quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Com pequenos truques e manigâncias vamos fingindo autonomia, mas as asneiras vão continuar!

Público

Ministério da Educação e Ciência está a contactar directores e sindicatos para evitar repetição dos "erros dramáticos" registados no ano passado.

No próximo ano lectivo, a gestão da colocação de professores contratados nas mais de 300 escolas com contratos de autonomia e integradas em Territórios Educativos de Intervenção Prioritária poderá passar de novo para as mãos dos directores.

Criação de equipa de estudo de um modelo de governação transversal para a ADSE e outros subsistemas de saúde

Publicada uma resolução do Conselho de Ministros que determina a criação de uma equipa técnica visando o estudo de um modelo de governação transversal ao subsistema da Direção-Geral de Proteção Social aos Funcionários e Agentes da Administração Pública, ao subsistema de saúde dos militares das Forças Armadas, ao subsistema de assistência na doença da Guarda Nacional Republicana, e ao subsistema de assistência na doença da Polícia de Segurança Pública.

quarta-feira, 21 de janeiro de 2015

Requalificação de alguns e desemprego de muitos

Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social - Instituto da Segurança Social, I. P.

Faz-se publica a Lista Nominativa dos trabalhadores do ISS, I.P. a colocar em situação de requalificação cujo posto de trabalho foi objeto de extinção, elaborada de acordo com o n.º 2 do artigo 257.º da Lei n.º 35/2014 de 20 de junho

Público

Primeiros 150 trabalhadores da Segurança Social passam para a requalificação esta quinta-feira.

IGEC - Relatório Global IPSS

Relatório do Programa de Acompanhamento – Jardins de Infância da Rede Privada – Instituições Particulares de Solidariedade Social

Pedido de recalculo das aposentações de 2014

Na sequência da publicação da Portaria nº 266/2014, de 17 de dezembro, com os coeficientes de revalorização das remunerações anuais que são utilizados no cálculo das pensões de aposentação da CGA e da Segurança Social, todos os trabalhadores podem e devem requerer junto desses organismos o recalculo do valor das pensões de aposentação ou reforma atribuídas durante o ano de 2014. 

A Portaria nº 266/2014 entrou em vigor no dia 18 de dezembro de 2014, mas produz efeitos desde 1 de janeiro de 2014

A CGA e a Segurança Social são obrigadas por lei a proceder ao recalculo da pensão de aposentação a todos os trabalhadores que se aposentaram durante o ano de 2014.

CGA - Guia do Utente


CGA - Janeiro de 2015

O Conselho de Escolas e toda a Comunidade Educativa!


Dirigentes escolares querem ter voz activa no processo de transferência de competências para as autarquias na área da Educação.

O Conselho das Escolas quer intervir formalmente na discussão sobre a chamada municipalização do ensino e vai "de imediato" enviar ao ministro da Educação uma tomada de posição que reflicta o teor do debate nacional realizado nesta segunda-feira, em Santarém.

José Eduardo Lemos, presidente do Conselho das Escolas, disse, no final de um debate que contou com a participação de cerca de 400 pessoas, de sindicatos, associações de escolas, direcções de agrupamentos, professores, técnicos municipais e autarcas, ter "percebido bem os sinais" de que a escola tem que intervir formalmente num processo que o Ministério da Educação está a promover apenas com os municípios.

Para o debate "Municipalização: Que Caminho para a Escola?", o Conselho das Escolas convidou o presidente da Câmara Municipal de Óbidos, Humberto Marques, um dos municípios que tem vindo a negociar a integração no projecto-piloto para transferência de competências na área da educação, e os catedráticos Licínio Lima, da Universidade do Minho, e António Sampaio da Nóvoa, reitor honorário da Universidade de Lisboa.

Licínio Lima alertou para o facto de as escolas e os agrupamentos não estarem a ter voz activa num processo que, alertou, não corresponde a uma verdadeira descentralização mas sim a uma mera "delegação de competências" em que os municípios se tornam "meros executores subordinados", subvertendo o princípio da autonomia do Poder Local.

Licínio Lima alertou para a natureza do contrato em negociação, que no seu entender obedece a uma "teoria contratualista" que privilegia valores instrumentais como a eficácia e a eficiência e não valores "substantivos" como a democracia e abre a porta a "quem fornece pelo melhor preço".

Sampaio da Nóvoa apontou o exemplo "assustador" do que se passou com a municipalização do ensino no Brasil, em que tudo foi concessionado a privados existindo atualmente uma estrutura "em que os municípios não contam para nada".

