sábado, 15 de dezembro de 2018

Tomada de posição a incluir nas atas das reuniões de Conselhos de Turma de Avaliação

Vão começar as reuniões de Conselho de Turma e de Conselho de Docentes de final do 1.º período.
VAMOS APROVEITAR PARA TOMAR POSIÇÃO, EM NOME DA QUALIDADE DE ENSINO E DE UMA AVALIAÇÃO JUSTA! 

APELA-SE AOS PROFESSORES QUE DEIXEM EM ATA A SUA OPOSIÇÃO À DECISÃO DA ALTERAÇÃO LEGISLATIVA IMPOSTA AO FUNCIONAMENTO DOS CONSELHOS DE TURMA E/OU DE DOCENTES  DE AVALIAÇÃO


POSSÍVEL TOMADA DE POSIÇÃO:

« Sendo esta reunião a primeira que se realiza após a alteração do regime de funcionamento dos conselhos de turma de avaliação, sujeitando-os às regras de quórum previstas no Código do Procedimento Administrativo (Portarias 223-A/2018 e 226-A/2018, de 3 e 7 de agosto, respetivamente), os professores presentes entendem deixar expresso o seu repúdio pela referida alteração, por considerarem que a mesma desvirtua a natureza pedagógica da avaliação. A revogação de uma tal decisão assume-se, assim, como essencial, não apenas por respeito pela profissionalidade docente, mas também para que os interesses dos alunos possam ser devidamente salvaguardados. »

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Nova edição do livro Gestão Curricular publicado em 1999

Nova edição do livro Gestão Curricular – Para a Autonomia das Escolas e dos Professores

Gestão Curricular – Para a Autonomia das Escolas e dos Professores


"O presente texto resulta de uma adaptação, agora em coautoria e integrando desenvolvimentos mais recentes, de uma publicação de Roldão (1999) editada pelo então DEB, Departamento do Ensino Básico, como apoio às escolas envolvidas no processo de flexibilização curricular iniciado em 1996 e que assumiu forma legal no Decreto-Lei 6/2001, de 18 de janeiro."

NOESIS do mês de dezembro

Já está disponível o Boletim mensal da DGE


"Os professores, e não só, não exigem retroactivos, mas fartam-se de pagar retroactivamente"


Os professores são sensatos. Nunca exigiram retroactivos (mais de 8 mil milhões de euros) e até a recuperação do tempo de serviço (600 milhões nas contas inflacionadas) admitiu um faseamento. Os professores, e não só, não exigem retroactivos, mas fartam-se de pagar retroactivamente. Explico-me.
O crescimento económico não é a "maré enchente que subirá todos os barcos" porque a riqueza acumulada numa minoria não é taxada, nem redistribuída, e acentua as desigualdades. Os governos não têm força para contrariar o neoliberalismo vigente; e há os que o promovem. A história da distribuição da riqueza é política. Não se reduz a mecanismos puramente económicos. Lê-se em dois clássicos: "Riqueza das Nações" de Adam Smith e "O capital no século XXI" de Thomas Piketti. A economia não é independente da filosofia moral e política e tem na actualidade uma agravante: "Quanto mais os mercados invadem esferas não económicas da vida, mais se vêem enredados em questões morais.(...)".
A história recente inscreve o triunfo do liberalismo de Milton Friedman (fora de KeynesAdam Smith ou Stuart Mill), que derivou para um neoliberalismo branqueador de poderes não eleitos e que não prestam contas. A desregulação dos impostos (década de 90 do século XX), inspirada na visão optimista de que os grandes financeiros exerciam melhor a responsabilidade social do que os estados, "deslegitimou-se". O capital em offshores não tem fim e só a crise de 2008 - e os processos "leaks" -, fez tremer a predação. O que resta aos governos? Taxar, com impostos directos e indirectos, e gerar uma imprevisível revolta. As classes médias fartam-se de pagar a "impagável" dívida e os juros que "consomem" os orçamentos dos estados.
O norte-americano Joseph Stiglitz, Nobel da economia (2001), foi taxativo em 2009: há uma luta de classes derivada da corrupção ao estilo da pátria do neoliberalismo (a sua). Se a conjugarmos com o sistemático "varrer para debaixo do tapete das pequenas e das grandes corrupções", temos a explicação para a perigosa crise das democracias ocidentais.
Afinal, a verdade é como no desenho do Quino: os professores, e não só, não estão na fila para receber retroactivos e reconhecem a fila a quem se fartam de pagar retroactivamente.

Desenho do Quino, em "Não me grite" da série "Humor com humor se paga".

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

3 em linha - As medidas apresentadas pelo Governo

3 em linha - Programa para a Conciliação da Vida Profissional, Pessoal e Familiar 2018-2019

O Programa 3 em Linha tem como objetivo promover um maior equilíbrio entre a vida profissional, pessoal e familiar, como condição para uma efetiva igualdade entre homens e mulheres e para uma cidadania plena, que permita a realização de escolhas livres em todas as esferas da vida. A importância desse equilíbrio é reconhecida no Pilar Europeu dos Direitos Sociais como uma das condições justas de trabalho.

