quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Revisão da Estrutura Curricular em análise

"Nenhum professor dos quadros do ministério vai ser despedido. O que irá acontecer é a redução do número de professores contratados no próximo ano." 

Adequado!


As "metas curriculares"

O documento que orienta o ensino básico desde 2001 será substituído por metas curriculares centradas nos conteúdos que alunos devem dominar.
É o ponto final na matriz definida para o ensino básico pelos governos socialistas de António Guterres. Primeiro desaparecerem as áreas curriculares não disciplinares, agora um despacho do actual ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, põe fim à vigência do documento Currículo Nacional do Ensino Básico - Competências Essenciais, que desde 2001 foi assumido como a referência central para aquele nível de ensino. As "metas curriculares" que substituirão aquele documento irão ainda ser elaboradas.
Público

Professores com mais autonomia
O ministro da Educação e Ciência, Nuno Crato, emitiu um despacho, a que o CM teve acesso, que elimina o documento orientador dos currículos do Ensino Básico e confere maior liberdade aos professores para ensinarem como entenderem.

De regresso à escola... transformada em habitação

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Afinal...



O dia seguinte à revisão da estrutura curricular

Ações de Formação - Supervisão da Classificação


Data limite para envio de candidaturas - 27 de dezembro de 2011
Provas de Aferição - 1.º Ciclo e Provas Finais - 2.º Ciclo
As ações de formação de supervisores da classificação destinam-se a professores do quadro de escola ou de zona pedagógica que estejam a lecionar ou que tenham lecionado, nos dois últimos anos, o programa do ano e da disciplina a que se refere a formação. Os professores que já tenham desempenhado funções de supervisão da classificação em anos anteriores estão dispensados da frequência destas ações.

As consequências da revisão da estrutura curricular

Alterações do 5.º ao 12.º ano eliminam 60 mil horas de aulas semanais.
2600 professores vão ficar sem horário.
A revisão curricular que o Ministério da Educação e Ciência pretende implementar já no próximo ano lectivo implica a eliminação de mais de 2600 horários completos de professores nas escolas públicas, entre o 5.º e o 12.º ano de escolaridade, em consequência da redução de perto de 60 mil horas de aulas semanais. 
Os sindicatos não duvidam de que esta reorganização vai implicar a saída de muitos professores e exigem o estudo de impacto financeiro. O ministério defende que o que interessa são os interesses dos alunos.
A ler no Diário de Notícias

Avaliação externa das escolas

Designação de peritos para integrarem as equipas de avaliação externa dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Pelo Parlamento Europeu

O que os professores realmente querem dizer aos pais

Autor do 2º artigo mais compartilhado no Facebook em 2011, americano diz que pais desrespeitam regras de escolas, pondo em risco o futuro dos filhos.

...
Que tipo de comportamento dos pais irrita os professores? 
Acho que o ponto principal são as desculpas que os pais criam para livrar os filhos das punições que a escola prevê. Se um aluno tira nota baixa, por exemplo, ou deixa de entregar um trabalho, os pais vão à escola e descarregam todo tipo de desculpa: dizem que o filho precisava se divertir, que a escola é muito rigorosa ou que a criança está passando por um momento difícil. Ou, ainda, culpam os professores, dizendo que eles não são capazes de ensinar a matéria. Mas nunca culpam seus próprios filhos. É muito frustrante para os professores ver que os pais não querem assumir suas responsabilidades.

Para ler na Revista VEJA com origem numa entrevista de Ron Clark à CNN  (O que os professores realmente querem dizer aos pais).

Opinião - Revisão da Estrutura Curricular

Paulo Guinote - A Educação do meu Umbigo


J. Matias Alves - Terrear

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Reforma Curricular nos Telejornais

Apresentação da Proposta de Revisão da Estrutura Curricular


Proposta de revisão curricular

O Ministério da Educação e Ciência apresenta hoje, pelas 15 horas, para discussão pública, a proposta de revisão curricular. (Ver Nota de Agenda)
Estranha é a postura do ministério face aos sindicatos de educadores e professores!?
Depois de ter afirmado numa reunião em novembro, que os sindicatos seriam das primeiras organizações a conhecer a proposta de revisão curricular agora não os tenha convidado para a apresentação da proposta de alteração do currículo revelando um enorme desrespeito pelos representantes legais dos docentes deste país!
Não sendo de negociação obrigatória, estas medidas, agora propostas, terão muitas e gravosas consequências que passarão obrigatoriamente por negociações com os sindicatos de educadores e professores.
O MEC informou a comunicação social de que a proposta de revisão curricular estará a partir de hoje em discussão pública e será implementada no ano lectivo de 2012/2013, estranho, muito estranho, é ignorar uma das partes interessadas e que colocará em prática o currículo agora revisto!
O desrespeito e a afronta aos docentes deste país continua!

