segunda-feira, 30 de dezembro de 2019

Prosseguimento de estudos entre diplomados de cursos TeSP

A DGEEC apresenta um estudo sobre o prosseguimento de estudos entre os jovens que concluíram cursos de Técnico Superior Profissional em instituições de ensino superior portuguesas em 2017/2018. Determinou-se a situação dos jovens diplomados um ano após a conclusão do curso, permitindo calcular as taxas de transição para cursos de licenciatura e outros cursos superiores.

As taxas de prosseguimento de estudos dos recém-diplomados são desagregadas segundo várias dimensões, analisando-se a sua dependência dos seguintes fatores:

1. Ano letivo de conclusão do curso;
2. Subsistema de ensino superior;
3. Instituição de ensino superior;
4. Classificação final de curso;
5. Área disciplinar do curso;
6. Distrito de conclusão do curso;
7. Sexo e escalão etário do aluno.

Prosseguimento de estudos entre os jovens que concluíram cursos de Técnico Superior Profissional – 2017/2018

Santana Castilho escreve sobre o Ensino do Português no Estrangeiro

Santana Castilho - Público 

Basta uma literacia política mínima e a leitura atenta da Constituição da República Portuguesa (CRP) para podermos afirmar que o direito à língua é um direito fundamental. Com efeito, a língua materna é elemento determinante da identidade cultural, estando o seu ensino e valorização permanente consagradas como tarefas fundamentais do Estado [art.º 9º, alínea f) da CRP]. O relevo particularíssimo do papel da língua portuguesa (língua oficial de oito estados independentes, falada em todos os continentes por cerca de 280 milhões de pessoas) para os cidadãos espalhados pelo mundo está bem expresso quando a CRP volta a fixar que incumbe ao Estado “assegurar aos filhos dos emigrantes o ensino da língua portuguesa e o acesso à cultura portuguesa” [art.º 74º, nº 2, alínea i)]. Apesar disto, as decisões políticas da última década têm promovido a menorização do ensino do português, como língua materna, para os filhos dos emigrantes, revelando um condenável desprezo pela necessidade de manter uma forte ligação identitária (linguística e cultural) de Portugal com a sua diáspora.

Ainda que sem nunca ter sido assumido politicamente como instrumento estratégico importante, o EPE conheceu uma acentuada expansão durante os 30 anos em que esteve sob tutela do Ministério da Educação (em 2000 a rede EPE tinha cerca de 700 professores). Com a passagem, em 2010, do EPE para o Ministério dos Negócios Estrangeiros, via Instituto Camões, a degradação começou. Os coordenadores do EPE foram substituídos por quem nunca tinha leccionado na rede ou sequer leccionado alguma vez. Em Outubro de 2012 (D-L nº 234/2012) foi instituída a vergonhosa obrigatoriedade de os emigrantes pagarem 100 euros anuais para os filhos fruírem do direito constitucional de aprenderem português como língua materna. Acresce que o processo de cobrança é iníquo: se os filhos dos emigrantes têm as aulas em conjunto com alunos dos países de acolhimento, ficam isentos e o Estado português financia a aprendizagem dos alunos estrangeiros; se os filhos dos emigrantes têm isoladamente as suas aulas, pagam ou são expulsos dos cursos, como acaba de acontecer na Suíça. Como era de esperar, a maioria dos pais recusou-se a pagar e mais de 20.000 alunos ficaram sem aulas de língua e cultura portuguesas (eram 60000, serão hoje cerca de 40000). Distribuídos pelos países onde existem cursos de ensino básico e secundário (Espanha, Andorra, França, Luxemburgo, Bélgica, Países Baixos, Reino Unido, Suíça e Alemanha), restam no corrente ano lectivo 277 professores a ensinar português na Europa, número a que se somam mais 24, que lecionam na África do Sul, Namíbia e Suazilândia.

Lamentavelmente, certamente por razões economicistas (a tacanhez política sempre achou demasiado caro este tipo de ensino), a rede de cursos de EPE nunca foi estendida aos Estados Unidos, Canadá, Austrália e Venezuela, onde as comunidades portuguesas têm uma presença significativa. Os cursos de português que por lá resistem são iniciativas de entidades escolares locais ou de associações de emigrantes.

Lamentavelmente, o investimento sério e inteligente na divulgação do português, quer como língua materna quer como português para estrangeiros, foi sempre substituído pela esperança mesquinha de que sejam os outros países a pagar e fazer essa divulgação. Nessa linha, o Instituto Camões apresenta à opinião pública em Portugal, iludindo-a, elevados números de professores de português, que não estão sob sua dependência nem custam um cêntimo ao nosso Estado: são docentes que ensinam nos Estados Unidos, Austrália e Canadá, contratados e remunerados por entidades locais, que não por Portugal.

O Camões transformou o português para luso-descendentes em português como língua estrangeira, impôs exames de português para estrangeiros tendo por norte o Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas, pensado para adultos e portanto inadequado para o ensino de crianças, particularmente as do 1° ciclo, e nessa lógica insensata criou grupos de aprendizagem conjunta com alunos do 1º ao 12º anos de escolaridade. Milhares de alunos estão a perder o contacto com a língua portuguesa e a esquecer o que aprenderam, quebrando, assim, as raízes linguísticas e culturais e a ligação afetiva ao seu país de origem. Sem que nos estejamos a dar conta, estão moribundos os cursos destinados a manter viva a herança linguística e cultural portuguesa junto das comunidades emigradas.

A 3 de Novembro de 2017, na cerimónia de posse do actual presidente do Camões, o ministro dos Negócios Estrangeiros disse: “Procuramos que a língua que os filhos das nossas comunidades estudam seja uma língua que eles estudem não por ser uma língua do gueto, que eles não são, não por ser uma língua regional, que não é, mas por ser uma língua de herança e uma das grandes línguas globais do mundo de hoje”. Ressalvando que o Camões “não tem o monopólio, nem deveria ter, da promoção da língua portuguesa e das culturas de língua portuguesa”, Santos Silva destacou que este organismo é “o agente principal de promoção internacional do português, das literaturas e das culturas de língua portuguesa”, não sendo essa missão incompatível com a valorização da rede de ensino de português como língua materna, que é “responsabilidade legal, constitucional e até moral” do Estado português. Lembradas à distância, parecem palavras que não foram além da retórica ou que simplesmente soçobraram à substituição de Camões por cifrões.

