Blogue de Informação e Recolha de Opiniões para Educadores e Professores. Notícias sobre Educação, Legislação e Política Educativa.
segunda-feira, 8 de março de 2010
Turmas barulhentas
O fenómeno "turma barulhenta" tem vindo a generalizar-se. Habitualmente, os professores referem-se a estas turmas como sendo constituídas por alunos que não são propriamente mal-educados, mas são muito faladores. Às vezes, até há um número considerável de alunos com bom aproveitamento nestes grupos. No entanto, a conversa para o lado é uma constante. Numa reunião de pais em que recentemente estive presente, um deles referia que a maioria dos professores da turma do filho passava boa parte da aula a tentar manter o silêncio e que, no início das aulas, eram necessários quinze minutos para que todos os alunos se calassem e a abordagem das temáticas académicas pudesse iniciar-se. Compreendo bem a preocupação deste pai, pois este é efectivamente um fenómeno altamente perturbador da aprendizagem.
A grande questão que se coloca é como agir face a este fenómeno, que aparentemente é fácil de resolver mas, em termos práticos, pode, por vezes, arrastar-se um ano inteiro sem que seja solucionado. A aliança entre pais e professores no sentido de combater este fenómeno é, por isso, fundamental.
Sei que os professores enfrentam este problema com grande apreensão, uma vez que ele gera frustração, dado que, como os próprios referem, "passo a aula mandar calar".
Também provoca desgaste pessoal, na medida em que o investimento realizado pelo professor no sentido de planear bem a aula vai muitas vezes por água abaixo porque, simplesmente, ninguém ouve o que está a ser dito. Que medidas tomar para tentar minorar o problema?
Frequentemente, há problemas no recreio que são transportados para a sala de aula e que perturbam o seu bom funcionamento. Sempre que o professor perceba que há guerras latentes por resolver é preferível, no início da aula, tentar que estas se resolvam rapidamente.
A forma como os alunos entram na sala de aula é também de grande importância e deve ser controlada. Se estes entram em repelão, atropelando-se uns aos outros, isso não favorecerá o bom início das actividades lectivas.
Os professores deverão também incentivar os alunos a tirar o material rapidamente da mochila, de forma a iniciarem os trabalhos imediatamente após se sentarem. Se este momento inicial se prolongar muito, estar-se-á a dar azo a que muitas conversas, que nada têm a ver com a aula, se instalem. Sempre que haja mudança de actividade é também fundamental que esta se faça rapidamente, para evitar assuntos paralelos.
A forma como os alunos estão dispostos na sala de aula é outro aspecto de grande importância, que nunca poderá ser desvalorizado. Se dois alunos estão sempre a pôr a conversa em dia, isso significa que têm automaticamente de ser separados.
Se nas reuniões em que contactou o professor ou o director de turma do seu filho, já houve queixas de que o seu educando é muito falador na sala de aula, que medidas tomou? Habitualmente, o discurso dos pais é de desvalorização face a esta questão, limitando-se a ralhar com os filhos. Se na reunião seguinte a queixa se mantiver, a medida tomada pelos pais é geralmente a mesma: uma breve chamada de atenção... e o problema mantém-se. Enquanto este problema não for encarado como verdadeiro problema e os pais não tomarem medidas mais punitivas, ele manter-se-á. Poder-me-ão questionar, os pais, mas como quer que eu controle o meu filho, se não estou na escola? É verdade, mas em casa há imensas fontes de reforço, que poderão ser retiradas à criança e que poderão ajudá-la a repensar a atitude mais correcta a tomar na sala de aula. Se os filhos perceberem que este comportamento também não é tolerado pela família, mais facilmente poderão mudar de atitude.
Saindo um pouco do contexto académico, parece-me que este fenómeno não é totalmente alheio ao facto de, em termos sociais, estarmos em permanente agitação, atropelando constantemente o discurso uns dos outros...
sexta-feira, 5 de março de 2010
CONFAP quer penalizar famílias cujos filhos sejam violentos na escola
A Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) entregou, na quinta-feira, no Ministério da Educação uma proposta para incluir na revisão do estatuto do aluno medidas que penalizem os pais cujos filhos se envolvam em actos de violência nas escolas. Em declarações à TSF, o presidente da CONFAP, Albino Almeida defendeu penas como o fim dos apoios sociais que as famílias possam estar a receber.
