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terça-feira, 8 de setembro de 2020

Indicadores OCDE Education at a Glance 2020

O relatório Education at a Glance, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) foi divulgado nesta terça-feira. 

O relatório apresenta dados sobre a estrutura, finanças e desempenho dos sistemas de educação em todos os países da OCDE e uma série de economias parceiras. A edição 2020 inclui o foco na educação e formação profissional, investigando a participação na educação profissional e na formação em diversos níveis de educação, no mercado de trabalho e nos resultados sociais dos graduados profissionalizantes, bem como os recursos humanos e financeiros investidos em instituições profissionais.



segunda-feira, 17 de agosto de 2020

Relatório da OCDE

Strengthening the Governance of Skills Systems: Lessons from Six OECD Countries


Este relatório descreve recomendações políticas concretas e providencia uma ferramenta de autoavaliação que procura fornecer orientações aos formuladores de políticas e partes interessadas no desenvolvimento de sistemas de competências mais robustos que visem a obtenção de melhores resultados.

Fortalecimento da Governança dos Sistemas de Habilidades: Lições de seis países da OCDE fornecem conselhos sobre como tornar eficaz a governança dos sistemas de habilidades.

Com base na Estratégia de Habilidades da OCDE 2019, que identificou quatro desafios principais da governança dos sistemas de habilidades, o relatório apresenta exemplos de como seis países diferentes (Estônia, Alemanha, Coreia, Noruega, Portugal e Estados Unidos) responderam a um ou vários desses desafios. Ele também descreve recomendações políticas concretas, juntamente com uma ferramenta de autoavaliação que fornece orientação aos formuladores de políticas e partes interessadas para projetar melhores sistemas de habilidades que ofereçam melhores resultados de habilidades.

Para saber mais:



quinta-feira, 11 de junho de 2020

Conselho Nacional de Educação - Contributos para a Educação pós-COVID 19


Deste período convulso, inédito, perturbador não sairemos iguais. Que memória guardaremos dele? Em que conhecimento poderemos assentar decisões tão racionais quanto possível? Que esperanças poderão acender a noite? 
Na incerteza e na inquietação, estamos a procurar “regressar à normalidade”, a “construir uma nova normalidade” ou a aprender a “conviver com a permanente anormalidade”? 

O CNE efetuou uma breve consulta aos seus conselheiros que permitiu identificar problemas, desafios e sugestões que se sintetizam no quadro apresentado neste documento. 

Para o próximo ano letivo, chamaram a atenção para a importância do reforço das aprendizagens; a concessão de mais autonomia às escolas e professores na gestão dos programas, por forma a encontrar soluções flexíveis e adequadas às necessidades individuais dos alunos; o ajustamento do calendário escolar, sem pôr em causa a estabilidade do ano letivo.

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A OCDE tem procurado recolher dados, informações, análises e recomendações sobre os desafios da educação, de saúde, económicos, financeiros e sociais colocados pelo impacto do Coronavírus (COVID-19).

Olhar para o futuro: construindo sistemas e escolas resilientes

sexta-feira, 24 de abril de 2020

É evidente que não será possível regressar como se nada tivesse acontecido


Andreas Schleicher, director do departamento de educação da OCDE e chefe do relatório do programa PISA, que analisa o nível de conhecimento de jovens de 15 anos de 75 países, considera que a pior consequência do encerramento dos estabelecimentos de ensino devido ao novo coronavírus, é precisamente o desaparecimento durante meses do maior «equalizador social»: a escola.

Numa entrevista ao jornal espanhol ‘El País’, o responsável considera que a escola é o único local em que todas as crianças recebem o mesmo tratamento, longe da situação pessoal que cada uma delas vive nas suas casas. «Nas escolas (os alunos) lidam com uma outra forma de pensar, agir e até andar, aprendendo o conceito de responsabilidade social». O seu maior medo é que a «fábrica social» em que as escolas se tornaram, acabe por desaparecer.

Schleicher considera que os professores terão de mudar o seu método de ensino em Setembro. «O grande preço que pagaremos pela crise não é apenas a perda de aprendizagem, mas os jovens afectados pela insatisfação, decepção e que perderam a confiança no sistema educativo», afirma defendendo que os professores «terão que ouvir mais, detectar a necessidade de cada um e projectar novas formas de ensino para se adequarem aos diferentes contextos pessoais.Não é possível regressar como se nada tivesse acontecido».

