terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Do orgulho de ser Professor – Parte I

Sou Professor! Pertenço à corporação mais necessária, mais generosa e civilizadora. Ela realiza a epopeia de vestir com próteses humanas o macaco nu. Laboro na recriação do Humano, da liberdade e dignidade do Homem, de Homens livres e visionários.
Sou professor e concebo-me idealista e qualitativo, capaz de distinguir e optar entre o mal que observo e o melhor que imagino! Não dou rosto ao futuro, mas transporto essa esperança. Transito pela vida e pelos caminhos do relacionamento, em busca de sorrisos e abraços, à procura de sonhos e de os realizar.
São Francisco de Assis serve-me de guia: “Quem trabalha com as mãos é um operário. Quem trabalha com as mãos e a cabeça é um artesão. Quem trabalha com as mãos, a cabeça e o coração é um artista.” O professor é tudo isto: um artífice, um escultor e pontífice da Humanidade, da Civilidade e Convivialidade.
Bem sei que não falta quem diga mal de mim, me desconsidere e queira tirar-me crenças e ilusões. Mas não consegue destruir-me os princípios e noções. Porque também há quem me chame mestre e sábio e me guarde na memória. E invoque o meu nome com palavras de veneração e exaltação e num tom de ternura e afeto que me comove e incita a seguir em frente.
Ando por um mundo de pluralidades que ajudo a alargar. Entendo e ensino a entender a vida como oportunidade de fazer amigos e de conviver com as diferenças das pessoas, que na sua diversidade nos causam espanto e admiração e fazem rir e chorar.
Retenho e tento pôr em prática o ensinamento de Voltaire: Ser pessoa é perceber o que temos todos em comum. É a descoberta da alteridade. Ser pessoa é a nossa condição, algo que tem que se conquistar e implantar em cima da natureza. É o valor máximo da educação e o padrão maior da minha profissão.
Sou professor para corresponder à essência ‘humanógena’ da sociedade. Para produzir a Humanidade compartilhada. Ganho o pão na tentativa de ver florescer o Homem em cada indivíduo.
Sou professor! Porque aquilo que é próprio dos humanos não é tanto o ato de aprender, mas sim aprender de outros, ser ensinado por eles. Ninguém levanta voo e se alonga sem alguém em quem se apoiar. “Se vi mais longe, foi porque estava aos ombros de gigantes”, testemunhou Isaac Newton
No cumprimento da nobre missão de ensinar, aprendo com todos, pratico a tolerância com alguns, amo perdidamente a outros e sou sobretudo exigente e severo com aqueles de quem mais gosto. Esforço-me por observar a advertência de Russel: “Ninguém pode ser bom professor sem o sentimento de uma calorosa afeição pelos seus alunos e sem o desejo genuíno de partilhar com eles aquilo que, para si próprio, é um valor”.
Tenho imenso prazer em possuir um lugar para onde vou nas manhãs da vida, cheio de luz, de verde e azul, de riso e movimento, de crianças e jovens correndo e saltando por sobre o ontem e gritando pela vinda do amanhã. Vejo o local de trabalho como espaço de realização pessoal. Gosto do que faço e do que tenho ainda para fazer.

Como pode ajudar a melhorar a resiliência digital dos jovens?

Interessado em descobrir a melhor forma de aprimorar as habilidades de alfabetização digital dos alunos? Procurando maneiras de ajudar os jovens a aprender sobre a desinformação através da verificação de fatos?

As orientações para professores e educadores sobre o combate à desinformação e a promoção da literacia digital através da educação e da formação destinam-se a ajudar os professores do ensino básico e secundário e incluem sugestões, planos de atividades, análises de vários tópicos e advertências, com base em casos de sucesso em matéria de literacia digital e de desinformação.

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Petição "Não às ultrapassagens" chumbada pelo PS


“Tempo de serviço igual, escalão igual” 
Não às ultrapassagens!"

Foi a debate em reunião de Plenário, no passado dia 19 de janeiro, a Petição do SIPE que pedia a negociação de uma portaria única que regulamente o reposicionamento de todos os docentes na carreira, corrigindo assim ultrapassagens na carreira.

Vemos com agrado que da esquerda à direita todos os partidos, à exceção do PS, estiveram unidos a favor da petição do SIPE, o que é inédito em termos parlamentares.