O antigo reitor da Universidade de Lisboa frisou que o assunto é "demasiado importante para ser tratado sem ampla discussão", lamentando a forma "confusa, atabalhoada", como o processo tem sido conduzido "em final de legislatura, como se houvesse pressa em deixar compromissos que podem influenciar o futuro".

Sampaio da Nóvoa deixou algumas questões em relação ao Programa Aproximar Educação -- Descentralização de Competências na Área da Educação/Contrato de Educação e Formação Municipal, nomeadamente quanto ao papel dos professores, à autonomia das escolas e ao espaço público da educação.

No seu entendimento, a ausência de referências ao professor no documento "deixa antever mais dificuldades e mais burocracia" ao invés da sua valorização, a passagem de funções para os municípios irá reduzir a autonomia das escolas e deixa de fora a comunidade, que deveria estar envolvida nos processos de decisão.

"É preciso pensar em órgãos locais que dêem coerência a estes processos de decisão", afirmou, na linha do que Licínio Lima vem defendendo, de criação de Conselhos Locais de Educação, nos quais o município participa mas não domina como acontece nos atuais Conselhos Municipais de Educação.

Humberto Marques assegurou que a sua perspectiva é a de envolvimento da comunidade local no processo de decisão, afirmando que os agrupamentos dos municípios que têm vindo a negociar com o Governo têm participado na discussão.

José Eduardo Lemos disse que o ministro da Educação, Nuno Crato, foi convidado a abrir ou fechar o debate hoje realizado em Santarém, mas "nem comunicou que não viria".

Público, 21/01/2015
(Negrito e sublinhado nossos)

Opiniões

David Rodrigues - Público

Enquanto o discurso for que “os professores não querem avaliação” e “os que se opõem são mal-intencionados”, vamos continuar a fazer de conta que tudo está bem.

Retificação do Despacho Normativo Nº 1/2015

Publicada pelo Gabinete do Secretário de Estado do Ensino Básico e Secundário do Ministério da Educação e Ciência a declaração que  retifica o Despacho Normativo n.º 1/2015 de 18 de dezembro de 2014 publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 3 de 6 de janeiro de 2015.

DECLARAÇÃO DE RETIFICAÇÃO N.º 59/2015 - D. R. N.º 14/2015, SÉRIE II DE 2015-01-21

terça-feira, 20 de janeiro de 2015

Hugo Torres apresenta novo disco com gravação de DVD no Theatro Circo

No próximo sábado, dia 24 de Janeiro, às 21h30, o músico e professor Bracarense Hugo Torres irá realizar um enorme concerto no Theatro Circo, aquela que considerada uma das salas mais bonitas da Europa.
Vinte e seis anos depois de pisar o palco pela primeira vez, chega agora o momento de apresentar um espetáculo cheio de emoções e com muitas histórias para contar. São histórias vivias ao logo de vários anos, a percorrer palcos nacionais e internacionais, e que nessa noite passam pelo palco lado a lado com os temas do novo álbum que se chamará “Cores”.
No concerto que dará origem a gravação de DVD também com canções do primeiro disco “Trilhos”, Hugo Torres contará com grandes músicos que irão compor a sua banda: José Paulo Ribeira (Piano), Paulo Gaspar (Baixo); Miguel Fernandes (Bateria) , Eliseu Matos (guitarra elétrica), Miguel Faria (Guitarra Acústica) e Abel Gonçalves (flauta transversal).

Um concerto que promete ficar na memória!

Os bilhetes para o concerto estão à venda pelo valor único de 10€ e podem ser adquiridos na bilheteira do Theatro Circo; FNAC; CTT’s ou bilheteira online.

Listas de Colocação, Não Colocação e Retirados - 14ª Reserva de Recrutamento

14ª Reserva de Recrutamento - Docentes de Carreira





Aplicação disponível até às 23:59 horas do dia 21 de janeiro de 2015 (Hora de Portugal Continental)

Aplicação disponível, durante os dias úteis, das 10:00 horas de terça-feira, dia 20 de janeiro, até às 23:59 horas de segunda-feira, dia 26 de janeiro de 2015

Relatório do Júri Nacional de Exames


 RELATÓRIO JNE 2014

O Júri Nacional de Exames vem publicar o seu relatório anual relativo às provas finais e exames nacionais realizados em 2014.