«A proposta visa que os pais recebam, através de regulamentos internos, a indicação das escolas de que se não comparecerem e não se responsabilizarem pelos seus filhos, poderão ter consequências no plano dos apoios que recebem, nomeadamente subsídios. Se os pais não tiverem esses subsídios, devem decretar trabalho social na própria escola, por exemplo, até chegar às multas. Tudo depende da situação económica», explicou Albino Almeida.
«A proposta visa que os pais recebam, através de regulamentos internos, a indicação das escolas de que se não comparecerem e não se responsabilizarem pelos seus filhos, poderão ter consequências no plano dos apoios que recebem, nomeadamente subsídios. Se os pais não tiverem esses subsídios, devem decretar trabalho social na própria escola, por exemplo, até chegar às multas. Tudo depende da situação económica», explicou Albino Almeida.
Leituras
Equipas Educativas Para uma nova organização da escola
de João Formosinho, Joaquim Machado (Professores da Universidade do Minho)
de João Formosinho, Joaquim Machado (Professores da Universidade do Minho)
O livro apresenta um processo de reorganização da escola através da introdução de equipas educativas, realçando a sua dimensão organizacional, os saberes experienciais dos professores, as lideranças emergentes e a figura do consultor externo.
O livro estuda a ligação da organização do processo de ensino aos padrões de trabalho docente, colocando-se na linha de renovação pedagógica da escola.
Analisando a racionalidade burocrática da escola tradicional, defende a necessidade de trabalho conjunto dos professores no seu desempenho docente.
A organização da escola favorece um melhor conhecimento dos alunos e o acompanhamento das aprendizagens, o trabalho colaborativo dos professores e a gestão integrada do currículo, uma organização mais clara da escola e uma gestão pedagógica mais adequada.
Porto Editora
Assunto regressa a discussão após caso de Mirandela
O Ministério Público está a investigar pelo menos 160 casos de violência escolar, segundo os dados mais recentes divulgados ao PÚBLICO pela Procuradoria-Geral da República. Os inquéritos foram abertos em 2008 e admite-se "que o número seja maior, já que alguns [processos] não constam do sistema informático" da procuradoria.
quinta-feira, 4 de março de 2010
Escolas não actuam em casos de 'bullying'
As escolas não actuam devidamente perante situações de bullying e, muitas vezes, ignoram estes casos. O alerta é feito pelos sindicatos de professores que falam na falta de condições para combater o fenómeno, mas admitem que há uma tendência para minimizar a sua gravidade.
Isto quando 42% dos alunos nas escolas lidam com o bullying, como vítimas ou como agressores, revela um estudo da investigadora Sónia Seixas, e se sabe que o Ministério Público investigou no ano passado dez queixas por mês de casos de violência nas escolas.
"A tolerância tem de ser zero. Muitas vezes não há castigos, apenas repreensões para os agressores e o bullying é um fenómeno que está a alastrar. As escolas têm de tomar medidas severas, mas têm de actuar de imediato e não deixar passar", defendeu ao DN Carlos Chagas, secretário-geral do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep).
Também Mário Nogueira, da Fenprof, é da opinião que uma "punição severa" é importante se o caso assim o exigir, mas diz que tem de haver sempre uma actuação imediata. "Há situações pouco relevantes e nas escolas tenta- -se ver se as coisas passam e, quando dão conta, já aconteceu algo pior", afirma o sindicalista.
Carlos Chagas reafirma que há regras, mas que não são cumpridas: "Quando os agressores são maiores de 17 anos estão sujeitos à lei penal, mas se forem menores há a lei tutelar da educação. Os directores não se podem alhear dos problemas."
Há outra situação que contribui para a falta de eficácia no combate ao fenómeno. Os docentes e auxiliares não têm formação para lidar com estes casos. "A informação é inexistente. Tem de se investir na formação de professores e de pessoal não docente, pois são estes últimos que fazem, muitas vezes, a primeira observação do bullying", diz João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). E é neste ponto que se pede a intervenção da tutela. "Deve apostar na prevenção, mas este é um fenómeno que vai ser difícil de controlar a curto prazo", completa Mário Nogueira.