sábado, 10 de dezembro de 2011

Negociação

A reunião de ontem no Palácio das Laranjeiras não correu bem, porquanto, como sabem, foi apresentado aos sindicatos um novo artigo (29º) a introduzir no ECD, que altera o vínculo laboral dos docentes dos quadros, incluindo os professores no regime geral da Função Pública através de alterações no ECD que não tinham sido negociadas e cuja nomeação passa a designar-se contratação por tempo indeterminado, com a óbvia perigosidade futura que encerra, em termos de estabilidade laboral.
(Ver Documento)
Os sindicatos dos educadores e professores rejeitaram a versão do projecto de decreto-lei de alteração ao Estatuto de Carreira Docente (ECD) apresentada pelo Ministério da Educação e Ciência,  e aguardam, agora, uma nova versão do Estatuto.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Bom fim de semana!

Negociações

O Secretário de Estado do Ensino e da Administração Escolar, Dr. João Casanova de Almeida, reúne-se hoje, 9 de Dezembro, com as organizações sindicais de professores, no Palácio das Laranjeiras, no âmbito da discussão da adequação do Estatuto da Carreira Docente ao novo modelo de avaliação do desempenho e ajustamento da terminologia ao quadro legal em vigor.

Promoção da leitura no Jardim de Infância

A realização, no pré-escolar, de atividades que criem necessidade e vontade de ler, para prevenção do insucesso das crianças em famílias com baixas qualificações, é defendida por professora da ESEC.
Ao realçar o papel do contexto familiar na promoção das "aprendizagens decisivas para a vida", Lucília Salgado, professora da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), afirma ser "importante dar às crianças, já no pré-escolar, aquilo que as famílias com literacia dão aos seus filhos".
Em Portugal, "cerca de metade das crianças que entram no 2.º ciclo leem mal ou não compreendem o que leem. É importante que se recupere, já no pré-escolar, aquilo que elas não tiveram na família, desenvolvendo atividades que as levem a sentir necessidade e vontade de ler, que percebam como se escreve e como se organiza um texto", afirma a especialista.
A ESEC inicia no sábado um ciclo de conferências sobre "Novas Alternativas Educativas para a Exclusão", sob a coordenação de Lucília Salgado, no âmbito da licenciatura em Animação Socioeducativa.
Situações como "ver pessoas significativas a ler com empenho, o pai, a mãe ou os irmãos mais velhos a ler, a leitura de histórias em família, dialogar sobre o que se lê e idas a bibliotecas ou livrarias" são consideradas fundamentais para a criança adquirir o gosto pela leitura e, dessa forma, entrar no sucesso escolar.
A primeira conferência incide na temática "Prevenir uma maior qualidade educativa desde a entrada para a escola: a criação de condições para a aprendizagem da leitura e da escrita em crianças de idade pré-escolar".
A segunda conferência, no dia 12, abordará a "Educação familiar e formação de adultos para a criação de condições de uma boa inserção escolar", partindo de um estudo que indica que as famílias que participaram nas Novas Oportunidades de qualificação "passaram a valorizar mais a escola e a envolver-se mais na educação dos filhos".
Apesar das Novas Oportunidades, "quase um milhão de portugueses continuam com baixas qualificações escolares e não leem, são pessoas em situação de pobreza e exclusão. E não é com estratégias de ler o 'bê-á-bá' que se altera a situação, mas com atividades que valorizem as pessoas e partam daquilo que elas sabem, que as levem a ter necessidade de ler", alerta.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Este empresário não se queixa da falta de produtividade!

"Emprestadado"


O ex-primeiro-ministro José Sócrates comentou em Paris a crise na Europa, durante uma conferência com colegas universitários da Sciences Po, onde estuda Ciência Política. "Para pequenos países como Portugal e Espanha, pagar a dívida é uma ideia de criança. As dívidas dos Estados são por definição eternas. As dívidas gerem-se. Foi assim que eu estudei".