Infelizmente, o direito constitucional à identidade linguística dos portugueses não está derrogado apenas no caso em apreço. De entre outros, atentemos à proliferação provinciana de denominações inglesas para escolas e cursos universitários portugueses [fazendo tábua rasa do Regime Geral das Instituições de Ensino Superior (art.º 10º, nº 1)] ou a imposição subserviente de uma língua de negócios a alunos portugueses em aulas desses cursos, dadas por professores portugueses.

A “piropedagogia” dos utilitarismos modernos, inimiga do saber e do conhecimento, vem afastando os jovens das Humanidades e da cultura que importa. A norma é hoje uma sequência de vacuidades, desde que impressionem no imediato. Quando acabámos com os poucos restos de latim que ainda havia no ensino secundário, desligámos a aprendizagem da nossa língua da sua filiação de origem. Quando permitimos a desvalorização da Filosofia, da Literatura e da História nos programas de ensino, deslumbrados pelo progresso tecnológico, começámos a sonegar aos alunos o conhecimento mínimo que os pode situar no mundo, revelar-lhes as raízes e ajudá-los a reflectir sobre o futuro.

domingo, 29 de dezembro de 2019

A situação da ADSE


A ADSE enfrenta atualmente dificuldades importantes criadas pelo governo e pelos seus representantes no Conselho Diretivo. Quem as conheça e as viva diariamente muitas vezes é obrigado a pensar que elas são deliberadamente criadas para depois justificar que é necessário substituir o atual Instituto por uma mútua com o objetivo de desresponsabilizar o governo da ADSE, embora a ADSE faça parte do Estatuto laboral dos trabalhadores das Administrações Públicas
... 
As representantes do governo no Conselho diretivo da ADSE têm-se oposto também a assinatura de convenções com pequenos e médios prestadores, de que é exemplo os Hospitais das Misericórdias que se encontram espalhados por todo o país, mesmo em concelhos onde o numero de prestadores que têm convenções com a ADSE é manifestamente insuficiente, criando assim dificuldades aos beneficiários no acesso a cuidados de saúde e promovendo, desta forma, uma maior concentração nos grandes grupos de saúde pois obrigam os beneficiários a deslocaram-se aos seus hospitais. Até parece que a intenção era virar todos – beneficiários, grandes, pequenos e médios prestadores e IPSS – contra a ADSE como efetivamente aconteceu para depois justificar a intenção do governo de transformar a ADSE numa mutua, desresponsabilizando o Estado, o que permitiria a fácil e rápida captura da ADSE pelos grandes grupos de saúde (Luz, JMS, Lusíadas, Grupo HPA, Trofa, SANFIL), como este governo mal tomou posse anunciou pela voz da ministra Alexandra Leitão.
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A ADSE tem atualmente 194 trabalhadores quando precisa 270, e o governo conjuntamente com os seus representantes no Conselho Diretivo da ADSE tem criado continuas dificuldades no seu preenchimento.

sexta-feira, 27 de dezembro de 2019

Reserva de recrutamento n.º 14

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 14.ª Reserva de Recrutamento 2019/2020.

Listas


Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 30 de dezembro, até às 23:59 horas de quinta-feira, dia 2 de janeiro de 2020 (hora de Portugal continental).

Consulte a Nota informativa


RR15 – 3 de janeiro de 2020

sábado, 21 de dezembro de 2019

Quadro de Referência de Competências para a Cultura Democrática

Quadro de Referência das Competências para a Cultura Democrática – Volume 2 – Descritores

O Conselho da Europa desenvolveu um Quadro de Referência de Competências para a Cultura Democrática, adaptado para aplicação nos diversos níveis de ensino bem como em escolas profissionais em toda a Europa, bem como nos curricula nacionais e nos programes de formação de professores.



Descritores das competências para a cultura democrática

Escolas Públicas preparam melhor para a universidade

Estudo Alunos do privado entram com médias mais altas mas têm piores notas no 1º ano do curso


Se o sucesso de uma escola secundária fosse medido pelos resultados que os seus alunos obtêm no 1.º ano da faculdade e não com base nas médias nos exames nacionais, o ranking que daí resultaria seria muito diferente? A hipótese foi testada por duas investigadoras olhando para o desempenho de mais de nove mil estudantes da Universidades do Porto (UP) e do polo da Católica (UCP) da mesma cidade e o resultado foi claro. No topo deste ranking alternativo só existem escolas públicas, com as privadas a serem remetidas para o final da lista.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2019

quinta-feira, 19 de dezembro de 2019

Inscrições para o programa "Já Sei Ler" até 31 de dezembro

O Plano Nacional de Leitura: 2017-2027 (PNL2027) promove o programa “Já Sei Ler”, que pretende consolidar e enriquecer práticas de leitura regular no 1.º ciclo do ensino básico, convidando professores e famílias a ler diariamente 10 minutos com as crianças.

Os docentes que pretendam desenvolver este programa com as suas turmas devem preencher o formulário de inscrição até ao dia 31 de dezembro.

Programa Já sei Ler

6.ª edição dos "Clubes de Programação e Robótica” - Registo até 6 de janeiro

A Direção-Geral da Educação está a promover a 6.ª edição dos "Clubes de Programação e Robótica” e convida todos os estabelecimentos do ensino público e do ensino privado, que tenham um Clube de Programação e Robótica (CPR) em funcionamento, a proceder ao seu registo, até ao dia 6 de janeiro.

Registo dos Clubes de Programação e Robótica 2019/2020 

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

Critério para a pré-reforma; estar em monodocência!?

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Mas já disse que há algum trabalho feito…

Na Educação, há bastante trabalho feito. Há um conjunto de critérios razoavelmente trabalhados para o que poderia fazer sentido. E agora vamos recensear outras situações para podermos fazer esta análise mais estrutural dos vários setores.