O dirigente diz que é preciso simplificar alguns processos: "Primeiro, o aluno tem de confiar na escola e ter a certeza de que algo vai ser feito para o proteger. Depois, os professores não aplicam castigos mais severos porque a burocracia é demasiada." Dias da Silva conclui: "A tomada de medidas contra o bullying tem sido adiada. Nas escolas espera-se que aconteça e resolve apenas a questão do momento. É como atirar o problema para debaixo do tapete."
A falta de preparação das escolas é também apontada pela psicóloga Tânia Paias, que coordena o Portal Bullying, onde se presta ajuda online. "As escolas não estão bem apetrechadas para lidar com estes casos. Estão alerta, mas não têm as ferramentas", aponta. Já a psicóloga Susana Carvalhosa defende que as escolas e o Ministério da Educação devem apostar na prevenção.
Isto quando 42% dos alunos nas escolas lidam com o bullying, como vítimas ou como agressores, revela um estudo da investigadora Sónia Seixas, e se sabe que o Ministério Público investigou no ano passado dez queixas por mês de casos de violência nas escolas.
"A tolerância tem de ser zero. Muitas vezes não há castigos, apenas repreensões para os agressores e o bullying é um fenómeno que está a alastrar. As escolas têm de tomar medidas severas, mas têm de actuar de imediato e não deixar passar", defendeu ao DN Carlos Chagas, secretário-geral do Sindicato Nacional e Democrático dos Professores (Sindep).
Também Mário Nogueira, da Fenprof, é da opinião que uma "punição severa" é importante se o caso assim o exigir, mas diz que tem de haver sempre uma actuação imediata. "Há situações pouco relevantes e nas escolas tenta- -se ver se as coisas passam e, quando dão conta, já aconteceu algo pior", afirma o sindicalista.
Carlos Chagas reafirma que há regras, mas que não são cumpridas: "Quando os agressores são maiores de 17 anos estão sujeitos à lei penal, mas se forem menores há a lei tutelar da educação. Os directores não se podem alhear dos problemas."
Há outra situação que contribui para a falta de eficácia no combate ao fenómeno. Os docentes e auxiliares não têm formação para lidar com estes casos. "A informação é inexistente. Tem de se investir na formação de professores e de pessoal não docente, pois são estes últimos que fazem, muitas vezes, a primeira observação do bullying", diz João Dias da Silva, secretário-geral da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE). E é neste ponto que se pede a intervenção da tutela. "Deve apostar na prevenção, mas este é um fenómeno que vai ser difícil de controlar a curto prazo", completa Mário Nogueira.
O dirigente diz que é preciso simplificar alguns processos: "Primeiro, o aluno tem de confiar na escola e ter a certeza de que algo vai ser feito para o proteger. Depois, os professores não aplicam castigos mais severos porque a burocracia é demasiada." Dias da Silva conclui: "A tomada de medidas contra o bullying tem sido adiada. Nas escolas espera-se que aconteça e resolve apenas a questão do momento. É como atirar o problema para debaixo do tapete."
A falta de preparação das escolas é também apontada pela psicóloga Tânia Paias, que coordena o Portal Bullying, onde se presta ajuda online. "As escolas não estão bem apetrechadas para lidar com estes casos. Estão alerta, mas não têm as ferramentas", aponta. Já a psicóloga Susana Carvalhosa defende que as escolas e o Ministério da Educação devem apostar na prevenção.
Primeira vítima mortal conhecida de bullying em Portugal
Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos.
Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.
Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.
Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.
Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.
Escola sem luto nem explicação (!!!!!!)
Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".
Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".
quarta-feira, 3 de março de 2010
Apreciação Intercalar
Entende-se por apreciação intercalar a avaliação de desempenho realizada entre ciclos de avaliação para os efeitos previstos:
1. Na alínea b) do n.º 6 do art. 7.º do Dec. – Lei n.º 270/2009, de 30 de Setembro (requisito de progressão para os docentes que completam o módulo de tempo de serviço entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010).