Resta-nos agora que se faça justiça através das decisões de milhares de processos que temos em Tribunal.

Iniciativas originadas pelos partidos foram:

Projeto de Lei Nº 478/XV/1 (autoria CHEGA)
Votos a favor: CHEGA; BE; PAN. Votos contra: PS. Abstenção- Restantes partidos.
Proibição de discriminações entre docentes, por efeito de alterações ao Estatuto da Carreira Docente em matéria de reposicionamento na carreira com efeitos remuneratórios

Projeto de Resolução Nº 327/XV/1 (autoria PCP)
Votos contra: PS.
Recomenda a adoção de medidas para efetivar o direito de todos os docentes ao posicionamento no escalão remuneratório que corresponda ao tempo de serviço efetivamente prestado

Projeto de Resolução Nº 353/XV/1 (Autoria IL)
Votos contra: PS.
Pela vinculação, contabilização do tempo de serviço docente e o fim do bloqueio na progressão da carreira

Projeto de Resolução Nº 354/XV/1 (Autoria BE)
Votos contra: PS.
Promover a escola pública e o respeito pelos direitos dos professores

Dia Internacional da Educação 2023


A Assembleia Geral das Nações Unidas proclamou o dia 24 de janeiro como Dia Internacional da Educação em comemoração ao papel da educação para a paz e o desenvolvimento (Resolução 73/25 da Assembleia Geral da ONU, 3 de dezembro de 2018).

Neste dia, em 2023 o tema central incide sobre investir nas pessoas, priorizar a educação.

Durante o dia 24 de janeiro, uma Carta Aberta será partilhada no sítio da internet das Nações Unidas, na cidade de Nova York.

sábado, 21 de janeiro de 2023

O PS diz que negoceia, mas ainda nada propôs para corrigir ultrapassagens


O debate em reunião plenária na Assembleia da República partiu de uma petição do Sindicato Independente de Professores e Educadores, subscrita por mais de oito mil docentes que pediam a negociação de uma portaria única que regulamente o reposicionamento de todos os docentes na carreira.

O objetivo era corrigir situações de ultrapassagem criadas pela aplicação de uma portaria que regulamenta o reposicionamento dos docentes que vincularam durante o período de 2011 a 2017, quando a carreira esteve congelada, face aos docentes vinculados anteriormente.
...
Perante uma oposição solidária com, pelo menos, algumas reivindicações dos docentes, Agostinho Santa, do PS, começou por dizer que "nunca será demais apelar para a virtuosidade tendencial de que se devem evitar ultrapassagens", acrescentando que os partidos com iniciativas aproveitaram o tema da petição para levar ao debate vários outros temas.

Sobre esses, o socialista defendeu que o Governo "tem procurado dar resposta e continua a fazê-lo no âmbito do processo negocial em curso."

É falso sr Ministro, é falso!!

"A carreira dos professores nunca esteve descongelada durante tanto tempo". A afirmação é do ministro da Educação, João Costa, no dia 18 de janeiro, ao programa "Grande Entrevista", na RTP3. O governante ainda reforçou: "Está descongelada desde 2018. Esta carreira existe já há alguns anos e esteve sempre congelada, depois descongelou durante dois anos, voltou a congelar".

Nestes cerca de 32 anos, qual foi então o maior período consecutivo em que o tempo de serviço dos professores esteve "descongelado"?

Durante toda a década de 1990 e primeira metade da seguinte, não houve qualquer suspensão da contagem temporal de trabalho dos docentes. São mais de 14 anos e seis Governos (dois de Cavaco Silva, dois de António Guterres, um de Durão Barroso e um de Pedro Santana Lopes) sem alterações, mesmo que temporárias, às regras aprovadas.

No Verão de 2005, para a redução do déficit, a Assembleia da República (onde o PS detinha a maioria absoluta dos deputados) aprovou a lei que determinava "a não contagem do tempo de serviço para efeitos de progressão nas carreiras e o congelamento do montante de todos os suplementos remuneratórios de todos os funcionários, agentes e demais servidores do Estado até 31 de dezembro de 2006", cuja entrada em vigor ocorreu a 30 de agosto.

Mas no ano de 2011 - em plena crise de sobreendividamento e sob a ameaça da bancarrota, com o país a viver sob as várias versões do Programa de Estabilidade e Crescimento -, o segundo Governo de José Sócrates, através do Orçamento do Estado (OE) para 2011, voltou a congelar as carreiras.

