sábado, 23 de maio de 2020

Nova ou Velha Educação? - A opinião de Roberto Carneiro

Nova ou Velha Educação?
Roberto Carneiro

Nem os jovens alunos querem reproduzir em suas casas o modelo escolar, nem o papel educador de pais se pode confundir com ministrar instrução, que apenas profissionais profissionalizados podem oferecer

Os nossos quotidianos, reduzidos a um confinamento inesperado e um isolamento social contranatura, levantam as maiores perplexidades no seio das famílias, novamente chamadas a ser o ator fundamental na consolidação das condições necessárias a uma eficaz contenção da propagação do coronavírus. Na realidade, o que se disse à população foi: recolha ao seu lar, deixe-se lá ficar quieto até que a pandemia passe; trabalhe de casa e ajude os filhos nas respetivas aulas que passarão a receber em computadores ou pela tv, ou seja, tecnologicamente mediadas.

Deste modo, instaurou-se um clima acentuadamente novo, diríamos mesmo um ambiente de inovação disruptiva (cf. C. Christensen, HBS). Os autores afamados desdobram-se em afirmações de que o mundo não voltará a ser como o de antes do período do COVID-19, uma vez que tudo está em mudança nas nossas vidas. O problema que nos ocupa – e preocupa – é o de como aproveitar a onda para pôr em causa um sistema social extremamente reativo a quaisquer inovações, nomeadamente aquelas que venham a exigir deslocações para fora de "zonas de conforto" por parte dos seus protagonistas que, cada qual à sua maneira, detêm algum poder parcelar sobre a empresa educacional.

Com efeito, a Educação organizada como sistema social, muda muito lentamente, caracterizando-se por ciclos longos que persistem, resistindo à mortalidade das reformas sucessivamente impostas por diktat central e raramente resultantes de inovações locais que sejam reconhecidas como positivas e escaláveis. Constatamos, assim, que os ajustamentos impostos por uma alteração radical de conjuntura, resumida no conceito de educação generalizada a distância, orientados no sentido de privilegiar questões verdadeiramente novas, e essenciais – aquelas que são suscetíveis de desencadear uma alteração paradigmática de fundo num modelo educativo que data, no mínimo, de há cerca duas centúrias –, se quedam manifestamente aquém do esperado.

Apontaremos, a este propósito, apenas três exemplos de um sentimento de acentuada frustração:

1. Vivemos uma oportunidade soberana de se repensar uma nova relação colaborativa entre pais e professores. Dito de outro modo, impor-se-ia perante os mega-desafios colocados pelo coronavírus o estabelecimento de um novo contrato social, envolvendo pais e professores na aposta decisiva de um diálogo fecundo e cooperante entre os dois grupos de educadores fundamentais dos jovens, a um tempo, filhos e alunos. Ora, o que se verifica é, tão só, grosso modo, uma transposição das aulas presenciais em sala de aula para aulas a distância na sala de jantar das famílias, esperando que os pais atuem como ajudantes dos professores na recepção e exploração das aulas por estes ministradas, através de programas informáticos importados apressadamente. Ora, nem os jovens alunos querem reproduzir em suas casas o modelo escolar, nem o papel educador de pais se pode confundir com ministrar instrução, que apenas profissionais profissionalizados podem oferecer, nem será o de partilhar conhecimentos que, muitas vezes não detêm ao nível do ensino especializado de matérias, os quais nem sequer lhes compete discutir. Acresce que, na sua grande maioria, eles nem têm a disponibilidade para o acompanhamento assíduo de filhos (aqui, acentuo o plural, onde o problema da disponibilidade parental mais se impõe, quando estão ambos os pais presentes, problema que é exponenciado no caso de crianças monoparentais lato sensu, que representam já cerca de 1/3 dos alunos no nosso país) assoberbados, eles próprios, com tarefas de adaptabilidade e de sobrevivência na crise pandémica e económica superveniente.

