quinta-feira, 11 de fevereiro de 2021

Comunicado do Conselho de Ministros - Estado de emergência prolongado até ao dia 1 de março

1. O Conselho de Ministros aprovou hoje o decreto que regulamenta o estado de emergência decretado pelo Presidente da República, mantendo as regras atualmente vigentes até às 23:59h do dia 1 de março de 2021.
Face ao decreto do Presidente da República, passa a ser permitida a venda, nos estabelecimentos de comércio a retalho que se encontrem já em funcionamento, de livros e materiais escolares.

2. Foi aprovado o decreto-lei que estabelece medidas excecionais e temporárias relativas ao setor das comunicações eletrónicas no âmbito da pandemia da doença Covid-19. O diploma visa acautelar a identificação dos serviços de comunicações eletrónicas que devem ser considerados críticos e definir as medidas que devem ser adotadas pelas empresas que oferecem redes de comunicações públicas ou serviços de comunicações eletrónicas, de forma a garantir a continuidade desses serviços.
Com vista a garantir a adaptação destas empresas ao regime criado, é ainda implementado conjunto de medidas de simplificação, designadamente em matéria de gestão de rede e de tráfego.
...
5. Foi aprovada a resolução que determina a reafetação da reserva de capacidade no Multiplexer A do serviço de Televisão Digital Terrestre para a difusão dos sinais de vídeo e áudio com conteúdos pedagógico-didáticos a incluir pelo Ministério da Educação, para a emissão do #EstudoEmCasa – Ensino Secundário até ao final do ano letivo 2020/2021.

Respeito pela profissão e garantia de condições e material necessário para o exercício da função docente

Estando Portugal em novo confinamento devido à pandemia, verificamos mais uma vez a falta de apoio, por parte da Tutela, aos professores e educadores:

a) Estão a mobilizar docentes para o ensino presencial de forma aleatória (docentes doentes de risco, docentes com filhos menores de 12 anos) e ainda a exigir a alguns professores que ministrem ensino presencial e à distância, em simultâneo;

b) Não há proteção aos docentes que se encontram em teletrabalho, com filhos menores de 12 anos;

c) Faltam equipamentos para alunos, professores e escolas, nomeadamente computadores e internet;

d) Seria de esperar, no limite, que o Ministério da Educação assumisse a responsabilidade pela falta de equipamento no ensino à distância e atribuísse uma compensação aos professores pelo uso pessoal do telemóvel, computador e internet. No mínimo, as despesas deveriam ser elegíveis em sede de IRS!

FALTA DE MATERIAL PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÕES EM TELETRABALHO

Infra segue o e-mail para solicitares à entidade empregadora, Ministério da Educação, a colocação do material necessário para o exercício das funções em teletrabalho: aplicação do Código do Trabalho, artigo 168.º.
“Na falta de estipulação no contrato, presume-se que os instrumentos de trabalho respeitantes a tecnologias de informação e de comunicação utilizados pelo trabalhador pertencem ao empregador, que deve assegurar a respetiva instalação e manutenção e o pagamento das inerentes despesas.”

Enviar e-mail para: Ministro da Educação


Eu, ………………………………….., portador (a) do C.C. n.º …………., residente na……………., docente do grupo ………., pertencente ao QZP/QA/QE, vem por este meio expor e requerer a V. Exª o seguinte:

1. O teletrabalho, conforme dispõe o artigo 165.º do Código de Trabalho é a prestação laboral realizada em subordinação jurídica, habitualmente fora das instalações da instituição ou local da prestação de trabalho, e através de recurso a tecnologias de informação e comunicação.

2. Sendo que, a partir de dia 8 de fevereiro, com o regresso da modalidade de ensino à distância, se retoma o exercício de funções em regime de teletrabalho.

3. Ora, nos termos do artigo 166.º do Código de Trabalho, ex vi artigo 4.º da Lei Geral de Trabalho em Funções Públicas, quanto aos instrumentos de trabalho, parte-se do princípio de que pertencem ao empregador, que assegura a instalação, manutenção e despesas.

4. Sendo que, ao contrário do sucedido anteriormente, em que o Requerente utilizou quer o seu computador pessoal, quer os seus dados de internet para o exercício das funções, assegurando todas as despesas daí advindas, requer que sejam garantidas as condições mínimas para a realização do mesmo, a partir do dia 8 de fevereiro.

5. In casu, portanto, deverá ser a entidade empregadora, Ministério da Educação, a colocar ao dispor o material necessário para o exercício das funções em teletrabalho, entre os quais, a título primordial, o computador e os dados de acesso à internet, o que desde já se requer.

        Nestes termos vem requerer a V.ª Ex.ª que tome as diligências que considerar imprescindíveis para garantir a disponibilização do material necessário para o exercício das suas funções docentes em teletrabalho e, quando assim não for possível, o pagamento decorrente das despesas decorrentes do teletrabalho.

ME indisponível!

O ME rejeitou as propostas apresentadas pelos sindicatos, manifestando-se, até, indisponível para as analisar, justificando-se na falta de tempo para as aprovar, dada a proximidade do arranque do concurso.

O Ministro da Educação estará amanhã de manhã no programa Casa Feliz, da SIC!!!!