Que critérios são esses?

Por exemplo, na Educação, um dos critérios é se o professor está em monodocência ou não. Isto é, se é um professor do primeiro ciclo ou do pré-escolar para as áreas todas [monodocência] ou se é um professor de ensino mais à frente, onde dá aulas a várias turmas. E toda a gente percebe que, na monodocência — até porque os meninos têm tenra idade — faz sentido que um professor, se calhar, aos 57 anos possa vir para a pré-reforma. Se calhar numa área em que se dá aulas ao 12º ano, isso não faz sentido, porque as exigências numa criança mais pequena ou num jovem já adolescente… Essas ponderações gestionárias têm de ser feitas.

Portanto, um professor em monodocência conseguirá entrar mais facilmente na pré-reforma do que outro?

Têm de ser estabelecidos critérios objetivos que permitam analisar os pedidos que estão feitos. Os critérios que permitam passar todos os pedidos pelo mesmo crivo têm de ser trabalhados em primeira linha pelos ministérios setoriais e nós pediremos aos ministérios essa densificação. Uma coisa tem de acontecer: tem de haver critérios objetivos que permitam filtrar todos os pedidos que estejam formulados, para que as pessoas percebam porque é que um é admitido e outro é rejeitado.

Chegou a ser escrito que este regime de pré-reforma poderá vir a facilitar a saída especialmente aos professores. É essa a ideia?

Acho que isso foi uma circunstância que decorreu do facto de eu ter recorrido, como recorri agora, a um exemplo que já conheço [o da Educação], mas não é uma figura apenas para os professores. Há seguramente outras áreas onde haverá critérios próprios.

Mas a carreira docente não será aquela que tem mais pedidos?

Estamos a fazer um levantamento junto dos ministérios. Está em curso ainda o prazo para essa resposta sobre quantos pedidos cada área tem pendentes, para termos essa visão de conjunto antes de partirmos para a análise.

"Acho que não há dúvidas que a carreira docente é uma que tem justificação material para a sua especialidade."

Entrevista Completa ECO

Audição do Ministro da Educação na Comissão Parlamentar de Educação

Audição do Ministro da Educação, sobre a falta de trabalhadores na Escola Pública (requerimento do PCP), a falta de funcionários não docentes nos estabelecimentos de ensino (requerimento do BE) e o plano de não retenção de alunos no ensino básico (requerimento do CDS-PP)

Educação nas Grandes Opções do Plano 2020/2023

Educação 

O direito à Educação e a uma Educação capaz de responder aos desígnios dos cidadãos e da sociedade, é um dos pilares fundamentais do desenvolvimento das comunidades e um aspeto fundacional da democracia portuguesa. A Educação não é apenas o meio privilegiado para o desenvolvimento dos indivíduos, é também o determinante necessário para alcançar uma sociedade justa e esclarecida. 

O Governo assume a educação enquanto alavanca fundamental da igualdade de oportunidades, da coesão social e do crescimento económico. Esta orientação determina um trabalho continuado para garantir que todas as crianças e jovens, assim como um número crescente de adultos, tem acesso às aprendizagens e qualificações fundamentais para ter sucesso na sociedade e na economia do século XXI e na garantia da sustentabilidade e racionalidade do sistema educativo para o médio e longo prazo. 

Assim, para o período de 2019-2023, prevê-se consolidar a alargar um conjunto de políticas e medidas já iniciadas, contribuindo para a estabilidade e o desenvolvimento progressivo do sistema, nomeadamente em campos como a inclusão, a inovação e a qualidade das aprendizagens, reforçando-se simultaneamente o trabalho ao nível da rede de escolas, dos equipamentos e da valorização dos seus profissionais. 

Promover a inclusão e o sucesso escolar 

Apesar de uma redução de cerca de um terço entre 2015 e 2018, Portugal continua a ter níveis de insucesso e retenção demasiado altos – em 2018, foram cerca de 50 mil no ensino básico e outros 50 mil no ensino secundário – que contrastam com o observado na maioria dos países europeus, mantendo-se a sua forte correlação com as condições socioeconómicas de origem dos alunos. 

Por conseguinte, uma política de combate às desigualdades obriga à consolidação e alargamento de estratégias lançadas nos anos anteriores e que se têm demonstrado bemsucedidas, como é o caso do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, do Apoio Tutorial Específico ou da qualificação dos serviços de psicologia, orientação e apoio social escolar. É fundamental continuar os esforços de monitorização e aferição dos resultados destes programas e compreender como se podem potenciar articulações, aperfeiçoamentos e sinergias, de forma a encontrar-se a solução mais adequada a cada contexto e a cada aluno, de forma a prevenir e mitigar o insucesso, criando, assim mesmo, um Plano de não retenção no ensino básico, trabalhando de forma intensiva e diferenciada com os alunos que revelam mais dificuldades. 

Algumas estratégias adicionais estão previstas para diversificar esta linha de trabalho, até 2023, em diálogo com as escolas e as comunidades educativas, focando aspetos já identificados como críticos para a inclusão e o sucesso de todos os alunos: 

• Definir uma estratégia integrada de ação sobre a aprendizagem da matemática, consonante com o Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória e com o currículo dos ensinos básico e secundário e os princípios orientadores da avaliação das aprendizagens; 

• Garantir maior inovação, formação e estabilidade às escolas em territórios socialmente mais desfavorecidos e marginalizados, reforçando o combate à segregação e a sua vinculação às dinâmicas de desenvolvimento comunitário; 

• Melhorar a eficácia dos sistemas de aferição do sistema ensino/ aprendizagem para alunos e professores; 

• Reforçar as políticas de ação social escolar e implementar um programa de apoio a famílias vulneráveis, que articulem e tornem eficaz a ação da escola, da família e dos serviços da segurança social no terreno; 

• Dinamizar programas específicos de combate ao abandono escolar por alunos com deficiência, apostando na transição entre a escolaridade obrigatória e a vida ativa, através da implementação efetiva de Planos Individuais de Transição; 

• Apostar em programas de mentorado entre alunos.
(Páginas 193 a 195)

Funções na monodocência, concursos e formação inicial e contínua de docentes nas Grandes Opções do Plano 2020/2023

Valorizar o desenvolvimento dos profissionais das escolas

A qualidade da educação passa, necessariamente, pela valorização e desenvolvimento dos seus profissionais. A reposição de direitos foi um processo progressivo e que continuará na atual legislatura, criando condições para uma maior estabilidade do seu trabalho.