2. Num tempo de incerteza e de stress é evidente que são as populações mais jovens as atingidas, em força, pela instabilidade psíquica e por distúrbios emocionais acentuados. Neste particular, se tomarmos como certa a asserção de que nenhum estudo se pode desenvolver em condições tão adversas, e encontrando-se os próprios pais em "palpos de aranha" para explicar a filhos de tenra idade ou mesmo a pré e a adolescentes, as necessidades de confinamento, de supressão dos contactos com pares, de abolição de manifestações de afeto, e por aí fora, esperar-se-ia da parte dos educadores profissionalizados uma atenção especial a estas condicionantes de uma aprendizagem normal por parte dos seus alunos. Ora, onde estão as orientações para que os professores cuidem minimamente das condições de estabilidade psico-socio-emocional das crianças, do bem-estar dos seus formandos, ajudando pais manifestamente incapazes de sequer se aperceberem do problema vivido no seio das respetivas famílias, muito menos capazes de atuar em conformidade? Onde se encontram formuladas questões fundamentais a abordar no novo contexto educacional, tais como a superação de sentimentos negativos de ansiedade ou de medo, transmitindo às crianças e jovens um limiar mínimo de segurança e de confiança, ou a ajuda à percepção essencial de que a situação de crise será ultrapassada a prazo, mas que tal desenlace dependerá da adoção de comportamentos de proteção pessoal e de solidariedade perante os demais, passando pela explicação da necessidade de regras sanitárias mínimas ou mesmo pelo doseamento inteligente do acesso a equipamentos informáticos para jogos ou redes sociais vs. o tempo de acesso a essas máquinas para receberem aulas a distância e para estudo ou TPC, etc.?

3. Por último, sublinhamos que o momento que atualmente vivemos é altamente propício à superação do modelo educativo rotineiro do passado, assente numa diluição de características individuais em favor de uma personalidade grupal, que é cómoda à organização escolar ainda prevalecente. É decorrido mais de um século desde as teorias pedagógicas, ainda dominantes nos nossos sistemas educativos, de Thorndike, de que importa ensinar pela repetição e pela prática (drill and practice), ao invés de tudo o que a investigação pedagógica recente vem revelando (cf. Vygotsky e Bruner), designadamente quanto à necessidade de uma maior personalização das aprendizagens, assente numa despistagem aturada de estilos e de preferências diversas. evidenciáveis por cada aprendente. Dito de outro modo, estamos a perder a grande oportunidade de inovar nos métodos, aonde o sujeito se imponha ao objeto das aprendizagens, onde a pessoa prevaleça sobre o conhecimento e as competências que se pretende sejam adquiridos ou transmitidos, aproveitando-se para optar por modelos já consagrados por experiências de sucesso levadas a cabo, pontualmente, em Portugal, como noutros contextos educacionais, designadamente implementando os andaimes de ajuda à autoaprendizagem (scaffolding) ou a tutoria contingencial (contingency tutoring). Em resumo, uma mudança que privilegie o foco da aprendizagem ótima sobre a simples melhoria das práticas de ensino que são todavia, reconhecidamente, uma forte condicionante daquela.

Concluímos, apesar de tudo, com uma nota de esperança: a de que, apesar de toda a resistência à mudança ínsita nas estruturas fundamentais da Educação, será possível convocar o conjunto de boas vontades e de lideranças, capazes de encaminhar o país para um novo paradigma educativo, assente em pressupostos transformadores, radicalmente diversos dos do passado próximo. Mais direi, uma expectativa de que as transformações a introduzir aumentarão a inclusividade do sistema educativo numa sociedade ainda marcada por profundas discrepâncias socio-económico-culturais das suas populações, situação estrutural persistente entre nós, a qual exige uma alteração paradigmática da Educação, que ativamente combata a desigualdade ao invés de contribuir para o seu alargamento sistemático.