Conclui-se, pois, que, ao ME, não é tempo que falta – nunca foi tempo –, mas sim vontade política para acolher estas e outras propostas apresentadas pelas organizações sindicais de docentes.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Taxa de abandono escolar precoce atingiu o valor mais baixo de sempre

De acordo com os dados revelados hoje pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de Abandono Precoce de Educação e Formação em Portugal atingiu os 8,9 %, o valor mais baixo de sempre e abaixo da meta europeia dos 10%

Presidente da República propõe ao Parlamento renovação do estado de emergência até 1 de março

Presidente da República, no projeto que envia ao Parlamento, estabelece que deverá ser definido um calendário para reabrir as escolas (ponto 5, do Artigo 4º). 
 
"Deverá ser definido um plano faseado de reabertura com base em critérios objetivos e respeitando os desígnios de saúde pública."

Depois de ouvido o Governo, que se pronunciou esta noite em sentido favorável, o Presidente da República acabou de enviar à Assembleia da República, para autorização desta, o projeto de diploma que renova o estado de emergência por quinze dias, até 1 de março de 2021, permitindo adotar medidas necessárias à contenção da propagação da doença Covid-19.

Com feito, continua a manter-se situação de calamidade pública provocada pela pandemia Covid-19. Embora se comece a verificar uma redução de novos casos de contaminação, bem como da taxa de transmissão, fruto das medidas restritivas adotadas, a incidência continua a ser muito elevada, bem como o número dos internamentos e das mortes.

Com sabemos, não é recomendado pelos peritos reduzir ou suspender, de forma significativa, as medidas de confinamento, sem que os números desçam abaixo de patamares geríveis pelo SNS, que sejam aumentadas as taxas de testagem, ou que a vacinação possa cobrir uma parte significativa da população mais vulnerável à Covid-19.

A verdade é que a capacidade hospitalar do País continua posta à prova, mesmo com a mobilização de todos os meios do SNS, das Forças Armadas, dos setores social e privado, pelo que não há alternativa senão a redução de casos a montante, que só é possível com a continuação da diminuição de contágios, que exige o cumprimento rigoroso das regras sanitárias em vigor e a continuação da aplicação de restrições de deslocação e de contactos.

Impõe-se, pois, em consequência, renovar uma vez mais o estado de emergência, para permitir ao Governo continuar a tomar as medidas mais adequadas para combater esta fase da pandemia enquanto aprove igualmente as indispensáveis medidas de apoio aos trabalhadores e empresas mais afetados.


Webinars temáticos nos canais da DGE durante os meses de fevereiro e março

Comunicação da DGE enviada às Escolas/Agrupamentos sobre a realização de diversos webinars temáticos  durante os meses de fevereiro e março. 

Exmo(a). Sr(a). Diretor(a)/Presidente da CAP, 

Com o intuito de apoiar as escolas no desenvolvimento dos seus planos de E@D, clarificar conceitos associados à implementação do ensino a distância, e promover a partilha de práticas de forma a enriquecer e valorizar os processos de ensino, aprendizagem e avaliação nestes tempos de constante desafio, a Direção-Geral da Educação (DGE), em articulação com a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional, I.P. (ANQEP), irá promover um ciclo de webinars temáticos, que serão divulgados no decurso dos meses de fevereiro e março nos canais da DGE: página da DGE, canal YouTube da DGE, Facebook e Twitter.

Estes webinars estão estruturados tendo por base intervenções de especialistas e a partilha de práticas de Agrupamentos de Escolas e estão organizados de acordo com os seguintes temas:

11 fev. | 17:30 h – Transição para o E@D – enquadramento e práticas (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=nHjOLtZEam4)
Moderador: José Vítor Pedroso (DGE) | Helder Pais (DGE) | Mário Rocha (AE Cristelo)

16 fev. | 17:30 h – Estratégias de comunicação – Escolas e famílias (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=-5bNILcKGWY)

18 fev. | 17:30 h – Segurança e Cidadania Digital no E@D (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=Myr0dZqoH4M)

23 fev. | 17:30 h – Inclusão – Estratégias das equipas EMAEI a distância (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=IrgdpkU5vgE)

25 fev. | 17:30 h – Aprendizagem da leitura e da escrita nos primeiros anos do 1.º Ciclo (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=srWYa2N8MsI)

03 mar. | 17:30 h – E@D nos Cursos de Dupla Certificação (emissão em direto: https://www.youtube.com/watch?v=mPCA0HNjrfU)

Não é necessário proceder a inscrição.

Com os melhores cumprimentos,
José Vítor Pedroso

terça-feira, 9 de fevereiro de 2021

MAPA – Recursos úteis para o regime não presencial

Mapa de recursos que elenca muitos dos recursos considerados como ferramentas de apoio às aprendizagens e à gestão escolar indispensáveis à prossecução do trabalho no atual contexto de Ensino a Distância. 

MAPA – Recursos úteis para o regime não presencial

Pelo acesso de todos os docentes ao 5º e 7º escalões

De acordo com as notícias que vêm da Madeira, o Governo Regional está a preparar o despacho que desbloqueia a carreira a 733 professores, definindo 100% de progressões para quem tenha cumprido os requisitos no ano anterior, garantindo assim o acesso de todos docentes aos 5.º e 7.º escalões.