Tendo em conta o perfil demográfico do pessoal docente, torna-se fundamental estudar o modelo de recrutamento e colocação de professores, elaborando um diagnóstico de necessidades docentes de curto e médio prazo (5 a 10 anos), a partir do qual seja possível aperfeiçoar este sistema. Afigura-se igualmente importante dar a possibilidade aos professores em final de carreira, em particulares aqueles que se encontram em regime de monodocência, de desempenhar outras atividades que garantam o pleno aproveitamento das suas capacidades profissionais.

Simultaneamente, prevê-se rever e consolidar o modelo de formação inicial e contínua dos professores, para garantir a sua permanente atualização, adequação à diversidade dos nossos alunos e aprofundamento científico-pedagógico em contextos disciplinares e interdisciplinares, numa perspetiva integrada que permita o desenvolvimento profissional, ao  longo da vida.

(Páginas 195 e 196)

Grandes Opções do Plano 2020/2023

terça-feira, 17 de dezembro de 2019

Educação no Orçamento do Estado para 2020

As ideias gerais que o Governo apresenta sobre Educação, na proposta de  Orçamento do Estado para 2020 entregue ontem à noite no Parlamento;

  • Garantir que a escola promove o sucesso, a inclusão e a qualidade para todos, através, nomeadamente, do aprofundamento do Programa Nacional de Promoção do Sucesso Escolar, da redução do número de alunos por turma e da capacitação da rede de educação pré-escolar, de soluções adequadas a cada criança e do apoio específico à inclusão dos alunos imigrantes e das comunidades ciganas.
  • Apostar no ensino profissional e na educação de adultos, por via, nomeadamente, do alargamento da rede de Centros Qualifica e das modalidades de educação e formação de adultos, do desenvolvimento e atualização do Catálogo Nacional de Qualificações e da consolidação da rede de cursos.
  • Fortalecer a escola pública e garantir um maior enraizamento nas comunidades, através, nomeadamente, da modernização e requalificação de escolas de todos os níveis educativos, de estratégias educativas mais eficazes no quadro da educação inclusiva, da autonomia e flexibilidade curricular e dos planos de inovação, do reforço dos meios técnicos que contribuam para uma maior eficiência da gestão escolar e da transferência progressiva de competências para os municípios nos âmbitos já previstos na legislação.
  • Valorizar e garantir a sustentabilidade da profissão docente, por via, nomeadamente, dos efeitos alargados do descongelamento da carreira, com a progressão de uma parte significativa dos professores, do diagnóstico sobre o modelo de recrutamento e colocação de professores, bem como a revisão dos modelos de formação inicial e contínua dos professores.
  • Apostar na juventude e desporto, através, nomeadamente, da execução do Plano Nacional para a Juventude 2018-2021, de programas intersectoriais para jovens à procura do primeiro emprego e de habitação própria, do Programa de Reabilitação de Instalações Desportivas, da prevenção e combate à violência no desporto, do combate à dopagem, do Roteiro do Associativismo Estudantil, do apoio ao Desporto de Alto Rendimento, bem como à sua conciliação com o sucesso escolar e académico.


Orçamento da educação cresce muito pouco e chumbos são poupança

Ensino básico e secundário crescem 1% face à estimativa da execução prevista para 2019.
Público

Orçamento do Estado para 2020

O Governo entregou ontem à noite, na Assembleia da República, as Propostas de Lei de Orçamento do Estado e de Grandes Opções do Plano para 2020, ato que marca o início do processo orçamental no Parlamento.

De acordo com a calendarização aprovada, a apreciação na generalidade decorre nos dias 9 e 10 de janeiro, com a votação na generalidade a ter lugar no dia 10, após o que se segue a apreciação na especialidade, que se prolonga até dia 6 de fevereiro. O encerramento e votação final global estão marcados para dia 6 de fevereiro.

Proposta de Lei n.º 5/XIV - Aprova o Orçamento do Estado para 2020



Relatório

Proposta e Anexos no site do Parlamento


Página do Governo sobre o  Orçamento do Estado

segunda-feira, 16 de dezembro de 2019

Audição do Ministro na Comissão de Educação

Amanhã, 17 de dezembro, às 15 horas e 30 minutos o desaparecido Ministro da Educação, Tiago Brandão Rodrigues, estará no Parlamento para uma audição perante a Comissão de Educação Ciência, Juventude e Desporto  para prestar esclarecimentos sobre:

. a falta de trabalhadores na escola pública [requerimento do PCP]

. a falta de funcionários não docentes nos estabelecimentos de ensino [requerimento do BE];

. o plano de não retenção de alunos no ensino básico [requerimento do CDS-PP].

O estado da saúde mental em Portugal

Esperas de 3 meses por consultas urgentes e mais de 10 milhões de ansiolíticos consumidos num ano — eis o estado da saúde mental em Portugal

Estes pontos bastariam para alertar para o estado da saúde mental em Portugal, mas o relatório do Conselho Nacional de Saúde (CNS), que vai ser apresentado esta segunda-feira à tarde na Assembleia da República, diz muito mais do que isto. Logo a começar pelo título: “Sem Mais Tempo a Perder: Saúde Mental em Portugal – Um Desafio para a Próxima Década”.

Sem Mais Tempo a Perder: Saúde Mental em Portugal – Um desafio para a próxima década



RECOMENDAÇÕES
Recomenda o Conselho Nacional de Saúde que

1. Seja criada uma estratégia nacional de promoção dasaúde mental na população, com particular enfoque na promoção da literacia em saúde mental nos várioscontextos,e que faça parte de uma estratégia nacional integrada de promoção dasaúde, intersectorial, participada, inclusiva e ao longo do ciclo de vida. 