Portugueses, é a hora! Aceitamos todos o desafio?

sexta-feira, 22 de maio de 2020

Medidas de Prevenção e Controlo da COVID-19 em Estabelecimentos de Ensino

SAÚDE E ATIVIDADES DIÁRIAS 

Medidas de Prevenção e Controlo da COVID-19 em Estabelecimentos de Ensino

21 MAIO 2020 – VOLUME 3


O digital não é o fim, é o meio

Jorge Teixeira

É importante achatar a curva de novos infetados pela Covid-19, mas também me parece sensato que exista um aplanamento da curva na utilização das ferramentas digitais. O digital não é o fim, é o meio.

A vida e o trabalho dos professores têm sido afetados de várias formas, predominando, no entanto, mais as ruturas do que as continuidades. Nas últimas semanas, foram eles que tiveram de caminhar a uma velocidade supersónica para implementarem os planos de ensino a distância nas escolas. São os equipamentos e os recursos dos professores que permitem desenvolver estes planos, contribuindo para que o Ministério da Educação tenha a maior rede de escritórios do país.

Desde março que a velocidade de propagação do digital, na educação, tem sido superior à velocidade de propagação do coronavírus SARS-CoV-2. Antes, durante ou após a Covid-19, a escola deve, sobretudo, proporcionar uma boa formação de base e pôr os alunos a pensar. O mais importante não é o digital, mas utilizar estratégias que desenvolvam ao máximo as capacidades dos alunos de forma a participarem ativamente na vida pública (científica, política, económica, social e cultural). O digital não é o fim, é o meio. Assim sendo, o foco deve incidir sobre a criatividade, o “porquê das coisas” e o “para quê” do esforço em aprender, ou seja, uma escola que estimule os alunos a pensar, a refletir e a trabalhar o conhecimento e as competências, ao invés de apenas os testar e avaliar. Sem desenvolver as competências, deixa de ser possível aplicar o conhecimento, e, sem o conhecimento de base, as competências servem de pouco. Uma forma de desenvolver as capacidades dos alunos é através de metodologias ativas aplicadas a problemas concretos.

Portugal tem um espectro muito variado de professores. Considerando apenas dois eixos, eixo das metodologias e eixo da utilização do digital, podemos encontrar professores com vários perfis. Desde os que recorrem, na sua prática letiva, a metodologias mais centradas na transmissão de conhecimentos, com pouca ou nenhuma utilização do digital, até aos que usam metodologias ativas centradas no digital, passando pelos que utilizam o digital apenas para a transmissão de conhecimentos, ou os que usam metodologias ativas sem digital.

Um estudo publicado em outubro de 2019 mostra que, independentemente do meio de ensino, o determinante na aprendizagem dos alunos são as estratégias. Ora, nos projetos Clube do Ensino Experimental das Ciências e Centro de Recursos de Atividades laboratoriais Móveis, implementados em Chaves desde 2006 e 2019, em que o fator determinante também são as estratégias, os resultados do ensino a distância não diferem dos resultados do ensino presencial. Apesar do tripé de sustentação desses projetos ser a teoria/ experimentação/ computação, onde o digital emerge naturalmente e a metodologia utilizada é ativa, há a necessidade de utilizar a transmissão de conhecimentos.

Deste forma, a pandemia do digital durante a Covid-19 deve ser utilizada como oportunidade e não como oportunismo. Oportunidade para a comunidade escolar melhorar as competências digitais, as escolas adquirirem equipamentos ou utilizar os que têm de forma a adaptar o ensino à realidade dos alunos (para os quais o digital ocupa uma parte significativa do seu tempo) e saber retirar algumas lições para o futuro, ao nível das metodologias/ estratégias utilizadas. Que não haja, todavia, o oportunismo para criticar os professores e as escolas que fazem uma utilização pouco intensiva do digital. Há excelentes professores com estratégias low-tech e humanizantes na relação e proximidade com os alunos que mostram ser muito eficazes na aprendizagem. O caminho a seguir deve ser o da valorização de todos e da pluralidade de metodologias.

