quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Apresentação do Relatório Education at a Glance 2022

O lançamento do Relatório da OCDE - Education at a Glance 2022, vai decorrer no próximo dia 3 de outubro, pelas 14:00, na Reitoria da Universidade de Lisboa.

A sessão contará com a abertura do Diretor-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Nuno Rodrigues, apresentação do estudo por parte do Chefe da Divisão de Assessoria e Implementação de Políticas da Direção da Educação e Competências da OCDE, Paulo Santiago, bem como com as intervenções do Ministro da Educação, João Costa e da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

O evento é de participação gratuita, porém, dada a lotação do espaço, sujeita a registo prévio e obrigatório.

Prevenir, identificar, intervir e combater o bullying e o cyberbullying

A Global StopCyberbullying Telesummit é o maior evento sobre bullying e cyberbullying realizado a nível mundial. Estamos já na 4ª edição!

Mais do que falar sobre o problema, vamos falar sobre soluções.

Durante o mês de outubro (Mês Europeu da Cibersegurança e o Mês da Prevenção e Combate ao Bullying), Cristiane Miranda, Sónia Seixas e Tito de Morais organizam e promovem a 4ª Edição da Global StopCyberbullying Telesummit.

Em todos os dias úteis, iremos ouvir diversos especialistas que nos vêm falar sobre como prevenir, identificar, intervir e combater o bullying e o cyberbullying.
  • Tecnologias de prevenção e combate ao cyberbullying
  • Prevenção do suicídio e dos comportamentos autolesivos na Internet
  • Educação positiva e educação para a paz
  • Comunicação não violenta
  • Bullying nos videojogos
  • Violência sexual baseada em imagens
  • Bullying no desporto
As sessões serão conduzidas em português ou em inglês, dependo do convidado/a. As sessões em inglês terão, pela primeira vez, tradução simultânea para português.

Para participares, inscreve-te aqui! Assim garantes que receberás os links para acompanhares todas as sessões. A participação é gratuita, mas o registo é obrigatório.

Negociações sindicais com o ME

De acordo com o calendário estabelecido pelo Ministério da Educação, têm hoje início as reuniões de negociação do Diploma de concursos entre o Ministério da Educação e as organizações sindicais de docentes.

Do que se conhece, divulgado apenas pelas muitas declarações públicas da equipa ministerial e pelas notícias (muito convenientes) de alguns órgãos de comunicação social, adivinha-se uma negociação difícil e com poucas perspetivas positivas para os educadores e professores. Mas desejamos, ao contrário do que vem acontecendo, que nestas reuniões haja espaço para uma verdadeira negociação participativa, em que os sindicatos possam apresentar as expectativas e anseios dos docentes sobre a matéria, e não apenas uma exposição de pretensões, unilateral, por parte do Ministério da Educação, como temos assistido no passado, para que no preambulo da legislação aprovada possa estar plasmado "ter sido efetuada a negociação sindical com os sindicatos do setor". 

terça-feira, 20 de setembro de 2022

ubbu abre vagas gratuitas para as escolas poderem ensinar a programar

Com a missão social de preparar todas as crianças para uma nova sociedade digital, através do ensino da Ciência da Computação e Programação, a ubbu é um projeto que coloca ao dispor das escolas uma plataforma online que poderá ser utilizada na sala de aula ou à distância.

Concebida para ser utilizada pelos professores, independentemente da disciplina que lecionam, estes serão capazes de ensinar programação aos seus alunos, recorrendo a jogos, vídeos e exercícios interativos integrados num currículo de 90 aulas, divididos por 3 níveis, cujos conteúdos estão alinhados com os de outras disciplinas, como Matemática, Ciências ou Português e, ainda, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Em 2021/2022, nas escolas públicas do Continente, inscreveram-se na plataforma 1.656 professores, um crescimento superior a 30% face ao ano anterior, de 440 agrupamentos, 35.422 alunos e 873 professores utilizaram, regularmente, a ubbu, realizando cerca de 6M de atividades. A avaliação dos professores é muito positiva em todas as vertentes do projeto, desde a inscrição e formação ao impacto nos alunos e ao suporte ao longo do ano.

