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terça-feira, 15 de dezembro de 2020

Desabafos

Hoje tenho que falar: o ensino destroçou-me, humilhou- me e sou professora há 34 anos. O governo roubou- nos descaradamente. O que é feito do Ministro de Educação? Este ano, quando saio de casa, nunca sei, se venho são ou doente. Trabalho numa Escola Secundária. Os meus./ nossos alunos são completamente ultrapassados. Eles não sabem, mas estão a ficar para trás. Nem todos são assim, mas os poucos que valem a pena não avançam devidamente. Alguns dos pais preferem dar um telemóvel ou até uma consola, em vez de um pequeno livro. Não têm ambições ou pensam que não têm. Não tenho ouvido nenhum ouvido nenhum político a falar de nós. No local onde trabalho as infeções vão e vêm. Trabalhamos com máscara, mas não chega. Numa das turmas há uns que têm ido ,mas lá voltam e o distanciamento social nem vê- lo. Falam dos outros profissionais, mas os professores nunca foram tão maltratados como nos últimos 20 anos. Estou/ estamos exaustos. O vírus anda aí, todos sabemos. Não sei, se um dia destes um ou vários de nós entram no hospital e depois virá um discurso, muito bem preparado a soar a herói/ heroína. Foi azar. Se calhar teria outros problemas de saúde. Quem nos protege? Fala- se muito na nova geração. Eu também, mas dividam as turmas para trabalharmos em segurança! Procurem o nosso querido ministro. Deem- nos condições, pelo menos testes grátis, se calhar um subsídio de gasóleo. Recebemos a 23 de cada mês. Muitas pessoas, uma semana antes de receberem já não têm nada. Vive- se de medo de algumas direções. Nem todas, felizmente. Tanto teria para dizer. No dia em que entrei na universidade, deviam ter- me empurrado para outra, talvez Medicina de que gosto muito, Artes. Fiz o secundário em ciências e letras. Tinha dúvidas. Mas hoje tenho uma certeza, professora NUNCA. Estou cansada. O nosso ministério é uma fraude. Perdoem- me a minha frontalidade, mas a minha veia do norte faz- me dizer tudo na cara das pessoas. Não gosto de hipocrisia e, por favor não vão na cantiga da municipalização. Aí será a nossa morte. 
Obrigada por terem lido este texto, mas depois de um dia como o de hoje tive vontade de nunca mais entrar numa ESCOLA. 
Maria C. Ruas 

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

"é preciso salvar a escola pública, é preciso salvar os professores"

"um professor amigo, com grau de mestre e a fazer doutoramento, onze anos de carreira, não foi colocado.
tudo quanto acredito acerca do mercado de trabalho é ao contrário do que lhe está acontecer.
o estado não pode usar um profissional deste modo, não pode dispensá-lo ao fim de onze anos como se mudar de ramo implicasse uma licenciatura de três meses, mestrado de um e doutoramento ganho por sorte num programa da tarde na tv nacional.
é preciso salvar a escola pública. é preciso salvar os professores para que nos salvem os filhos e nos ajudem a continuar o sonho de um país melhor, mais integrador, mais igual, justo."
Facebook Valter Hugo Mãe

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Garantias sem garantia

O Ministério da Educação e Ciência, através de Nuno Crato, seu responsável máximo, tinha garantido que estava a trabalhar para que o número de professores sem componente letiva fosse reduzido e que estaria a criar todos os instrumentos necessários para impedir a existência de professores sem turmas para ensinar.
Como tem sido prática corrente o ministro não cumpre o que afirma , e, em consequência das medidas e da política educativa que vai implementado, o que se veio a verificar foi o aumento do número de professores declarados sem componente letiva, muito superior aos 14 mil do ano passado.
Tudo muda... menos a incompetência!

terça-feira, 2 de julho de 2013

Direito à liberdade de expressão!?

A Procuradoria-Geral da República arquivou o inquérito aberto contra Miguel Sousa Tavares por ter chamado “palhaço” a Cavaco Silva, considerando que essas declarações se enquadram no direito à liberdade de expressão do escritor e antigo jornalista.
Pelo facto e porque se enquadra no nosso direito à liberdade de expressão poderemos, a partir de agora, chamar palhaço ao próprio MST como consequência dos permanentes insultos à classe docente?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

"arranhar no duro"

- De greve?
- Não.
- Vais vigiar?
- Também não, mas vou "arranhar" no duro. Vou fazer uma substituição em aulas de recuperação.
- Respeito isso. Boa sorte!