Está na hora do governo, e em particular a equipa do Ministério da Educação, fazer o mesmo, evitando injustiças e penalizações na carreira dos educadores e professores do continente, acabando também com uma inaceitável diferença de tratamento apenas por motivos geográficos ou regionais dentro do mesmo país.

Recursos educativos para professores e educadores

Atividades digitais 


Nesta página, poderá encontrar diversos materiais didáticos destinados a professores, educadores e outros agentes educativos como vídeos, tutoriais e visitas online que funcionam como recursos complementares a determinadas disciplinas ou matérias abordadas no currículo escolar.

O Gulbenkian Descobrir continua a apoiar os professores neste novo momento de reinvenção. Além de vídeos e tutoriais que funcionam como recursos complementares a determinadas disciplinas ou matérias abordadas no currículo escolar, temos também visitas online, que podem ser efetuadas por intermédio de plataformas de videoconferência.

Designado o novo Subdiretor-Geral da DGAE que antes de o ser já o era!!

Publicado o Despacho que designa o licenciado César Israel Mendes de Sousa Paulo para exercer, em comissão de serviço, o cargo de subdiretor-geral da Direção-Geral da Administração Escolar

Os professores à distância - Uma excelente reflexão do escritor Valter Hugo Mãe

Esperar que existam nas casas dos professores condições físicas e familiares perfeitas para que se preparem e ministrem as aulas é não querer saber do que lhes foi feito nos últimos dez a quinze anos.

A partir de amanhã regressa a escola à distância para martírio de professores, alunos e famílias. É cada vez mais clara a tragédia para esta geração de alunos, a braços com o sobressalto da pandemia, que gera ansiedade e medo, desestabilizando e criando dificuldade em traçar objectivos e quaisquer planificações. As crianças e os jovens de hoje adiam-se em tudo, indefinidos cada vez mais, não só perdendo o acompanhamento científico que se convenciona mas, talvez mais grave, perigando sua maturação social, agora ainda exclusivamente entregues à gestão dos sonhos a partir de uma razão virtual.

Creio que o tempo que já temos deste desafio será suficiente para deixar uma marca violenta nas pessoas cujos espíritos ainda se formam. E a partir da complexa perturbação do ensino podemos esperar apenas o pior. Para qualquer um de nós se torna cristalino como, acossados que estamos, se nos faz insuportável focar. Nos nossos trabalhos, tantos que até fazem aquilo com que sempre sonharam, vemo-nos distraídos constantemente, a todo o tempo fazendo do vírus um ataque mental, uma intrusão no pensamento. Fácil, pois, é de entender como haverá de ser horroroso para a inquietude das crianças e dos jovens procurar abstrair da intensa realidade para atentar na matemática, na história dos povos que buscaram caminhos marítimos ou na composição das rochas. Estudar, em tempos de pandemia, é uma competição levantada a uma potência elevada. É uma solicitação meio heróica e um pouco obscena.

Se à linear dificuldade juntarmos a improvisada telescola, então podemos estar a entrar na lógica do engodo. Não estou nada confiante que isto seja bem sucedido, as mais das vezes haverá de ser um placebo para entreter e empurrar as falhas com a barriga. Acho bonito que seja pedido aos professores um espírito de missão, e penso até que assim devemos estar todos. No entanto, que se imponha aos professores o patrocínio da telescola, esperando que seja com os seus computadores pessoais, à custa dos seus meios, que se façam as aulas, já não é pacífico. Mais ainda porque os professores estão longe de auferir de condições de vida exemplares, há anos vendo os seus salários limitados, encurtados, na produção de um deliberado enfraquecimento da escola pública. Esperar que existam nas casas dos professores condições físicas e familiares perfeitas para que se preparem e ministrem as aulas é não querer saber do que lhes foi feito nos últimos dez a quinze anos. Perseguidos e humilhados por sucessivos governos, com a escola pública a ser vergada perante as ganas de se impôr como inevitável o ensino privado, os professores, que são os grandes guias da humanidade, expondo, esclaracendo e nutrindo o que cada criança traz apenas em potência, são chamados bastante à deriva para acudirem uma tragédia que não se está a conseguir minimizar.

Toda a minha vida combati pelos professores e pela importante existência de uma escola pública qualificada e universal. Isso só vai poder acontecer quando as escolas não forem tratadas como vazadouros de crianças boicotadas desde o início, como hordas de futuros miseráveis à mercê das elites sempre garantidas. Quero, sim, ver as escolas respeitadas no papel fundamental de distribuírem por todos a fortuna da autoestima, do conhecimento e da oportunidade. Só isso criará uma reforma absoluta, uma revisão completa da sociedade protegendo-a da pobreza dos bens e, mais ainda, da ignorância e da resignação servil.

Um artigo da FFMS que faz um retrato das crianças, das famílias e das suas habitações durante o ensino a distância


O regresso das aulas a distância fez cinco investigadores analisarem que condições têm as famílias portuguesas para essa forma de ensino. As conclusões a que chegaram são partilhadas neste artigo.
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O novo ano letivo começou com planos de um computador por aluno, promessas de investimento de €125 M num programa de tutorias e em reforço de pessoal que apoiasse na recuperação dos alunos, e uma incógnita: qual teria sido o impacto do confinamento sobre as aprendizagens dos alunos? Entretanto, em janeiro, o novo confinamento chegou, e com ele um novo encerramento das escolas. As promessas foram vãs e as famílias e escolas não estão equipadas. A incógnita mantém-se, porque a aferição de conhecimentos prevista para este mês de janeiro ficou suspensa. Mas os dados conhecidos acerca da realidade portuguesa e os estudos internacionais não nos permitem estar otimistas.

