estrondoso sucesso
burocrático-estatístico da escola-digi-tech IA Gen do consulado socialista. É
que ninguém ensina quem obstaculiza nem quer aprender.
Ficam as seguintes citações
que falam por si mesmas, para reflexão, introspecção, interiorização e decisão
do poder político.
«Contrariamente a outros
profissionais, o trabalho do professor depende da colaboração do aluno: “um
cirurgião opera com o doente anestesiado e um advogado pode defender um cliente
silencioso, mas o sucesso do professor depende da cooperação activa do aluno”
(Labaree, 2000). Ninguém ensina quem não quer aprender. Em 1933, John Dewey
sugeriu, numa comparação provocatória, que do mesmo modo que não é possível ser
bom vendedor se não existir alguém que compre, também não é possível ser bom
professor se não houver alguém que aprenda». (António Nóvoa, Espaços de
educação, Tempos de formação, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, pp.237-263)
«A missão da escola não é
fazer os alunos felizes, mas sim (…) dar-lhe instrumentos para a construção da
sua própria felicidade, além de, como citava T. S. Eliott, fornecer-lhes os
meios para ganharem honestamente a vida e equipá-los para desempenhar o seu
papel como cidadãos plenos numa democracia. Para isso a escola deve desenvolver
o necessário equipamento cognitivo e muscular as qualidades indispensáveis para
estas tarefas, preparando-os assim para a luta do mundo. A minha tese é, pois
muito simples: a escola fácil não cumpre a missão de preparar os alunos para a
vida difícil» (João Lobo Antunes, 1944-2016, neurocirurgião, professor
universitário, escritor)
A escola protótipo de padrão invertido,
mais aumenta a frustração docente decorrente do facto avesso da tutela interverter
o real papel, sentido e logicidade da escola, não deixando os professores serem
profissionais e adulterando negativamente a ideia de uma pseudo-escola que
(im)prepara para a vida. Na vida nem tudo são rosas; as rosas têm espinhos. As
dificuldades e o difícil fazem parte da vida; e a escola, pela sua intrínseca
natureza, não se coaduna com o fácil, as facilidades e o facilitismo – fazê-lo
é o abastardamento de negá-la e matá-la.
Esta escola invertida do digital
virtual e da inteligência artificial de atrofia cerebral e entropia neuronal e
das sinapses – no sentido figurado da desordem, contingência acrítica e
irreversibilidade de um processo rasante de pensamento, com ausência humana e sem
naturalidade, ensina a pensar? E, aonde pára a dimensão cérebro-mental, de capital
importância e principal tarefa do professor que é ensinar a cogitar e despertar
os seus alunos para a reflexão e o questionamento? Em suma, a leccionação e a
cumplicidade pessoal-dual para motivar e incutir no aluno a necessidade para o
pensamento e raciocínio crítico, ler em papel, escrever manualmente, treino
intelectivo e interacção humanizante.
A construção política da infelicidade
e disfuncionalidade professoral e a crio-invenção da felicidade discente na
escola invertida, contribuiu decisivamente para a fragilização e queda de uma escola
pública que perdeu qualidade por culpa ministerial. A inversão negativa identitária
da escola e desconstrutora da idiossincrasia docente, fere de morte o
desempenho dos professores, com políticas e reformas educativas contrárias e ao
arrepio das boas e eficientes práticas. «Negando» o recurso do professor a uma
miríade de métodos e abordagens. E não, não está esgotado o modelo do professor
emissor e do aluno receptor – é intemporal. E o sistema deixa o professor ser
professor?! (…)
As ferramentas para a
construção de uma «happy school», que eduque para a «science of happiness» da «non-flipped
public school», só é possível com a postura de um ME ao lado e não contra os
trabalhadores didactas que tutela. Não interferindo no modus operandi pedagógico-didáctico
dos professores, trabalhadores profissionais especialistas de e em educação.
«Escola é, sobretudo, gente, gente que trabalha, que estuda, que se alegra, se conhece, se estima». (Paulo Freire)
quinta-feira, 14 de dezembro de 2023
Referencial para a Inovação Pedagógica nas Escolas
A inovação não é um fim em si mesma, mas antes um processo que visa ampliar uma educação de natureza transformadora e que pode assumir múltiplas configurações quanto ao seu objeto, às suas finalidades e formas de operacionalização, cabendo às escolas definir prioridades e processos de mudança. Os efeitos e a sustentabilidade da inovação dependem, em grande medida, da sua amplitude, mas todas as iniciativas de inovação são potencialmente meritórias, quer sejam desenvolvidas em disciplinas específicas ou numa abordagem de articulação curricular, de forma individual ou colaborativa, integradas ou não em projetos mais vastos. Todas requerem uma perspetiva contextualizada – articulando-se com as circunstâncias em decorrem, os projetos educativos das escolas e as políticas educativas (trans)nacionais–, uma orientação prospetiva, implicando um movimento de rutura maior ou menor face a conceções e práticas anteriores, e uma estratégia avaliativa que possibilite compreender os seus efeitos, limitações e implicações.