O programa visa melhorar o índice de bem-estar, no indicador "Balanço vida-trabalho" (INE), que tem vindo a decrescer desde 2011. 

Conciliar melhor a vida profissional, pessoal e familiar favorece a diminuição do absentismo, o aumento da produtividade e a retenção de talento, contribuindo, também, para a sustentabilidade
demográfica.

Trata-se de uma mudança cultural que exige convocar toda a sociedade e assumir um compromisso coletivo com medidas de impacto a curto, médio e longo prazo. Este programa representa, por isso, um esforço conjunto do Governo, de empresas públicas e privadas, e de entidades da Administração Pública central e local.

Aqui fica o documento do Governo na íntegra; 

3 em linha - Programa para a Conciliação da Vida Profissional, Pessoal e Familiar 2018-2019


Alguns exemplos de mediadas apresentadas:

Medida 7 - O primeiro dia de escola 
Prever o direito à dispensa, até três horas, para acompanhamento de menor, até 12 anos, no primeiro dia do ano letivo (a iniciar em 2019-2020). Esta dispensa não determina a perda de quaisquer direitos e é considerada como prestação efetiva de trabalho.

Medida 14 - Cuidado
Apoiar o investimento em equipamentos sociais tendo em vista: 
— Reforçar a cobertura das respostas para crianças até aos 3 anos nas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto, tendo em conta designadamente os movimentos pendulares de/para o local de trabalho. 
— Alargar a rede de serviços e equipamentos sociais dirigidos às pessoas com dependência e/ou deficiência, valorizando as candidaturas que visem a adaptação de equipamentos vazios. 
Promover o sistema de certificação e formação de amas.

Medida 15 - Pré-escolar
Alcançar a universalidade da educação pré-escolar dos 3 aos 5 anos de idade (fazer o diagnóstico nos diferentes territórios e alargar a oferta nos locais onde subsistem carências, tanto através da rede pública como da rede social e solidária).

Medida 16 - Educação a tempo inteiro
Melhorar a efetividade do Programa Escola a Tempo Inteiro, através do desenvolvimento de uma experiência-piloto em 5 territórios, assegurando que alunos/as do 2.º ciclo têm uma oferta educativa diversificada, de caráter voluntário, que permita completar o seu horário de atividade, semanalmente, entre as 9h00 e as 17h30.

Ser professor

A vida pela educação

João André Costa 

Ser professor é moldar vidas e deixar uma marca, é brincar e nunca abandonar a infância e a juventude, mas também responsabilizar, motivar e acreditar com todas as forças no outro enquanto lhe dizemos mil vezes baixinho ao ouvido “És capaz!”.

Sou professor e a melhor parte de ser professor é continuar a ser professor depois da escola, depois das aulas, ao fim do dia e do período de trabalho sem nunca deixar de aprender, sem nunca deixar de ensinar.

O que é ensinar? Passar aos outros? Dizer aos outros? Não. Ensinar é perguntar, e ao perguntar levar o aluno a descobrir, a desbravar, a sair da sua zona de conforto e a aceitar o desafio de compreender e aceitar o desconhecido, sem medo, todo ele curiosidade. E ver a surpresa no olhar da criança quando grita “Já sei!” e um arrepio me corre a espinha. 

Mas mais que isso, ensinar é levar o aluno a descobrir a felicidade, e a felicidade é individual. Se para uns gira em torno de uma pirueta, para outros está na ponta de uma pipeta, cabendo ao professor providenciar não apenas a experiência mas o entusiasmo de experimentar, o capitão de um navio cheio de marinheiros prontos para a melhor das aventuras: a aventura do saber.
Ser professor é moldar vidas e deixar uma marca, é brincar e nunca abandonar a infância e a juventude, mas também responsabilizar, motivar e acreditar com todas as forças no outro enquanto lhe dizemos mil vezes baixinho ao ouvido “És capaz!”.
Ser professor é estar sempre presente, não abandonar o barco e ir ao fundo se preciso for. Ser professor é viver e admitir os erros diante dos alunos, porque falhar também faz parte e eu ainda tenho muito para aprender.

Mas ser professor também é poder exercer, poder ensinar, e viver em função disso. Fazer o que se gosta e ainda ser pago por isso. Haverá melhor?

E, ao mesmo tempo, não ter vergonha de ser professor. Pelo menos cá fora, que em Portugal sou um coitado, sempre precário, ora desempregado, ora de mala às costas e às vezes as duas coisas, sem ter de viver da eterna e contínua caridade familiar, envergonhado, como se ensinar fosse um crime quando criminosa é esta eterna incerteza de quem quer apenas trabalhar.