O relatório, para além de efetuar uma análise do processo de realização das provas de avaliação externa, foca-se também na apresentação de dados estatísticos que, em complemento com outros instrumentos estatísticos disponibilizados pelo MEC, possam contribuir para uma autoavaliação das escolas de qualidade e que contribua verdadeiramente para a melhoria das práticas pedagógicas e para o sucesso dos nossos alunos.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Legislação publicada hoje

Ministério da Educação e Ciência - Gabinete do Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar
Subdelega competências na Diretora-Geral da Administração Escolar, mestre Maria Luísa Gaspar do Pranto Lopes de Oliveira.

Ministério da Educação e Ciência - Direção-Geral da Educação
Delegação de competências no Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares.

Requalificação ou Mobilidade Especial para docentes

Professores: 600 em risco de ganhar menos 
Há 159 professores sem turmas em risco imediato e mais 430 com horários temporários.

Correio da Manhã, 19/01


Não deverá o Senhor Ministro, Nuno Crato, aguardar pela conclusão do concurso intercalar que vai acontecer brevemente, cumprindo o acordado com as organizações sindicais de docentes, e que, se não for tão escrupuloso na observância da Lei, isso o ajudará a cumprir o que em setembro garantia, afirmando que "será residual, senão zero, o número de professores com horário zero ", que ficarão em risco de entrar no regime de requalificação.

Se a OCDE o diz

Notícias ao Minuto

A OCDE defende que Portugal precisa de "continuar a trabalhar numa definição mais clara" dos percursos profissionais de professores e diretores escolares, garantindo formação adequada e formação contínua para os docentes, lê-se no relatório 'Perspetivas das Políticas Educativas para 2015: Concretizar as Reformas' hoje divulgado.

A OCDE entende ainda que uma das questões e objetivos principais das políticas educativas de Portugal para este ano, no que diz respeito às instituições, deverá passar por continuar a desenvolver formas de avaliação centradas nas aprendizagens dos alunos, o que, refere-se no relatório, "forneceriam informação mais clara sobre a forma como as escolas, diretores e professores podem melhorar o desempenho em sala de aula, indo para além do objetivo da responsabilização ou prestação de contas".

Perspetivas da Política da Educação 2015 Concretização das Reformas - Sumário em Português

"Em termos mais gerais, a análise das reformas selecionadas mostra que as políticas mais eficazes são aquelas que se centram nos estudantes e na aprendizagem, fortalecem a capacidade dos professores e envolvem todas as partes interessadas. Na maioria dos países da OCDE, os sindicatos de professores e as organizações empresariais em especial estão a ter um envolvimento crescente na implementação das políticas. Os sindicatos de professores apelam a um diálogo mais estruturado com os governos, enquanto o setor empresarial deseja estabelecer ligações mais estreitas com os sistemas de ensino."

MEC manda analisar maiores desvios de notas nas escolas

Público, 19/01/2015

Governo divulgou novos dados sobre a evolução das notas em cada escola. Entende que elas podem agora saber se estão a ser mais ou menos exigentes do que as outras. Inspecção vai analisar maiores desvios.



domingo, 18 de janeiro de 2015

Calendário e Informações das Provas Finais e Exames


IAVE
Ensino Básico
1.º CEB
Português 41 [pdf]
Matemática 42 [pdf]
2.º CEB
Português 61 [pdf]
Matemática 62 [pdf]
1.º e 2.º CEB
Português Língua Não Materna 43-63 [pdf]
Português Língua Não Materna 44-64 [pdf]
3.º CEB
Português 91 [pdf]
Matemática 92 [pdf]
Português Língua Não Materna 93 [pdf]
Ensino Básico e Secundário
3.º CEB
Português Língua Não Materna 94-839 [pdf]
 Ensino Secundário
Línguas Estrangeiras: Alemão 501 - Espanhol 547 - Francês 517 - Inglês 550 [pdf]
Biologia e Geologia 702 [pdf]
Desenho A 706 [pdf]
Economia A 712 [pdf]
Filosofia 714 [pdf]
Física e Química A 715 [pdf]
Geografia 719 [pdf]
Geometria Descritiva A 708 [pdf]
Latim A [pdf]
Literatura Portuguesa [pdf]
História A 623 [pdf]
História B 723 [pdf]
História da Cultura e das Artes 724 [pdf]
Matemática A 635 [pdf]
Matemática B 735 [pdf]
Matemática Aplicada às Ciências Sociais 835 [pdf]
Português 639 [pdf]
Português (Deficiência Auditiva) 239 [pdf]

quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Municipalização aprovada hoje em Conselho de Ministros

1. O Conselho de Ministros aprovou o regime de delegação de competências nos municípios e entidades intermunicipais no domínio das funções sociais da educação, saúde, segurança social e cultura.