Quando questionado sobre a carência de materiais em casa, por parte de alguns alunos, Schleicher refere que «os sistemas educativos devem encontrar uma forma de duplicar esforços e analisar junto dos alunos com menos recursos em casa, como é que podem continuar a aprender», refere acrescentando que «existe uma grande expectativa para com os professores e são eles que devem actuar como mentores, até assistentes sociais, e estar em contacto permanente com os seus alunos».

«O futuro dos nossos países depende da educação. As escolas de hoje serão a economia de amanhã», afirma o responsável.

Sobre o ambiente vivido ao Setembro, quando as aulas presenciais regressarem à normalidade, o responsável considera que a situação será vivida de forma diferente pelos alunos: «Uns vão regressar animados, cheios de aprendizagens online que os vão enriquecer, muito graças ao apoio familiar. Outros virão desmotivados e esse é o desafio, o de aumentar o reforço escolar para essas crianças».

Relativamente ao custo social do encerramento de escolas, Schleicher classifica como «dramático». «Diferentes estudos mostram que não é todos os meses, mas todos os dias. Inevitavelmente, a diferença de desigualdade vai aumentar e temos de encontrar maneiras de a mitigar.

«Os alunos terão que passar mais horas a estudar, as famílias terão que estar envolvidas. Não há uma resposta clara. Famílias com mais recursos poderão compensar com aulas extra-curriculares pagas pelo próprio bolso. O que as famílias querem para os seus filhos é aquilo que o governo terá que garantir para todos», afirma.

Sobre a avaliação à distância, o especialista indica «a educação e a avaliação andam de mãos dadas. Quando estamos na escola, sabemos a evolução de cada aluno, mas quando não os vemos dia após dia, temos de usar ferramentas online para verificar a sua aprendizagem. Estou muito optimista e acho que podemos ser muito criativos com novos formatos de avaliação», refere.

terça-feira, 21 de abril de 2020

Roteiro para guiar a resposta educacional à Pandemia da COVID-19 de 2020

Este relatório procura fazer o apoio e suporte na tomada de decisões educacionais para desenvolver e implementar respostas eficazes de educação para a Pandemia da COVID-19.

"O relatório explica por que as necessárias medidas de isolamento social causarão uma disrupção na educação escolar por vários meses, na maioria dos países do mundo. Na ausência de uma estratégia intencional e eficaz para proteger as oportunidades para aprender durante este período, esta interrupção causará graves perdas de aprendizagem para os alunos.

Com base em uma rápida avaliação das necessidades educacionais e respostas que surgiram em noventa e oito países, o relatório identifica as necessidades cruciais que devam ser abordadas nesses planos, assim como as áreas passíveis de enfrentar maiores problemas de implementação. Examina também as respostas educativas de vários países à crise." (Reimers & Schleicher, 2020)


quarta-feira, 11 de dezembro de 2019

O olhar crítico de Santana Castilho sobre o PISA

Um outro olhar sobre o PISA
Santana Castilho

Os sistemas educativos de 79 países acabam de ser seriados pelo instrumento classificativo mais poderoso do mundo, o PISA. De três em três anos, os seus resultados são alvo de incontáveis análises, que raramente escapam a um denominador comum: assumem que a evolução da qualidade dos sistemas se define pela subida ou descida no ranking do PISA. Poder-se-á ir além deste olhar quase sacro sobre o PISA?

Sem mandato democrático legítimo para o efeito, a OCDE, através do PISA, tem contribuído para a construção de um conceito limitado e tendencioso sobre o que deve ser a educação e a escola pública. Exacerbando o foco sobre as variáveis mensuráveis e com relevância para a economia dos países, remete para o apagamento o papel das humanidades e das expressões no desenvolvimento pessoal dos nossos jovens. Onde fica a ética e a moral nas dominâncias dos relatórios do PISA? Que lugar dispensa ao espírito, ante a preponderância da forma, imediatamente utilitária e funcionalista? Por outro lado, seria interessante apurar os acordos firmados entre a OCDE e empresas multinacionais no quadro do financiamento da vasta rede técnica e tecnocrática necessária à produção do programa, bem assim como conhecer a sua estratégia de expansão.