Cá fora, ao contrário, da última vez que saímos à rua fomos mais de 500 mil. Ser professor é fazer parte de uma força e uma voz, é sentar-me nos transportes e nos cafés e ouvir outros professores falar sobre a paixão, e na paixão, pela educação, os alunos, o currículo, as conquistas, as vitórias, e reconhecer-me como parte de um momento e um movimento, não mais isolado ou rejeitado, agora num todo, finalmente aceite, mais que isso, incentivado. 

Vivemos o ensino, respiramos o ensino, morremos no ensino e pelo ensino. Ser professor é um modo de vida, uma escolha e uma vez professor, sempre professor. Não é uma paixão, é a razão da nossa existência e por isso não paramos, não desistimos ou esquecemos, um dia a seguir ao outro, até que a morte nos separe.

Sindicatos requerem negociação suplementar para entregar proposta conjunta de recuperação do tempo de serviço

Organizações sindicais de docentes decidiram requerer a negociação suplementar sobre a recomposição da carreira docente


O governo, através de convocatória enviada pelo Ministério da Educação em 4 de dezembro, p.p., decidiu abrir um processo negocial sobre a recomposição da carreira docente, tendo, para esse efeito, marcado uma reunião para o dia seguinte. 

Essa reunião, obviamente, não decorreu de qualquer nova obrigação legal imposta pela Assembleia da República, pois a lei que o determinará – Lei do Orçamento do Estado para 2019 – ainda aguarda promulgação e, caso o Senhor Presidente da República decida promulgá-la, apenas vigorará a partir do próximo dia 1 de janeiro. Como tal, este novo processo negocial só poderá enquadrar-se na necessidade de o governo satisfazer o disposto no artigo 19.º da Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro (Lei do Orçamento do Estado de 2018), não podendo substituir, por antecipação, um novo processo negocial que terá de decorrer ao abrigo de um quadro legal que só entrará em vigor no próximo ano. 

Na reunião realizada em 5 de dezembro não surgiu qualquer acordo, pois o governo limitou-se a repetir a proposta já antes apresentada e aprovada em Conselho de Ministros em 4 de outubro. Como tal, as organizações sindicais subscritoras, face ao desacordo verificado, requereram a realização de negociação suplementar relativa ao processo de recomposição da carreira, deixando claro que tal negociação se refere à satisfação da obrigação legal imposta pela Lei do OE de 2018. 

Na reunião que vier a ser marcada (a marcação é obrigatória), as organizações sindicais de docentes entregarão ao governo uma proposta conjunta de recuperação do tempo de serviço


Lisboa, 12 de dezembro de 2018

quarta-feira, 12 de dezembro de 2018

Não somos todos Educadores e Professores do mesmo país?

Tolerância de ponto a 24 e 31 de dezembro


O Governo decidiu conceder tolerância de ponto nos dias 24 e 31 de dezembro aos trabalhadores que exercem funções públicas no Estado, de acordo com um despacho assinado pelo primeiro-ministro.

Presidência do Conselho de Ministros - Gabinete do Primeiro-Ministro


Santana Castilho e "mais um inefável relatório da OCDE"

Mais um inefável relatório da OCDE

Santana Castilho

Só ingénuos não divisam as encomendas que subjazem a este tipo de relatórios. Só ingénuos acreditam que mudam as práticas mantendo os protagonistas e a cultura.

A análise feita na imprensa sobre o Reviews of School Resouces. Portugal 2018, o último relatório da OCDE, fornece, mais uma vez, uma subliminar informação desfavorável aos professores, assente nos seguintes tópicos:

- Retoma do discurso segundo o qual os professores estão bem pagos (a OCDE foi, há meses, confrontada com a discrepância entre registos estatísticos abstractos e a situação concreta, mas não aproveitou este novo documento para se corrigir, favorecendo, assim, o Governo na corrente disputa com os sindicatos). 

- Tese segundo a qual directores e professores manipulam as necessidades educativas dos alunos para reduzir o tamanho das turmas (tese que apoia os esforços do Governo para impor políticas prioritariamente centradas na redução dos custos).

- Lamento por a descentralização (leia-se municipalização) não ter ido mais longe, designadamente acolhendo a contratação e colocação do pessoal docente e a atribuição aos municípios da responsabilidade por todos os assuntos operacionais (tão a propósito para a redução da autonomia das escolas e para a visão do Governo sobre a matéria). 