Tal como ocorreu a crise da Covid-19 também podem ocorrer outras crises. Uma das crises previstas está relacionada com as tempestades solares, com efeitos negativos na rede elétrica durante dias ou meses, com implicações no acesso ao digital — daí que não seja recomendável apostar tudo na tecnologia digital.

É importante achatar a curva do gráfico de novos infetados pela Covid-19, mas também me parece sensato que exista um aplanamento da curva na utilização das ferramentas digitais. Sendo fundamental dar tempo aos alunos para aprenderem a utilizar as ferramentas, para que não haja dispersão da atenção que desvia recursos cognitivos para as tarefas de aprendizagem.

Os alunos que desenvolveram projetos no Clube do Ensino Experimental das Ciências, em articulação com o ensino formal, foram questionados sobre o impacto dos projetos na sua vida. As respostas indicam que o digital foi importante para a motivação e para o desenvolvimento dos projetos, mas o mais importante foi a metodologia utilizada, o impacto na comunidade e a relação de proximidade entre todos os intervenientes. São, assim, os próprios alunos quem refere que o “digital não é o fim, é o meio”.

Orientações para a Reabertura da Educação Pré-Escolar

Em cumprimento das orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), estabelecem-se diretrizes para a reorganização do funcionamento de cada estabelecimento de educação pré-escolar.

Neste contexto, a organização do ambiente educativo deve ser repensada e planeada, tendo em conta a situação que vivemos e a especificidade de cada contexto, no respeito pelas Orientações Curriculares da Educação Pré-Escolar (OCEPE) e em consonância com as orientações emanadas da DGS. 

Orientações para a Reabertura da Educação Pré-Escolar


Orientações DGS:

Informação complementar sobre os exames nacionais de 2020

Atendendo à atual situação de emergência de saúde pública e ao conjunto de medidas excecionais e temporárias previstas no Decreto-Lei n.º 14-G/2020, de 13 de abril, para fazer face às consequências de natureza epidemiológica da doença COVID-19, o Instituto de Avaliação Educativa, I.P. (IAVE, I.P.), apresenta as soluções técnicas que visam dar resposta à realização de provas de avaliação externa e seu processo de classificação, garantindo aos candidatos as melhores condições de desempenho e de equidade na realização e na classificação das mesmas.

Consulte a informação complementar sobre os exames finais nacionais de 2020

Reserva de recrutamento n.º 31

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 31.ª Reserva de Recrutamento 2019/2020.


Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira, dia 25 de maio, até às 23:59 horas de terça-feira, dia 26 de maio de 2020 (hora de Portugal continental).

Consulte a Nota informativa

RR32 – 29 de maio de 2020

quinta-feira, 21 de maio de 2020

Formação Continua, Avaliação do Desempeno e Observação de Aulas: Perguntas Frequentes - Circular B20028014G

Foi publicado um conjunto de perguntas frequentes sobre a operacionalização das medidas excecionais e temporárias relativas à formação contínua, avaliação do desempenho docente e observação de aulas constantes na Circular B20028014G, de 14.04.2020.


Perguntas frequentes - Circular B20028014G

ADSE - Guias que o ajudam a pedir o reembolso 100% online

Atendendo a que já pode submeter o pedido de reembolso de forma totalmente desmaterializada (sem que seja necessário enviar os documentos físicos), foram atualizados e publicados, no portal da ADSE, os manuais de utilização da ADSE Direta, visando sistematizar a tramitação a adotar no momento de enviar o pedido online e proporcionar a melhor experiência possível aos Beneficiários e Entidades Empregadoras.

Não obstante o novo procedimento resultar muito prático e simples, estes são os suportes que o auxiliam nesta tarefa:



· Folheto informativo, sintetiza os três passos a dar para conseguir concretizar, com sucesso, a submissão do processo de reembolso.