Um segundo período de encerramento das escolas significa que, pela segunda vez em dois anos consecutivos, a sala de aula transfere-se para o quarto ou para mesa da cozinha ou da sala. O problema é que as casas transformadas em escola e as famílias que nelas habitam não são todas iguais.
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FFMS - Ver artigo completo

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Amanhã celebra-se o "Dia da Internet+ Segura 2021"

Com o objetivo de refletirmos sobre esta problemática e desenvolvermos boas práticas com os alunos, aqui fica o link do "site" https://www.seguranet.pt/fevereiro2021/ onde terão acesso a variadíssimos recursos / sugestões / atividades que poderão ser úteis para trabalharem com os alunos e com as famílias.

A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens, em parceria com o Conselho da Europa, procedeu à tradução, para língua portuguesa, de uma brochura produzida em linguagem amiga da criança por aquela organização internacional, veiculando orientações para respeitar, proteger e concretizar os direitos da criança no ambiente digital, apresentadas a crianças e jovens até aos 18 anos.

Os teus direitos no ambiente digital

Aprendizagem durante a pandemia

Uma conversa com três professores sobre os desafios do ensino não-presencial, no dia de um regresso às aulas no formato à distância: Neuza Pedro, da Universidade Nova, o blogger Paulo Guinote e o ex-ministro da Educação Nuno Crato. Moderação de Andreia Sanches, editora-executiva do Público.

Referências para o Trabalho na Educação Infantil durante a pandemia de COVID-19

As Referências apresentadas nesta publicação foram escolhidas dentre um conjunto sites e lives que foram realizadas de março de 2020 até o momento, disponíveis na internet e de domínio público. Para ter acesso ao material, basta clicar o título da referência.


Referências  para o trabalho na Educação Infantil durante  a pandemia de  COVID-19

Mensagen da DGEstE: #EstudoEmCasa - Blocos do Ensino Secundário também na televisão

Mensagem enviada às Escolas pela DGEstE sobre o #EstudoEmCasa - Blocos do Ensino Secundário também na televisão 

Exmo(a). Senhor(a) 
Diretor(a) / Presidente da CAP / Diretor(a) Pedagógico(a), 

Dada a importância da informação infra sobre o #EstudoEmCasa, Blocos do Ensino Secundário – enquanto valioso recurso pedagógico –, solicito a sua melhor divulgação junto de alunos, encarregados de educação e professores. 

#EstudoEmCasa 
Blocos do Ensino Secundário também na televisão 

As “aulas” do #EstudoEmCasa para o Ensino Secundário chegam também à televisão, já a partir desta segunda-feira, dia 8 de fevereiro. 
Os 75 blocos pedagógicos temáticos semanais produzidos para o Ensino Secundário, que desde o início do ano letivo têm vindo a ser disponibilizados na RTP Play, vão passar a estar acessíveis na posição 8 (posição 9 nos Açores e na Madeira) da televisão digital terrestre (TDT), num espaço ainda sem programação, que será utilizado temporariamente, e na posição 444 das operadoras de cabo. 
Num momento em que, por força da pandemia, é necessário voltar ao ensino a distância, ter redundância na disponibilização de recursos pedagógicos é especialmente relevante. 
Resultado da parceria do Ministério da Educação (ME) com a RTP, o #EstudoEmCasa nasceu em abril do ano passado, como complemento ao ensino a distância, ao qual foi decidido recorrer, por conta da situação epidemiológica vivida. 
Apesar do ensino presencial, no início do ano letivo o ME decidiu manter e alargar o projeto ao Ensino Secundário, transformando o #EstudoEmCasa no conjunto mais completo de recursos educativos em língua portuguesa acessível a todos e em formato televisivo. 
Trata-se, assim, de um importante recurso ao dispor dos professores e uma ferramenta extraordinariamente útil à aprendizagem dos alunos. 
Agora é dado este novo passo. Na perspetiva de proporcionar um acesso universal, os conteúdos relativos ao Ensino Secundário veem a sua distribuição alargada à televisão, à semelhança do que acontece no Ensino Básico. 
Deste modo, o #EstudoEmCasa passa a estar disponível na televisão, do 1.º ao 12.º anos de escolaridade, de segunda a sexta-feira, com a função de reforçar as aprendizagens num contexto síncrono e/ou assíncrono, quer para o trabalho autónomo dos alunos, quer para o enriquecimento dos recursos didáticos dos professores, cumprindo-se a maior parte das componentes curriculares dos cursos científico-humanísticos (do 10.º ao 12.º ano) e dos cursos profissionais (do 1.º ao 3.º ano). 
Os 15 blocos pedagógicos temáticos diários do Ensino Básico são transmitidos na RTP Memória e os 15 do Ensino Secundário através das posições referidas, das 09h00 às 16h30, com interpretação em língua gestual portuguesa (no caso do Secundário a grelha diária é repetida a partir das 16h30). 
Todos os conteúdos, do Básico ao Secundário, permanecem disponíveis na RTP Play, através da app #EstudoEmCasa, e nas plataformas de videoclube nas diferentes operadoras cabo (horários e conteúdos gráficos em anexo e em formato para descarregar com qualidade aqui: https://we.tl/t-c1BcH2GlIE). 
O projeto #EstudoEmCasa é uma parceria do Ministério da Educação com a RTP, contando com o apoio das Editoras Leya e Porto Editora. 
Para a edição 2020/2021 foram criadas uma equipa de coordenação e uma equipa específica para o seu desenvolvimento, composta por mais de quatro dezenas de professores e cinco intérpretes de Língua Gestual Portuguesa, estando a responsabilidade pedagógica a cargo da Direção-Geral da Educação. 