Com este projeto, pretende-se contribuir para o posicionamento de Portugal na vanguarda do desenvolvimento do pensamento computacional e da literacia digital dos alunos das escolas públicas, do 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, contando para isso com o apoio da Direção-Geral da Educação.

As escolas e os professores interessados em participar no ano de 2022/2023 podem inscrever-se acedendo a: links.ubbu.io/. O uso da plataforma é gratuito para todas as escolas públicas do Continente, incluindo, ainda, formação acreditada pela Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI).

Para mais informações sobre a ubbu, consulte a apresentação anexa, o site oficial, página de Facebook ou canal de YouTube. Poderá ainda recorrer ao endereço eletrónico ola@ubbu.io.

Primeiros kits de bicicletas chegam às Escolas

O projeto “Desporto Escolar sobre rodas” (“DE sobre rodas”) vai chegar às escolas no arranque deste ano letivo 2022/23, com o início da distribuição de bicicletas em todos os estabelecimentos de ensino públicos do país com 2.º ciclo do ensino básico, numa iniciativa conjunta do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., e do Ministério da Educação, através da Direção-Geral da Educação.

A entrega do material velocipédico por parte do Instituto Português do Desporto e da Juventude ocorrerá, de forma faseada, a partir de setembro de 2022 e terminará em 2024.

Cada estabelecimento de ensino receberá dois (2) Kits de material velocipédico (3 bicicletas roda 16”; 3 bicicletas roda 20”; 3 bicicletas roda 24”; 1 bicicleta roda 26” e 10 capacetes). Os 259 estabelecimentos de ensino que irão receber estes Kits já em 2022 foram já informados sobre a entrega do material velocipédico e os procedimentos específicos a adotar.



As figuras tristes de um Ministro

A EDUCAÇÃO DESEDUCADA

Medeiros Gaspar


Quem aceita ser ministro, deve ao menos perceber os limites do ridículo, para evitar fazer figuras tristes, parecer ignorante e evitar envergonhar o governo de que aceita fazer parte.

De entre esses limites deve constar o conhecimento mínimo da organização política e administrativa do país, para não exibir impreparação a torto e a direito.

O ministro da Educação português parece o protótipo perfeito desta falta de predicados.

1. Ter vergonha

Durante a semana que passou João Costa, que ocupa o lugar de ministro da Educação em Portugal, quis mostrar como está impreparado para falar da carreira dos professores (atores essenciais da área que tutela).

Numa entrevista dada à LUSA, explicou porque motivo o Governo da República não seguiu o exemplo das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, na recuperação integral do tempo de serviço dos professores, congelada no tempo da troika. Os famosos nove anos, quatro meses e dois dias.

Disse o ministro que a Madeira e os Açores fizeram essa recuperação do tempo, porque apenas têm de pagar o salário e quando um professor se aposentar, estas Regiões não têm de pagar a sua reforma mas sim o Orçamento do Governo da República.

Se isto de per si, é uma demonstração profunda de ignorância quanto ao modo como funciona o sistema de pensões em Portugal, mais grave foi o exemplo dado – como forma de fundamentar o seu “pensamento”. Disse: “se eu pudesse dizer assim, muito bem, os professores que estão aqui, no continente, quando se aposentarem, outro paga, se calhar também tinha condições para recuperar integralmente o tempo de serviço. Se calhar não. Tinha de certeza. Dizia assim, muito bem, agora a Espanha paga as pensões e as aposentações de todos. Portanto, nós temos de ter seriedade na forma como analisamos estas questões”.

Como é possível?

Isto são palavras de um ministro da Educação?

Tanta desonestidade intelectual junta, tanto desconhecimento, tanta intrujice é possível num homem só?
Que vergonha ter João Costa como ministro.

Que insulto à inteligência de todos nós, a fundamentação patética, falsa e desonesta, que não parece merecer repúdio por parte dos Socialistas – de cá e de lá!

2. Não ter vergonha

O ano letivo arrancou em Portugal e pelos menos a uma disciplina, cerca de 60 mil alunos não terão professor.

