quarta-feira, 1 de junho de 2011

Best of Sócrates



Dia Mundial da Criança

- afecto, amor e compreensão;
- alimentação adequada;
- cuidados médicos;
- educação gratuita;
- protecção contra todas as formas de exploração;
- crescer num clima de Paz e Fraternidade universais.


FELIZ DIA DA CRIANÇA

terça-feira, 31 de maio de 2011

Opinião

Hoje, sustento a tese de que a realidade não é independente do sujeito que a observa e cria. Até certo ponto, a realidade é uma (re)criação do sujeito, é o que pensamos que ela é. Porque, em larga medida, nós agimos em função do que pensamos (e do que sentimos).
E quando olhamos para a escola, o que é que nós vemos? O que é que nós pensamos? O que é que nós sentimos? Que atitude e disposição assumimos?
Teremos, certamente, razões para vermos a escola como um local de solidão, sofrimento e até expiação. Mas esta visão devolve-nos um mal-estar que nos agonia, nos entristece, nos esgota, e, no limite, nos destrói.
Precisamos de ver, na escola, pequenos oásis que (re)confortam. Gestos que nos animam. Oportunidades que nos encantam e alentam. Poderes que nos gratificam. Precisamos de tempos de encontros e de celebração. Precisamos de nos felicitar uns aos outros. Porque estes motivos também existem. E são eles que nos podem animar e ampliar uma disposição gerada por estes mil espelhos de alegria.
Precisamos destas imagens de alegria. Precisamos de as ver. Precisamos de construir e reconhecer. Porque a nossa felicidade – e a nossa realização profissional - passa por aí. Isto não significa, obviamente, distorcer a realidade, ignorar o que nos avilta e oprime, desvalorizar o peso do sistema. Não! Essa face da realidade tem de merecer a nossa contestação. Mas precisamos de nos situar na construção das margens da alegria. Sobretudo nestes tempos críticos e de ameaça.

segunda-feira, 30 de maio de 2011


A primeira plataforma científica on-line, em Língua Portuguesa, tem já 300 artigos disponíveis para consulta e cerca de 400 em processo de edição e revisão por parte da Comissão Editorial do projecto.

Mais uma atribuição para a escola e para os docentes?

O Ministério da Educação, representado pela Ministra Isabel Alçada, e o Banco de Portugal, representado pelo seu Governador, Carlos da Silva Costa, assinaram hoje o protocolo Educação Financeira – Estratégia de Intervenção no Sistema Educativo, válido por três anos e que poderá ser renovado por iguais e sucessivos períodos.
No âmbito desta parceria, o Ministério da Educação fica incumbido, entre outras matérias, de organizar documentos de apoio à Educação Financeira que permitam aos alunos e formandos ter contacto com matérias como os produtos financeiros básicos, o planeamento e a gestão de um orçamento, a prevenção de riscos, a poupança e o endividamento.
O Ministério da Educação e o Banco de Portugal comprometem-se ainda a elaborar um código de conduta destinado a enquadrar a participação das instituições de crédito, das sociedades financeiras (como e porquê ??????) e das respectivas  associações nas iniciativas de Educação Financeira em espaço escolar.

COMENTÁRIO
Para meu comentário sirvo-me de duas citações de Joaquim Azevedo na sua obra "Liberdade e Política Pública de Educação", já aqui divulgada;
"Transfigurar  problemas sociais em problemas escolares é um dos dramas do nosso tempo, que nada resolve, um tremendo equívoco, mais uma fuga para a frente, um traço vincado da face desnorteada da cultura dominante que nos rodeia. Transfigurar é não olhar de frente é adiar.
É patético este movimento sociocultural que consiste em destruir (o valor) a missão educativa da educação escolar, subordinando-a ao consumo e ao crescimento da economia e da competitividade, no quadro europeu e mundial globalizado. E a educação escolar como distanciamento crítico, como oficina do saber pensar e da descoberta  de si e do outro, como trampolim do pensamento crítico e da «resistência» aos consumismos e ao ser humano como «ser-para-o-consumo», onde vai parar?"