O #EstudoEmCasa nas várias plataformas 
Internet: https://www.rtp.pt/play/estudoemcasa/ (emissão de cada dia on demand e módulos individualizados); e em https://estudoemcasa.dge.mec.pt/ (recursos educativos utilizados na aula); 


Televisão - Ensino Básico
– TDT – posição 7 

– MEO – posição 100 

– NOS – posição 19 

– Vodafone – posição 17 

– Nowo – posição 1 

Televisão – Ensino Secundário
- TDT – posição 8 (posição 9 nos Açores e na Madeira) 

- MEO, NOS, Vodafone e Nowo – posição 444 

Nesta parceria do Ministério da Educação com o serviço público de televisão, destaque ainda para a programação da RTP 2, que voltou a reforçar os conteúdos infantis nos últimos dias, uma resposta particularmente importante para as crianças da Educação Pré-Escolar. 

Com os melhores cumprimentos, 
João Miguel Gonçalves 
Diretor-Geral dos Estabelecimentos Escolares

SIPE denuncia falta de apoio da Tutela às Unidades Especializadas de suporte a alunos com deficiência para combate à COVID-19

O SIPE – Sindicato Independente dos Professores e Educadores denuncia o total abandono, por parte do Ministério da Educação, das Unidades Especializadas, integradas no Centros de Apoio à Aprendizagem (CAA) de apoio a alunos, durante o combate à COVID-19. São várias as queixas que têm chegado ao SIPE de docentes que lecionam nestas unidades, alegando que não foram acauteladas medidas de proteção dos alunos e profissionais dos CAA, que incluem docentes, técnicos e outros funcionários, que continuam a desenvolver a sua atividade em locais com deficitárias medidas de prevenção e controlo na transmissão da COVID-19.

De acordo com os docentes que integram as Unidades Especializadas para apoio a alunos com deficiência, as salas onde lecionam são locais com elevado risco de contágio, onde não é possível assegurar o distanciamento social, dado que as salas são espaços fechados e necessariamente aquecidos, e onde os alunos passam muito tempo no mesmo espaço físico, tocam em vários objetos de forma continua e indiscriminada, colocam os objetos na boca e facilmente os espalham por diferentes superfícies. Nestes locais são prestados cuidados de grande proximidade durante os momentos de terapias, é feita a higiene dos alunos, assegurada a alimentação e, em certos casos, são prestados cuidados de saúde.

O sentimento comum aos profissionais que cuidam de alunos com deficiência nos CAA é de abandono total por parte do Ministério da Educação, que manifesta ser pouco conhecedor da realidade em que trabalham estes profissionais que, embora considerados essenciais, não estão devidamente protegidos no seu dia a dia. Como tal, o SIPE exige à Tutela a tomada de medidas adicionais de proteção face à natureza dos cuidados prestados nestas unidades, que incluam a atribuição de equipamentos de proteção individual aos docentes e técnicos, e considerem estes profissionais como prioritários na lista de vacinação contra a COVID-19. Dadas as características e vulnerabilidades dos alunos que frequentam as Unidades Especializadas dos CAA e o tipo de apoio e cuidados prestados, um caso de COVID-19 nestes locais facilmente levará a um surto.

Candidaturas para Assistentes de Português em França - ano letivo 2021/2022

Decorrem, até ao dia 28 de fevereiro de 2021, as candidaturas para Assistentes de Português em França.

•Tem vontade de viver uma experiência em França?
•Deseja melhorar o seu nível de francês e o seu conhecimento sobre França? Conhecer novas pessoas? Partilhar com franceses a sua cultura e a sua língua?
•Gostaria de contribuir para o desenvolvimento dos intercâmbios entre estudantes, professores e alunos?
•Está pronto(a) para participar na vida de um estabelecimento escolar ou de uma classe?
•Tem necessidade desta experiência para o seu futuro profissional?

Podem candidatar-se jovens, estudantes à data da candidatura, a partir do 2.º ano da licenciatura e licenciados a frequentar estudos pós-graduados - em qualquer área do conhecimento, com os seguintes requisitos:
Nacionalidade portuguesa;
Idade entre os 20 e os 35 anos;
Possuir competências linguísticas em francês de nível B1 (Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas).

Os Assistentes de Português têm como função principal apoiar as aulas dos professores de língua portuguesa em estabelecimentos de ensino não superior em França, nomeadamente em collèges e lycées (ensinos básico e secundário).
O seu trabalho inclui o desenvolvimento de atividades e projetos didáticos que estimulem, de forma dinâmica e criativa, a aprendizagem e a divulgação da língua e da cultura portuguesas, recorrendo à literatura, à música, ao cinema e às artes plásticas, entre outros domínios.