Por tudo isto, dificilmente aceito que uma organização económica seja uma espécie de juiz supremo e global dos sistemas de ensino de todo o mundo. Vejo com perplexidade o envolvimento dos governos numa competição internacional pela disputa dos lugares cimeiros do PISA, sem terem discutido internamente a validade dos respectivos objectivos ou a adequabilidade à diversidade das culturas em jogo. Com efeito, não me parecem adequadas iniciativas que apontam metas uniformes para países com realidades culturais e económicas tão diferentes. Um bom exemplo pode ser colhido no desiderato de ter 40% da população portuguesa, com idade entre os 30 e os 34 anos, com formação superior. O cruzamento deste objectivo com o modelo de desenvolvimento da nossa economia, incapaz de criar empregos que respondam às expectativas legítimas de quem sai das universidades e politécnicos, acaba por confrontar os portugueses com a realidade: ou emigram ou aceitam a precariedade e os baixos salários.

E sobre Portugal? Como é sabido e em síntese, Portugal caiu em ciências e leitura mas regista, com outros sete países, um crescimento continuado e situa-se entre os 30 melhores nas três áreas disciplinares. Estamos em pé de igualdade com países economicamente muito mais desenvolvidos e só perdemos quando comparados com os nórdicos e os asiáticos.

Os alunos que foram testados nasceram em 2003, entraram na escola em 2009 e, se não reprovaram, estavam no 10º ano. Começaram com Maria de Lurdes Rodrigues, mudaram para Nuno Crato quando estavam no 2º ano e para Tiago Brandão Rodrigues quando estavam no 7º. Não é por isso sério, como fez dissimuladamente o actual ministro, associar uma ligeira oscilação descendente, sem significado estatístico, a Nuno Crato.

Um aspecto relevante do PISA, que não vi tratado na comunicação social, refere-se aos resultados do nosso ensino privado. Em média, os alunos do privado descem de 541 pontos, em 2015, para 493, em 2018. É um tombo de 48 pontos, melhor caracterizado pelos resultados de cada área: queda de 42 pontos na leitura, 46 a matemática e 55 em literacia científica. Recorde-se que o ensino privado sempre obteve valores bastante acima dos registados no ensino público, ficando agora nivelado com ele, depois desta acentuada queda. Talvez que a alteração do perfil dos alunos do privado explique o fenómeno já que, terminada boa parte do seu financiamento pelo Estado, os alunos mais autónomos terão migrado para o ensino público.

Nota final: a avaliação de qualquer desempenho só importa na medida em que é utilizada para gerir esse desempenho. Resultados após resultados, passados que são 18 anos sobre a criação do PISA, é legítimo perguntar: o que fazemos para resolver os problemas identificados por diagnósticos que consideramos válidos e que debatemos com tanto interesse público, de cada vez que são repetidos, como se de coisa nova se tratasse? O envelhecimento dos professores vem de há muito. O que foi feito? As desigualdades socioeconómicas condicionam o sucesso dos alunos e aumentaram de 2015 para 2018. O que foi feito?
(Negrito nosso) 

terça-feira, 3 de dezembro de 2019

PISA - Resultados 2018







Resultados Principais:

Literacia de Leitura


Literacia Científica


Literacia Matemática










NOTÍCIAS

Como estamos a preparar os jovens de 15 anos?

O PISA (Programme for International Student Assessment) avalia se os alunos de 15 anos conseguem mobilizar os seus conhecimentos e competências de leitura, matemática ou ciências na resolução de situações relacionadas com o dia-a-dia.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Visão geral da educação 2019 - Indicadores da OCDE

Visão geral da educação é a fonte autorizada de informações sobre o estado da educação em todo o mundo. Ele fornece dados sobre a estrutura, finanças e desempenho dos sistemas educativos nos países da OCDE e em várias economias parceiras. Mais de 100 gráficos e tabelas nesta publicação - além de links para muito mais disponíveis no banco de dados educacional - fornecem informações importantes sobre o resultado das instituições de ensino; o impacto da aprendizagem entre países; acesso, participação e progressão na educação; os recursos financeiros investidos em educação; e professores, o ambiente de aprendizagem e a organização das escolas.