O ministro da Educação ficou feliz pois a previsão da PORDATA dizia que iam ser 100 mil. Logo o ministro da Educação está feliz pela conquista. Menos 40 por cento do que diziam os estudos.

Mais de 1100 horários sem professor? Uma conquista, congratulou-se João Costa!

Para além do absurdo que isto representa, importa elucidar o seguinte: o estudo da PORDATA o que dizia (quando foi publicado em março de 2022), é que se Portugal continuar com o mesmo método de contratação de professores, daqui a um ano (logo em março de 2023), olhando ao número de reformas que acontecerão neste período, existirão 110 mil alunos com pelo menos um professor em falta. E 250 mil em 2025.

Uma vez mais o ministro distorce e finge ter resultados positivos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Perfil do Docente - Habilitações Académicas

O doutoramento e o mestrado não são habilitações comuns entre os professores do ensino básico e secundário. De acordo com os dados do último Perfil do Docente publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), apenas 12,7% dos professores do ensino básico e secundário e educadores de infância eram titulares de um doutoramento ou mestrado em 2020/21.

domingo, 18 de setembro de 2022

Porque que é que o ME não revela a resposta à Comissão Europeia?

Bruxelas proíbe professores precários e obriga igualdade no pagamento de salários

Os professores contratados e ‘com a casa às costas’ por anos sucessivos devem tornar-se uma espécie em vias de extinção devido ao procedimento aberto pela Comissão Europeia a Portugal. Para evitar uma queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia e uma multa pesada, Portugal tem de acabar com a discriminação salarial destes docentes, que recebem sempre o mesmo (cerca de 1000 € líquidos), independentemente dos anos de trabalho.

sábado, 17 de setembro de 2022

Pode ser pedida a substituição de docentes com Certificado de Incapacidade Temporária (CIT) igual ou superior a doze dias

De acordo com a Nota Informativa divulgada com a 3ª Reserva de Recrutamento, nos termos de um Despacho do Secretário de Estado da Educação é possível a substituição imediata de docentes com Certificado de Incapacidade Temporária (CIT) igual ou superior a doze dias. 

"Face à necessidade de se proceder com celeridade à substituição dos docentes que se encontram em situação de ausência justificada através de Certificado de Incapacidade Temporária (CIT), informam-se os AE/ENA de que, nos termos do despacho do Sr. Secretário de Estado da Educação, pode ser efetuado o pedido de horário na aplicação eletrónica do SIGRHE com vista à substituição imediata, sempre que a duração do atestado seja igual ou superior a doze dias.

Uma vez que o regresso do docente substituído pode, no caso referido, ocorrer antes do termo do contrato de substituição (30 dias nos termos do n.º 1 do art.º 42.º, do Decreto-Lei n.º 132/2012, de 27 de junho, na redação em vigor), o contrato mantém-se válido até ao seu termo. Assim, o docente substituto deve ser mantido e rentabilizado, designadamente na recuperação das aprendizagens, coadjuvação, implementação de apoios diferenciados ou outros."

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Procedimento Concursal para o Projeto C.A.F.E. - Timor Leste

Procedimento Concursal com vista à constituição de uma bolsa anual de docentes para o exercício de funções docentes no Projeto Centros de Aprendizagem e Formação Escolar (Projeto C.A.F.E.), Timor-Leste, em 2023

A aplicação para a formalização da candidatura está disponível das 10:00h do dia 19 de setembro de 2022, até às 18:00h do dia 30 de setembro de 2022 (hora de Portugal Continental).







Perfil do Docente 2020/2021

A DGEEC disponibiliza a publicação de informação estatística oficial “Perfil do Docente 2020/2021”, com indicadores relativos a docentes de todos os níveis de ensino.


A presente publicação traça o perfil da população docente dos ensinos não superior e superior referente ao ano letivo 2020/2021. Abrange um conjunto de indicadores com informação relativa às suas características individuais – idade, sexo, habilitações académicas e nacionalidade – e ao exercício da sua profissão – grupo de recrutamento, funções, componente letiva, vínculo contratual (educação pré-escolar, ensinos básico e secundário), categorias e regimes de prestação de serviços (ensino superior). 