2. No art. 3.º do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de Maio (condicionamento dos efeitos da atribuição de menções de Regular ou Insuficiente ao resultado de nova avaliação a realizar no ano escolar imediatamente seguinte).
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1. Na alínea b) do n.º 6 do art. 7.º do Dec. – Lei n.º 270/2009, de 30 de Setembro (requisito de progressão para os docentes que completam o módulo de tempo de serviço entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010).
2. No art. 3.º do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de Maio (condicionamento dos efeitos da atribuição de menções de Regular ou Insuficiente ao resultado de nova avaliação a realizar no ano escolar imediatamente seguinte).
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São sujeitos a apreciação intercalar:
Todos os professores que completam o módulo de tempo de serviço correspondente ao escalão entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010, desde que o requeiram,
e
Os docentes a quem foram atribuídas, no ciclo de avaliação anterior, as menções de Regular ou Insuficiente.
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Todos os professores que completam o módulo de tempo de serviço correspondente ao escalão entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010, desde que o requeiram,
e
Os docentes a quem foram atribuídas, no ciclo de avaliação anterior, as menções de Regular ou Insuficiente.
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Esta apreciação concretiza-se por implementação dos procedimentos de avaliação constantes do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, nomeadamente no que se refere a calendários, prazos, avaliadores, menções e quotas.
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Produz efeitos na progressão aquando da atribuição da menção, de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, o docente progride com efeitos à data do completamento do módulo, tal como ocorreu no ciclo de avaliação anterior.
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Os contratados são avaliados nos mesmos moldes do ano anterior, ao abrigo das regras constantes do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro.
Opinião - Santana Castilho
A excelência ganhou foros de moscardo. A excelência zumbe-nos aos ouvidos a propósito de tudo: educação de excelência, conteúdos de excelência, turismo de excelência, cuidados médicos de excelência. Mais do que sinónimo de alta qualidade, a excelência tornou-se um instrumento de marketing. Os políticos aderiram à onda e tornaram a excelência do engodo a mais evidente das excelências.
terça-feira, 2 de março de 2010
Ensino privado continua a crescer, enquanto o público perde alunos
Público 2/Março/2010
Nos últimos dez anos, o ensino público perdeu mais de 135 mil alunos, do pré-escolar ao ensino secundário. No entanto, o número de estudantes nos colégios e externatos aumentou de 15 para 18 por cento do total da rede, em dez anos. Entre 1998 e 2004, fecharam cerca de cem colégios. Mas o ensino privado ganhou um novo fôlego. E, de há seis anos para cá, surgem novos projectos anualmente.
Horários e organização do trabalho dos docentes
Organizado pelo SPZN, em 27/02/2010
...
Como síntese, poderá concluir-se que:
1 – Foi opinião unânime que professores e educadores trabalham, por semana, muitas horas para além das 35 horas do horário de trabalho;
2 – É fundamental que todo o trabalho com alunos integre a componente lectiva;
3 – O número de reuniões, assim como o tempo de duração de cada uma delas é, na maioria das escolas, excessivo e sem resultados muito positivos;
4 – A organização do tempo lectivo de 45 minutos e 90 minutos é errada, ineficaz e não comporta por isso, melhor qualidade ao processo de ensino-aprendizagem; foi também referido que cada escola deveria ter a possibilidade de organizar os tempos lectivos, em função das suas características, devidamente justificados pelo Conselho Pedagógico;
5 – As Áreas de Estudo Acompanhado e de Projecto não se justificam, devendo as respectivas horas serem distribuídas pela componente lectiva das diferentes disciplinas;
6 – As substituições continuam, em muitas escolas, a causarem perturbação, não se revelando úteis nem para os alunos nem para os professores. A possibilidade de permutas permite que, em muitas escolas, o problema das substituições seja ultrapassado. Foi considerado que, em caso de ausência do professor, os alunos deveriam ser encaminhados para outras actividades sempre supervisionadas por um professor. Para tal, foi considerada fundamental a existência de uma “bolsa de professores” em cada escola/agrupamento, bem como equipas multidisciplinares;
7 – Foi salientada a impossibilidade de substituição no pré-escolar e 1º ciclo, em grande parte das escolas;
8 – Deve ser estabelecido um tempo limite de duração de reuniões;
9 – O tempo de trabalho dos educadores e professores do ensino particular e das instituições de solidariedade social ultrapassa, na grande parte das instituições, o horário normal de trabalho;
10 – As escolas profissionais particulares, por falta de um Contrato Colectivo de Trabalho, não têm regras definidas, quanto à organização do tempo de trabalho, havendo, em muitas destas escolas, grandes arbitrariedades e horários de trabalho para além dos limites normais.