A edição de 2019 inclui um foco no ensino superior, com novos indicadores sobre as taxas de conclusão do ensino superior, doutorado e seus resultados no mercado de trabalho e nos sistemas de admissão no ensino superior, além de um capítulo dedicado ao Objetivo de Desenvolvimento Sustentável 4.

Education at a Glance2019 (pdf)

Consultar em OCDEiLibrary


Notícias

Relatório da OCDE. Na próxima década, 1 em cada 2 professores tem de ser substituído

Observador

Crianças portuguesas têm mais 1.200 horas de aulas que na Europa

TSF

Só 1% dos professores portugueses tem menos de 30 anos. OCDE avisa outra vez para o envelhecimento da classe

Público

Início do ano letivo. Portugal é dos países da OCDE onde o envelhecimento da classe docente foi mais rápido

Expresso

quinta-feira, 20 de junho de 2019

Relatório da OCDE - TALIS 2018 com sumário em Português

Observador

É um facto que ninguém contraria: os professores portugueses estão cada vez mais velhos. Agora, a OCDE desenhou uma linha muito concreta no horizonte e garante que, à conta das aposentações, durante a próxima década Portugal vai ter de substituir 1 em cada 2 professores no ativo. O envelhecimento da profissão não é exclusivo do sistema educativo português e, nos últimos 5 a 10 anos, a esmagadora maioria dos países viu a idade da classe docente aumentar, alerta a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico.

Em Portugal, a idade média dos professores é de 49 anos, o que contrasta com os 44 anos de média da OCDE. Por outro lado, quase metade tem mais de 50 anos (47%) e a faixa etária acima dos 60 já representa 20% da classe docente portuguesa. Os números são ainda mais altos quando se olha para a idade dos diretores: a média fica nos 54 anos, com 23% a ter mais de 60. Feitas as contas, e excluindo reformas antecipadas ou por invalidez, nos próximos 15 anos, quase dois terços dos professores (67%) terão idade suficiente para se aposentarem.

A perspetiva piora no caso português, já que é previsível que mais de metade dos professores ativos se reformem durante os próximos 10 anos, alerta a OCDE: “Isto significa que Portugal vai ter de substituir um em cada dois membros da sua força de trabalho ao longo da próxima década.

Por outro lado, o relatório lembra que “aumentar o status e o prestígio da profissão é um objetivo primordial para atrair candidatos e garantir a renovação contínua” fazendo face às aposentações.

Acima de tudo, é importante que os próximos 10 a 15 anos sejam planeados, “tendo em conta as alterações demográficas quer na força de trabalho quer na população estudantil”. Por último, a OCDE deixa um recado sobre ações de recrutamento: “Devem retratar os professores e diretores como peças chaves da sociedade e do desenvolvimento de futuras gerações. Essa campanhas não devem ficar em silêncio sobre as condições financeiras e de trabalho e devem exaltar os seus aspectos gratificantes.”




segunda-feira, 18 de fevereiro de 2019

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Santana Castilho e "mais um inefável relatório da OCDE"

Mais um inefável relatório da OCDE

Santana Castilho

Só ingénuos não divisam as encomendas que subjazem a este tipo de relatórios. Só ingénuos acreditam que mudam as práticas mantendo os protagonistas e a cultura.

A análise feita na imprensa sobre o Reviews of School Resouces. Portugal 2018, o último relatório da OCDE, fornece, mais uma vez, uma subliminar informação desfavorável aos professores, assente nos seguintes tópicos:

- Retoma do discurso segundo o qual os professores estão bem pagos (a OCDE foi, há meses, confrontada com a discrepância entre registos estatísticos abstractos e a situação concreta, mas não aproveitou este novo documento para se corrigir, favorecendo, assim, o Governo na corrente disputa com os sindicatos). 

- Tese segundo a qual directores e professores manipulam as necessidades educativas dos alunos para reduzir o tamanho das turmas (tese que apoia os esforços do Governo para impor políticas prioritariamente centradas na redução dos custos).

- Lamento por a descentralização (leia-se municipalização) não ter ido mais longe, designadamente acolhendo a contratação e colocação do pessoal docente e a atribuição aos municípios da responsabilidade por todos os assuntos operacionais (tão a propósito para a redução da autonomia das escolas e para a visão do Governo sobre a matéria). 