São concretizadas as regras a que deve obedecer a contratualização entre o Estado e os municípios e as entidades intermunicipais e são também identificadas as competências delegáveis nos referidos domínios sociais.
Esta contratualização será aplicada de forma gradual e faseada, através de projetos-piloto, os quais irão envolver a transferência dos recursos necessários para as entidades locais e um processo transparente de acompanhamento e monitorização.

COMUNICADO DO CONSELHO DE MINISTROS DE 15 DE JANEIRO DE 2015


MUNICÍPIOS COM NOVAS COMPETÊNCIAS NAS ÁREAS DA EDUCAÇÃO, SAÚDE E CULTURA

Ministro Adjunto e do Desenvolvimento Regional

Tabelas de Vencimento

Tabela de Vencimentos 2015 - Carreira Docente.xlsx


Tabela de Vencimentos 2015 -Carreira Docente.pdf


(Atualizada 18/01/2014)

Nota Informativa - Habilitações para o Grupo 120 (Inglês no 1º Ciclo)

Na sequência das questões colocadas à Direção-Geral relativas à criação do grupo de recrutamento 120 - Inglês no 1º CEB, às alterações ao regime jurídico da habilitação profissional para a docência decorrentes da entrada em vigor do Decreto-Lei n º 176 de 2014 e da Portaria n º 260-A de 2014 e  no sentido de esclarecer e responder às questões colocadas,  a DGAE divulgou uma Nota Informativa sobre a Habilitação profissional para a docência no grupo de recrutamento 120 – Inglês (1.º ciclo do ensino básico).

Nota Informativa - Grupo de Recrutamento 120


Legislação a consultar;

Decreto-Lei n º 176 de 2014.pdf

Reformas antecipadas descongeladas

Publicado no Dia´rio da República o Decreto-Lei que procede à terceira alteração ao Decreto-Lei n.º 187/2007, de 10 de maio, e revoga oDecreto-Lei n.º 85-A/2012, de 5 de abril, estabelecendo as condições que vigoram, durante o ano de 2015, para o reconhecimento do direito à antecipação da idade de pensão de velhice no âmbito do regime de flexibilização.

Ministério da Solidariedade, Emprego e Segurança Social

"Durante o ano de 2015, o reconhecimento do direito à antecipação da idade normal de acesso à pensão de velhice, nos termos previstos no n.º 2 do artigo 21.º do Decreto -Lei n.º 187/2007, de 10 de maio, alterado pela Lei n.º 64 -A/2008, de 31 de dezembro, e pelo Decreto-Lei n.º 167 -E/2013, de 31 de dezembro, depende de o beneficiário ter idade igual ou superior a 60 anos e 40 ou mais anos civis de registo de remunerações relevantes para cálculo da pensão."
....

As reformas antecipadas voluntárias estão descongeladas desde esta quarta-feira, mas, antes de a pedir, é importante fazer as contas às penalizações e bonificações, porque a penalização por antecipar a idade da reforma pode chegar aos 44,3%.

As reformas antecipadas são descongeladas, mas mantêm-se as penalizações, e alteram-se-se as bonificações para as carreiras mais longas. Quem decidir pedir a reforma antes da idade legal, terá uma penalização de 6% por cada ano (0,5% por cada mês) que falte para completar os 66 anos (a idade legal para aposentação). Já no que respeita às bonificações, e de acordo com o novo diploma "os meses de antecipação são reduzidos de quatro meses por cada ano de carreira contributiva que exceda os 40 anos".

Os efeitos deste diploma aplicam-se desde 1 de Janeiro, para quem descontou para a Segurança Social.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Mestrados em Ciências da Educação na Universidade Católica

Estão abertas as candidaturas até 30 de janeiro

Mestrados em Ciências da Educação na Universidade Católica;

Administração e Organização Escolar
Aprendizagem e Desenvolvimento Psicológico
Pedagogia Social
Supervisão Pedagógica e Avaliação de Docentes

Para mais informações consultar:
http://www.fep.porto.ucp.pt/…/mestrado-em-ciencias-da-educa…

Opinião de Santana Castilho no Público

Santana Castilho - Público

Depois de os finlandeses terem decidido substituir nas suas escolas papel e lápis por teclado de computador, para as crianças aprenderem as primeiras letras, foi anunciado novo contributo insólito: o Governo do Reino Unido quereria que educadores de infância e professores identificassem crianças potencialmente terroristas. Nem os bebés escapariam a tão estranha teorização pedagógico-securitária. Os educadores, que lá como cá já são tudo e mais alguma coisa, passariam agora a espiões dos espíritos dos recém-nascidos e das circunvoluções, eventualmente radicais, dos seus cérebros em formação.