(depois)
- Então?
- Tudo bem.
- Arranhaste muito?
- Nem por isso. Pus os "putos" a jogar no computador! Era aula de substituição... e dia de greve...
- Mas tu não és da área? Podias recuperar!
- Bah!
- Então "arranhaste" mesmo. E de que maneira!
- Como assim?
- Arranhaste a luta de todos os teus colegas que hoje interromperam o seu contrato laboral e se colocaram na linha da frente pelo respeito e reconhecimento da sua função, por direitos profissionais, mas sobretudo pelo direito de todos a aceder a uma escola pública de qualidade. Arranhaste a qualidade da escola que os outros defendem com a sua paralisação, não cumprindo o que, pretensamente te propuseste, ao comparecer. Arranhaste a boa fama de todos os docentes que, quando estão, cumprem realmente as suas funções. Arranhaste as expectativas dos alunos a quem aparentemente assististe. Arranhaste tudo e todos. Até a ti, que não serás mais reconhecido como fiável. 

(Diálogo inventado. Qualquer semelhança com acontecimentos reais só poderá ser coincidência)

segunda-feira, 3 de junho de 2013

Bom mesmo é ir à luta com determinação!

Foto: "Haverá alturas em que nada podemos fazer para impedir a injustiça mas nunca poderá haver uma altura em que desistimos de protestar."
(Elie Wiesel)






"Haverá alturas em que nada podemos fazer para impedir a injustiça mas nunca poderá haver uma altura em que desistimos de protestar."
(Elie Wiesel)

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Nada disto consta da proposta entregue aos sindicatos

A equipa negocial do MEC afirma que a grande preocupação do ministério é a criação de instrumentos que impeçam os docentes de serem colocados naquele regime e que no despacho de organização do próximo ano escolar se passa a contabilizar também como componente lectiva o apoio aos alunos e a coadjuvação em sala de aula em todo o primeiro ciclo e mesmo a outros ciclos de escolaridade nas disciplinas consideradas "estruturantes". 
A possibilidade de garantir a presença de dois professores em sala de aula foi uma das medidas apresentadas no ano passado pelo Ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, para reduzir o número de professores com horário zero.

Promete ainda a equipa negocial que, se os mecanismos  para evitar a ausência de componente lectiva não se revelarem suficientes e "algum professor" entrar no regime de mobilidade especial, ser-lhe-á garantido um "verdadeiro sistema de requalificação profissional" com vista à obtenção de habilitação profissional para exercer a docência noutro grupo de disciplinas menos flagelados (quais?) pela falta de componente lectiva.

A próxima reunião de negociação está prevista para o dia 6 de junho. Até lá vamos continuar a receber promessas deste teor que não são compromissos sérios de negociação, apenas declarações de boas intenções para a comunicação social passar para a opinião pública.

segunda-feira, 29 de abril de 2013

Agravamento das desigualdades, mas tudo a bem da autonomia!?


Os professores recrutados diretamente pelos diretores este ano letivo através de contratação de escola vão poder renovar os seus contratos, segundo as regras fixadas pelo Ministério da Educação e Ciência, algo que é vedado aos restantes docentes contratados, e está a gerar inúmeras queixas.

A medida prejudica docentes mais experientes, colocados em setembro de 2012 na contratação inicial e que não podem renovar, arriscando assim o desemprego. Além disso, as irregularidades já detetadas nas contratações de escola levantam dúvidas sobre a possibilidade de renovação.

"Estamos perante uma violação dos mais elementares princípios de ordenação dos candidatos ao concurso de acordo com a graduação profissional", afirma César Paulo, da Associação Nacional de Professores Contratados.

Para Mário Nogueira, da Fenprof, estas regras – fixadas pelo MEC dia 22 no aviso de abertura do concurso de professores – "vão criar uma situação de desigualdade entre os professores contratados, com prejuízo para os que têm mais graduação profissional". A Fenprof está a avaliar se existe ilegalidade e admite recorrer aos tribunais. Nogueira defende ainda que as irregularidades já detetadas nas contratações de escola desaconselhavam a possibilidade de renovação.

Ao CM, o MEC sublinha que esta medida se enquadra no objetivo de "dar uma autonomia crescente às escolas" e lembra que a partir deste ano letivo os concursos passaram a ter "regras claras, bem como a serem inspecionados pela Inspeção-Geral da Educação e Ciência".