Para tornar mais credíveis estas encomendas, o óbvio acabou igualmente por ser contemplado no relatório: a OCDE recomendou a aposentação antecipada dos professores, sem penalizações, como forma de promover o rejuvenescimento da classe. E para ajudar a compreender a tessitura entre a OCDE e o Governo, permito-me um pequeno exercício de memória:

- Em Janeiro de 2009, no CCB, Sócrates recebeu, duma conceituada perita da OCDE, um entusiástico “bravo”, a premiar as suas políticas. Decorria a apresentação de um relatório que o então primeiro-ministro disse ser da OCDE, o que lhe valeu o qualificativo de mentiroso porque o relatório não era da OCDE. Sócrates apenas aproveitou uma promiscuidade que virou padrão (recorde-se, por exemplo, que o actual secretário de Estado João Costa é consultor do projecto da OCDE Future of Education and Skills 2030): os mesmos peritos, funcionários da OCDE, actuam como consultores independentes, quando lhes encomendam relatórios principescamente pagos. Na altura, tratou-se de um, feito com base em seis dias frenéticos de permanência em Portugal, durante os quais ouviram 58 pessoas (indicadas pelo Governo), participaram em 14 reuniões (preparadas pelo Governo) e visitaram 10 escolas (escolhidas pelo Governo). Que se esperaria, senão um “bravo”, de peritos que se prestaram a legitimar políticas com modelos de análise tão rigorosamente “independentes”?

- A 9.2.18, Andreas Schleicher, director para a Educação da OCDE, foi o animador convidado pelo Governo para encerrar a romaria das loas à flexibilização curricular e ao perfil do aluno do século XXI. Dias antes, a festa tinha começado com duas autoridades nacionais em matéria de Educação: Catarina Furtado e Fernando Santos. Como convinha aos anfitriões, sem ter falado com os docentes portugueses nem deles ter procuração, Schleicher disse que o novo modelo da flexibilidade curricular é a forma como os professores gostariam de dar as suas aulas. Como convinha aos anfitriões, sem ter posto o pé nas salas de aula cá do burgo, teve o atrevimento de falar de uma tensão nelas existente, que a flexibilidade ia resolver. Como convinha aos anfitriões, aplaudiu, no acto, as demonstrações de algumas “aprendizagens significativas”: leitura de rótulos de embalagens e interpretação das razões da ascensão dos balões de S. João. Esta coreografia sucedeu ao relatório da OCDE sobre o Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, necessário para credibilizar a generalização de uma experiência que recuperou metodologias falhadas no passado e que, por isso, continuam a não convencer. A suposta componente empírica do relatório foi construída sobre um reduzido número de visitas a escolas dos arredores de Lisboa e a fundamentação teórica retomou as orientações doutrinárias da OCDE sobre a matéria. 

Só ingénuos não divisam as encomendas que subjazem a este tipo de relatórios. Só ingénuos acreditam que mudam as práticas mantendo os protagonistas e a cultura. 

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Notícias do Relatório da OCDE sobre a utilização de recursos escolares em Portugal

OCDE. Portugal deveria apostar na reforma antecipada de professores sem penalizações


Se apostar em reformas antecipadas sem penalização, OCDE alerta que Portugal tem de garantir que tem uma nova geração de professores pronta a entrar nas escolas.

Portugal deveria considerar flexibilizar as regras de aposentação de professores, criando um sistemas de reformas voluntárias sem penalização. Esta é uma das recomendações da OCDE no seu mais recente estudo sobre a utilização de recursos escolares em Portugal.



OCDE destaca o facto de algumas áreas "como a contratação e colocação de pessoal docente e a organização da rede escolar” não terem passado para o poder local.
Observador

OCDE diz que escolas podem estar a manipular números dos alunos com necessidades especiais


Relatório refere distribuição "estratégica" para reduzir número de alunos por turma e gerar apoios adicionais. Número de alunos com necessidades especiais quase duplicou entre os anos lectivos 2010/2011 e 2016/2017.