A informação está organizada de modo a possibilitar a comparação temporal entre níveis de ensino e é disponibilizada em tabelas e gráficos sobre os quais não se apresenta qualquer leitura ou interpretação. Nesse sentido, este documento constitui, essencialmente, um instrumento de suporte às mais variadas análises sobre o perfil da população docente, que possam ser efetivadas a partir de diferentes perspetivas.


Perfil do Docente 2020/2021 - Análise Sectorial

A DGEEC disponibiliza a publicação de informação estatística oficial “Perfil do Docente 2020/2021 – Análise Sectorial”, com indicadores relativos aos docentes dos seguintes grupos de recrutamento: Português, Matemática, Física e Química, Biologia e Geologia, Educação Física e Línguas Estrangeiras (Inglês, Francês, Espanhol e Alemão).


Este documento traça um perfil da população docente dos 5 grupos de recrutamento do 3.º ciclo do ensino básico e do ensino secundário com maior número de docentes (Português, Matemática, Física e Química, Biologia e Geologia, Educação Física) ora designados por Grupos de Recrutamento de maior dimensão e da população docente das Línguas Estrangeiras do mesmo nível/ciclo (Inglês, Francês, Espanhol e Alemão). Encontra-se desta forma dividido em dois grandes capítulos e assenta num conjunto de indicadores que fornecem informação sobre a sua distribuição, sobre as suas características individuais – idade, sexo e habilitações académicas – e acerca do exercício da profissão – funções, componente letiva e vínculo contratual.

Educação Digital, a Distância e em Rede Digital

A Sociedade Digital afirma-se hoje, cada vez mais, como uma realidade incontornável e o seu forte ritmo de desenvolvimento tem colocado desafios particularmente significativos aos modelos, processos e práticas da Educação. 
Constitui, para além dos novos desafios, a oportunidade para desenvolvermos o pensamento sobre a Educação Digital, a Distância e em Rede, inesperadamente reforçada pela crise pandémica que nos impôs a urgência de ação. Onde, anteriormente, se verificava a procura do enriquecimento educativo das comunidades de aprendizagem, construímos hoje, impulsionados pela força das circunstâncias e pela natural evolução do desenvolvimento neste domínio, a mudança dos cenários e contextos para a aprendizagem em rede. 
Deste modo, são tempos tanto de emergência como de necessária reflexão face a uma nova “normalidade”, justificando na presente publicação uma atenção especial às dimensões e valências desta temática. 
A Educação não pode ser planeada como um espaço de reprodução de saberes e práticas, mas deverá afirmar-se em liberdade na cultura de inovação para a sociedade da aprendizagem e do conhecimento em rede. 
É este o sentido da presente publicação que procura contribuir para o desenvolvimento do pensamento neste domínio, através dos textos de investigadores do Brasil, de Inglaterra e de Portugal que nos apresentam as suas reflexões sobre o pensamento estratégico e as experiências pedagógicas para promover a mudança na Educação Digital.

Reserva de recrutamento n.º 03

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 3.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023.

Listas – Reserva de recrutamento n.º 03

Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 19 de setembro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 20 de setembro de 2022 (hora de Portugal continental).

RR 04 – 23 de setembro de 2022

Falta de Professores vai continuar no topo das notícias

Ensino Uma crise do tamanho da Europa


Escassez de professores leva países a aumentar turmas, recorrer a profissionais sem formação e até cortar nas aulas

As explicações para o fenómeno são várias e diferem de sistema para sistema. Nalguns casos serão os salários baixos, noutros a burocracia, as turmas mais difíceis, as dificuldades de progressão na carreira ou ainda o desgaste profissional e a pressão dos pais. No limite, será um pouco de tudo isto que está a afastar os mais novos da carreira.