E assim se mantiveram, sob o mesmo instrumento (Lei do OE), até 1 de janeiro de 2018, atravessando integralmente a legislatura do Executivo de Pedro Passos Coelho (em que três dos quatro anos foram sob o Programa de Assistência Económica e Financeira da troika) e o primeiro ano do Governo liderado por António Costa.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Começou a mobilização para a Manifestação Nacional de 11 de Fevereiro

#11fevereiro

Reserva de Recrutamento n.º 17

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 17.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023.


Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 23 de janeiro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 24 de janeiro de 2023 (hora de Portugal continental).

RR 18– 27 de janeiro de 2023

quinta-feira, 19 de janeiro de 2023

Hoje em Braga, amanhã em Lisboa frente ao ME!

Tabela de custas em processos de contraordenação da competência da Inspeção-Geral da Educação e Ciência

Publicado ontem o Despacho que aprova a tabela de custas em processos de contraordenação da competência da Inspeção-Geral da Educação e Ciência



No final de cada processo de contraordenação são fixadas as custas a suportar pelo arguido, nos termos que consta do Anexo A ao presente despacho e que dele faz parte integrante, determinando-se igualmente quem as deve suportar, incluindo nos casos de advertência ou do termo do processo com o pagamento voluntário da coima.

2 - São devidas custas nos casos em que seja proferida decisão de:

a) Advertência ou admoestação;

b) Termo do processo com o pagamento voluntário da coima;

c) Condenação de pagamento de coima e/ou sanção acessória ou medida cautelar;

d) Desistência ou rejeição de recursos de impugnação judicial interpostos na sequência das decisões condenatórias mencionadas na alínea anterior;

e) Despachos ou sentenças condenatórias proferidas pelo tribunal competente na sequência da admissão dos recursos mencionados na alínea anterior.

A luta vai continuar!

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Divulgadas as novas propostas do ME sobre o Regime de Recrutamento e Gestão de Docentes

As organizações sindicais de docentes receberam, durante a manhã e ao mesmo tempo que eram divulgadas publicamente em conferencia de imprensa, as  propostas do Ministério da Educação sobre o Regime de Recrutamento e Gestão de Professores e Educadores, para as reuniões negociais de 18 e 20 de janeiro. 


terça-feira, 17 de janeiro de 2023

As nossas prioridades não se esgotam nos efeitos (maus e passageiros) desta greve, mas com o estado a que deixaram chegar a escola pública

 ASSOCIAÇÃO DE PAIS DA ASAS - Braga

– parece que o sossego e a previsibilidade das famílias é prioridade! Bem haja!….mas as nossas prioridades não se esgotam nos efeitos (maus e passageiros) desta greve, mas com o estado a que deixaram chegar a escola pública: sem professores, sem apoios na recuperação de aprendizagens; sem atendimento específico dos alunos mais frágeis; sem laboratórios para experimentar, sem recreios para brincar, pular, cair e levantar; sem refeições de qualidade, sem apoio especializado para a saúde mental das crianças e dos jovens; sem conforto térmico nas escolas, sem estabilidade e previsibilidade dos programas, dos calendários de exames; sem autoridade e dignidade para os professores, para os educadores e para os assistentes, sem um efectiva vida democrática nas escolas, sem……. rei nem roque!
– se as famílias são tão importantes, porque é que ainda não se pensou em dignificar a vida pública nacional de forma a que os exemplos que dão possam ser seguidos pelos jovens sem caírem no total relativismo ético?
– as famílias são importantes, mas não podem ser usadas como “bodes expiatórios” para arremessos contra os sindicatos! Há sempre muitas queixas, mas nunca dão provas disso! Desconfiam de tudo e de todos, mas o governo parece estar acima de suspeita (excepto no que toca a nomeações governamentais!?).
- as famílias são importantes ….menos as que se formam com um ou mais elementos a trabalhar como professor, educador ou assistente nas escolas públicas!
– as famílias são importantes ….quando dá jeito como ariete contra sindicatos criativos e incómodos que, inclusive, perturbam os tradicionais representantes dos professores (que dos assistentes não reza a história da educação!).
– as famílias são importantes, são! Mas não para servirem de “bodes expiatórios” de esquemas infantis!
– as famílias não são imbecis ou retardadas, sabem vencer e persistir! Façam o vosso trabalho e apoiem as famílias se puderem/quiserem, mas não nos usem para alavancar as vossas agendas, para favorecerem os “suspeitos do costume” e salvarem da extinção os “cromos enfeudados”!
Sr. Ministro, Sr. Secretário de Estado, Sr. Ministro das Finanças, Sr. Primeiro Ministro se as famílias são efectivamente tão importantes, por favor, resolvam os problemas com os professores, educadores e assistentes, mandem mais meios para apoiar as nossas crianças e jovens, ajudem-nos a educar com bons exemplos e confiem em nós e nosso discernimento (e nem precisam de nos fazer preencher os tais questionários!).
(Associação de Pais da Escola Secundária Alberto Sampaio, Braga)