OCDE recomenda mudanças nas regras de colocação de professores nas escolas e na sua avaliação


Relatório refere que modelo de recrutamento de docentes tem regras claras. Mas cria atrasos nas colocações. E desencontros “entre as necessidades das escolas e os interesses e competências dos professores”. Muitos destes estão "insatisfeitos" com os locais onde trabalham.
Público

OECD Reviews of School Resources PORTUGAL




sexta-feira, 15 de junho de 2018

Aumentam as desigualdades e os números são preocupantes

É cada vez mais difícil sair da pobreza. Portugal tem o elevador social estragado?


"Quem está em baixo tem menos hipóteses de subir e que quem está no topo tem ainda menos hipóteses de descer".

Um estudo da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) conclui que Portugal é dos países desenvolvidos onde é mais difícil sair da pobreza ou, do outro lado, deixar de ser rico.

As desigualdades e a forma como estas se reproduzem ao longo de gerações não é, contudo, um exclusivo português. O relatório da OCDE tem aliás um título ilustrativo daquilo que se passa em muitos países: "Um elevador social estragado? Como promover a mobilidade social".

Em média, quando sobe, uma família portuguesa de rendimentos baixos demora cinco gerações a chegar a um rendimento médio. O número fica acima da média dos países desenvolvidos.

Muitos filhos de pais com rendimentos baixos até conseguem ganhar mais que os progenitores, mas há uma grande tendência para os filhos terem o mesmo tipo de trabalhos dos pais: por exemplo, se os pais forem trabalhadores manuais ou gestores, os filhos tendem a fazer o mesmo, numa tendência mais forte que no resto da OCDE.

Os portugueses apresentam mesmo o mais baixo nível de mobilidade educacional, ou seja, pais com baixas ou altas qualificações tendem a ter filhos com a mesma formação escolar.

Família portuguesa pobre precisa de 5 gerações até descendentes terem salário médio - OCDE

TSF

Apresentação da Situação em Portugal

OCDE

segunda-feira, 7 de maio de 2018

Estudo da OCDE no âmbito do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular

Resultados do estudo da OCDE no âmbito do Projeto de Autonomia e Flexibilidade Curricular

O estudo elaborado pela OCDE apresenta uma análise da implementação do PAFC, baseada na informação recolhida nas visitas efetuadas a algumas escolas participantes no projeto, bem como nos princípios de conceção do currículo identificados pelo projeto OECD Education 2030. O estudo apresenta ainda os resultados preliminares da implementação do PAFC e emite algumas recomendações sobre a generalização da autonomia e flexibilidade curricular.

O documento pode ser consultado aqui.
DGE

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

A opinião de Santana Castilho - Quando a OCDE se presta a animar festas

Santana Castilho - Público

Não é nova a acção do Governo para tomar a OCDE por fiadora das suas políticas.

O ciclo das loas à flexibilização curricular e ao perfil do aluno do século XXI, iniciado sob os auspícios de uma apresentadora televisiva e de um treinador de futebol, teve a festa de encerramento no passado dia 9. O animador convidado foi, agora, Andreas Schleicher. Profetizando como convinha aos organizadores, o homem previu, implicitamente, o fim dos exames do 12.º ano, tal como hoje são conhecidos. Atrevido, disse que o novo modelo da flexibilidade curricular é a forma como os professores gostariam de dar as suas aulas. Vidente, falou de uma tensão existente nas nossas salas de aula.

Que Tiago Brandão e João Costa lhe tenham dado procuração para dizer o que disse, não duvido. Mas um pouco de recato para não anunciar tensão dentro de salas em que não entrou e não falar por professores que não ouviu, era exigível pela tensão, essa sim bem exposta publicamente, entre a sua condição, permanente, de director para a Educação da OCDE e o seu papel, temporário, de animador de uma romaria de directores aderentes e investigadores recorrentes.

Na celebração foram exibidos despojos do desvario desta desconstrução curricular: num agrupamento modelo, os alunos do 1.º ano juntaram-se aos colegas do 10.º para recolher e analisar rótulos; os do básico estão empenhados em descobrir porque sobem os balões de S. João e porque foram proibidos este ano. E enquanto um director diligente incensava a audiência com a “desarrumação das salas de aula” do seu agrupamento, promissão certa de futuro inovador, uma colega mais excitada leu, do seu caderninho de notas, afirmações dos professores mais entusiasmados: “há uma apropriação das aprendizagens essenciais pelos alunos”; “a aprendizagem é mais significativa”. Admiráveis resultados!

