Nas páginas 15 a 17 do Programa do Governo 2022/2026 são apontados como desígnios deste executivo a valorização, a capacitação e o rejuvenescimento da
Administração Pública.
Para tal, o Governo propõe as seguintes medidas:
• Rever a Tabela Remuneratória Única, com vista a garantir que todas as carreiras possuem
posições remuneratórias que permitam o seu normal desenvolvimento;
• Retomar a regularidade das atualizações salariais anuais;
• Valorizar as carreiras, garantindo um sistema integrado de gestão e avaliação do
desempenho na Administração Pública (SIADAP) justo, proporcional, transparente e
anualizado, como forma de captação de talentos para a Administração Pública,
garantindo que os objetivos fixados sejam prioritariamente direcionados para a prestação
de serviços ao cidadão;
• Concluir a revisão das carreiras não revistas, com uma discussão alargada e transparente
para harmonizar regimes, garantir a equidade e a sustentabilidade, assegurando
percursos profissionais assentes no mérito dos trabalhadores;
• Valorizar os salários e as carreiras técnicas;
• Desenvolver novos modelos de trabalho na Administração Pública, nomeadamente o
teletrabalho, considerando a importância de criar redes de proximidade em todo o
território, tal como exemplificado pela Rede de Espaços de Coworking/Teletrabalho no
Interior;
• Estabelecer incentivos para a deslocalização de postos de trabalho para zonas do interior
ou fora dos grandes centros urbanos;
• Adotar medidas de responsabilização e valorização dos dirigentes intermédios da
Administração Pública, impedindo a concentração da competência para decidir nos graus
mais elevados das hierarquias;
• Aprofundar e incentivar a utilização do modelo de avaliação dos serviços com distinção
de mérito associada aos melhores níveis de desempenho e refletir essa distinção em
benefícios para os respetivos trabalhadores, garantindo assim o alinhamento das
dimensões individual e organizacional;
• Reforçar o modelo de formação aos trabalhadores em funções públicas pelo Instituto
Nacional de Administração, I.P. (INA), alavancando a sua capacitação e o reforço de
competências em larga escala;
• Apostar na capacitação digital dos trabalhadores, desde os níveis mais básicos e das
competências digitais intermédias até à qualificação avançada em tecnologias
emergentes;
• Investir em novas competências através do Programa de Capacitação em Direitos
Humanos para a Administração Pública, dinamizado pelo Instituto Nacional de
Administração (INA), que se destina a trabalhadores e dirigentes públicos e que visa
formar para direitos humanos, dignidade e cidadania, diversidade e igualdade, bens e
serviço público e acesso a novas formas de Administração;
• Aprofundar e desenvolver os centros de competências (JurisAPP, PlanAPP, TICAP, CAPE);
• Consolidar e ampliar os centros de competências, associando-lhes uma dimensão de
conhecimento acessível para a Administração Pública e reforçando a capacidade crítica e
a especialização dos seus trabalhadores;
• Instituir modelos de trabalho colaborativo nas áreas financeira, de gestão e de recursos
humanos, para que os trabalhadores funcionem em rede e em articulação direta com as
áreas governativas das finanças e da Administração Pública, quer para o apoio técnico,
quer para o reforço das respetivas competências profissionais;
• Estabelecer percursos formativos que incluam capacitação para a liderança em contexto
público e liderança de equipas com autonomia reforçada;
• Dar continuidade ao «Qualifica AP», de modo a assegurar o pleno envolvimento do
Estado, enquanto empregador, no esforço de qualificação dos seus trabalhadores;
• Implementar políticas de gestão de pessoas, nomeadamente planeando o recrutamento
em função das necessidades efetivas de cada área da Administração Pública;
• Rever o regime de acesso à Administração Pública, de forma a agilizar e simplificar os
processos de recrutamento, tornando-os mais céleres, em especial para jovens recém-licenciados, respeitando sempre o princípio de igualdade no acesso;
• Potenciar o acesso às carreiras de técnico superior da Administração Pública, melhorando
os níveis remuneratórios de acesso e beneficiando, também, a formação em mestrados e
doutoramentos;
• Aperfeiçoar o modelo de recrutamento e seleção de dirigentes superiores, garantindo a
transparência, o mérito e a igualdade de oportunidades, permitindo à CRESAP proceder à
abertura oficiosa de concursos para dirigentes superiores;
• Rever a duração das comissões de serviços de dirigentes intermédios, com vista a imprimir
maior dinamismo nos serviços, alargando ainda a sua base de recrutamento para além da
Administração Pública, ao setor empresarial do Estado e às autoridades reguladoras.