Carlos Neto dá um bom conselho aos pais: "aproveitem para deixar as crianças brincar e ter tempo livre”

Carlos Neto, pedagogo e investigador na área da motricidade humana, defende que a actual instabilidade entre os docentes cria o momento oportuno para reinventar a escola.

Os pais têm razões para se preocupar com o impacto da instabilidade que se vive nas escolas nas crianças?Penso que os professores têm toda a legitimidade para a indignação que estamos a ver e têm todo o direito de mostrar ao país que merecem mais respeito, estabilidade profissional. Mas também é verdade que não podemos fazer uma avaliação do sistema educativo sem pensar em todos os seus intervenientes, desde a família à comunidade — não só educativa, mas também a comunidade local. 
A ler no Público

A posição da ANDAEP

Álvaro Almeida dos Santos, Filinto Lima e Jorge Sequeira*

A ANDAEP tem defendido que a dignificação da carreira docente constitui o eixo principal para uma escola pública de qualidade, pelo que é crucial encontrar vias de negociação e de acordo.

A s várias formas de manifestação dos professores e, mais recentemente, do pessoal não docente, a que temos assistido nas últimas semanas, têm-se traduzido num ambiente de crescente instabilidade nas escolas, decorrentes de greves com contornos inusitados, por tempo indeterminado, causando transtorno nas comunidades educativas, no normal funcionamento das escolas e pondo em causa as aprendizagens dos alunos.

O principal argumento terá resultado da ambiguidade na comunicação do pretenso novo modelo de colocação de professores, que alegadamente incluiria a intervenção de um conselho local de diretores.

Esta ideia, que constituiu uma surpresa para a Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP) — nunca foi auscultada sobre o assunto —, parece ter sido abandonada pelo Ministério da Educação, mas serviu de mote para a ação, tendo progressivamente derivado para outras reivindicações dos docentes.

A ANDAEP tem defendido que a valorização e a dignificação da carreira docente constituem o eixo principal para uma escola pública de qualidade, pelo que é crucial que sejam encontradas vias de negociação e de acordo, tendo com conta a necessária e urgente pacificação do setor.

Em devido tempo, a nossa associação auscultou os diretores de agrupamentos e escolas não agrupadas de todo o país, tendo identificado as suas principais preocupações, que deu a conhecer à tutela.

Apesar de os sindicatos terem desencadeado ações em modo concorrencial, a sua conjugação acabou por fortalecer a solidariedade entre professores e colocar em destaque velhos problemas ainda não resolvidos.

Entendemos que na mesa de negociações entre a tutela e os sindicatos deverá estar presente uma entidade fulcral para que se vislumbre a muito desejada luz ao fundo do túnel — o Ministério das Finanças.

Elencamos alguns dos reais problemas que consideramos dever estar na ordem de trabalhos referente às reuniões tripartidas, sendo desaconselhável a existência de temas tabu:

Recuperação do tempo de serviço perdido com os congelamentos seis anos, seis meses e 23 dias;  

Desbloqueio dos entraves à progressão aos 5.º e 7.º escalões

Alteração do modelo de avaliação de desempenho docente (professores e diretores)

Criação de condições para que os professores contratados vejam Ænalmente a sua precariedade ultrapassada

Atribuição de apoios na deslocação e estadia dos docentes quando exercem a sua atividade profissional a dezenas ou centenas de quilómetros de distância das suas residências

Atribuição de vencimentos compatíveis com a responsabilidade e o volume de trabalho a que são sujeitos

Diminuição substancial do trabalho burocrático dos professores

Melhoria das condições de trabalho de todo o pessoal não docente.