1 – Foi opinião unânime que professores e educadores trabalham, por semana, muitas horas para além das 35 horas do horário de trabalho;
2 – É fundamental que todo o trabalho com alunos integre a componente lectiva;
3 – O número de reuniões, assim como o tempo de duração de cada uma delas é, na maioria das escolas, excessivo e sem resultados muito positivos;
4 – A organização do tempo lectivo de 45 minutos e 90 minutos é errada, ineficaz e não comporta por isso, melhor qualidade ao processo de ensino-aprendizagem; foi também referido que cada escola deveria ter a possibilidade de organizar os tempos lectivos, em função das suas características, devidamente justificados pelo Conselho Pedagógico;
5 – As Áreas de Estudo Acompanhado e de Projecto não se justificam, devendo as respectivas horas serem distribuídas pela componente lectiva das diferentes disciplinas;
6 – As substituições continuam, em muitas escolas, a causarem perturbação, não se revelando úteis nem para os alunos nem para os professores. A possibilidade de permutas permite que, em muitas escolas, o problema das substituições seja ultrapassado. Foi considerado que, em caso de ausência do professor, os alunos deveriam ser encaminhados para outras actividades sempre supervisionadas por um professor. Para tal, foi considerada fundamental a existência de uma “bolsa de professores” em cada escola/agrupamento, bem como equipas multidisciplinares;
7 – Foi salientada a impossibilidade de substituição no pré-escolar e 1º ciclo, em grande parte das escolas;
8 – Deve ser estabelecido um tempo limite de duração de reuniões;
9 – O tempo de trabalho dos educadores e professores do ensino particular e das instituições de solidariedade social ultrapassa, na grande parte das instituições, o horário normal de trabalho;
10 – As escolas profissionais particulares, por falta de um Contrato Colectivo de Trabalho, não têm regras definidas, quanto à organização do tempo de trabalho, havendo, em muitas destas escolas, grandes arbitrariedades e horários de trabalho para além dos limites normais.
segunda-feira, 1 de março de 2010
Pais e docentes reclamam mais apoios para ensino especial
Se o chamado plano de acção para a escola inclusiva afastou milhares de alunos da educação especial, os que ficaram no sistema também não estão a trilhar um caminho fácil.
Quem é responsável?
Tragédia na Madeira anunciada em filme da RTP2 em Abril de 2008!
Como as coisas podiam ter sido diferentes...
Opinião - João Ruivo
Pela primeira vez na história da educação ocidental ocorre um momento único pela sua singularidade e muito preocupante pelas transformações que irá imprimir no trabalho dos docentes e na organização das escolas: – existe hoje um poderosíssimo instrumento de aprendizagem e de acesso ao saber (o PC) que os alunos já dominam melhor que a maioria dos professores e que manipulam com mais destreza que a generalidade dos pais.
O computador pessoal e o telemóvel modificaram, rápida e radicalmente, os rituais de iniciação nos grupos de pares, a comunicação intra e intergrupal, os graus de socialização e de integração, já que criaram novos gestos, linguagens, códigos, símbolos, valores e um mundo infindável de engenhos periféricos.
Numa só geração desapareceram muitos dos artefactos que constituíam a memória e a referência do mundo dos adultos contemporâneos: - o vinil foi o primeiro; agora agonizam os CDs, as cassetes VHS e os DVDs de primeira geração; um aluno de 1º Ciclo não faz a mínima ideia do que era uma cassete áudio ou um rolo de fotografia a cores; um vídeo gravador é um aparelho obsoleto e o arquivo de dados em disquetes pertence a um passado quase pré-histórico; grande parte da informação disponível já não existe em suporte de papel…
Se tanto não bastasse, há nas escolas uma geração de professores e de educadores já nascidos na era digital, que trabalham lado a lado com outros docentes que, envergonhadamente, se sentem info-excluídos, pois pertencem a uma outra geração que amadureceu, pessoal e profissionalmente, antes da era da internet, dos motores de busca, das bases de dados digitais, do matraquilho das mensagens por SMS ou da presença orwelliana do Messenger e do Fecebook.