Apoio em matéria de segurança da Internet

A Linha Ajuda, com lançamento previsto para o dia 1 de Junho, visa prestar atendimento telefónico e online a jovens, professores, pais e encarregados de educação em matérias relacionadas com a segurança na Internet.
Este serviço abrange temáticas como a segurança no computador pessoal, a navegação inteligente, a produção e disseminação de conteúdos e, ainda, os direitos de autor.
A Linha Ajuda vai estar disponível em três modalidades de contacto para obtenção de informação: ligação telefónica, e-mail e página electrónica.
Esta linha é da responsabilidade da Fundação para a Divulgação das Tecnologias de Informação, parte integrante do consórcio Internet Segura, que abrange a iniciativa SeguraNet, do Ministério da Educação.
Mais Informação:

Certificação de Competências dos Formadores

Estabelece o regime de formação e certificação de competências pedagógicas dos formadores que desenvolvem a sua actividade no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações e revoga a Portaria n.º 1119/97, de 5 de Novembro.

Campeões

O Gil Vicente garantiu este domingo o regresso à Liga principal do futebol português, ao vencer o CD Fátima em Barcelos por 3-1, resultado que lhe assegurou igualmente o título de Campeão da Liga de Honra.


PARABÉNS AO GIL VICENTE e a BARCELOS

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Bom fim de semana!


Nunca voltes ao lugar
Onde já foste feliz
Por muito que o coração diga
Não faças o que ele diz

Nunca mais voltes à casa
Onde ardeste de paixão
Só encontrarás erva rasa
Por entre as lajes do chão

Nada do que por lá vires
Será como no passado
Não queiras reacender
Um lume já apagado

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez

Por grande a tentação
Que te crie a saudade
Não mates a recordação
Que lembra a felicidade

Nunca voltes ao lugar
Onde o arco-íris se pôs
Só encontrarás a cinza
Que dá na garganta nós

São as regras da sensatez
Vais sair a dizer que desta é de vez

Carlos Tê e Rui Veloso

Concursos 2011/2012 - Reclamação Electrónica


Aplicação disponível até às 18:00 horas de Portugal Continental do dia 2 de Junho de 2011.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

Aqui não há inconstitucionalidades?

Publicada ontem, dia 25 de Maio, esta portaria procede à adaptação do subsistema de avaliação do desempenho dos trabalhadores da Administração Pública (SIADAP 3) a trabalhadores integrados na carreira especial médica.

Lê-se no preâmbulo da Portaria;

"Assim, foi recentemente celebrado um acordo colectivo de trabalho com as duas e únicas estruturas sindicais representativas dos trabalhadores integrados na carreira especial médica, o qual, no entanto, não é susceptível de poder aplicar -se à totalidade daqueles trabalhadores, em virtude de alguns deles não se encontrarem filiados em qualquer organização sindical."

e no
Artigo 2.º 
Âmbito

"1 — A presente portaria aplica -se, exclusivamente, aos trabalhadores que, de entre os universos previstos nos nº 2, 3 e 4, não se encontrem filiados em qualquer associação sindical."

Isto é mesmo verdade? Só os médicos, não sindicalizados, serão avaliados?

Concursos Contratação e DCE 2011/2012 - Listas Provisórias

Aviso de publicitação das listas Provisorias do concurso para o suprimento das necessidades transitórias, DCE e Contratação, para o ano escolar de 2011-2012.

Nota Informativa - Publicitação das listas Provisorias do concurso para o suprimento das necessidades transitórias, DCE e Contratação, para o ano escolar de 2011-2012

Listas Provisórias de Destacamento por Condições Especificas (DCE) - Ordenação e Exclusão - 26/05/2011