Colégios sentem cada vez mais dificuldades de contratação e estão preocupados com fuga de professores para o ensino público 

A dificuldade de recrutar professores já chegou ao ensino privado. Quando têm de contratar, os colégios assumem que são cada vez menos os candidatos a aparecer, obrigando vários estabelecimentos a aumentar a dimensão das turmas e a pagar horas extraordinárias aos docentes da casa para impedir que alunos fiquem sem aulas.
A ler no Semanário Expresso


Já há 75 mil alunos sem professores

São 3750 as turmas ainda sem todos os docentes, na semana do arranque do ano letivo.

A plataforma de contratação de escola do Ministério da Educação (ME) tinha esta quarta-feira a concurso, ao final do dia, 1165 horários, o que significa que subiu para 75 mil o número de alunos ainda sem professores, na semana de arranque do ano letivo.

quinta-feira, 15 de setembro de 2022

Educação - Regiões em Números 2020/2021

A DGEEC disponibiliza a publicação “Regiões em Números 2020/2021 - Educação”, contendo informação e indicadores estatísticos oficiais relativos à educação pré-escolar, e aos ensinos básico e secundário, desagregados por NUTS e municípios.
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Retrato Geral [XLSX] [ODS
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Norte [PDF] [XLSX] [ODS]
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Centro [PDF] [XLSX] [ODS]
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Área Metropolitana de Lisboa [PDF] [XLSX] [ODS]
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Alentejo [PDF] [XLSX] [ODS]
  • Regiões em Números 2020/2021 - Educação - Algarve [PDF] [XLSX] [ODS]
Poderá também consultar a informação estatística das “Regiões em Números - Educação”, de forma interativa, a partir do sistema de consulta de informação.

Na verdade, a falta de professores é uma consequência, mais que previsível, das políticas que foram sendo seguidas desde há muito

Alberto Veronesi

Com estas medidas, os professores de carreira não antecipariam a saída do sistema, os contratados veriam a luz ao fundo do túnel e os jovens olhariam para a profissão com outra perspetiva.
...
Em primeiro lugar, melhorar as condições de trabalho para os professores que já se encontram na carreira, não só eliminando o sistema de quotas para progressão, como repondo o tempo de serviço trabalhado e reposicionando em concordância, mas também revendo em alta todos os índices de remuneração e reduzindo cabalmente a carga burocrática associada a projetos de eficiência dúbia, como o MAIA, que acabam por ser promotores de óbvio desgaste e consequente desejo de abandono da profissão.

Em segundo, melhorar as condições dos professores contratados, desde já evitando que o sejam por mais de três anos, depois permitindo que os seus horários sejam sempre completados, ou seja, eliminando do sistema horários incompletos, com consequências benéficas para as escolas, que disporiam de mais recursos, e para os professores, que viam aumentados os seus rendimentos, e por fim a contabilização na íntegra dos descontos para a Segurança Social.
Artigo completo no Observador 

Quem quer ser Professor?


Faltam professores em Portugal. 

Para colmatar a saída dos que se reformam, será necessário contratar 3.500 professores por ano. Mais de metade dos professores do básico e secundário tem mais de 50 anos. Apenas 1,6% têm menos de 30 anos». No Jornal da Noite de 12 de setembro de 2022, a SIC emitiu a Grande Reportagem "Quem quer ser professor?", da autoria da jornalista Amélia Moura Ramos. Uma reportagem que retrata o quotidiano de muitos professores em Portugal numa tentativa de encontrar respostas para os motivos da falta de docentes nas escolas.

quarta-feira, 14 de setembro de 2022

A opinião de Santana Castilho

O mestre clérigo e o aprendiz diligente
Santana Castilho 

Recentemente, o país foi confrontado com o discurso de dois artistas, ambos Costa de sua graça. O primeiro, António, empedernido mestre clérigo na arte de enganar a opinião pública. O segundo, João, diligente aprendiz no ofício de vender aos portugueses gato por lebre e atezaná-los contra os professores.