Para mais informações, queira consultar o site de FEI

Contacto em Portugal: rosalina.rodrigues@sec-geral.mec.pt - www.sec-geral.mec.pt/

domingo, 7 de fevereiro de 2021

#EstudoEmCasa para ensino secundário chega à televisão através da TDT e no canal 444 do Cabo

As aulas do programa #EstudoEmCasa do Ensino Secundário também vão chegar à televisão já a partir desta segunda-feira, anunciou uma nota do Ministério da Educação enviada à comunicação social. Os blocos pedagógicos semanais para este nível de ensino, que eram até agora disponibilizados apenas na RTP Play, passam a ser transmitidos na TDT (canal 8 no continente, 9 nas ilhas) e também nas operadoras de cabo (posição 444).

Desta forma, o Ministério da Educação tenta colmatar a falta de computadores e de ligações eficientes  á internet para que os alunos possam ter acesso ao ensino remoto de emergência, já que, de acordo com a referida nota,  este formato proporciona um "acesso universal".

Nota à Comunicação Social
#EstudoEmCasa Blocos do Ensino Secundário também na televisão

Horários do Estudo em Casa



Aplicação para telemóvel #Estudo Em Casa




Para aprender com diversão!

Dia da Internet Segura 2021 - #SomosSolução

Terça-feira, dia 9 de fevereiro de 2021, pelas 21h21 assista à sessão de Internet Segura promovida pela #SomosSolução, em parceria com a Microsoft.Fevereiro é o mês da internet segura. 

Neste contexto de ensino remoto, reforçamos o nosso apoio e continuamos com os professores portugueses realizando uma ação de sensibilização online, direcionada para diretores e professores.
Participe!

sábado, 6 de fevereiro de 2021

A posição da CNIPE sobre o E@D

 E@D. Todos diferentes, todos iguais.

Alguns de nós, comuns mortais, ainda não nos demos conta que o 'bicho' veio para ficar. As estirpes do Reino Unido, do Brasil, da África do Sul, e outras que irão aparecer, não são mais do que mutações que o vírus vai tendo em função do meio onde está inserido. Há alguns membros do governo, assim como alguns quadros da administração pública, que ainda não interiorizaram esta permanência do vírus e, portanto, também ainda não interiorizaram a necessidade da mudança. Provavelmente porque não perceberam que existe uma diferença entre mandar e chefiar, ordenar e coordenar, ou talvez vivam com medo de perder o poder. Deve ser por essa razão que a autonomia das escolas não passa do papel, porque na prática não existe. 

Por outro lado, porque é mais simples gerir e dá menos trabalho, se o 'rebanho' for todo para o mesmo lado, do que atender às particularidades de cada um. A CNIPE percebe que para uma máquina burocrática como o Ministério da Educação, esta forma de gerir todos por igual seja mais simples, mas não eficaz, porque depois vêm as 'ovelhas ranhosas'. Não havendo uma verdadeira autonomia concedida às escolas, o mais natural é que os Diretores dos Agrupamentos e das Escolas não agrupadas, quando são confrontados com problemas que não têm autonomia para decidir, coloquem a questão ao Ministério da Educação, e aí fica o caos instalado. Se por outro lado, se determinarmos as regras de funcionamento sem atendermos aos problemas das minorias, então não há problemas, pois estes esgotam-se nas regras que foram definidas iguais para todos. 

Pois bem, e os alunos, cujos pais recebem o Rendimento de Inserção, que não têm possibilidade de ter Internet em casa. Já não falamos do computador, pois esse o governo já assumiu que vão ter. Resposta do governo, vão à escola, pois aí já têm acesso à Internet. Então, se vão à escola almoçar, também podem ter aulas através de E@D. A questão do computador é secundária, pois o governo diz que vão ter computador. Mas na 2ª feira já todas as escolas terão computadores em número suficiente para suprir estas necessidades e as dos alunos que não estão 'obrigados' a ir à escola? Para quando estará previsto, de acordo com as contas do governo, que todos os alunos tenham um computador para aceder ao E@D? 

E os alunos de risco? Com o decretar do último estado de emergência em vigor, está uma alínea que prevê a obrigatoriedade de estes alunos continuarem a ir à escola. Por cada concelho, foram seleccionadas as escolas que se mantinham abertas para receber estes alunos e os alunos filhos de funcionários dos serviços considerados essenciais no combate à pandemia. Portanto, também aqui, não há nenhuma novidade, é dar continuidade aquilo que já vem sendo feito, pois anteriormente também, alguns deles já vinham. 

A novidade está na obrigatoriedade de os alunos abrangidos pelo Rendimento de Inserção e todos os alunos abrangidos pelo escalão I do SASE, irem à escola. Pois bem, poderá existir nesta situação uma dualidade de critérios. Mais uma vez, pegando no exemplo do último estado de emergência em vigor, o teletrabalho não é negociável, é obrigatório e deve ser aplicado por vontade expressa do trabalhador. Só assim não será para todos aqueles cujas funções não tenham possibilidade de ser exercidas em teletrabalho. Voltando então aos alunos, acreditamos que deveria ser aplicado o mesmo princípio, ou seja, desde que o aluno tenha possibilidade de ser abrangido pelo E@D, então não deve ir à escola, mas se não tiver essa possibilidade, o que fazer então? Provavelmente a resposta estará na escola. 