Para tornar mais credíveis estas encomendas, o óbvio acabou igualmente por ser contemplado no relatório: a OCDE recomendou a aposentação antecipada dos professores, sem penalizações, como forma de promover o rejuvenescimento da classe. E para ajudar a compreender a tessitura entre a OCDE e o Governo, permito-me um pequeno exercício de memória:

- Em Janeiro de 2009, no CCB, Sócrates recebeu, duma conceituada perita da OCDE, um entusiástico “bravo”, a premiar as suas políticas. Decorria a apresentação de um relatório que o então primeiro-ministro disse ser da OCDE, o que lhe valeu o qualificativo de mentiroso porque o relatório não era da OCDE. Sócrates apenas aproveitou uma promiscuidade que virou padrão (recorde-se, por exemplo, que o actual secretário de Estado João Costa é consultor do projecto da OCDE Future of Education and Skills 2030): os mesmos peritos, funcionários da OCDE, actuam como consultores independentes, quando lhes encomendam relatórios principescamente pagos. Na altura, tratou-se de um, feito com base em seis dias frenéticos de permanência em Portugal, durante os quais ouviram 58 pessoas (indicadas pelo Governo), participaram em 14 reuniões (preparadas pelo Governo) e visitaram 10 escolas (escolhidas pelo Governo). Que se esperaria, senão um “bravo”, de peritos que se prestaram a legitimar políticas com modelos de análise tão rigorosamente “independentes”?

- A 9.2.18, Andreas Schleicher, director para a Educação da OCDE, foi o animador convidado pelo Governo para encerrar a romaria das loas à flexibilização curricular e ao perfil do aluno do século XXI. Dias antes, a festa tinha começado com duas autoridades nacionais em matéria de Educação: Catarina Furtado e Fernando Santos. Como convinha aos anfitriões, sem ter falado com os docentes portugueses nem deles ter procuração, Schleicher disse que o novo modelo da flexibilidade curricular é a forma como os professores gostariam de dar as suas aulas. Como convinha aos anfitriões, sem ter posto o pé nas salas de aula cá do burgo, teve o atrevimento de falar de uma tensão nelas existente, que a flexibilidade ia resolver. Como convinha aos anfitriões, aplaudiu, no acto, as demonstrações de algumas “aprendizagens significativas”: leitura de rótulos de embalagens e interpretação das razões da ascensão dos balões de S. João. Esta coreografia sucedeu ao relatório da OCDE sobre o Projecto de Autonomia e Flexibilidade Curricular, necessário para credibilizar a generalização de uma experiência que recuperou metodologias falhadas no passado e que, por isso, continuam a não convencer. A suposta componente empírica do relatório foi construída sobre um reduzido número de visitas a escolas dos arredores de Lisboa e a fundamentação teórica retomou as orientações doutrinárias da OCDE sobre a matéria. 

Só ingénuos não divisam as encomendas que subjazem a este tipo de relatórios. Só ingénuos acreditam que mudam as práticas mantendo os protagonistas e a cultura. 

Financiamento de produtos de apoio para 2018? Em dezembro?

Publicado, em suplemento ao Diário da República de hoje, o Despacho que determina a verba global de EUR 14.900.000,00, afeta ao financiamento dos produtos de apoio (dispositivos, equipamentos ou sistemas técnicos de produção especializada ou disponível no mercado destinados a prevenir, compensar, atenuar ou neutralizar limitações na atividade ou as restrições na participação das pessoas com deficiência), durante o ano de 2018, disponibilizada pelos Ministérios da Educação, do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Saúde

Finanças, Educação, Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e Saúde - Gabinetes dos Ministros das Finanças, da Educação e do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e da Ministra da Saúde

Um país com elevados indicadores de desigualdade, pobreza e exclusão social


Com base na recente publicação dos principais indicadores de desigualdade, pobreza e exclusão social pelo INE, o site Portugal Desigual foi actualizado. Aqui encontra uma leitura sobre a evolução das condições de vida da população.

A recente publicação pelo INE dos principais indicadores de desigualdade, pobreza e exclusão social obtidos a partir do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento realizado em 2018, e que incidiu sobre os rendimentos auferidos pelas famílias em 2017, permite uma leitura actualizada sobre a evolução das condições de vida da população e a identificação dos principais factores de vulnerabilidade social no nosso país.

Portugal Desigual

Carta Aberta ao Ministro da Educação

Carta Aberta ao Senhor Ministro da Educação: O que a ANPRI pretende ouvir no Fórum do Incode 2030

Ex.mo Senhor Ministro da Educação

Vimos por este meio dar-lhe conta do nosso sentir quando lemos o programa da 2ª Conferência do Fórum Permanente para as Competências Digitais e analisamos a notícia do expresso “Governo anuncia programa de €23 milhões para dar competências digitais à população”[1] . Veio-nos à memória a sua definição de “escola alfaiate”, neste caso com muito remendos para cobrir.

Assim, a ANPRI pretende ouvir nesta 2º conferência soluções para o seguinte: 

A Internet nas escolas está a funcionar a dois tempos “lenta” ou “parada”, precisam-se soluções. Pretendemos saber se neste “pacote” de 23 milhões está incluída a renovação das estruturas das redes e internet nas escolas.