Listas Provisórias de Contratação - Ordenação e Exclusão - 26/05/2011

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Opinião - Santana Castilho

Pacheco Pereira, Maria de Lurdes Rodrigues e as Novas Oportunidades
1. Em artigo intitulado “Notas de campanha(1)", Pacheco Pereira classifica de “reprimenda mal-educada” a Passos Coelho aquilo que eu disse sobre o programa do PSD para a Educação. Pacheco Pereira foi atrevido. Falou do que não conhecia. Deturpou e distorceu. Porque não aceito lições de Pacheco Pereira, ignoraria a diatribe, não fora o respeito que me merecem os leitores do “Público”, que cumpre esclarecer. Passos Coelho prefaciou um livro meu e apresentou-o. O livro é um contributo para um programa de actuação política no domínio da Educação. Por iniciativa própria, Passos Coelho esclareceu aspectos de uma colaboração que me pediu. E entendeu, naquele acto público, referir o meu desapontamento (que lhe comuniquei em privado) com a versão final do programa eleitoral para a Educação do PSD e anunciar que o iria melhorar. Passos Coelho falou antes de eu ter falado e teve a hombridade de reconhecer (coisa pouco usual na prática política corrente) que o programa devia ser melhorado. Porque foi Passos Coelho a tomar a iniciativa de se referir ao que eu não abordaria na apresentação do livro, entendi escolher, para o referenciar, os aspectos que melhor poderiam servir a decisão, autónoma e prévia, (e sublinho o “prévia”) de Pedro Passos Coelho. Do espírito e da forma do que foi dito, quer por Passos Coelho quer por mim, ressaltou frontalidade e cordialidade. Só por ignorância ou má fé alguém pode falar de má-educação. A sala estava cheia. Duzentas pessoas podem testemunhar o que aqui fica, preto no branco. E Pacheco Pereira não estava lá. Ficar-lhe-á bem pedir desculpa.
2. No livro acima referido, defendo a necessidade de “auditar, do ponto de vista financeiro, pedagógico e científico, o programa Novas Oportunidades”. Passos Coelho, que tem, em boa hora, vindo a introduzir, em sede de pré-campanha, temas ausentes do programa eleitoral para a Educação, assumiu e comprometeu-se com a auditoria proposta. E afirmou, bem, que tem sido diplomada a ignorância. É natural que os responsáveis por aquilo que se denuncia reajam com as habituais tentativas de manipulação da opinião pública. Um artigo de Maria de Lurdes Rodrigues, dado à estampa no “Expresso”, é um belo paradigma de distorção da realidade. Socorro-me dele para desmontar os falsos argumentos com que se tentou (Marcelo Rebelo de Sousa incluso) atacar a legitimidade da denúncia protagonizada por Passos Coelho. Pedro Passos Coelho disse que se tem diplomado a ignorância. Não disse que todos os diplomados são ignorantes. Há centros de formação sérios e que funcionam bem. Mas não são, infelizmente, a regra. É simples demagogia, pois, o que escreve a ex-ministra da Educação, quando afirma que se chamou “ignorantes aos adultos que frequentam o programa”. Quando se fala de diplomar a ignorância, refere-se, por exemplo, a atribuição de um certificado de ensino secundário a alguém que, ao redigir uma das famosas dissertações autobiográficas da ordem, se expressa como ilustrado neste naco de prosa, transcrito de um documento que serviu para certificar:
… Como já disse anteriormente tenho um filho e uma filha, em que ele è mais velho cinco anos … Ando sempre a fazer-lhe ver as coizas. até já lhe tenho dito se tiver a inflicidade de falecer nôvo paça a ser ele o homem da casa e tomar conta da mãe e mana, mas para eleé difícil de compreender as coisasezes mas tantas vezes lhe faço ver as coizas que acabo por compreender as situações e acaba por me dar razão e por vezes até me pede desculpa e que para a procima já não comete os mesmos erros. Ele tem o espaço dele com a mãe em que não me intrumeto, desde mimos e converças porque graças s Deus nem eu nem ele temos siumes um do outro com a mãe…
Quando o designado “júri” certificou este candidato, a prosa transcrita estava certamente corrigida por um professor escravizado, com filhos para alimentar e renda de casa para pagar, contratado à jorna por um CNO (Centro de Novas Oportunidades), que só é financiado pela famigerada ANQ (Agência Nacional para a Qualificação) se “cumprir os objectivos”, isto é, se emitir x certificados de nível básico e y de nível secundário. O problema é que a um candidato que se expressa assim seja outorgado um certificado de ensino secundário. O problema entende-se vendo as dezenas de milhões de euros gastos em publicitar este logro e retrocedendo na lógica socialista: se não se certificam os candidatos, os centros não têm clientes; se os centros não têm clientes nem cumprem os objectivos, não recebem dinheiro; se não recebem dinheiro, não pagam aos professores contratados à jorna; e se estes não alinham no logro, a sua subsistência complica-se e a dos filhos também. É a vida a evidenciar a lógica da gestão por objectivos, sem ética. Mas não é destas oportunidades que os cidadãos e o país carecem.
Maria de Lurdes Rodrigues e seguidores chamam elitistas aos que não confundem a qualificação séria com a certificação da fraude pedagógica. Maria de Lurdes Rodrigues invoca a avaliação externa do programa, quando sabe que a respectiva qualidade nunca foi avaliada (como honestamente esclareceu o próprio responsável por tal avaliação). Maria de Lurdes Rodrigues pretende fazer passar histórias de vida redigidas em português deplorável por formação profissional digna. E foi disso que Pedro Passos Coelho falou, com razão.
Santana Castilho
Jornal Público, 25/05/2011