2. Seja asseguradaa investigação continuada e mecanismos sustentados de recolha de informação sobre os determinantes da saúde mental e a prevalência de problemas de saúde mental na população portuguesa, assim como os resultados das políticas e programas de saúde mental implementados em Portugal. 

3. Seja concretizada aintegração da saúde mental nos cuidados de saúde primários a nível nacionale dotada dos recursos financeiros e humanos necessários à prestação efetiva dos diferentes tipos de cuidados.  

4. Sejam planeados os recursos humanos em saúde mental para a próxima década, com eliminação das assimetrias geográficas e da escassez de profissionais, de modo a que o Serviço Nacional de Saúde seja capaz de prestar cuidados de qualidade às pessoas com problemas de saúde mental de forma atempada e equitativa. 

5. Seja globalmente assegurada a capacidade financeira imprescindível para cumprir com as decisões tomadas pelo governo quanto às iniciativas na área da saúde mental, evitando que a asfixia financeira impeça a sua concretização. 

6. Sejam criadas equipas de saúde mental comunitáriasem todas as regiões de saúde, com os recursos necessários para prestar uma resposta de proximidade às pessoas quevivem com problemas de saúde mentaleem articulação com o serviço social e os parceiros na comunidade. 

7. Seja concluída a reforma da rede hospitalar, com a transferência da assistência psiquiátrica para oshospitais gerais, e consequente reorganização dos hospitais psiquiátricos. 

8. Seja apresentado e implementado o Plano Nacional de Saúde para as Demências, promovendo uma sólida resposta intersectorial às pessoas que vivem com demência,às suas famíliase cuidadores, e tirando partido das múltiplas iniciativas que já existem por todo o país com resultados positivos.

domingo, 15 de dezembro de 2019

Contas certas ou manipulação e falta de transparência?

Números de Centeno não batem certo com os do Ministério das Finanças

Eugénio Rosa afirma que os números de Mário  Centeno não coincidem com os números da DGAEP do Ministério das Finanças e a diferença é de centenas de milhõs de euros.


sábado, 14 de dezembro de 2019

Recuperação do tempo de serviço de novo em debate no Parlamento

No próximo dia 19, quinta-feira, a partir das 15 horas, realiza-se mais um em debate no plenário da Assembleia da República sobre a recuperação do tempo de serviço ( 6 anos, 6 meses e 23 dias que falta recuperar), efetivamente trabalhado por Educadores e Professores.

Petição n.º 607/XIII/4.ª

Da iniciativa da FENPROF-Federação Nacional dos Professores - Solicitam a adoção de medidas com vista à negociação do modo e prazo para a recuperação de todo o tempo de serviço cumprido

Projeto de Lei n.º 98/XIV/1.ª (PCP)

Contabilização integral de todo o tempo de serviço das carreiras e corpos especiais

Projeto de Lei n.º 100/XIV/1.ª (BE)

Recuperação integral do tempo de serviço cumprido

sexta-feira, 13 de dezembro de 2019

Tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro

O Governo decidiu conceder tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro aos trabalhadores que exercem funções públicas no Estado. O despacho foi assinado hoje pelo Primeiro-Ministro. 

Considerando que é tradicional a deslocação de muitas pessoas para fora dos seus locais de residência no período natalício e de ano novo tendo em vista a realização de reuniões familiares; considerando a prática que tem sido seguida ao longo dos anos; considerando a tradição existente no sentido da concessão de tolerância de ponto, nesta época, nos serviços públicos não essenciais, é concedida tolerância de ponto aos trabalhadores que exercem funções públicas nos serviços da administração direta do Estado, sejam eles centrais ou desconcentrados, e nos institutos públicos nos próximos dias 24 e 31 de dezembro de 2019. 

Excetuam-se os serviços e organismos que, por razões de interesse público, devam manter-se em funcionamento naquele período, em termos a definir pelo membro do Governo competente.

Nota à Comunicação Social

Mais uma recomendação ao Governo sobre a remoção do amianto dos edifícios públicos

Publicada uma nova resolução que recomenda ao Governo que atualize a listagem de materiais que contêm amianto nos edifícios onde se prestam serviços públicos e que tome medidas com vista à respetiva remoção.

Resolução da Assembleia da República n.º 231/2019 - Diário da República n.º 240/2019, Série I de 2019-12-13


Sumário: Recomenda ao Governo que atualize a listagem de materiais que contêm amianto nos edifícios onde se prestam serviços públicos e que tome medidas com vista à respetiva remoção. 

Recomenda ao Governo que atualize a listagem de materiais que contêm amianto nos edifícios onde se prestam serviços públicos e que tome medidas com vista à respetiva remoção 

A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que: 
1 — Atualize a listagem de materiais que contêm amianto nos edifícios, instalações e equipamentos onde se prestam serviços públicos, incluindo análises laboratoriais e avaliações da qualidade do ar interior no diagnóstico. 
2 — Aumente o financiamento para a remoção de amianto em edifícios públicos. 
3 — Elabore um plano estratégico para o amianto, definindo metas para a sua remoção nos edifícios em risco e prevendo a monitorização dos restantes edifícios. 
Aprovada em 22 de novembro de 2019. 
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

Concurso Nacional DIREITOS DA CRIANÇA EM CIDADANIA E IGUALDADE – Os Direitos da Criança em Pop-Up

A Arte Central e o Up Up Pop-Up conceberam e dinamizam agora o Concurso Nacional DIREITOS DA CRIANÇA EM CIDADANIA E IGUALDADE – Os Direitos da Criança em Pop-Up.

Este concurso tem como destinatários todas as turmas (trabalho coletivo) do 1º ao 12º ano de escolaridade das Escolas Públicas e Privadas de Portugal continental, dos Açores e Madeira.
O grande objetivo é alertar para o cumprimento da Declaração dos Direitos da Criança e consciencialização sobre a pertinência dos mesmos. O trabalho a desenvolver, certamente com maior incidência na área e disciplinas das artes e tecnologias, bibliotecas escolares mas nunca imitada a estas, visa a realização criativa e construção de uma coleção de 10 postais em formato Pop-Up (construções que “saltam” do papel) em que cada um deles representa e ilustra cada um dos 10 princípios enunciados na Declaração dos Direitos das Crianças.