O tratamento destes e de outros problemas, que na realidade afetam diariamente o trabalho dos docentes, resolveria, pelo menos, três constrangimentos: a escassez de professores, a valorização e dignificação da carreira docente e as legítimas expetativas do pessoal não docente.

É nosso desejo que as rondas negociais, que se iniciam nesta terça-feira, sirvam para quebrar o braço de ferro e contribuam para que volte às escolas a paz e estabilidade de que tanto precisam. A escola pública assim o exige!
(*Presidentes da mesa da assembleia, da direção e do conselho fiscal da ANDAEP - Associação de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas) 

A Educação vale mais, vale mais, mais, mais!!!

Em Darque - Viana do Castelo

Plano de Ação da Garantia para a Infância 2022-2030

Publicada hoje no Diário da República a Resolução que aprova o Plano de Ação da Garantia para a Infância 2022-2030


De acordo com a resolução, o Plano de Ação da Garantia para a Infância 2022-2030 (PAGPI 2022-2030) cria um quadro integrado de políticas públicas com o objetivo de lutar contra a exclusão social das crianças e dos jovens e, enquanto documento estratégico, assenta em quatro pilares fundamentais de intervenção e estabelece 12 objetivos estratégicos, que visam assegurar a concretização da Recomendação, prevenindo e combatendo a exclusão social, garantindo o acesso das crianças e dos jovens em situação de pobreza a um conjunto de serviços essenciais, combatendo a pobreza infantil e promovendo a igualdade de oportunidades e os direitos das crianças e dos jovens.

Mostrar abertura não é suficiente! É urgente negociar!!


O Presidente do Conselho Nacional de Educação acredita que o governo tem manifestado abertura para negociar com os sindicatos. Domingos Fernandes sublinha que, pela primeira vez, um executivo mostrou disponibilidade para ouvir as principais reivindicações dos professores.

Senhor Presidente do CNE, preocupe-se com a divulgação do Estado da Educação 2021, pré-anunciado na página do CNE há muito tempo e que não vê a luz do dia. O Estudo também ajudará a demonstrar que a classe docente tem razão em todos os pontos que apresenta no seu caderno reivindicativo e, já agora, deveria ser obrigatória a "declaração de interesses" antes de comentar, como sinal de honestidade intelectual, ética e de transparência, para quem está condicionado como nomeado pelo PS para o CNE e, sobretudo, por ser o principal responsável do famoso e burocrático projeto Maia.

SPM arrasa aprendizagens essenciais da Matemática do Secundário

Em resposta ao Despacho publicado, na passada sexta-feira, dia  13, que homologou as Aprendizagens Essenciais da componente de currículo/disciplina de Matemática do Ensino Secundário inscrita na matriz curricular base dos Cursos Científico-Humanísticos e Ensino Profissional, a Sociedade Portuguesa de Matemática divulgou um parecer arrasador sobre o documento. 

O documento é omisso, vago, impreciso e desestruturado, indicia um grande retrocesso no ensino da matemática ao adotar, agora, para a Matemática A opções muito próximas, mas menos estruturadas do que as tomadas nos finais do século passado, algumas delas já amplamente criticadas desde os fins do século XX por se terem revelado nefastas no ensino da Matemática como, por exemplo, o uso intensivo de calculadoras ou de meios tecnológicos para formular conjeturas sem a devida validação por processos analíticos ;
...

“Disposições para facilitar e desburocratizar o dia a dia dos professores?” “Nada”!!!

Filipe do Paulo

Além das questões de carreira e salariais, o mal-estar docente resulta também da burocracia com que os professores se confrontam nas escolas e de ser uma profissão muito desgastante, pelo que a paz social só voltará às escolas quando os governos satisfizerem de forma plena e completa as reivindicações de todo o corpo docente.
...
Mais do que pedir pareceres à PGR, indiscutivelmente legítimos e porventura necessários, sobre a onda de contestação que se instalou no seio da profissão docente, importa que os governantes atentem que ela só é suscetível de ser estancada com o seu pleno e completo reconhecimento material e simbólico.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Info DGEEC – Boletim Informativo da DGEEC



O Info DGEEC, a publicar trimestralmente, disponibiliza informação sobre atividades, eventos, produtos e serviços que a DGEEC coloca ao dispor de toda a sociedade, com o objetivo de dar a conhecer a informação que desenvolve nas áreas da Educação, Ciência, Tecnologia e Sociedade da Informação e de promover a literacia estatística.