Mais de dois mil docentes terão sido recrutados através de contratação de escola este ano letivo, a maioria em escolas TEIP (Territórios Educativos de Intervenção Prioritária) e com contrato de autonomia.

terça-feira, 9 de abril de 2013

Novas medidas de austeridade, NÃO!


Mexer nas taxas rendibilidade e nos contratos milionários das PPPs, acabar com as consultadorias externas, reduzir ou acabar com as mordomias de deputados, ministros e outros lugares da administração pública, taxar os dividendos e os ordenados milionários das EDPs, PTs e outras, aumentar o IRC das instituições bancárias, acabar com as altas rendas energéticas e das telecomunicações .. isso não se pode fazer! 


Vamos é cortar na segurança social, saúde, educação e empresas públicas!!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Ou há moralidade ou comem todos!


Publicado hoje no Diário da República o Despacho nº 2727/2013 que determina o reposicionamento na carreira dos militares da GNR e dos polícias da PSP.
"Determina-se o seguinte:
1 — Autoriza-se a plena concretização dos reposicionamentos remuneratórios decorrentes da transição para as novas tabelas remuneratórias previstas nos Decretos-Leis n.°s 298/2009 e 299/2009, ambos de 14 de outubro.
2 — Esta transição é realizada no estrito cumprimento das regras de transição que estavam em vigor a 1 de janeiro de 2010.
3 — O presente despacho produz efeitos a partir do dia 1 de janeiro de 2013, apenas retroagindo para além daquele dia para efeitos de contagem do tempo para apuramento do tempo de serviço na posição remuneratória agora determinada."

...
Ao ler este despacho ocorrem-me algumas perguntas que gostaria ver respondidas, por quem de direito, e que terei a oportunidade de enviar ao senhor Ministro da Educação e Ciência, aos vários grupos parlamentares e ao senhor Provedor de Justiça:

Não estão congeladas todas as carreiras da administração pública?

Se este despacho corrige erros ou ilegalidades, o que posso admitir sem qualquer preconceito contra os polícias e militares da GNR, porque não se corrigem também todos os erros e ultrapassagens que se verificam na carreira docente, nomeadamente aos docentes do antigo 8º Escalão da carreira - índice 245 que foram ultrapassados por colegas com menos tempo de serviço?

Porque não se promulgam os despachos relativos à progressão dos educadores e professores do 4º e 6º escalão, que reuniam todas as condições de progressão e que ficaram retidos devido à não publicação do despacho sobre as quotas?

Para quando o pagamento das compensações por caducidade dos contratos e o cumprimento das várias dezenas de decisões do tribunal e do parecer do senhor Provedor de Justiça?

Ou há moralidade ou comem todos!

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

Frase do dia

“Espaço público está intoxicado por falsos relatórios técnicos”
António da Nóvoa 
 Reitor Univ. Lisboa

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Muitas nomeações para um dia só!!!


segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Autonomia ou o reforço da fragilização?

Enquanto o Conselho Nacional de Educação escreve na sua mais recente recomendação (nºs 28 e 29) que "A recente criação de agrupamentos de grande dimensão, no mesmo quadro de muito débil definição política acerca da autonomia que se pretende para as escolas portuguesas, tem vindo a criar problemas novos onde eles não existiam: reforço da centralização burocrática dentro dos agrupamentos; aumento do fosso entre quem decide e os problemas concretos a reclamar decisão, com a criação de novas hierarquias de poderes subdelegados; existências de vários órgãos de gestão que nunca se encontram nem se articulam entre si; sobrevalorização da gestão administrativa face à gestão autónoma das vertentes pedagógicas. Tudo isto fragiliza ainda mais a já frágil autonomia e deixa pela frente o reforço do cenário único e salvador do caos: a recentralização do poder na administração central, agora reforçada na sua capacidade de controlo de tudo e todos, pelas novas tecnologias.
Assim, os mega -agrupamentos constituem, até ao momento, um caminho de reforço do controlo e não da autonomia das escolas/ agrupamentos de escolas, uma via que paulatinamente retira liberdade e capacidade de ação aos diretores e aos parceiros locais da educação.
Ao concentrar, descentra -se e desfoca -se a ação nuclear dos dirigentes das escolas: melhorar cada dia os processos de ensino e os resultados das aprendizagens."