Claro que o sacerdote e os fiéis desta liturgia cor-de-rosa, recuperadora imprudente dos nossos idos anos 90, manifestaram no fim, em uníssono, profunda preocupação com os exames. Não será difícil compreender porquê. Mais difícil é assistir à participação da OCDE num ataque concertado ao papel dos exames na relativização dos critérios classificativos das escolas, ainda que sob dissimulado pretexto de discutir o acesso ao ensino superior.

Só ingénuos não divisaram a encomenda do Governo, subjacente às banalidades proferidas por Andreas Schleicher, repetindo os mantras do perfil e da flexibilidade, de João Costa. Só que falam os dois de inovação e de século XXI desenterrando metodologias descritas por Kilpatrick (para citar um entre outros) nada mais nada menos que em... 1918. Leu bem, caro leitor, 1918. E se quiser confirmar que não deliro e encontrar descritas considerações pedagógicas sobre a transversalidade disciplinar em detrimento das disciplinas isoladas, sobre as virtudes do trabalho colaborativo e de projecto, sobre as vantagens do ensino centrado no aluno e não no currículo a ser ensinado (tudo paradigmas usados por Andreas Schleicher como modernos, numa entrevista que concedeu ao Observador) e ainda sobre o ensino assente na experiência e nos problemas diários (os rótulos e os balõezinhos de S. João acima referidos), leia o artigo The Project Method. The Use of the Purposeful Act in the Educative Process, publicado por Kilpatrick, em 12 de Outubro de 1918 (Teachers College Bulletin, 10th. Series, nº 3. New York: Teachers College, Columbia University).

Enquanto o Governo se apresta a passar para a opinião pública a existência de um apoio que lhe permita generalizar o desastre da chamada flexibilidade curricular e das denominadas aprendizagens essenciais, continuam vigentes as metas curriculares de Nuno Crato, num alarde de hipocrisia política e incoerência discursiva, que não mereceu, como convinha, nenhuma referência na análise da OCDE. Veja-se a este propósito o artigo publicado neste jornal em 16 do corrente, sob a colorida epígrafe “Educação para um mundo melhor: um debate em curso a uma escala global”. É um repositório de vacuidades e afirmações futuristas, redigidas no mais refinado “eduquês”, assinado, em co-autoria com outros, pelo secretário de Estado João Costa, mas na condição de (que havia de ser?)... consultor do projecto da OCDE Future of Education and Skills 2030.

Não é nova a acção do Governo para tomar a OCDE por fiadora das suas políticas, como não é de agora o meu repúdio pela promiscuidade, que se repete, entre governantes e uma organização que defende e depende de interesses económicos, que não educacionais, e se presta a favorecer e legitimar políticas que acabam impostas aos actores nacionais. Com efeito, já em Fevereiro de 2009, um grupo de peritos de relevantes currículos, da OCDE, veio a Lisboa validar as políticas educativas do PS. Principescamente pagos, produziram um relatório cujas fontes documentais eram todas do Ministério da Educação. Só falaram com quadros do Ministério da Educação ou apoiantes do Governo. Havendo milhares de páginas publicadas na altura, de oposição às políticas de Sócrates, nem uma só mereceu a atenção dos ilustres peritos. Nem mesmo textos dissonantes, com origem na Assembleia da República, no Conselho Nacional da Educação, em associações científicas ou profissionais lograram ser considerados. Se os protagonistas e a cultura não mudaram, porque mudariam as práticas?

A montante deste episódio está mais outro relatório preliminar da OCDE, que recomenda o alargamento do regime que torna as universidades e os politécnicos fundações públicas de direito privado e dá aos politécnicos a faculdade de conferirem doutoramentos. A retomada do modelo fundacional para gerir as instituições de ensino superior é um salto sobre a realidade da última década, bem demonstrativa de que o privado olha o público para lhe sacar dinheiro e não para, financiando-o, cumprir alguma parte das suas obrigações sociais. Sendo factual, só um frete ao Governo, desresponsabilizando-o das suas obrigações, explica a persistência da OCDE em esgrimir com a decantada flexibilidade de gestão e a ilusória atracção do capital privado.