Informamos que o concurso está dividido em 4 escalões, sendo que cada um é correspondente a cada ciclo de ensino: 1º, 2º, 3º ciclo e secundário. Como referido, as propostas são coletivas (projetos de turma) e a data limite para entrega em mão ou envio dos trabalhos a concurso é 30 de abril de 2020.

Este evento conta como parceiros o CFAE AVCOA (de Arouca, Vale de Cambra e Oliveira de Azeméis), a RBE – Rede de Bibliotecas Escolares e a CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género. Neste momento também já se associaram a este concurso diversas personalidades, entidades e instituições que o apoiam e patrocinam.
LEMBRAMOS que os organizadores do concurso mantêm sempre em aberto a associação de novos parceiros ao evento e entidades que o apoiem e patrocinem, bastando enviar-nos um email para info@artecentral.pt ou upuppopup@gmail.com.

Podem acompanhar este projeto na página oficial da Arte Central em artecentral.pt ou na página do facebook do Up Up Pop-Up em https://www.facebook.com/UpUpPopUp

Todas as dúvidas e questões podem ser colocadas, a todo o momento, para info@artecentral.pt ou upuppopup@gmail.com

quinta-feira, 12 de dezembro de 2019

A opinião de Paulo Guinote no Público

Pode a Educação mascarar o retrocesso social?

Paulo Guinote

A sociedade ocidental do século XXI perdeu a dimensão meritocrática que marcou o século XX. E não há níveis de sucesso escolar que possam ocultar isso.
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A Educação tem sido usada como recurso para tentar mascarar o fracasso de outras políticas sociais, usando medidas como o empréstimo de manuais escolares (porque não são oferecidos), como antes existiu a distribuição dos computadores Magalhães. Quando tanto se fala na escola como ainda estando organizada à imagem da lógica fabril do século XIX, esconde-se que a lógica da “escola a tempo inteiro” é a antítese do que se passa nos países de maior desenvolvimento humano. A “escola-fábrica” é aquela onde as famílias de menores meios e condições de trabalho mais precárias são obrigadas a depositar as suas crianças e jovens de sol a sol.

A Educação só poderia ter falhado como “elevador social” se o “edifício” não estivesse fortemente compartimentado e no século XXI a mobilidade social não estivesse mais dependente do estatuto pré-existente do meio familiar do que das capacidades individuais. A sociedade ocidental do século XXI perdeu a dimensão meritocrática que marcou o século XX. E não há níveis de sucesso escolar que possam ocultar isso.

quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

Políticas Educativas e Desempenho de Portugal no PISA (2000-2015)

O relatório final do estudo Políticas Educativas e Desempenho de Portugal no PISA (2000-2015) foi apresentado no dia 3 de dezembro de 2019 no Instituto de Avaliação Educativa e contou com a presença do Ministro da Educação. 

O Estudo foi desenvolvido pelo Instituto da Educação, ULisboa, e teve como principal propósito investigar relações entre políticas públicas de educação e o desempenho dos alunos portugueses no Programme for International Student Assessment (PISA). 

No decorrer da investigação, foram analisados 15 programas, entrevistados professores, diretores e inspetores, com o objetivo de compreender o que mudou na Educação explicar os resultados alcançados no programa internacional de avaliação.

Poderá aceder ao Relatório Final aqui.

Encontram-se também disponíveis o Sumário Executivo e a Infografia do referido estudo.

Audição Parlamentar da Presidente do CNE

Audição da Presidente do Conselho Nacional de Educação na Comissão Parlamentar de Educação,  Ciência, Juventude e Desporto para apresentação do estudo sobre Regime de Seleção e Recrutamento do Pessoal Docente da Educação Pré-Escolar e Ensinos Básico e Secundário e do relatório Estado da Educação 2018

Ver vídeo ARTV


A presidente do Conselho Nacional de Educação, na audição parlamentar, considerou injusto e insuficiente fazer a selecção de professores com base apenas na nota final de curso e anos de serviço, defendendo que algumas escolas deveriam ter mais liberdade de escolha, afirmando que o atual regime de concursos “é transparente, mas não tem em conta a formação contínua, a qualidade e diversidade da experiência dos candidatos nem responde às necessidades das escolas com projectos singulares”.



Porta aberta para escolas escolherem professores

JN

O olhar crítico de Santana Castilho sobre o PISA

Um outro olhar sobre o PISA
Santana Castilho

Os sistemas educativos de 79 países acabam de ser seriados pelo instrumento classificativo mais poderoso do mundo, o PISA. De três em três anos, os seus resultados são alvo de incontáveis análises, que raramente escapam a um denominador comum: assumem que a evolução da qualidade dos sistemas se define pela subida ou descida no ranking do PISA. Poder-se-á ir além deste olhar quase sacro sobre o PISA?

Sem mandato democrático legítimo para o efeito, a OCDE, através do PISA, tem contribuído para a construção de um conceito limitado e tendencioso sobre o que deve ser a educação e a escola pública. Exacerbando o foco sobre as variáveis mensuráveis e com relevância para a economia dos países, remete para o apagamento o papel das humanidades e das expressões no desenvolvimento pessoal dos nossos jovens. Onde fica a ética e a moral nas dominâncias dos relatórios do PISA? Que lugar dispensa ao espírito, ante a preponderância da forma, imediatamente utilitária e funcionalista? Por outro lado, seria interessante apurar os acordos firmados entre a OCDE e empresas multinacionais no quadro do financiamento da vasta rede técnica e tecnocrática necessária à produção do programa, bem assim como conhecer a sua estratégia de expansão.