O gabinete do ministro Nuno Crato confirmou aos diferentes órgãos de comunicação social que o reordenamento da rede (mais mega-agrupamentos em preparação) está "a decorrer neste momento em todas as Direcções Regionais de Educação", vai agregar mais escolas já em Dezembro e quer novos órgãos de gestão nomeados em Janeiro. Afirma ainda fonte do MEC que o processo ficará "concluído durante o ano lectivo 2012/2013", garantindo que não haverá "perturbação no funcionamento" das escolas.
(negrito nosso)

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Ilegalidades reconhecidas e admitidas, mas não é para todos!?


Numa carta enviada  ao Parlamento na semana passada, o Provedor de justiça apelou a que a situação dos docentes universitários fosse corrigida durante a apreciação da proposta de OE pelos deputados, permitindo a valorização remuneratória dos docentes que transitem da categoria de professor assistente para professor auxiliar ou adjunto. Para o Provedor de justiça, a proibição em vigor é contrária à lei e à própria Constituição, uma vez que compromete “o princípio da igualdade"

Lamentamos que o senhor Provedor de justiça não tenha tido igual procedimento em relação aos docentes que foram ultrapassados na carreira do ensino não superior por colegas com menos tempo de serviço.

Era necessário, e da mais elementar justiça e legalidade, que o parlamento aprovasse uma medida semelhante para colocar os docentes do índice 245 (antigo 8º escalão) com mais de 5 anos nesse índice, pelo menos no índice 272 da carreira docente, para que não fossem (e assim continuam) ultrapassados por colegas com menos tempo de serviço que aí se encontram colocados e a auferir vencimento superior.

O Exmo. Provedor de justiça considerou inconstitucional essa ultrapassagem, mas, curiosamente ou talvez não, não agiu da mesma forma nesta situação flagrante de ilegalidade e de injustiça. Também não vimos nenhum grupo parlamentar, da esquerda à direita, tomar qualquer medida no sentido de corrigir esta ilegalidade que já dura há quase dois anos e parece ter ficado esquecida.

A constituição continua a não ser igual para todos!

terça-feira, 20 de novembro de 2012

As estimativas do Ministro das Finanças até 2016

Vítor Gaspar apresentou hoje um cenário macroeconómico até 2016.
Serão válidas por quanto tempo?
2013201420152016
Crescimento PIB-1%0,8%1,8%1,8%
Desemprego16,4%15,9%15,2%14,8%
Dívida Pública/PIB122,2%122,3%119,6%115,8%
Económico

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Continuam os enganos no orçamento da AR!?

Orçamento da Assembleia da República para 2013

A quem se destinam estes subsídios? 

01.01.05b Pessoal além dos Quadros - GP´s: Sub.Férias e Natal -  518.959,00 €

01.01.14 Subsídios de férias e de Natal (SAR)  - 1.017.270,00 €
(Despesas Correntes - Pág. 2)

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Partilhando

Viva,
achei interessante o blogue para partilhar a minha situação atual e infelizmente também de outros colegas meus.

Haverá alguma possibilidade de“defender” dar algum ânimo ao “leque” extenso de professores contratados, nomeadamente do grupo 240 E.V.T (como é o meu caso).
Sou Professora Profissionalizada, do Ensino Básico variante de Educação Visual e Tecnológica desde 1998 (contratada há 14 anos), dei sempre o máximo na minha prática pedagógica e sobretudo na qualidade de ensino dos meus alunos!
No decorrer desta minha etapa profissional, superei juntamente com o apoio das minhas parcerias, diversos obstáculos/desafios (formações, projetos, direcções de turma, contextos escolares difíceis …) continuo ainda assim, a leccionar com muito prazer(criativo)e não querendo perdê-lo de maneira alguma, e muito menos os meus alunos!
Mais informo que nestes dois últimos anos letivos, na minha avaliação de desempenho regista-se a menção qualitativa de excelente e muito bom(8,9).
No entanto, o resultado deste último concurso, infelizmente não me foi favorável, estou após 14 anos de serviço (horários completos), pela primeira vez em situação de desempregada, mas ainda quero ter esperança. Não "cruzei" os braços e vou estando atenta às informações/indicações da DGAE e outras.
 Questiono se valerá a pena continuar a “lutar”no ensino? Procurar outras alternativas? Considera justo esta situação?
Confesso que me sinto triste! Descartável….pouco “amada”!
Sinto o meu país a ficar mais pobre, que desbarata ótimos professores e educadores, pessoas frontais e que trabalham verdadeiramente com os alunos.

Agradeço a atenção dispensada,
Com os melhores cumprimentos,
 Julieta Costa 
Professora do 2º ciclo do Ensino Básico variante de Educação Visual e Tecnológica
(Recebido por e-mail)