Prorrogação da validade do cartão da ADSE de Beneficiários Descendentes

Nos termos do regime aprovado pelo Decreto-Lei nº 22/2020, de 16 de maio, os beneficiários familiares descendentes da ADSE, que perdem o direito à sua inscrição por limite de idade no período compreendido entre 2 de maio e 30 de outubro de 2020, podem manter os benefícios da ADSE até 30 de outubro de 2020, desde que cumulativamente:

· Reúnam os requisitos para a manutenção da inscrição. Ou seja, desde que se encontrem a frequentar curso do ensino de nível secundário ou equivalente ou superior, mestrado ou doutoramento e que não se encontrem abrangidos por regime de segurança social de inscrição obrigatória.

· Quando, por efeito da declaração do estado de emergência, tenham sido impossibilitados de obter esses benefícios, devendo para tanto declarar que, por aquele motivo, não conseguiram proceder à marcação dos atos médicos ou que estes foram desmarcados.

Para estes beneficiários, os cartões cuja validade tenha expirado a partir de 2 de maio de 2020 continuam a ser aceites como válidos até 30 de outubro de 2020.

Concurso Nacional de Jornais Escolares

Estão a decorrer as inscrições, até 31 de maio, para Concurso Nacional de Jornais Escolares, retomado este ano letivo pelo projeto PÚBLICO NA ESCOLA em parceria com o Ministério da Educação e com o apoio da Fundação Belmiro de Azevedo.

Podem concorrer os agrupamentos de escolas e os estabelecimentos de ensino dos três ciclos do ensino básico e do ensino secundário do continente, regiões autónomas e comunidades portuguesas no estrangeiro.

Mobilidade Estatutária 2020/2021

O processo de Mobilidade Estatutária do pessoal docente para ao ano escolar 2020/2021, decorrerá obrigatoriamente através da aplicação eletrónica a disponibilizar no portal da DGAE, de acordo com os prazos indicados.

Entre 22 de maio e 04 de junho, impreterivelmente
Submissão da(s) proposta(s) de mobilidade estatutária de docentes, nos termos previstos nos artigos 68.º alínea a) do Estatuto da Carreira Docente dos Educadores de Infância e dos Professores do Ensino Básico e Secundário

Entre 22 de maio e 05 de junho, impreterivelmente
Validação de dados e emissão de parecer sobre o(s) pedidos de mobilidade estatutária relativos a docentes providos/colocados na unidade orgânica que dirige

Salienta-se que os prazos que, agora, se divulgam terão de ser rigorosamente observados sob pena de não poderem ser consideradas propostas de mobilidade estatutária rececionadas de modo diferente do previsto.

As decisões referentes às propostas de mobilidade estatutária serão notificadas às entidades proponentes, aos docentes e às respetivas unidades orgânicas de colocação através de notificação eletrónica automática, nos termos previstos na alínea c) do n.º 1 do artigo 112.º do CPA.

Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco, Droga e outros Comportamentos Aditivos e Dependências / 2019

Apresentados os resultados preliminares do Estudo sobre o Consumo de Álcool, Tabaco, Drogas e outros Comportamentos Aditivos e Dependências – 2019 (ECATD-CAD), promovido pelo SICAD/Ministério da Saúde em articulação com a Direção Geral de Educação/Ministério da Educação.


Reprogramação da despesa relativa ao fornecimento de refeições

Publicada a resolução do Conselho de Ministros que  procede à reprogramação da despesa relativa ao fornecimento de refeições em refeitórios escolares

Merecíamos muito melhor!

As prioridades do ME: os exames e as notas!





Com Vídeo da Entrevista

Com Vídeo da Entrevista 

quarta-feira, 20 de maio de 2020

Publicação de lista – Equiparação a bolseiro – Ano letivo de 2020-2021

Listagem dos docentes a quem foi autorizada Equiparação a Bolseiro para o ano escolar de 2020/2021.