Aceda ao Info DGEEC N.º 1

Continuar a luta!


sábado, 14 de janeiro de 2023

Maioria dos portugueses ao lado dos professores

 Está solidário com a greve parcial por tempo indeterminado dos professores?

Sim, é compreensivo: 17064

77%

Não, os alunos saem prejudicados: 4407

20%

Não sei: 821

4%

Marco Bento - Juntos a pensar Educação!


Estamos no 2.º período do ano letivo 2022/2023, são 23 anos após o ano 2000. Na verdade e sob a égide do aluno, professor e escola do século XXI, mais de 20 anos dentro do denominado século da inovação, continuamos a tentar recuperar aprendizagens com velhos currículos, a tentar falar de escola digital com ausência de digital, a tentar flexibilizar o que não se compreende e acima de tudo, a tentar fazer escola sem recursos humanos em número e em presença motivada para a ação pedagógica.

Grita-se e implora-se junto da Escola uma normalidade utópica, patente cada vez mais que a quantidade de tempo letivo não é sinónimo da qualidade do mesmo, que manter os alunos e professores numa Escola a tempo inteiro, fechados de manhã à noite em espaços escolares, que necessitam de outra diversidade, de outra cultura e de outra visão, tornou-se penoso para todos os que “vivem” na Escola. Os professores evidenciam um claro cansaço, desmotivação e um pensamento alheado de uma escola que os deixou de valorizar há muito. É preciso ter a capacidade de olhar para uma classe docente envelhecida, com uma média de idades que se situa nos 55 anos, uma classe docente que omite depressões, burnout e uma enorme desmotivação profissional, muito pela desvalorização completa de uma profissão que é exigente. Esta não é uma profissão de trabalho entre as 9 e as 17 horas, mas é uma vocação com ligação emocional, sempre numa contínua preocupação e pensamento espácio-temporal com todos os alunos, com os currículos, com as avaliações e numa sobrecarga de burocracias.

A forma de agradecer a estes professores não pode ser com palmas, deve ser com ação concreta e não exigindo propostas de aumento do tempo letivo e mais burocracia, sabendo que o tempo de trabalho vai muito para além das horas reais com os alunos.

Os desafios da educação passam por maior e constante investimento nos recursos humanos e materiais, nas infraestruturas e tecnologias (digitais ou não), relembrando que a Educação não é um custo, porque os resultados são de longo prazo, que se traduzem em maior qualidade de vida num país. Outro desafio passa por compreender as desigualdades de oportunidades nas diversas regiões do país, tanto para os alunos, como para os professores, que sem apoio, lhes é exigido o mesmo resultado educativo, comprando-se com outros professores e outros alunos, tornando qualquer processo de avaliação injusto e seletivo pela negativa.

Talvez um dos maiores desafios passa por conseguir professores qualificados, desde o momento que uma sociedade consegue atrair jovens para uma profissão que necessita ser atrativa no seu processo de seleção, suporte, vinculação, mas também saber reter os professores qualificados, sob pena de perdermos a alta taxa de qualificação profissional que o país ainda tem. Torna-se essencial, de uma vez por todas, conseguir acompanhar as mudanças tecnológicas. A tecnologia avança rapidamente e a Educação precisa de acompanhar as mudanças sociais, inclusive, de as liderar, de forma a garantir que os alunos estejam preparados para o mundo do trabalho. Falta de tempo: Muitas vezes, os professores têm uma carga de trabalho pesada, incluindo a preparação de aulas, correção de trabalhos, participação em reuniões e atividades extracurriculares. Isso pode deixar pouco tempo para atividades pessoais ou para se atualizarem em sua área de atuação.

Naturalmente, que um professor, especialista da pedagogia enfrentar a falta de recursos, atualização profissional, limitação aos vínculos e pseudo-avaliações de carreira, baixa remuneração, quando comparada com outras profissões com formação semelhante, e baixo valor social, torna-se complexa a situação.

O tempo é de coragem e de reconhecimento real pela arte de ensinar e aprender ao longo da vida!
Marco Bento
Professor e Investigador na Escola Superior de Educação de Coimbra