A maior parte dos equipamentos das escolas têm mais de 10 anos. Necessidade, amplamente, difundida, quer em relatórios oficiais como o “Estado da educação 2017”[2], quer, também, em dezenas de notícias, entre as quais referimos um exemplo “Plano as escolas do futuro?”[3]. Assim, pretendemos saber, se vai ser disponibilizado algum equipamento às escolas para que sejam criadas condições para que as Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), quer enquanto disciplina, quer como meio para a integração transversal nas várias áreas do saber possam ser usadas condignamente, por alunos e professores.

Verificamos, ainda, que segundo o artigo do jornal Expresso vão ser disponibilizados seis milhões de euros para o programa “Computação na Escola” para o 1º ciclo. Muito bem, mas, então o 2º ciclo, o 3º ciclo e ensino secundário? Porque não têm, estes alunos, o mesmo direito.

Pretendemos ouvir, também, se a disciplina de TIC vai ter o tempo adequado para que os alunos, futuros profissionais, desenvolvam as competências digitais, no tempo certo, de modo que não seja necessário gastar quatro milhões de euros em programas de requalificação, consecutivamente. Isto, porque já não é o primeiro e dificilmente será o último.

Tendo em conta, que na disciplina de TIC, no 6º ano consta a AE “Utilizar ambientes de programação para interagir com robots e outros artefactos tangíveis”. Vai haver financiamento para adquirir os artefactos tangíveis necessários para a lecionar?

Será desta que vai ser criada uma disciplina de tecnologias, para todos os alunos, no ensino secundário? Esta, sim permitia aos alunos aprofundar as competências digitais, mas, também, sensibilizar e preparar melhor os alunos que seguem percursos escolares nas áreas das engenharias.

Quanto aos clubes de programação e robótica. Sabe, Senhor Ministro, alguns estiveram no pavilhão do conhecimento no dia 7 de dezembro, no qual foram anunciados 2 milhões para os Clubes Ciência Viva. Outros estarão neste fórum. São um orgulho. Certo!

Agora é necessário que sejam incluídos no projeto de Clubes Ciência Viva para que também possam beneficiar dos 2 milhões previstos.

Verificamos, ainda, que o painel que V.ª Ex.ª vai moderar é composto por alunos provenientes de projeto de sucesso. Alguns, projetos que existem há muitos anos, cujo sucesso depende, também, da equipa de professores que os lideram. Contudo, mais uma vez, estes não tiveram lugar ao lado dos alunos, neste palco. Mas o grande desafio que lhe colocamos é que organize um painel com os alunos com um percurso de participações disciplinares e casos em risco de abandono escolar. Ajude-nos a resolver estes problemas.

Por fim, indo agora para as metodologias ativas, fala-se, agora, de BYOD (Bring your own device). Não é que os professores portugueses são, mesmo, muito avançados. Repare-se que há anos, que usam os seus próprios devices, na escola.

Então, parece que puxamos para cima, puxamos para baixo, segundo as histórias de encantar, podemos dizer que o “Rei vai nu”, perdão a escola. Os retalhos são curtos e nem sempre aplicados no sítio certo.

Com os nossos melhores cumprimentos,
Barreiro, 10 de dezembro de 2018

A Direção da ANPRI

terça-feira, 11 de dezembro de 2018

O que vai mudar nas aposentações e nas reformas

Governo cria “idade pessoal da reforma” e permite saída antes dos 65 anos



Lei vai permitir que os trabalhadores com carreiras contributivas mais longas peçam a reforma normal antes dos 65 anos, algo que até agora não era possível.

A idade da reforma vai continuar a aumentar em função da esperança média de vida, mas o Governo vai introduzir na lei o conceito de “idade pessoal de acesso à pensão”, permitindo que alguns trabalhadores saiam do mercado de trabalho antes dos 65 anos com uma pensão completa. A ideia já tinha sido discutida com os parceiros sociais em 2017 e agora o ministro do Trabalho, Vieira da Silva, vai mesmo introduzi-la na lei.


Regras de acesso à reforma antecipada serão revistas em 2023


O período transitório que o ministro do Trabalho prometeu vai estender-se até 2023 e eventuais revisões só chegarão num próximo Governo.


O ministro do Trabalho, Vieira da Silva, não desistiu de limitar o acesso à reforma antecipada, mas as regras só serão revistas “no prazo de cinco anos” já num próximo Governo. O prazo consta do documento apresentado nesta sexta-feira aos parceiros sociais durante uma reunião da Concertação Social para discutir a norma do Orçamento do Estado (OE) que elimina o corte do factor de sustentabilidade nas reformas antecipadas ...


Governo admite alargar novo regime de reforma antecipada a desempregados e função pública


Vieira da Silva, ministro do Trabalho, alerta que é preciso ter em conta especificidades dos regimes especiais, para não criar uma “porta de fragilização”.

O Governo admite estender o novo regime de reforma antecipada (que elimina o corte do factor de sustentabilidade quando aos 60 anos os trabalhadores acumulam 40 de descontos), aos desempregados de longa duração e aos trabalhadores que descontam para a Caixa Geral de Aposentações. Mas Vieira da Silva, ministro do Trabalho e da Segurança Social, alerta que é preciso avaliar as especificidades de cada regime e eventuais consequências.