Lista Nominal de Equiparação a Bolseiro para o ano escolar de 2020/2021

IEFP - Prorrogação da suspensão das atividades formativas presenciais

Publicado o Despacho que determina a prorrogação da suspensão de ações de formação presenciais, no âmbito da pandemia da doença COVID-19, entre o dia 1 e o dia 17 de maio de 2020

Trabalho, Solidariedade e Segurança Social - Gabinete do Secretário de Estado Adjunto, do Trabalho e da Formação Profissional

FAQ’s - Decreto-Lei n.º 20-H/2020, de 14 de maio

Encontram-se disponíveis nesta página, no separador FAQ, diversas FAQ’s no âmbito do Decreto-Lei n.º 14-G/2020, de 13 de abril, na redação introduzida pelo Decreto-Lei n.º 20-H/2020, de 14 de maio.

O Decreto-Lei n.º 20-H/2020, de 14 de maio, publicado no Diário da República n.º 94/2020, 2.º Suplemento, Série I, de 14 de maio, estabelece medidas excecionais de organização e funcionamento das atividades educativas e formativas, no âmbito da pandemia da doença COVID-19.

Aceda às FAQ’s no âmbito do Decreto-Lei n.º 14-G/2020 (FAQ’s 41 a 49).

FAQ’s - Decreto-Lei n.º 20-H/2020

Suspensa a adoção novos de Manuais Escolares

De acordo com o Anexo I ao Despacho n.º 4947-B/2019, de 16 de maio de 2019, publicado no Diário da República, 2.ª Série, n.º 94, foi suspensa a adoção de manuais escolares, designadamente:

No ano de 2020, com efeitos a partir do ano letivo de 2020/2021, é suspenso o procedimento de adoção de novos manuais escolares:
· Na disciplina de Inglês do 8.º ano de escolaridade do 3.º Ciclo do Ensino Básico;
· Em todas as disciplinas do 9.º ano de escolaridade do 3.º Ciclo do Ensino Básico;
· Em todas as disciplinas do 10.º ano de escolaridade dos cursos científico-humanísticos do Ensino Secundário.

Assim, foi prorrogado o período de vigência dos manuais escolares no ano de 2020, com efeitos a partir do ano letivo de 2020/2021, dos manuais escolares das seguintes disciplinas e anos de escolaridade:

· Na disciplina de Inglês do 8.º ano de escolaridade do 3.º Ciclo do Ensino Básico;
· Em todas as disciplinas do 9.º ano de escolaridade do 3.º Ciclo do Ensino Básico;
· Em todas as disciplinas do 10.º ano de escolaridade dos cursos científico-humanísticos do Ensino Secundário.

Registo da estimativa do número de alunos para o ano letivo de 2020/2021
O período de registo da estimativa do número de alunos, para o ano letivo de 2020/2021, a realizar por cada escola do agrupamento ou escola não agrupada decorre entre os dias 1 e 29 de junho de 2020.

Orientações para os estabelecimentos de ensino quanto à medição da temperatura corporal dos alunos

Orientações para os estabelecimentos de ensino

A CNPD emitiu orientações para os estabelecimentos de ensino quanto à medição da temperatura corporal dos alunos, no âmbito do regresso às aulas e a outras atividades letivas presenciais, independentemente do nível de ensino. A CNPD pretende sensibilizar os responsáveis pelo tratamento de dados para a aplicação correta do quadro legal vigente, relembrando também as diretrizes da Direção-Geral de Saúde neste contexto.

Orientações sobre recolha dos dados de saúde dos alunos 

CNPD

Manual de Apoio a Creches e Jardins de Infância em contexto de COVID 19

O presente manual tem como principal objetivo orientar os profissionais destas instituições de educação infantil nos novos procedimentos em contexto da pandemia COVID-19, nas Creches e Jardins de Infância de Braga.