1. Há uma lei que regula o mecanismo de actualização das pensões de reforma. António Costa, qual senhor feudal, suspendeu-a autocraticamente e ludibriou os súbditos, consciente de que a maioria em que se apoia não lhe porá travão ético. Sim, parte do aumento que a lei garantia aos pensionistas chega-lhes por antecipação em Outubro de 2022. Mas o menor aumento de 2023 repercutir-se-á negativamente e para sempre nos aumentos vindouros. O truque foi baixo, mas teve o alto e instantâneo patrocínio de Marcelo Rebelo de Sousa.

2. Em declarações recentes, o ministro da Educação referiu-se a “padrões de baixas médicas irregulares” por parte dos professores e revelou que está em fase de adjudicação a contratação de juntas médicas para as “vigiar” e “identificar”, eventualmente, como irregulares.

A prática agora anunciada não é nova. Já foi usada pela então Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo, que contratou uma “clínica médica”, constituída por um médico reformado da PSP e pelo cônjuge, médica reformada da GNR. Pela módica quantia de 54.375,00€, este vasto corpo clínico ficou ao serviço do ministério da Educação por oito meses e 25 dias. Especializou-se em aviar professores à razão de 50 por hora. Pelo menos num caso, em que fui solicitado a intervir, um “criterioso” relatório estava previamente assinado pelo “presidente” da junta, que nem sequer esteve presente na farsa. Quem quiser detalhes, respire um pouco de pó dos arquivos e vá à edição deste jornal, de 13 de Março de 2013.

Porque nestas colunas denunciei macabras decisões de juntas que decretaram o retorno às aulas de professores vítimas de doenças terminais, que morreram dias volvidos, estarei particularmente atento às anunciadas 7.500 juntas do século XXI.

Sete anos em funções governativas não foram suficientes para João Costa perceber que as baixas são um epifenómeno resultante de dois fatores: a classe docente está fortemente envelhecida e temos demasiados professores sem saúde para exercer; as políticas de gestão dos recursos humanos do Ministério da Educação são desumanas e irracionais (a uma semana do início do ano, por altura da primeira reserva de recrutamento, havia 582 docentes dos quadros sem horário letivo numas escolas, enquanto faltavam em abundância noutras), coagindo demasiados professores à precaridade toda a vida e condenando-os a aceitar colocações incompatíveis com a prestação de cuidados de assistência a familiares com doenças terminais ou incapacitantes.

João Costa disseminou o medo no seio dos professores mais fragilizados do sistema. Mentiu e manipulou a opinião pública, provocando-lhe falsas emoções e sentimentos sobre esse grupo de docentes. Com aquele seu jeito sonso, foi aspergindo energia negativa contra e sobre aqueles que devia proteger.

Depois de lançar lama sobre os professores, com maliciosas insinuações de desonestidade, João Costa apressou-se agora a aligeirar culpas próprias referindo que a falta de docentes não é problema exclusivamente português. Como se isso fosse atenuante e não tão-só problema comum a todos os países que incensaram as doutrinas neoliberais de menorização dos servidores públicos.

João Costa nunca entenderá que a Escola, para os professores, não é só o local onde passam a maior parte de todos os seus dias, mas um projeto de vida, ao qual dedicam o melhor de que são capazes.

João Costa tem feito tudo para transformar os professores em operários da sua escola, uma escola sem integridade pedagógica e científica. Misturar a sua cegueira com a busca de uma falsa modernidade vem dando o resultado desastroso de deixar a Educação nas mãos de demagogos, que constroem as diretivas com muita incultura pedagógica e desprezo pelas perspectivas dos outros. Em penúltima instância, a culpa é de quantos percebem o desastre e se resignam, desistindo de lutar. Mas em última, obviamente, a culpa é dele, João Costa

Uma espécie de regresso à ‘troika’. Este ano a desvalorização é semelhante à dos quatro anos da troika


É preciso recuar a 2009, era de José Sócrates primeiro-ministro, para encontrar um ano com ganhos de poder de compra significativos na função pública. A partir daí foi (quase) sempre a perder. Aliás, este ano, a desvalorização somada é semelhante à dos quatro anos da troika somados.

António Costa venceu as eleições, desta vez com maioria absoluta. Os salários, tal como previsto subiram 0,9% em janeiro.