São professores e educadores que olham para as novas tecnologias da informação e da comunicação com a desconfiança dos traídos, pois sabem que é ali que está a fonte do mal que os há-de levar à desactualização precoce e, logo, ao mal-estar profissional que acompanha o desgaste, a indisfarçável angústia e o stress.
Por cada dia que passa na vida das nossas escolas, o fosso que separa estas diferentes gerações de alunos e de docentes é cada vez maior e cria um clima gerador de conflito, de clivagem, de insatisfação e de exclusão. Já em artigo anterior descrevemos este tipo de escola como sendo a “escola do gato e do rato”, já que a utilização acéfala dos computadores e da internet inundou as aulas de trabalhos do tipo “seleccionar tudo, copiar e colar” (copy/paste). Nestes casos a produção intelectual revelou-se muito escassa. Os alunos conformam-se em descobrir páginas Web que abordem um determinado tema que se lhes mandou investigar. Depois limitam-se a copiar, a editar e a imprimir os textos, sem descodificarem e problematizarem o seu conteúdo. Há docentes que dão aulas com dados retirados de sítios que não fornecem aos alunos e, por sua vez, há alunos que elaboram trabalhos com dados retirados de sites que omitem aos professores.
É nossa profunda convicção de que aquilo que aqui descrevemos implica um perigosíssimo ‘corte geracional’ que tem que ser rapidamente atenuado e corrigido, se queremos eliminar a iliteracia digital e ter as nossas escolas a fazer parte da sociedade do conhecimento. Porém, a introdução precipitada e inconsistente do Magalhães nas escolas acentuou drasticamente esse corte geracional, já que o governo decidiu ‘equipar’ primeiro os alunos com computadores pessoais, esquecendo-se de ‘equipar’ previamente os professores com formação específica. Sabe-se que não houve qualquer preocupação com a formação atempada dos intervenientes e com a monitorização do processo.
Infelizmente, a educação padece sempre deste estigma: o calendário eleitoral da classe política funciona no curto prazo dos ciclos eleitorais de quatro anos, exigindo resultados rápidos, imediatos e mediáticos. Daí que o investimento em educação, sobretudo na formação dos seus actores, não lhe interesse, já que só permite medir os resultados a médio e a longo prazo, e muitas vezes em contra ciclo eleitoral…
Por tudo isso, os professores devem exigir imediata formação nas tecnologias da informação e da comunicação ou correm o perigo de se tornarem info-excluídos e profissionalmente desajeitados. Urge diminuir esse fosso digital, porquanto não há escola do futuro que consiga sobreviver sem incorporar essas novas tecnologias. Até porque a generalização cega das TIC, sem sentido e contexto pedagógico, pode provocar uma deriva na utilização destes instrumentos do saber, com desperdício do investimento realizado e com perigosas consequências para os aprendentes.
Hoje, não basta que o aluno só aprenda a ler e escrever textos na linguagem verbal. É necessário que ele aprenda a ‘ler’ e a ‘escrever’ noutros meios, como o são a rádio, a televisão, os programas de multimédia, os programas de computador, as páginas da Internet… Só assim conseguiremos erguer uma escola pública que seja exigente na valorização do conhecimento e promotora da autonomia pessoal. Uma escola pública que não desista de uma forte cultura de motivação e de realização de todos os membros da comunidade escolar. Uma escola pública que assuma os seus alunos como primeiro compromisso e os professores como seu principal valor. E que, em fim, se revele como um espaço de aprendizagem promotor do debate e da reflexão crítica, incentivando-se a participação cívica nesta aldeia global que é o mundo de hoje.
João Ruivo
João Ruivo
Escolas vão ter gestor de edifício
As secundárias abrangidas pelo programa de modernização vão ter um "gestor de edifício" - a razão é simples, explicou o presidente da Parque Escolar: a "complexidade" das infra-estruturas obriga a uma adaptação dos modelos de gestão escolar ao do edifício.