O referencial apresentado centra-se na pedagogia escolar e dirige-se às escolas enquanto organizações aprendentes, em particular aos educadores que nelas trabalham, sendo os educandos os principais beneficiários dos processos de mudança. Embora se articule com outras esferas, das políticas educativas e orientações curriculares à gestão das escolas e à formação dos educadores, esse não é o seu foco principal, tal como não é sua intenção discutir normativos legais particulares ou propor práticas de inovação específicas. O que se pretende é promover uma reflexão crítica sobre a educação e a inovação pedagógica nos contextos escolares, que sustente o desenvolvimento e a análise de iniciativas de inovação. Assim, o referencial tem duas finalidades:
- Definir um quadro de referência para uma compreensão ampla da inovação pedagógica, tendo em consideração três dimensões: o seu sentido social, a sua orientação local e sistémica, e a sua orientação para os educandos e a aprendizagem;
- Propor, a partir desse quadro de referência, um guião de apoio ao desenho e à análise de iniciativas de inovação pedagógica, podendo estas assumir configurações diversas.
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
Recomendação do CNE sobre a inovação pedagógica nas escolas
quinta-feira, 7 de dezembro de 2023
Recomendação do CNE “Inovação Pedagógica nas Escolas”
domingo, 16 de outubro de 2022
Guia para enfrentar a transformação digital das Escolas
domingo, 26 de dezembro de 2021
Rubricas pedagógicas e outros olhares
quarta-feira, 22 de dezembro de 2021
Segundo relatório do Projeto MAIA
Para Uma Avaliação Pedagógica: Dinâmicas e Processos de Formação no Projeto MAIA (2020-2021).
sexta-feira, 17 de dezembro de 2021
Termos e condições para implementar uma gestão superior a 25 % das matrizes curriculares-base
Portaria n.º 306/2021
domingo, 4 de julho de 2021
Conferência digital INconference - 15 e 16 de julho
terça-feira, 9 de março de 2021
Partilhas de práticas inovadoras de ensino e aprendizagem
sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021
Inovar de onde estiver - um guia de atividades para a aprendizagem a distância
Inovar de onde estiver
quinta-feira, 4 de fevereiro de 2021
A integração da tecnologia na Educação
Artigo completo no Observador
terça-feira, 26 de janeiro de 2021
Para refletir!
- Reavaliar os programas, diminuindo a quantidade de conteúdos para se apostar na qualidade das aprendizagens;
- Repensar as práticas pedagógicas, abandonando as aulas expositivas e metodologias passivas, recorrendo a práticas mais activas e que requeiram mais a participação e acção dos alunos, ajudando-os a desenvolver a sua autonomia na construção do seu saber, com actividades e formas de trabalho diversificadas; educar para a autonomia, dando os objectivos e orientando a pesquisa.
- Repensar as actividades curriculares e extracurriculares propostas aos alunos, apostando em actividades mais práticas e mais úteis para a vida (por exemplo, incentivar a realização de outro tipo de trabalhos de casa, tais como: construir hortas biológicas, prestar serviços à comunidade, ajudar os pais, entre outros);
- Reconsiderar os recursos educativos utilizados, indo mais ao encontro de recursos que trazem maior motivação às novas gerações, com a utilização e com a efectiva integração nas aulas das novas tecnologias, ajudando os alunos a lidar, como terão de fazer na sua vida adulta, com as vantagens e desvantagens do seu uso;
- Repensar as práticas avaliativas, tornando efectivamente a avaliação formativa, mais reflexiva, mais contínua e mais ao serviço da aprendizagem, regulando e melhorando o processo de ensino e de aprendizagem, e não como sendo externa a esse processo;
- Abandonar a hegemonia do teste como instrumento de avaliação único e rigoroso, quando sabemos que este avalia apenas um conjunto muito limitado das competências previstas no “perfil dos alunos à saída da escolaridade obrigatória”, diversificando instrumentos para dar aos estudantes oportunidades verdadeiramente justas de demonstrarem as aprendizagens e as competências desenvolvidas;
- Reavaliar a utilidade e as vantagens dos exames nacionais do 9.º ano. Se estes podiam fazer algum sentido quando a escolaridade obrigatória se prolongava apenas até ao final do 3.º ciclo, agora que esta foi alargada até ao final do ensino secundário não trazem nenhum benefício. Pelo contrário, provocam grande pressão em professores e alunos, levando à degradação das práticas lectivas que se concentram na preparação dos alunos para o teste e não na aprendizagem de qualidade, como tem vindo a demonstrar a investigação na área;
- Analisar as vantagens de introduzir de forma permanente as alterações introduzidas no ano lectivo anterior nos exames nacionais do ensino secundário que conduziram a melhores resultados, mais próximos das avaliações internas.
segunda-feira, 27 de julho de 2020
A escola é muito mais que o espaço da sala de aula
sexta-feira, 3 de julho de 2020
Ecossistemas Digitais para o Desenvolvimento Humano
Para mais informação consultar;