O fim da pandemia e o restabelecimento das economias já estavam a criar pressão sobre os preços, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia ditou uma grave crise energética com enormes consequências económicas. O Governo viu a sua proposta de Orçamento para 2022 aprovada no Parlamento com uma estimativa de crescimento de preços de 3,7%.

Ontem, na entrevista à CNN Portugal e à TVI, o primeiro-ministro avançou com o valor da nova previsão para o crescimento dos preços: 7,4%.

Os funcionários públicos voltam a perder poder de compra este ano. Mas desta vez é diferente. São 6,5%. Curiosamente quase o mesmo valor que perderam entre 2011 e 2014, enquanto a ‘troika’ esteve em Portugal. Claro que durante esses anos os funcionários acumularam a perda do poder de compra com os cortes salariais e a suspensão do subsídio de férias e de Natal, além das restantes medidas de austeridade.

E para 2023? António Costa não se comprometeu com números de aumentos na Função Pública, mas sempre foi dizendo que o referencial devem ser os 2% que o BCE tem para a inflação, somando-lhe os ganhos de produtividade.

As previsões mais recentes da Comissão Europeia para a subida dos preços apontam para uma inflação de 3,6% em 2023. Tudo o que seja aumentos abaixo deste valor ditarão nova perda de poder de compra para a função pública.

Num cenário em que esta previsão da inflação se concretiza e os salários apenas crescem, por exemplo, 2,5%, será o décimo quarto ano em que os funcionários perdem poder de compra ou apenas têm ganhos residuais. No total, perdem mais de 18%. É o equivalente a uma perda real de mais de dois salários e meio por ano desde 2009.

terça-feira, 13 de setembro de 2022

"Uma turma difícil"

Para quem não viu o filme que passou ontem às 23:52 h na RTP 2

O filme "Uma turma difícil" da cineasta francesa Marie-Castille Mention-Schaar sobre os desafios da educação e a importância da escola, baseado numa história verídica, pode ser visto ou revisto na RTP play

São as políticas, e não o absentismo ou as aposentações, que causam a falta de professores

Paulo Prudêncio 

Nunca é excessivo repetir que ensinar é difícil. Necessita de um clima de confiança e de boas condições de leccionação. Requer preparação e energia, e exige a desafiante adaptação da personalidade aos estilos de ensino. Inscreve estudo para a vida e convoca a esperança e o optimismo.

Portugal.... 

Aplicou a eito, com pouca consistência teórica e sem estudos empíricos, um conjunto de políticas extremistas na carreira dos professores, e na sua avaliação, sustentadas por um modelo autocrático de gestão das escolas. As históricas contestações dos professores (2008 e 2013) - reconhecidas pelas oposições nas campanhas eleitorais, mas "esquecidas" logo que tomaram o poder -, anteciparam a crise vigente.

Acima de tudo, a inação dos sucessivos governos desconvocou a esperança, instalou o desalento e eliminou a capacidade de contestação dos professores. Mas criou uma casta que se acomodou e que usa um argumentário que suaviza a consciência dos governos.

Acima de tudo, urge o regresso de tudo aquilo que as políticas vigentes anularam: professores satisfeitos com uma escolha profissional digna que não os esgota em burocracia e em procedimentos digitais repetidos e inúteis, livres para ensinar e aprender e com tempo para a cidadania.
Artigo completo no blogue Correntes

Eleições CGS da ADSE 2022 - Opte por votar eletronicamente

Eleições para o Conselho Geral e de Supervisão marcadas para o dia 30 de novembro

Consulte os cadernos eleitorais para saber se está apto a votar
 
Entre os dias 12 e 26 de setembro, deve verificar se seu nome consta nos cadernos eleitorais da ADSE, para que esteja apto a votar nas eleições para o Conselho Geral e de Supervisão (CGS). O caderno eleitoral é a lista dos beneficiários que têm direito ao voto.
 
Para tal, aceda à sua área reservada na ADSE Direta onde aparecerá uma mensagem automática com a informação se o seu nome consta, ou não, do caderno eleitoral. Se esta informação não for a correta (por omissão ou inclusão indevida), pode reclamar para o endereço de correio eletrónico comissao.eleitoral@adse.pt.