Recursos educativos para a aplicação do acordo ortográfico nas escolas

O Ministério da Educação, através da Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular (DGIDC), disponibiliza recursos educativos destinados a apoiar as escolas na aplicação do novo acordo ortográfico, a entrar em vigor no ano lectivo de 2011/2012.
O primeiro webinar, denominado “Acordo Ortográfico”, abordada a contextualização sócio-histórica do acordo ortográfico de 1990 e os recursos produzidos em Portugal para a sua aplicação. Incide também sobre os principais tópicos da mudança ortográfica.
São ainda apresentados, sinteticamente, os recursos oficiais para a aplicação do acordo ortográfico, disponíveis gratuitamente no Portal da Língua Portuguesa.
No segundo webinar, intitulado“Oportunidades para reflectir sobre o Ensino da Língua Materna”, são referidas as características dos instrumentos disponíveis para os docentes de Língua Portuguesa, relativos ao novo Programa de Português do Ensino Básico, ao acordo ortográfico e a projectos como o Plano Nacional de Leitura ou as Metas de Aprendizagem.
Para mais informações, consultar:

terça-feira, 24 de maio de 2011

Mestrados e Pós-Graduações


INSCRIÇÕES ABERTAS ATÉ 9 DE JUNHO

Adoção de Manuais Escolares

A Lei n.º 47/2006, de 28 de Agosto e o Decreto - Lei n.º 261/2007, de 17 de Julho, definem o regime de avaliação, certificação e adoção de manuais escolares.
A adoção de manuais escolares é o resultado do processo pelo qual a escola ou o agrupamento de escolas avalia a adequação dos manuais certificados ao respectivo projecto educativo, tal como estabelece o art.º 16.º da Lei n.º 47/2006, de 28 de Agosto.
A adoção de manuais escolares pelas escolas e pelos agrupamentos de escolas é da competência do respectivo órgão de coordenação e orientação educativa, devendo ser devidamente fundamentada em grelhas de apreciação elaboradas para o efeito pelo Ministério da Educação, tendo em conta um calendário previamente estabelecido pelo Despacho n.º 29865/2007, de 30 de Novembro, alterado pelo Despacho n.º 15285-A/2010, de 7 de Outubro.
Para tal, a "Base de Dados de Manuais Escolares” disponibilizada no site do Ministério da Educação permite a recolha, on-line, com carácter obrigatório de preenchimento por parte de todas as escolas, de informação relativa ao processo de apreciação, seleção e adoção de manuais escolares – sendo possível conhecer os manuais escolares apreciados, selecionados e adotados por cada escola, em todas as áreas curriculares disciplinares/disciplinas e para todos os anos de escolaridade e permitindo, também, obter uma estimativa rigorosa do número de alunos, de modo a tornar possível aos editores fazer uma previsão das tiragens.

Enquadramento Legal

Opinião - Manuel António Pina

Com 689 000 desempregados e 204 000 "inactivos" (pessoas que desistiram já de procurar emprego), isto é, 15,5% de gente sem trabalho que os critérios estatísticos transformaram em 12,4%, o país já há muito teria soçobrado não fosse o patriótico esforço daqueles que, para compensar a calaceirice nacional, se desdobram por sucessivos postos de trabalho, correndo incansavelmente de um para outro, indiferentes à tensão arterial, ao colesterol, aos triglicerídeos e à harmonia familiar.
O Relatório Anual sobre o Governo das Sociedades Cotadas em Portugal - 2009, da CMVM, agora tornado público, refere "cerca de 20" desses magníficos, todos membros de conselhos de administração de empresas cotadas, muitas delas públicas, que "acumulavam funções em 30 ou mais empresas distintas, ocupando, em conjunto, mais de 1000 lugares de administração".
Revela a CMVM que, por cada um destes lugares, os laboriosos turbo-administradores recebem, em média, 297 mil euros/ ano, ou, no caso dos administradores-executivos, 513 mil, havendo um recordista que, em 2009, meteu ao bolso 2,5 milhões de euros.
Surpreendente é que, no meio de tanta entrega ao interesse nacional, estes heróis do trabalho ainda encontrem nas prolixas agendas tempo para ir às TV exigir salários mais baixos e acusar desempregados, pensionistas e beneficiários dos "até" (como nos saldos) 189,52 euros de RSI de viverem "acima das suas possibilidades".