Então se a resposta está na escola, julgamos que o Ministério da Educação deveria deixar essas decisões à escola, pois são estas que melhor conhecem os seus alunos, o seu tecido social, e que melhores respostas podem e devem dar aos seus alunos. 

O papel do ME deveria ser capacitar as escolas de meios que possam dar resposta eficaz aos problemas que enfrentam no dia a dia, e não andar a legislar por decreto. Voltamos à questão da verdadeira autonomia das escolas, que só existe no papel. Esta questão não se esgota na legalidade ou ilegalidade dos alunos terem que ir à escola para terem acesso ao E@D. Existem muitos outros problemas antes disso aos quais urge mudar mentalidades e dar resposta. 

A Direcção da CNIPE, 6 de Fev 2021

A Escola tem muito e indiscutível futuro, mas não há progresso que se trilhe contra os profissionais da educação

João Ruivo - Ensino Magazine

Está nos jovens, nas crianças e nos pais que todos os dias a procuram; na população adulta que quer saber mais; nos desajustados que desejam ser reconvertidos; nos arrependidos que cobiçam reiniciar um novo ciclo da sua vida; nos que não tiveram oportunidade (porque a vida também sabe ser madrasta) e agora buscam o alimento do sucesso; na sociedade e no Estado que já não sabem (e não podem…) viver sem ela e, sobretudo, pressente-se nos professores e educadores que são a alma, o sal e o sangue de que se faz todos os dias essa grande construção colectiva.
A Escola é uma organização muito complexa…. É paixão e movimento perpétuo. É atração e remorso. É liberdade e prisão de sentimentos contraditórios. É mescla de angústias e espontâneas euforias. É confluência e rejeição. É orgulho e acanhamento. É todos e ninguém. É nome e chamamento. É hoje um dar e amanhã um rogar. É promoção e igualdade. É mérito e inveja. É jogo e trabalho. É esforço, suor e emancipação. É convicção e espontaneidade. É responsabilidade e comprometimento com todos os futuros. É passado e é presente. É a chave que abre todas as portas das oportunidades perdidas. É acolhimento, aconchego, colo e terapia. É a estrada do êxito, mas também um percurso inacabado, que nos obriga a voltar lá sempre, num fluxo de eterno retorno.
Porém, também acontece muitas vezes ser o pião das nicas, o bombo da festa, o bode expiatório, sempre e quando aos governos dá o jeito, ou lhes apetece.
Sobre a Escola, há governantes que aprenderam a fingir: sabem que ainda não foi inventada qualquer instituição que a possa substituir. Sabem ainda que os professores são os grandes construtores de todos os amanhãs. E, por isso, têm medo. Medo, porque a Escola é das poucas organizações que todos os governantes conhecem bem. Habituaram-se a observá-la por dentro, desde a mais tenra idade. E, por essa razão, sabem-lhe o poder e a fatalidade de não ser dispensável, silenciável, transferível, aposentável, exonerável ou extinguível.
Há fingimentos sobre a Escola e sobre os professores. Todos os dias lhes exigem mais, julgando que fazem menos. E não é verdade.
Em relação à Escola e aos professores, a toda a hora o Estado, a sociedade e as famílias se descartam e para aí passam cada vez mais responsabilidades que não são capazes (ou por comodismo não querem…) assumir. Hoje, a Escola obriga-se a prevenir a toxicodependência, a educar para a cidadania, a formar para o empreendedorismo, a promover uma cultura ecológica e de defesa do meio ambiente, a motivar para a prevenção rodoviária, a transmitir princípios de educação sexual, a desenvolver hábitos alimentares saudáveis, a prevenir a Sida e outras doenças sexualmente transmissíveis, a utilizar as novas tecnologias da comunicação e da informação, a combater a violência, o racismo e o belicismo, a reconhecer as vantagens do multiculturalismo, a impregnar os jovens de valores socialmente relevantes, a prepará-los para enfrentarem com sucesso a globalização e a sociedade do conhecimento, e sabe-se lá mais o quê…
Acham pouco? Então tentem fazer mais e melhor…
É que não há Escola contra a Escola. Não há progresso que se trilhe contra os profissionais da educação. Não há políticas educativas sérias a reboque conjunturas. Não há medidas que tenham futuro se não galvanizarem na sua aplicação os principais agentes das mudanças educativas: os educadores e os professores.
O futuro da Escola está para lá das pequenas mediocridades e dos tiques de arrogância que alguns contextos sustentam.
A Escola, tal como a conhecemos, é uma invenção recente da humanidade. Mas não é um bem descartável, de uso tópico, a gosto de modas e de pequenas vaidades pessoais. A Escola vale muito mais que tudo isso. Vale bem mais do que aqueles que a menorizam. Vale por mérito, por serviço ininterruptamente prestado, socialmente avaliado e geracionalmente validado. Sim, a Escola tem muito e indiscutível futuro. E é tão tranquilo saber isso…

Ensino à Distância "não basta replicar a escola através de um ecrã"

Aulas online voltam segunda-feira. Mas não basta replicar a escola através de um ecrã

Pela segunda vez em menos de um ano, a pandemia obriga a voltar ao ensino através de meios tecnológicos e à distância. Os dois meses e meio de experiência de 2020 fazem com que o processo não se inicie do zero, mas é preciso não voltar a cometer alguns erros no “Ensino Remoto de Emergência 2.0”, como Marco Bento denomina o “ensino à distância”. Para este professor da Escola Superior de Educação de Coimbra e investigador em Tecnologia Educativa na Universidade do Minho, ensinar à distância requer mais do que “replicar o horário e o método das aulas presenciais, a olhar para um ecrã”.