Este manual, de acordo com o que é possível verificar,  não teve a participação de alguém dedicado a esta área do saber, não tem qualquer referência ao desenvolvimento do trabalho dos melhores especialistas em Educação de Infância, os Educadores ou Educadoras, e  funcionaliza o trabalho específico destes docentes. 

Direção-Geral da Saúde publica orientação para os transportes públicos

A Direção-Geral da Saúde (DGS) publicou hoje uma orientação com os procedimentos a adotar nos transportes públicos, como autocarros, metros, comboios e táxis, em contexto de pandemia de COVID-19.


terça-feira, 19 de maio de 2020

Aos 13 anos as raparigas (14%) gostam mais da escola do que os rapazes (10%)

O HBSC/OMS (Health Behaviour in School-aged Children) é um estudo realizado em colaboração com a Organização Mundial de Saúde, que conta com a participação de 44 países. Em Portugal (http://www.hbsc.org/membership/countries/portugal.html), o primeiro estudo foi realizado em 1998, seguindo-se os de 2002, 2006, 2010, 2014 e 2018 (Matos, et al., 2000-2018, disponíveis em: www.aventurasocial.com). De acordo com o protocolo de aplicação do questionário Health Behaviour in School-aged Children (HBSC), na recolha de dados utilizou-se o “cluster sampling”, onde o “cluster”, ou a unidade de análise foi a turma. Foram aplicados questionários via online em 42 agrupamentos de escolas do ensino regular de todo o país continental (5 regiões escolares), num total de 387 turmas. A amostra é representativa para os anos de escolaridade em estudo. Responderam 6997 jovens, do 6º (36%), do 8º (39,5%) e do 10º (24,5%) ano de escolaridade, dos quais 51,7% do género feminino, com uma média de idade de 13,73 (DP=1,82). O estudo pretende estudar os estilos de vida dos adolescentes em idade escolar nos seus contextos de vida, em áreas como: apoio familiar, escola, saúde, bem-estar, sono, sexualidade, alimentação, lazer, sedentarismo, consumo de substâncias, violência e migrações. Esta folha informativa é sobre escola e refere-se aos resultados do estudo HBSC 2018. 
(Página 15 e seguintes do pdf)


HBSC - Dados Internacionais 2018
Lançamento do relatório Health Behavior in School-Children (HBSC/OMS), com as principais conclusões sobre a saúde e bem-estar dos adolescentes dos 45 países que participaram no estudo de 2018.



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Portugal entre os piores. Aos 15 anos, só 10% dos alunos gostam muito da escola

Público

Grande estudo sobre a adolescência, que se repete a cada quatro anos, destaca Portugal pelo “fraco gosto” pela escola e pelo pouco exercício físico dos alunos. A nível internacional, a OMS alerta também para o agravamento de alguns sintomas relacionados com a saúde mental.

Proteção de Dados no Ensino à Distância

Webinars DGE - Segurança no Ensino a Distância
Convidado: Vítor Bernardo
Especialista em proteção de dados e segurança da informação. Colaborador da Comissão Nacional de Proteção de dados.

Validação da Reclamação das Candidaturas

Validação da reclamação dos dados constantes das listas provisórias e dos verbetes individuais dos candidatos (3.ª validação)

Aplicação eletrónica disponível entre o dia 19 de maio e as 18:00 horas de dia 21 de maio de 2020 (hora de Portugal continental), para efetuar a validação da reclamação das candidaturas ao Concurso Externo.

Nota informativa

Publicada hoje uma resolução urgente aprovada há seis meses no Parlamento!?!?