No final da apresentação de um relatório da OCDE sobre o programa de modernização das secundárias - na secundária Pedro Alexandrino, em Odivelas - Sintra Nunes explicou, à Imprensa, que a empresa e o Ministério da Educação estão a "iniciar um grupo de trabalho para apreciar o modelo de gestão das escolas".
No final da apresentação de um relatório da OCDE sobre o programa de modernização das secundárias - na secundária Pedro Alexandrino, em Odivelas - Sintra Nunes explicou, à Imprensa, que a empresa e o Ministério da Educação estão a "iniciar um grupo de trabalho para apreciar o modelo de gestão das escolas".
...Nessas escolas terá que passar a existir "especialistas" na conservação, pelo que, "provavelmente, vai ser criado o cargo de gestor do edifício".
Esse titular, prosseguiu Sintra Nunes, "fará parte do quadro de escola". No relatório, a OCDE recomenda à Parque Escolar que apoie os directores escolares na gestão dos edifícios. O novo cargo poderá ser a resposta uma vez que será o elo do estabelecimento à empresa.
Esse titular, prosseguiu Sintra Nunes, "fará parte do quadro de escola". No relatório, a OCDE recomenda à Parque Escolar que apoie os directores escolares na gestão dos edifícios. O novo cargo poderá ser a resposta uma vez que será o elo do estabelecimento à empresa.
sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010
Leituras
Esta obra, finalmente descensurada, serve-se da paródia para alcançar um nobre e antigo propósito: o de "castigar os costumes pelo riso". A trama conduz-nos, nos caminhos sinuosos da sátira, à cáustica e desconcertante percepção crítica, onde a diminuta condição física dos heróis - Prof. Legal e o seu Assistente - é um recurso estilístico para a representação alegórica do inconformismo contra os tiques da pequenez e da arrogância dos meandros da Justiça e da sociedade em geral. É o próprio autor que afirma: "o livro pretende romper com o prestígio, a credibilidade e a harmonia da Justiça e abalar a tranquilidade em que ela vive, trazendo à luz da verdade factos nunca antes revelados". Mas isso é o que ele diz...Autor:
J. Mário Teixeira
Editor: Editorial Novembro
Editor: Editorial Novembro
Obrigado ao Dr. J. Mário Teixeira pela oferta e pela dedicatória.
Licença Sabática 2010/2011
A partir do dia 1 de Março e até às 18 horas do dia 15 do mesmo mês, estará disponível a aplicação electrónica de candidatura a Licença Sabática para o ano escolar de 2010/2011.
Aviso – Concessão de Licença Sabática (ano escolar 2010/2011) - 25/02/2010
Nota Informativa DGRHE nº 1
Portaria nº 350/2008, de 5 de Maio – Fixa as condições de atribuição de licença sabática
A concessão de Licença Sabática, regulamentada pela Portaria n.º 350/2008, de 5 de Maio, destina-se à realização de trabalhos de investigação aplicada, no âmbito da acção educativa privilegiando a prática pedagógica disciplinar do docente, que integre as seguintes modalidades:
Nota Informativa DGRHE nº 1
Portaria nº 350/2008, de 5 de Maio – Fixa as condições de atribuição de licença sabática
A concessão de Licença Sabática, regulamentada pela Portaria n.º 350/2008, de 5 de Maio, destina-se à realização de trabalhos de investigação aplicada, no âmbito da acção educativa privilegiando a prática pedagógica disciplinar do docente, que integre as seguintes modalidades:
a) projecto de investigação /acção;
b) elaboração de dissertação de mestrado;
c) realização/finalização de tese de doutoramento;
d) frequência de curso especializado.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
Guia prático para perceber o Acordo Ortográfico
O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009. Mas, até 2012, decorre um período de transição, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia actual. Se quiser adoptar já a nova grafia do Português, veja aqui as principais alterações de que foi objecto a nossa língua.
Visão/Jornal de Letras
Negociações ECD e Avaliação
O Ministério da Educação comprometeu-se a entregar aos sindicatos, na próxima segunda feira, o decreto regulamentar que estipulará as novas regras da avaliação de desempenho dos professores.
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