A confirmar-se esta aberração, estaria mais do que justificado o título do PÚBLICO de 4/1/15: “Governo britânico quer infantários a detectar crianças em risco de se tornarem terroristas”. Ou o do i, de 9/1/15: “Creio que em Portugal não se aprovaria tal idiotice”. 

Mas a verdade é que nem os títulos nem os textos têm sustentação na realidade e no documento que os origina. O Prevent Strategy, datado de Junho de 2011, note-se bem, terá ganho actualidade, eventualmente, pela emergência do autoproclamado Estado Islâmico e pelas recentes acções terroristas. Mas quem se dê ao trabalho de ler as suas 116 páginas ou as sete que tratam especificamente da situação escolar (páginas 65 a 71) verificará facilmente ser impróprio, por completamente descontextualizado e sem relação com o que lá está, perguntar, por referência a docentes, se “é suposto denunciarem bebés que apareçam a balbuciar coisas que pareçam extremas" ou sugerir que o Governo do Reino Unido pretende “transformar os professores em polícias da mente e num exército involuntário de espiões”. E se trago o assunto à colação é porque nos interessa, por ser mais um exemplo da revisão que, país após país (Suécia, Reino Unido e Estados Unidos da América, entre outros), se vai fazendo à forma ligeira como se abriu à iniciativa privada, com financiamento público, a responsabilidade de os Estados proverem o ensino das suas crianças. Com efeito, o que o documento manifesta é a preocupação por uma acção inspectiva, conduzida em 2009 pelo Office for Standards in Education, Children’s Services and Skills (Ofsted), ter sugerido que o extremismo é muito mais um problema de instituições de ensino privadas do que públicas. Pode ler-se no documento que cerca de um terço das escolas financiadas com dinheiro público estão associadas a organizações religiosas e que muitas dessas escolas dão prioridade de admissão aos alunos da respectiva crença; que as crianças inglesas passam uma substancial parte do seu tempo em actividades extra-escolares; que cerca de 100.000 crianças inglesas frequentam uma das 700 a 2000 madrassas (escolas religiosas muçulmanas) que se calcula existirem no Reino Unido; que vários relatórios referem que algumas dessas escolas promovem pontos de vista extremistas, particularmente contra os que não são muçulmanos, dando como exemplo concreto uma investigação da BBC, que denunciou a utilização de textos anti-semíticos e homofóbicos. O documento recorda que um dos bombistas do 7 de Julho de 2005, quando várias bombas explodiram em locais públicos em Londres, matando 52 pessoas e ferindo 770, trabalhava como monitor de ensino numa escola de Leeds.

O que é pedido aos professores não é que escrutinem cérebros de crianças como, de modo redutor e enviesado, se dá a entender nos textos em análise. O que é pedido aos professores é que estejam atentos e vigilantes perante iniciativas doutrinárias, que introduzam nas escolas do Reino Unido ensinamentos contrários à tolerância, ao respeito pelos outros e aos valores humanos fundadores da civilização ocidental. Na impossibilidade de o fazer na totalidade, cito, em tradução livre, mas que não desvirtua o sentido do que lá está escrito, algumas das intenções mal tratadas nos textos publicados. E faço-o, repito, por merecerem reflexão nossa, numa altura em que assistimos em Portugal a uma competição malsã e desigual entre a escola pública e o ensino privado:

– Garantir uma efectiva auditoria, financeira e não financeira, de modo a minimizar o risco de que aqueles que têm visões inaceitáveis possam abrirfree schools ou ganhar controlo sobre academias ou outras escolas financiadas com dinheiros públicos;

– Trabalhar com a Charity Comission de modo a garantir que escolas sob sua jurisdição, com estatuto de instituições não lucrativas, cumprem a lei que as rege;

– Trabalhar no sentido de reduzir o risco de crianças e jovens serem expostos a pontos de vista extremistas, quando frequentam actividades educativas exteriores à escola;

– Ajudar os serviços destinados às crianças a trabalhar com as escolas e outras instituições e serviços para identificarem crianças em risco de radicalização e tomarem as medidas que forem necessárias para as proteger.
Público, 14/01/2014