Em março de 2020, para se adaptar de forma rápida e ágil, o sistema de ensino adotou soluções de recurso. “Foi infeliz a opção por aulas síncronas nos horários da escola, um modelo com problemas pedagógicos e práticos, pelos recursos computacionais e de rede que exigem. Como podem dois irmãos sem rede de alta velocidade e um só computador ter aulas a manhã toda?”, questiona João Araújo, presidente da Sociedade Portuguesa de Matemática que está a dar formação a professores de ensino à distância.

Para João Araújo, devia ter-se optado pelo ensino assíncrono ou por um sistema misto. “Lançar professores para educação à distância sem modelo pedagógico é enviar soldados sem armas para um campo de batalha. Pediu-se que aplicassem um modelo que não funciona com meios que não existem.”

DUAS NUVENS DE ATENÇÃO

A conceção de que um professor tem de “dar a matéria” não implica que o aluno a aprenda. “Apenas resolve o problema dos professores, por ficarem de consciência tranquila”, atira Marco Bento, corroborado pela pedopsiquiatra Ana Vasconcelos, que no primeiro confinamento ouviu “as famílias falarem do quanto era difícil para os miúdos aguentarem a catadupa de matéria dada nas aulas digitais”.

A especialista explica porquê: as crianças, principalmente as do 1º ao 4º ano, ainda têm dificuldade em estar muito tempo sem um substrato concreto e “costuma dizer-se que tudo o que vem da internet vem da nuvem”. Nestas idades, essa nuvem conflui com outra, a da cabeça, “com tendência a ir para o imaginário ou a distrair-se com objetos”.

Pela sua própria nuvem, as crianças podem ter dificuldades em concentrar-se “nos estímulos cognitivos que o professor envia através da nuvem da net”, retrata Ana. Para a aprendizagem ser eficiente, a pedopsiquiatra refere que elas têm de manter duas condições inatas: a curiosidade e o bem-estar.

Devem ser propostas tarefas curtas e dinâmicas e utilizadas ferramentas multimédia, diz Marco Bento. “E não se deve aceitar conversar online sem a câmara ligada, porque as reações e a conexão emocional necessitam desse contacto visual.” Para o investigador, é também fundamental desenhar um plano de trabalho a longo prazo, “para os alunos saberem o caminho que vão percorrer”.

Ana Vasconcelos acrescenta que mostrar às crianças que “são protagonistas da pandemia como nós” aumenta-lhes a autoestima, pelo sentido de responsabilidade, e contribui para reduzir a ansiedade da mudança abrupta.

Um estudo do Instituto de Apoio à Criança sobre o impacto do primeiro confinamento na saúde mental das famílias mostrou que há uma relação entre a ansiedade, depressão e stresse dos adultos e a ansiedade das crianças, tendo sido visíveis “níveis mais elevados onde as rotinas familiares sofreram alterações”, explica a psicóloga Fernanda Salvaterra. “Mais do que zelarem pela aprendizagem dos filhos, as famílias devem garantir a qualidade de vida durante a pandemia”, diz Ana Vasconcelos. O primeiro objetivo só se consegue quando garantido o segundo.
 Joana Ascensão - Expresso

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2021

Orientação para Escolas, Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e Equipas Multidisciplinares de Apoio aos Tribunais

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e o Ministério da Educação elaboraram uma orientação dirigida às Escolas, Comissões de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) e Equipas Multidisciplinares de Apoio aos Tribunais (EMAT), para determinar a articulação entre estas entidades no âmbito do apoio e integração das crianças e jovens em risco durante o período em vigora o Ensino a Distância. Esta orientação produz efeitos no âmbito da retoma das atividades letivas na segunda-feira, dia 8 de fevereiro.

Orientação para Escolas, Comissões de Proteção de Crianças e Jovens e Equipas Multidisciplinares de Apoio aos Tribunais

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Agrupamentos de Escolas (AE) e Escolas não Agrupadas (ENA)

1. Semanalmente, e sempre que se justifique, as escolas devem comunicar às CPCJ a existência de novas situações e/ou a necessidade de monitorizar conjuntamente a situação de determinado aluno. 

2. Em cada AE/ENA, a Equipa Multidisciplinar de Apoio à Educação Inclusiva (EMAEI) em articulação com os coordenadores de estabelecimento e a direção identifica semanalmente os alunos com quem não foi possível o estabelecimento de qualquer contacto e/ou que não tiveram qualquer presença ou participação em qualquer atividade letiva ou de apoio (síncrona ou assíncrona), devendo ser assegurado contacto junto dos encarregados de educação do aluno

3. O levantamento enunciado no ponto anterior e sempre que a ausência não seja devidamente justificada pelos encarregados de educação, é comunicado à CPCJ, que procederá de acordo com os procedimentos legalmente definidos.