Reformados autorizados a trabalhar no Estado não vão perder dinheiro


Reforma continua a ser obrigatória aos 70 anos na função pública, mas lei clarifica que estas pessoas podem, excepcionalmente, ser autorizadas a manter-se no activo. E não vão perder dinheiro com isso.

Os funcionários públicos continuam a ser obrigados a pedir a reforma quando chegam aos 70 anos, mas, em casos excepcionais, o Governo pode autorizá-los a trabalhar depois desta idade. A grande novidade é que os aposentados a exercer funções públicas passam a receber, além do salário, um acréscimo para os com...

Notícias do dia no Público


Da idade pessoal às reformas antecipadas. Saiba tudo o que vai mudar nas pensões em 2019

segunda-feira, 10 de dezembro de 2018

Dos mais de 107 mil professores do Escola Pública, apenas 424 têm menos de 30 anos

O Inverno demográfico na educação

Rui Gualdino Cardoso 

É o que os especialistas chamam ao fenómeno que está a acontecer nas escolas portuguesas, o envelhecimento dos professores. O que leva a isso? O envelhecimento da população, o aumento da idade de reforma, a falta de candidatos a professores e os critérios de colocação nas escolas.

O relatório Reviews of School Resources da OCDE, referente ao ano letivo de 2016/17, revelou que a idade média dos professores do 1.º ciclo é de 47 anos, e que apenas 0,39% se encontra abaixo dos 30 anos. No 2.º ciclo, a idade média é de 50 anos de idade. E no 3.º ciclo e secundário, a média de idades é de 49 anos. Já em 2015 a idade média dos professores contratados, colocados em horários completos e anuais na contratação inicial (CI) do mês de agosto, é superior a 40 anos, chegando aos 50 anos em alguns grupos de recrutamento.

Dos mais de 107 mil professores do Escola Pública, apenas 424 têm menos de 30 anos. Estes números caraterizam bem a classe.

Quando se fala no envelhecimento da sala dos professores, não nos estamos a referir ao local, mas ao conteúdo. Os professores portugueses são uma classe envelhecida. Se juntarmos isto à classificação de profissão de desgaste rápido, podemos aferir que podemos estar a ficar sem professores a um ritmo acelerado.

Nos próximos cinco anos, segundo estimativas do Governo, irão passar à reforma 10.761 professores. Nos anos seguintes os números não irão baixar, irão aumentar.

Nos últimos sete anos (2018 já contabilizado), reformaram-se 11.833 Professores e Educadores do Ensino Básico e Secundário. O aumento da idade da reforma fez com os números caíssem de uma forma abrupta tendo atingido o seu auge em 2016, com apenas 623 aposentações, contrastando com o último “pico” de reformas em 2013 com 4628 com o fim da possibilidade de aposentação sem “muitas” penalizações.

Gradualmente, a partir de 2019, o número de aposentações de professores vai começar a aumentar, 995 nesse ano, 1358 em 2020, 2067 em 2021, 2826 em 2022 e 3515 em 2023, segundo estimativa do Governo. Em 2024 o número, certamente, superará os 4000 professores aposentados e manter-se-á em crescendo nos anos seguintes, até estabilizar. A saída destes professores estaria associada à entrada de outros tantos no sistema, mas isso dificilmente acontecerá. As causas vão ser diversas, mas a que mais preocupa a OCDE é a falta de candidatos a professores.

A crença que ainda se vai ouvindo de que os professores ganham muito bem, que têm muitas férias e que dão poucas aulas não está a atrair novos profissionais. Talvez porque sejam aqueles que, pela sua idade, tenham mais presentes o que viram nas salas de aula das suas escolas. Professores cansados, assoberbados de trabalho burocrático, turmas indisciplinadas e sobrelotadas, falta de condições físicas para o ensino, a constante mudança de políticas educativas… podia continuar, mas serve a intenção.
(Negrito nosso)

Gestão de comportamentos em sala de aula

Este vídeo desenvolve o tema da gestão de comportamentos em sala de aula. Emoções aos 15 segundos; Indisciplina - 60 segundos; Papel do Professor - 5 minutos e 15 segundos; Regras da Sala - 7 minutos e 30 segundos; Medidas Preventivas - 8 minutos; Medidas Correctivas - 10 minutos e 30 segundos

domingo, 9 de dezembro de 2018

Preocupante!

Mais de 11 mil professores vão passar à reforma em cinco anos


"Desde 2014, reformaram-se cerca de 4500 professores, já contando com os 669 que se aposentaram neste ano, ao passo que nos próximos cinco anos esse número vai disparar para mais do dobro. OCDE e representantes da classe apontam riscos."

