sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Promoção da leitura no Jardim de Infância

A realização, no pré-escolar, de atividades que criem necessidade e vontade de ler, para prevenção do insucesso das crianças em famílias com baixas qualificações, é defendida por professora da ESEC.
Ao realçar o papel do contexto familiar na promoção das "aprendizagens decisivas para a vida", Lucília Salgado, professora da Escola Superior de Educação de Coimbra (ESEC), afirma ser "importante dar às crianças, já no pré-escolar, aquilo que as famílias com literacia dão aos seus filhos".
Em Portugal, "cerca de metade das crianças que entram no 2.º ciclo leem mal ou não compreendem o que leem. É importante que se recupere, já no pré-escolar, aquilo que elas não tiveram na família, desenvolvendo atividades que as levem a sentir necessidade e vontade de ler, que percebam como se escreve e como se organiza um texto", afirma a especialista.
A ESEC inicia no sábado um ciclo de conferências sobre "Novas Alternativas Educativas para a Exclusão", sob a coordenação de Lucília Salgado, no âmbito da licenciatura em Animação Socioeducativa.
Situações como "ver pessoas significativas a ler com empenho, o pai, a mãe ou os irmãos mais velhos a ler, a leitura de histórias em família, dialogar sobre o que se lê e idas a bibliotecas ou livrarias" são consideradas fundamentais para a criança adquirir o gosto pela leitura e, dessa forma, entrar no sucesso escolar.
A primeira conferência incide na temática "Prevenir uma maior qualidade educativa desde a entrada para a escola: a criação de condições para a aprendizagem da leitura e da escrita em crianças de idade pré-escolar".
A segunda conferência, no dia 12, abordará a "Educação familiar e formação de adultos para a criação de condições de uma boa inserção escolar", partindo de um estudo que indica que as famílias que participaram nas Novas Oportunidades de qualificação "passaram a valorizar mais a escola e a envolver-se mais na educação dos filhos".
Apesar das Novas Oportunidades, "quase um milhão de portugueses continuam com baixas qualificações escolares e não leem, são pessoas em situação de pobreza e exclusão. E não é com estratégias de ler o 'bê-á-bá' que se altera a situação, mas com atividades que valorizem as pessoas e partam daquilo que elas sabem, que as levem a ter necessidade de ler", alerta.

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