Publicada mais uma resolução, aprovada em 12 de dezembro mas só agora publicada,  que recomenda ao Governo que proceda à elaboração urgente de um plano para a retirada de todo o material com amianto das escolas públicas

Resolução da Assembleia da República n.º 25/2020 - Diário da República n.º 97/2020, Série I de 2020-05-19


A Assembleia da República resolve, nos termos do n.º 5 do artigo 166.º da Constituição, recomendar ao Governo que proceda:
1 - À elaboração urgente de uma lista das escolas públicas que contêm material com amianto.
2 - À calendarização das intervenções para a remoção do amianto e respetiva estimativa orçamental anual.
Aprovada em 12 de dezembro de 2019.
O Presidente da Assembleia da República, Eduardo Ferro Rodrigues.

Sim, estamos mais infelizes nas escolas!

COVID-19 | Dia 62 – Um estudo pela manhã
Paulo Guinote

Sim, estamos mais infelizes nas escolas e é bom que os alunos o digam, porque aos professores ninguém toma a sério.

O dia começa com a divulgação pública de um estudo da O.M.S., essa mesma que tem estado em todos os noticiários por causa da pandemia e das teimosias entre Trump e a China. De acordo com o dito, os nossos jovens com 15 anos são, ao que parece, dos que menos gostam da escola, ficando em 38% lugar (entre 45) na tabela da satisfação neste aspecto. O valor de 9,5%, obtido a partir de alguns milhares de inquéritos realizados em 2018, é uma queda muito acentuada em relação aos 29% (2.º lugar) verificados em 1998.

Estes dados, entre outros de sinal diverso (os nossos jovens tomam mais e melhores pequenos-almoços e comem mais fruta do que a média, mas queixam-se, em especial as raparigas, de uma maior sensação de infelicidade), abrem o campo para muitas interpretações, conforme o ponto de partida que tomemos.

Antevejo já alguns especialistas e governantes do nosso panorama mediático a compreenderem os dados e a postularem, com enorme assertividade, que esta aparente desafeição prova que a “escola” necessita do tão repetido e anunciado “novo paradigma”, para se “adaptar aos novos tempos”. É a visão que olha apenas para o presente e de modo estático para o ponto de chegada de uma evolução.

Pessoalmente, prefiro analisar – deve ser defeito nascido da formação histórica – o sentido da tendência de médio prazo e verificar que os alunos foram ficando menos satisfeitos com a escola entre 1998 e 2018, período durante o qual testemunhámos inúmeras reformas, remendos e enxertos desde o currículo à avaliação, sempre com a alegada intenção de melhorar a Educação e a vida nas escolas na perspectiva dos alunos. Foi o período em que, com pequenas excepções, o discurso e a prática tornaram os alunos como o centro das suas preocupações e das medidas tomadas. É um período durante o qual, ao que parece, os objectivos proclamados ficaram muito longe de ser alcançados. Tanta reforma, tanta legislação, tanto decreto, portaria e despacho em nome dos alunos e eles passaram a gostar muito menos da escola.

Seria interessante que aqueles governantes, pretéritos ou presentes, que tanto surgem a reclamar responsabilidade pelos sucessos quando os resultados nos PISA sobem, não desaparecessem agora, como se nada fosse com eles. E não esqueçamos que os dados são relativos a 2018, quando tanta coisa alegadamente maravilhosa já tinha sido feita, de acordo com a narrativa oficial, em prol dos alunos.

No meu caso, enquanto professor muito crítico de grande parte das medidas tomadas durante esses 20 anos, compreendo os alunos. Também eu fiquei muito mais infeliz na escola ao longo destes 20 anos, mesmo de em 1998 ainda era precário contratado, colocado entre Outubro e Novembro, e agora sou, de acordo com alguns padrões, um “privilegiado” professor dos “quadros”. Só que o nível de satisfação com o espaço de trabalho comum a alunos e professores tem muito mais dimensões que, infelizmente, os decisores políticos colocam depois das suas preconceituosas crenças ideológicas.

Sim, estamos mais infelizes nas escolas e é bom que os alunos o digam, porque aos professores ninguém toma a sério.