O número de professores e educadores de infância a passar à reforma este ano não chegou a 700, mas a previsão é de que este valor venha a duplicar nos próximos cinco anos. As projeções do Ministério da Educação indicam que, até 2023, vão reformar-se cerca de 11 mil professores, o que corresponde a 10% do universo atual, avança o jornal “Diário de Notícias”.

Os dados mostram que, desde 2014, reformaram-se cerca de 4500 professores, já contando com os 669 que se aposentaram neste ano. Mas, até 2023, este valor pode vir a duplicar, o que representa “um enorme desafio para o ensino público, que pode perder boa parte dos professores mais experientes na próxima década e que não tem candidatos suficientes a sair das faculdades”, alerta a classe.

“Enquanto o perfil etário da classe docente apresenta claramente desafios, também pode representar uma oportunidade para revitalizar a profissão com novas ideias, novos níveis de aptidões e de especialização por parte de agentes de mudança da profissão”, argumenta a OCDE no Reviews of School Resources, publicado na quinta-feira. “Tudo depende de como Portugal conceptualiza a profissão docente e as suas oportunidades de desenvolvimento.”

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Notícias do Relatório da OCDE sobre a utilização de recursos escolares em Portugal

OCDE. Portugal deveria apostar na reforma antecipada de professores sem penalizações


Se apostar em reformas antecipadas sem penalização, OCDE alerta que Portugal tem de garantir que tem uma nova geração de professores pronta a entrar nas escolas.

Portugal deveria considerar flexibilizar as regras de aposentação de professores, criando um sistemas de reformas voluntárias sem penalização. Esta é uma das recomendações da OCDE no seu mais recente estudo sobre a utilização de recursos escolares em Portugal.



OCDE destaca o facto de algumas áreas "como a contratação e colocação de pessoal docente e a organização da rede escolar” não terem passado para o poder local.
Observador

OCDE diz que escolas podem estar a manipular números dos alunos com necessidades especiais


Relatório refere distribuição "estratégica" para reduzir número de alunos por turma e gerar apoios adicionais. Número de alunos com necessidades especiais quase duplicou entre os anos lectivos 2010/2011 e 2016/2017.

OCDE recomenda mudanças nas regras de colocação de professores nas escolas e na sua avaliação


Relatório refere que modelo de recrutamento de docentes tem regras claras. Mas cria atrasos nas colocações. E desencontros “entre as necessidades das escolas e os interesses e competências dos professores”. Muitos destes estão "insatisfeitos" com os locais onde trabalham.
Público

OECD Reviews of School Resources PORTUGAL




Atualizações do conjunto das FAQ sobre a avaliação do desempenho docente

A DGAE divulgou hoje atualizações do conjunto das FAQ sobre a avaliação do desempenho docente
 

Consulte as atualizações do conjunto das FAQ sobre a avaliação do desempenho docente aqui


Na avaliação do desempenho o que se entende por "última avaliação"?
Deve entender-se a avaliação do desempenho realizada nos termos do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro.
E quem não foi avaliado pelo DR nº 26/2012, de 21 de fevereiro, qual é a última avaliação de desempenho?
Presume-se avaliado de Bom, nos termos do n.º 2 do artigo 18.º da Lei n.º 114/2017, de 29 de dezembro - Lei do Orçamento do Estado para 2018.
Os docentes de carreira podem recuperar a classificação obtida nos ciclos de avaliação 2007/2009 e 2009/2011 para efeitos de progressão na carreira?
Só após a avaliação do desempenho nos termos do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro, é que o docente poderá optar, para efeitos de progressão na carreira, pela classificação mais favorável que tenha obtido num dos últimos três ciclos avaliativos, nos termos previstos no n.º 1 do artigo 30.º do Decreto Regulamentar n.º 26/2012.
Qual o efeito da obtenção da menção de Excelente ou de Muito Bom nos 4.º e 6.º escalões?
Nos termos do n.º 4 do artigo 37.º e da alínea c) do n.º 1 do artigo 48.º e do ECD, a menção de Excelente ou de Muito Bom nos 4.º e 6.º escalões permite a progressão ao escalão seguinte, sem observação do requisito relativo à existência de vagas, ainda que o docente não tenha sido avaliado ao abrigo do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro. 
Acresce ainda que as menções de Muito Bom ou de Excelente bonificam em seis meses ou um ano, respetivamente, na progressão na carreira, a usufruir no escalão seguinte. Para este efeito, são válidas as avaliações referentes aos ciclos avaliativos de 2007/2009 e de 2009/2011, desde que o docente tenha sido avaliado ao abrigo do Decreto Regulamentar n.º 26/2012, de 21 de fevereiro, ou demais legislação complementar. 
Os dois efeitos são cumuláveis, sem prejuízo do tempo mínimo de permanência no escalão, nos termos da alínea a) do n.º 2 do artigo 37.º do ECD.
Docentes em situação de mobilidade estatutária, como é feita a avaliação?
  • Aos docentes avaliados nos termos do sistema integrado de gestão e avaliação do desempenho na Administração Pública (SIADAP) aplica-se a fórmula constante do n.º 1 do Despacho n.º 12635/2012, de 27 de setembro, sendo a classificação final quantitativa convertida em menção qualitativa.
  • Aos docentes em exercício de funções docentes noutros ministérios, em regime de mobilidade a tempo parcial, nas escolas portuguesas no estrangeiro é aplicado o regime de avaliação do desempenho previsto na Portaria n.º 15/2013, de 15 de janeiro.
A menção qualitativa de Muito Bom obtida na apreciação intercalar releva para a bonificação prevista no artigo 48º do ECD?
Não. A menção qualitativa obtida na apreciação intercalar, realizada em 2010, não releva para este efeito uma vez que se destinou aos docentes que perfaziam o requisito de tempo em 2010, mas não substituiu a avaliação do desempenho do ciclo de 2009/2011.