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Memorando de Entendimento em Português

Assinado a 17 de Maio pelo Ministro de Estado e das Finanças, pelo Governador do Banco de Portugal e pela Comissão Europeia, que fixa as Condicionalidades de Política Económica no âmbito do Programa de Ajustamento Económico e Financeiro.  
(Divulgado pelo Ministério das Finanças em 20/05/2011)

Dispensa de serviço para supervisores e codificadores das provas de aferição

Provas de Aferição 2010/2011
Dispensa de serviço para supervisores e codificadores das provas de aferição
Despacho do Secretário de Estado da Educação que concede dispensa de serviço para os docentes envolvidos no processo de supervisão ou codificação das provas de aferição.
Ler Despacho
(Divulgado pelo GAVE a 20/05/2011)

Leituras


Liberdade e Política Pública de Educação 
Um livro que nos leva a reflectir sobre o futuro da educação em Portugal e faz uma reflexão sobre a situação actual da educação escolar e social. 

"O paradigma está claramente esgotado, mas é dominante: o Estado é todo-poderoso porque se assume que é o educador, que orienta directamente a educação que se faz nas escolas, contrariando flagrantemente a Constituição;  as reformas são legítimas porque são iluminadas por este Estado omnisciente, que tudo sabe e tudo prevê, a partir do topo, procurando uma legitimação que não consegue alcançar através de outro modelo de acção governativa; por outro lado, o que verdadeiramente acontece nas escolas, passou a ser responsabilidade das escolas, agora já (decretadas) autónomas; e os professores... ou seja, as inteligências que povoam as instituições educativas, pouco interessam às ditas políticas educativas, são mais ou menos ignorados e o que se ignora não se valoriza e os profissionais que não são socialmente valorizados e, ainda por cima responsabilizados pelos maus resultados escolares globais do sistema educativo português, tendem  a baixar os braços e... continuam a aguardar que o Estado-todo-poderoso e educador, continue a emitir as suas normas omniscientes e a educar... enfim, um círculo infernal de irresponsabilização e de 'passa-culpas'!" (Pág. 94)
Autor: Joaquim Azevedo
Edição da Fundação Manuel Leão

Opinião - Tempo de cidadania

Maltratados e humilhados, nós, portugueses, precisamos de um alento de alma para praticar a cidadania da exigência e da lucidez, a cidadania da liberdade e da responsabilidade.
Neste tempo crítico, em que Portugal anda nas bocas do mundo pelas más razões, os cidadãos portugueses têm de elevar o patamar do protesto, da denúncia, indignação e da exigência.
Protestar e denunciar as mordomias imorais, aqueles que vivem à custa das desgraças dos outros, os que especulam e roubam os mais fracos. Denunciar a propaganda da mentira, da hipocrisia e da falsidade. Exigir outras acções políticas, outros perfis nos modos de governar e dirigir o país. Um modo mais realista, mais sensível, mais corajoso, mais determinado na promoção do bem público.

sexta-feira, 20 de maio de 2011

Leituras

Este é um livro com leitura "obrigatória" para pais, educadores e professores e em todas as escolas deste país.



"Sempre que se decidam mudanças em Educação, temos de ter presente que os destinatários são seres humanos em crescimento e não o mercado económico. Ouso mesmo dizer que é preferível não mudar, a mudar de modo voluntarioso, impensado, sem avaliação criteriosa dos processos. Percebemos facilmente que os resultados determinem o que foi bem ou mal feito nas empresas, no campo da inovação. Mas os resultados em Educação não são facilmente mensuráveis, porque o seu objecto não é um produto tangível como aqueles que se colocam no mercado."