Por tudo isto, dificilmente aceito que uma organização económica seja uma espécie de juiz supremo e global dos sistemas de ensino de todo o mundo. Vejo com perplexidade o envolvimento dos governos numa competição internacional pela disputa dos lugares cimeiros do PISA, sem terem discutido internamente a validade dos respectivos objectivos ou a adequabilidade à diversidade das culturas em jogo. Com efeito, não me parecem adequadas iniciativas que apontam metas uniformes para países com realidades culturais e económicas tão diferentes. Um bom exemplo pode ser colhido no desiderato de ter 40% da população portuguesa, com idade entre os 30 e os 34 anos, com formação superior. O cruzamento deste objectivo com o modelo de desenvolvimento da nossa economia, incapaz de criar empregos que respondam às expectativas legítimas de quem sai das universidades e politécnicos, acaba por confrontar os portugueses com a realidade: ou emigram ou aceitam a precariedade e os baixos salários.

E sobre Portugal? Como é sabido e em síntese, Portugal caiu em ciências e leitura mas regista, com outros sete países, um crescimento continuado e situa-se entre os 30 melhores nas três áreas disciplinares. Estamos em pé de igualdade com países economicamente muito mais desenvolvidos e só perdemos quando comparados com os nórdicos e os asiáticos.

Os alunos que foram testados nasceram em 2003, entraram na escola em 2009 e, se não reprovaram, estavam no 10º ano. Começaram com Maria de Lurdes Rodrigues, mudaram para Nuno Crato quando estavam no 2º ano e para Tiago Brandão Rodrigues quando estavam no 7º. Não é por isso sério, como fez dissimuladamente o actual ministro, associar uma ligeira oscilação descendente, sem significado estatístico, a Nuno Crato.

Um aspecto relevante do PISA, que não vi tratado na comunicação social, refere-se aos resultados do nosso ensino privado. Em média, os alunos do privado descem de 541 pontos, em 2015, para 493, em 2018. É um tombo de 48 pontos, melhor caracterizado pelos resultados de cada área: queda de 42 pontos na leitura, 46 a matemática e 55 em literacia científica. Recorde-se que o ensino privado sempre obteve valores bastante acima dos registados no ensino público, ficando agora nivelado com ele, depois desta acentuada queda. Talvez que a alteração do perfil dos alunos do privado explique o fenómeno já que, terminada boa parte do seu financiamento pelo Estado, os alunos mais autónomos terão migrado para o ensino público.

Nota final: a avaliação de qualquer desempenho só importa na medida em que é utilizada para gerir esse desempenho. Resultados após resultados, passados que são 18 anos sobre a criação do PISA, é legítimo perguntar: o que fazemos para resolver os problemas identificados por diagnósticos que consideramos válidos e que debatemos com tanto interesse público, de cada vez que são repetidos, como se de coisa nova se tratasse? O envelhecimento dos professores vem de há muito. O que foi feito? As desigualdades socioeconómicas condicionam o sucesso dos alunos e aumentaram de 2015 para 2018. O que foi feito?
(Negrito nosso) 

Candidaturas para Assistentes de Português em França - ano letivo 2020/2021

Decorrem, até ao dia 31 de janeiro de 2020, as candidaturas para Assistentes de Português em França.

Podem candidatar-se jovens, estudantes à data da candidatura, a partir do 2.º ano da licenciatura e licenciados a frequentar estudos pós-graduados - em qualquer área do conhecimento, com os seguintes requisitos:
Nacionalidade portuguesa;
Idade entre os 20 e os 35 anos;
Possuir competências linguísticas em francês de nível B1 (Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas).

Os Assistentes de Português têm como função principal apoiar as aulas dos professores de língua portuguesa em estabelecimentos de ensino não superior em França, nomeadamente em collèges e lycées (ensinos básico e secundário).

O seu trabalho inclui o desenvolvimento de atividades e projetos didáticos que estimulem, de forma dinâmica e criativa, a aprendizagem e a divulgação da língua e da cultura portuguesas, recorrendo à literatura, à música, ao cinema e às artes plásticas, entre outros domínios.

Mais informações sobre o programa:


Dossier de candidatura:


Nota: apenas serão aceites candidaturas completamente preenchidas, contendo toda a documentação solicitada, as informações e assinatura de um professor que conheça o candidato e o carimbo académico.

Informações sobre candidaturas de estudantes portugueses:
Os dossiers de candidatura completamente preenchidos, integrando a documentação solicitada devem ser enviados por email ao contacto em Portugal;
Os necessários esclarecimentos deverão ser solicitados ao contacto em Portugal.


Contacto em Portugal:


Dra. Rosalina Rodrigues
Secretaria-Geral da Educação e Ciência
Avenida Infante Santo, n.º 2, 1.º
1350-178 Lisboa, Portugal
Telefone: 217811867
Página eletrónica: www.sec-geral.mec.pt/

terça-feira, 10 de dezembro de 2019

Negociações: Uma mão cheia de nada e outra de coisa nenhuma

Primeira ronda negocial com os sindicatos para LOE/2020

Realizou-se hoje no Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública a reunião com as estruturas sindicais representativas dos trabalhadores públicos, iniciando-se a negociação coletiva sobre a Proposta de Lei do Orçamento do Estado (LOE) para 2020.

O Governo assumiu que este orçamento reflete de forma clara o compromisso de dar passos firmes no sentido da modernização do Estado e da Administração Pública assente em três eixos: pessoas, gestão e tecnologia.

Em 2020 será retomado o normal desenvolvimento das carreiras no que se refere a alterações de posicionamento remuneratório, progressões e mudanças de nível ou escalão, passando o pagamento dos acréscimos remuneratórios a que o trabalhador tenha direito a ser feito na sua totalidade.

Comunicado do MAEAP

segunda-feira, 9 de dezembro de 2019

Autarquia de Famalicão autoriza antena de telecomunicações ao lado da Escola D. Maria II


A Câmara Municipal da Cidade Educadora de Vila Nova de Famalicão autorizou ou licenciou a instalação de uma antena de telecomunicações junto à Escola Sede do Agrupamento de Escolas D. Maria II e num terreno onde está instalado um Lar de Idosos da Santa Casa da Misericórdia de Vila Nova de Famalicão, que cede o espaço a troco de umas centenas de euros, colocando em risco os seus próprios utentes.