É muito importante que mantenha, nesta fase, os seus dados atualizados, nomeadamente o seu email, na opção “Dados Pessoais” na ADSE Direta.

Nestas eleições, não deixe de intervir ativamente na vida da sua ADSE!

Procure inteirar-se, consultando regularmente a página online "Eleições CGS 2022". A informação disponibilizada é dinâmica, e atualizada a todo o momento com conteúdo de interesse para os beneficiários eleitores (notícias, listas candidatas, locais de votação, procedimentos, entre outros).

Participe!

segunda-feira, 12 de setembro de 2022

A retórica e a demagogia das respostas do Ministro João Costa

Ministro João Costa no Perguntar Não Ofende: porque nos faltam professores?

Daniel Oliveira perguntou pouco, produziu um podcast com muita conversa e com a retórica a que nos habituou João Costa, mas com pouco contraditório para não ofender o Ministro, evidentemente.

domingo, 11 de setembro de 2022

Entrevista de Santana Castilho ao SOL, a não perder!



Santana Castilho antecipa um ano letivo mau e critica soluções do Governo. A última é o despacho publicado esta semana que baixa a fasquia quando faltam professores. Se fosse ministro, não poria um secretário de Estado a assiná-lo como fez João Costa: ‘É uma cobardia’.
...

Além do pacote de apoio às famílias, a semana fica marcada pela garantia do ministro da Educação de um regresso às aulas tranquilo, mas sem ilusões. É tranquilizador?
Os Costas são dois artistas. O Costa chefe, manipulador, prestidigitador exímio, e o Costa ministro da Educação, menos do que ele, mas que tem a mesma atitude perante os problemas. Portanto as palavras de João Costa não me surpreendem. Se formos analisar em detalhe, a atuação política do ministro tem sido de ignorância dos problemas da educação e procura de soluções, umas mais escabrosas do que outras, para gerir o dia a dia. Deu uma conferência de imprensa em agosto onde disse que 97% dos horários pedidos já estavam preenchidos.

O número de baixas médicas nas escolas tem a ver com o envelhecimento dos professores ou, como sugeriu o pedido de 7500 juntas médicas por parte do Governo, há um aproveitamento indevido desse mecanismo, até para resolver por exemplo a instabilidade das colocações?
Não há só uma causa certamente. A maior será o envelhecimento dos professores, mas por cima dessa está sempre o quão difícil e causticante se tornou a profissão de professor. No último concurso tivemos casos em que os professores finalmente entraram no quadro para se ir reformar na semana a seguir ou no mês a seguir. Imagina o que é, com a sua família, viver 27 anos, como eu conheço alguns docentes, com a mulher num sítio, o marido noutro, a terem de alugar duas casas, não poderem estar com os filhos? No ano passado tive conhecimento do caso de uma colega que vivia aqui em Lisboa, dormia num sofá numa sala pelo qual pagava 10 euros diários. Não tinha dinheiro sequer para alugar um quarto. Todas estas coisas se acumulam e dão um desgaste enorme aos professores.

O que está a dizer é que sugerir que há uma fraude generalizada passa por cima desse contexto, que por isso só pode contribuir para maior mau estar.
Obviamente que esse é um discurso demagógico. Os professores que metem baixa médica e que fruíam deste estatuto de mobilidade por doença são pessoas com doença grave ou que prestam assistência a familiares com esses problemas. Para fazerem isso passam um processo complexo de apresentar testemunho para a situação em que estão. O que fazem é usar um mecanismo legal e que está vigiado medicamente. Se há fraude, então tenha-se a coragem de dizer quem comete a fraude e a lei previu desde sempre mecanismos para isso. Estas 7500 juntas médicas que o ministro agora apregoa são um ato de má fé: lança um anátema sobre todos os professores. Já escrevi sobre muitos casos verdadeiramente macabros, pessoas com cancros em fase terminal que morreram na escola porque foram obrigadas a regressar por juntas médicas, essas sim fraudulentas.