Novos modelos de diplomas e certificados

Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação
Aprova os modelos de diplomas e de certificados que conferem uma qualificação de nível não superior no âmbito do Sistema Nacional de Qualificações.

Opinião - João Ruivo

A democracia parlamentar e a escola de massas, que convergiu na escola pública, constituíram-se como dois dos grandes mitos ideológicos forjados no seio das mais avançadas sociedades industriais do século passado.
À primeira era conferida a missão de criar uma sociedade fraterna, totalmente baseada na igualdade dos cidadãos. Á segunda foi pedido que também ela se democratizasse, abrindo as suas portas a todas as crianças e jovens que a quisessem frequentar.
São, ainda hoje, dois projectos de uma generosidade indiscutível e que, apesar das fragilidades com que muitas vezes se defrontam, não encontraram ainda melhor alternativa, no respeito pela liberdade de escolha e no pleno exercício da cidadania.
Porém, temos que admitir que a democracia parlamentar não impediu que a riqueza se concentrasse em cada vez menos mãos e que o fosso entre os mais ricos e os pobres fosse cada vez maior. Como não conseguiu erradicar a maior das chagas sociais que nos envergonha: a da exclusão social, que engrossa a fileira dos que têm fome, dos que não têm abrigo, dos que não têm direito à saúde e dos que viram negado o direito a um trabalho.
E também temos que reconhecer que a escola de massas, a verdadeira escola pública, ainda não conseguiu que a igualdade do acesso se transformasse numa igualdade de sucesso; assim como tarda a que a escolaridade seja por todos vista como um valor de promoção social e de meritocracia.
O professor, que é simultaneamente cidadão e educador, vê-se confrontado, nesta segunda década do século XXI, com esse duplo dilema: o de ajudar a construir uma sociedade mais justa e o de erguer uma escola gratificante para quantos nela trabalham e nela se revêem: alunos, docentes, funcionários, pais e membros da comunidade local.
Confrontados entre o desejo de realizar cada vez mais e a míngua dos resultados alcançados, sentem frustrados e menorizados na sua profissionalidade. Sentem-se assim, não por incúria, mas porque são profissionais responsáveis e de dedicação para lá dos limites do imaginável.
Mas sentem-se assim também porque tardam em perceber que o seu desencanto é a medida resultante de uma indirecta e subjectiva avaliação das políticas educativas e dos responsáveis da educação que as protagonizaram.
Os professores são intelectuais livres. É certo. Mas num aparelho de Estado centralizador, como o é o nosso, também são chamados a serem dóceis funcionários executores de medidas de política educativa, das quais por vezes discordam e para as quais só episodicamente são chamados a opinar.
Daí resulta um estranho equívoco: muitos docentes assumem como derrota profissional a falência desta ou daquela medida de governo. Entendem que foram o problema, quando, de facto, os normativos burocrático-administrativos não os deixaram ir em busca da solução.
Se querem que os professores assumam, em plenitude, toda a responsabilidade do que ocorre na escola, então revela-se indispensável que eles a si chamem a gestão integral dos destinos das instituições educativas. Não há responsabilidade total sem completa autonomia. Não deve ser exigida a prestação de contas a quem não foi autor dos objectivos a contratualizar e da missão a cumprir.
Por isso, antes de se julgar e avaliar os professores, antes de julgar e divulgar o ranking das escolas, urge avaliar e classificar as medidas educativas que estes e aquelas foram obrigados a protagonizar, muita das vezes contra natura.
O Estado e as famílias demitem-se todos os dias de objectivos educativos que só a eles deviam ser remetidos e dos quais contratual e socialmente se responsabilizaram.
Alguns jovens são levados a acreditar que a escola é terra de ninguém. Onde a ética e a deontologia fica à porta da sala de aula e onde todo o individualismo exacerbado pode substituir o trabalho honesto e colaborativo.
Muitos professores são apanhados em curvas mais apertadas da sua profissão porque são induzidos a julgar que foram formados para serem exclusivamente gestores de conflitos numa arena que, em algumas escolas, resvala o limite do bom senso e da decência.
O Estado e as famílias pedem à Escola que os substituam. E apontam o dedo acusador quando a máquina falha por excesso de carga profissional, emocional ou administrativa.
Assim não! É que mais cedo do que a razão aconselharia talvez haja muitos professores que já tenham percebido que mais vale pronto recusar que falso prometer.