Quando começam a surgir estudos científicos que alertam para o perigo das radiações das antenas de telecomunicações, afirmando que as radiações podem causar sérios riscos para a saúde tais como dores de cabeça, depressão, hipertensão arterial e distúrbios do sono, além de danificar o sistema nervoso, é uma contradição com o discurso vigente sobre a educação no concelho de Vila Nova de Famalicão que os órgãos autárquicos licenciem a instalação de uma antena, praticamente dentro do espaço escolar frequentado durante todo o dia por cerca de 700 alunos, mais de uma centena de professores e assistentes técnicos e operacionais.

De acordo com as conclusões do Conselho Europeu “é imperativo proteger toda a população contra os comprovados efeitos adversos para a saúde suscetíveis de resultarem da exposição a campos eletromagnéticos sobretudo em locais em que as pessoas passam períodos de tempo significativos” como é o caso desta escola onde crianças, jovens e adultos permanecem diariamente das 8 h às 18 horas e 30 minutos.

Mais grave ainda é o desrespeito pelas orientações da Organização Mundial de Saúde que recomenda um cuidado especial no caso de jardins de infância, escolas e parques, recomendando também que o processo de localização passe por uma discussão aberta entre o operador, as autoridades locais e o público, como forma de salvaguardar os direitos dos cidadãos. Nada disto foi tido em conta pela autarquia, uma vez que não ouviu ninguém nem promoveu um debate público anterior à instalação da antena.

Isto não é digno de uma cidade dita educadora!


Observatório para as Competências Digitais

A Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030, Portugal INCoDe.2030, é um programa integrado de competências digitais para Portugal, no período 2017-2030, englobando um vasto conjunto de medidas que vão mobilizar as diversas instâncias governamentais, em articulação com as iniciativas convergentes da sociedade civil.

Neste quadro e no âmbito da Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) é promovido um Observatório para as Competências Digitais que, em colaboração com o Instituto Nacional de Estatística (INE), fará o acompanhamento e o reporte do desenvolvimento do programa.


Aceda aqui a mais informações sobre a Iniciativa Nacional Competências Digitais e.2030.

ATIVIDADES / EDUCAÇÃO

sábado, 7 de dezembro de 2019

Informação da ADSE

Mudança de tutela da ADSE I.P.

A ADSE, I. P. passou a estar sob a tutela do Ministério da Modernização do Estado e da Administração Pública e do Ministério das Finanças. Esta alteração decorre da Lei Orgânica do regime da organização e funcionamento do XXII Governo Constitucional.

Simulador de reembolsos

O Simulador de Reembolsos no portal da ADSE foi melhorado para permitir uma melhor experiência de utilização, maior facilidade de pesquisa e melhor adaptação a dispositivos móveis. O simulador é agora também mais dinâmico, mostrando os cuidados de saúde mais utilizados nos últimos 365 dias.

Simule os seus reembolsos com despesas de saúde, realizadas através do Regime Livre, AQUI.

Resultados da Consulta sobre Educação Inclusiva

A FNE apresentou em 5 de dezembro de 2019 os resultados da sua Consulta Nacional sobre Educação Inclusiva, em que participaram mais de 600 professores e educadores, entre eles Educadores de Infância, Docentes, Professores Titulares de Turma, Diretores de Turma e Docentes de Educação Especial. A consulta incluiu ainda entrevistas a 70 diretores de escola e incidiu sobre a operacionalização do Regime da Educação Inclusiva (Decreto-Lei nº 54/2018, de 6 de julho). 

Consulta Nacional sobre a Educação Inclusiva


Face aos resultados obtidos, a FNE vai apresentar à Assembleia da República propostas de alteração do diploma nº 54/2018 que passam por:

  • Redução da carga burocrática, melhorando assim a sua funcionalidade.
  • Referência à obrigatoriedade de turmas reduzidas, de modo que fique assegurado que tal situação fique sempre prevista e não dependa de diplomas, cujas condições são revistas anualmente.
  • Referências específicas a alunos com necessidades educativas especiais de cariz grave/severo.
  • Inclusão - capacidade de a escola gerar respostas diferentes para alunos com problemáticas diferenciadas.
  • Contemplar nos horários dos docentes e técnicos tempos para o trabalho colaborativo com vista ao sucesso da aplicação das medidas de suporte à aprendizagem e à inclusão.
  • Clarificar as funções atribuídas aos docentes de Educação Especial no âmbito da componente letiva e não letiva.
  • Reforçar efetivamente o número de Professores de Educação Especial.
  • Integrar na componente letiva do horário dos professores o trabalho realizado no âmbito das equipas multidisciplinares, que deverá ficar explicitamente lavrada no diploma.
  • Definir (no corpo de texto da Lei) uma metodologia que integre o recurso a instrumentos que possibilitem a utilização de uma linguagem universal para identificação dos fatores que facilitam e/ou dificultam o progresso e o desenvolvimento das aprendizagens, nomeadamente fatores da escola, do contexto e fatores individuais do aluno.
  • Aumentar o crédito de horas das escolas destinadas à antecipação e reforço da aprendizagem, ao apoio tutorial, à intervenção com foco académico ou comportamental em pequenos grupos, ao apoio psicopedagógico e ao desenvolvimento de competências de autonomia pessoal e social.
  • Tendo presente a revogação da Portaria nº 201-C/2015, de 10 de julho, importa dotar as escolas de condições materiais e humanas para a implementação dos Planos Individuais de Transição, previstos no artigo 25º do DL 54/2018, e preencher o vazio legislativo.
  • Tendo em consideração que as escolas do interior continuam com extremas dificuldades em estabelecer parcerias, devido à sua realidade (nomeadamente inexistência de empresas, de instituições e ausência da intervenção dos Centros de Recursos para a Inclusão), deverão ser previstas no diploma medidas alternativas que compensem estas dificuldades, com reforço de autonomia administrativa e financeira das escolas, ou da criação de programas de incentivo.
  • Articular os diplomas que versam sobre matérias que se intersetam no que respeita ao seu público-alvo, de forma que os objetivos a que se propõem possam ser cumpridos.
  • Salvaguardar o direito de acesso ao ensino superior dos jovens com necessidades de apoio à aprendizagem, numa articulação futura com legislação a criar para o efeito, garantindo assim um efetivo direito ao prosseguimento de estudos de todos os cidadãos.