Opinião - Santana Castilho

Passos Coelho, o contabilista plutocrata
Para Passos Coelho, a Educação é uma inevitabilidade, que não uma necessidade. Ao mesmo tempo que a OCDE nos arruma na cauda dos países com maiores desigualdades sociais, lembrando-nos que só o investimento precoce nas pessoas promove o desenvolvimento das sociedades, Passos Coelho encarregou Crato de recuperar o horizonte de Salazar e de a reduzir a uma lógica melhorada do aprender a ler, escrever e contar. Sob a visão estreita de ambos, estamos hoje com a mais baixa taxa de esforço do país em 37 anos de democracia. É significativo o facto de, em seis páginas e meia de entrevista recentemente concedida a este jornal, Passos Coelho (e, diga-se também, a entrevistadora) terem remetido a Educação para a expressão das suas sensibilidades: o zero absoluto. 
Com o passar do tempo e o confronto com as medidas tomadas, clarifica-se o conteúdo ideológico de Passos Coelho e a sua intenção política de desarticular o Estado e entregar à plutocracia o que resta. Os exemplos abundam e são diários. Uns, financeiramente irrelevantes, esmagam moralmente. É o caso do ministro da Economia, que veio voluntariamente para Lisboa mas obteve um subsídio de renda de casa. É legal, mas é imoral. Porque ele próprio censurou e acabou com a possibilidade dos velhos viajarem em comboios vazios, pagando apenas metade do bilhete. Porque os funcionários públicos deslocados para trabalharem no país e os mais de 300 mil emigrantes forçados, recentes, não o têm. Porque para viver bem melhor que os mais de 700 mil desempregados, cujo sofrimento deveria combater com medidas que não toma, não precisa desse subsídio. Porque colegas do Governo, confrontados com a ética mínima, renunciaram a ele. É o caso do ministro, ainda por cima da solidariedade, que foi tomar posse de vespa mas exerce de Audi, de 84 mil euros. E que tem a pouca vergonha de dizer que nada podia fazer, porque o respectivo contrato vinha de trás, bloqueado. São os casos das prebendas crescentes, que recompensam fidelidades servis. Outros, financeiramente gigantes, como o que se segue, passam de fininho por uma opinião pública pouco esclarecida. 
Cerca de seis mil milhões de euros serão transferidos dos fundos de pensões da banca para o Estado. Da forma como Passos Coelho referiu publicamente a operação direi, com generosidade, para não lhe chamar mentiroso, com propriedade, que os portugueses foram enganados. Com aquele jeito de bom escuteiro, Passos Coelho afirmou que uma parte dos activos transferidos será usada para pagar as reformas dos bancários, no curto prazo, outra utilizada para capitalizar reservas que as garantam, no futuro, e a terceira, que denominou de excedente, de dois mil milhões de euros, saldará dívidas públicas. Se Passos Coelho falasse verdade, o Estado teria feito um excelente negócio. Mas não falou. Vejamos então a história, despida de manipulação. Não é possível determinar, com rigor, em quanto importa a responsabilidade em análise. Para lá chegar, usam-se modelos de previsão, assentes em pressupostos. Os modelos são falíveis e a história recente das parcerias entre o Estado e os privados mostra como os pressupostos, por norma aceites, são leoninos contra o Estado. Voltou a ser o caso presente. Com a informação disponível, quatro mil milhões de euros (os seis transferidos menos os dois que Passos retira para pagar dividas) são claramente insuficientes para dar sustentabilidade futura à operação. Com efeito, a avaliação actuarial feita terá aceitado a tábua de mortalidade e a taxa de desconto mais desfavoráveis aos interesses do Estado (a avaliação actuarial visa determinar riscos e expectativas, na área dos seguros de vida e fundos de pensões; a tábua de mortalidade permite prever o número de anos em que a pensão será paga; a taxa de desconto relaciona o valor dos fundos a transferir, no momento em que são calculados, com o valor estimado das responsabilidades futuras, sendo certo que quanto mais elevada for a taxa aceite, mais baixo será o valor dos activos a transferir). Assim, este negócio foi, como tem sido a regra, excelente para a banca e ruinoso para o Estado. Os encargos de que os bancos se libertaram significariam responsabilidades futuras muito mais volumosas que os 6 mil milhões que agora cederam (é só seguir estudos internacionais disponíveis e os indicadores adoptados por outros países, que fica reduzida a pó a credibilidade da palavra de Passos Coelho). Gastar já um terço desse pecúlio insuficiente, como se fosse uma receita excedente, além de tremenda irresponsabilidade, patenteia a desonestidade política de quem sempre censurou os comportamentos idênticos do Governo anterior. No futuro, pagarão os contribuintes, por via de mais espoliação despudorada, ou os bancários, por via da diminuição das suas reformas. E quando, lá para Fevereiro de 2012, os milhões forem pagos aos credores do Estado, estes correrão a entregá-los aos seus próprios credores, isto é, à banca. Ficará então fechado o ciclo da plutocracia dominante. 
Passos Coelho ainda não entendeu que a sua estrita visão contabilística poderá proteger o país do aguaceiro do presente, mas vai deixá-lo bem mais vulnerável à tempestade do futuro. Nem a escola onde estudou nem a curta experiência de gestão que teve lhe ensinaram que há uma diferença entre o importante e o urgente. Centrou-se no imediato. Abriu-se à plutocracia. É um utilitarista irracional. E não só nos empurra para a penúria, como afirma que esse é o nosso futuro. Se o regime não estivesse podre e a sociedade abúlica, o seu provir seria curto.
Santana Castilho
Jornal Público 7/12/2011