Do mesmo passo, na senda bolonhesa que comprimiu em três as antigas licenciaturas de cinco anos, o Conselho de Ministros apressou-se a aprovar um novo tipo de mestrados, a fazer em anunciadas parcerias com empresas, com metade da duração actual, e a reduzir os cursos técnicos superiores dos politécnicos que, em vez de dois anos, passarão a um, para os estudantes que cheguem com experiência profissional. Eis um oportuno upgrade, em modo “simplex”, da experiência colhida com o “sucesso” das “Novas Oportunidades”. Tudo inovando, modernizando, flexibilizando, centrado no aluno, rumo ao século XXI.

terça-feira, 12 de setembro de 2017

Carreira Docente no Relatório da OCDE



Na última década, o valor real dos salários dos professores em Portugal caiu 10%, de acordo com o relatório anual da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) sobre educação.



Talvez por isso, há cada vez menos jovens a quererem ser professoresA população docente está cada vez mais velha, ainda segundo o mesmo relatório. Cerca de 40% dos professores em Portugal tem mais de 50 anos e apenas 1% tem menos de 30 anos.



Entre os aspetos que são destacados na apresentação do "Education at a Glance" há ainda referência à situação dos professores, que são a "espinha dorsal" de qualquer sistema educativo. No entanto, alerta-se, "a profissão está a tornar-se cada vez menos atrativa para os jovens e a população docente está a ficar cada vez mais velha".

Não é a regra em todos os países (Portugal é uma das exceções), mas os professores ganham, em média, menos do que outros trabalhadores com qualificação superior. E a crise iniciada em 2008 não ajudou: "Entre 2005 e 2015 o salário dos professores diminuiu em termos reais num terço dos países", lembra a OCDE.

O segundo problema tem a ver com o envelhecimento da classe docente. E aqui a situação de Portugal acaba por ser mais preocupante: 37% dos professores do ensino básico têm mais de 50 anos (32% na OCDE), o mesmo acontecendo com 38% do secundário (40% na OCDE).

Visão geral da educação 2017 - Relatório da OCDE

 http://www.keepeek.com/Digital-Asset-Management/oecd/education/education-at-a-glance-2017_eag-2017-en#.Wbf6KciGPIU#page6
Foi hoje publicado o relatório da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) de 2017 - Visão geral da educação 2017

A edição de 2017 apresenta um novo foco em áreas de estudo, investigando tanto as tendências de inscrição no ensino superior e superior, a mobilidade dos estudantes e os resultados do mercado de trabalho das qualificações obtidas nesses campos. A publicação também apresenta pela primeira vez um capítulo completo dedicado aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, fornecendo uma avaliação de onde a OCDE e os países parceiros estão no caminho para atingir os objetivos do SDG. Finalmente, dois novos indicadores são desenvolvidos e analisados ​​no contexto da participação e do progresso na educação: um indicador sobre a taxa de conclusão dos estudantes do ensino médio e um indicador sobre os processos de admissão ao ensino superior.

sexta-feira, 21 de abril de 2017

III volume do Relatório PISA 2015


Os resultados do PISA mostram aos educadores e decisores políticos a qualidade ea equidade dos resultados de aprendizagem alcançados noutros países e permitem-lhes aprender com as políticas e práticas aplicadas noutros países. Resultados PISA 2015 (Volume III): Bem-estar dos Estudantes, é um dos cinco volumes que apresentam os resultados da pesquisa PISA 2015, a sexta rodada da avaliação trienal. Ele explora um conjunto abrangente de indicadores de bem-estar para adolescentes que cobre tanto os resultados negativos (ansiedade, baixo desempenho) e os impulsos positivos que promovem o desenvolvimento saudável (por exemplo, interesse, engajamento, motivação para alcançar).

As crianças passam uma quantidade considerável de tempo na sala de aula: seguindo aulas, socializando com os colegas e interagindo com professores e outros membros da equipe. O que acontece na escola - assim como em casa - é, portanto, fundamental para compreender se os alunos gozam de boa saúde física e mental, quão felizes e satisfeitos estão com diferentes aspectos de sua vida, como estão conectados com os outros e as aspirações que têm para o seu futuro.

O III volume do Relatório PISA baseia-se nos resultados dos inquéritos e testes aplicados em 2015 a uma amostra de 540 mil alunos de 15 anos, provenientes de 72 países.