Um orçamento sem critério e em duodécimos

Filinto Lima 

Anualmente o valor estimado para a generalidade das escolas diminui, atingindo em alguns casos decréscimo de 10% ou mais, sinónimo de desinvestimento, que sofre com a política financeira despudorada.

O Orçamento do Estado para 2019 terá reflexos nos orçamentos das escolas públicas, rececionados através de esqueléticos duodécimos, cumprindo o pagamento das despesas essenciais (eletricidade, água, telecomunicações e fotocópias), pouco ou nada restando para investir em material didático e pedagógico carente de renovação e atualização necessárias.

quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Reunião no ME hoje às 18 horas

Não respeitando as organizações sindicais de docentes e a legislação, a equipa negociadora do ME convocou os sindicatos, apenas com 24 horas de antecedência e sem qualquer documento ou proposta, para uma reunião sobre a recomposição da Carreira Docente, a realizar hoje, dia 5 de dezembro, às 18.00 horas, nas instalações da Direção-Geral da Educação, na Av. 24 de Julho, n.º 140, em Lisboa.

O que pretende o ME desta reunião?

Afinal, o que o ME pretendia com esta reunião era fazer mais uma provocação aos docentes e aos seus sindicatos e mostrar, mais uma vez, o seu desrespeito por toda a classe profissional.

Comunicado conjunto do ME e das Finanças

Reposicionamento na Carreira Docente - Região Autónoma da Madeira

Publicada no Jornal Oficial da Região Autónoma da Madeira (pág. 3) a Portaria que define os termos e a forma como se processa o posicionamento no escalão da carreira docente dos educadores de infância e dos professores dos ensinos básico e secundário do pessoal docente com tempo de serviço prestado antes do ingresso na referida carreira, nos termos do n.º 3 do artigo 39.º e do n.º 1 do artigo 110.º do Estatuto da Carreira Docente da Região Autónoma da Madeira.

Portaria n.º 507/2018, 4 de dezembro

terça-feira, 4 de dezembro de 2018

É mentira que sejam exigidos “retroactivos” relativos aos anos de congelamento da carreira

Paulo Guinote 

O que Paulo Trigo Pereira afirma é uma falsidade, seja qual for a acepção que adoptemos.

No passado dia 26 de Novembro fez algumas ondas na imprensa nacional a declaração de voto do deputado Paulo Trigo Pereira PTP), da bancada do PS, por ter feito um conjunto de declarações de voto que lhe permitiu ser apresentado (e apresentar-se) como “desalinhado”. Na sua declaração de voto sobre a “contagem do tempo de serviço dos professores”, disponível na sua página pessoal (consultada a 1 de dezembro de 2018), pode ler-se o seguinte: “importa sublinhar que os sindicatos reivindicam retroativos relativamente a todos os anos que as carreiras estiveram congeladas.”

Este excerto da declaração é um exemplo claro do que se podem considerar “factos alternativos” no debate público e visa, em meu entender, fomentar a confusão e os equívocos sobre a posição dos professores nestas disputas. A declaração em causa contém diversas outras passagens dúbias ou claramente equívocas (nomeadamente sobre o constitucional “princípio da igualdade”), mas vou concentrar-me nesta por envolver a utilização de um termo que, mesmo tendo duas acepções possíveis, é usado de forma abusiva, ajudando a transmitir uma noção errada do que é a verdade.

Comecemos pela acepção mais corrente e “popular” do termo “retroactivos”. Consultando a Infopédia, como nome comum, um “retroactivo” corresponde a “montante que corresponde a pagamentos devidos e que estão em atraso”, sendo mais usado na forma plural (como o faz PTP). Ora, isto é completamente falso. Em nenhum momento, mesmo de mais intenso conflito, professores ou sindicatos exigiram ou sequer sugeriram receber qualquer montante pelos anos em que a sua carreira esteve “congelada”. É verdade que vários políticos na área do PS usaram esse termo no passado mais ou menos recente, com esse sentido implícito, mas sem qualquer correspondência com as reivindicações dos docentes. Sendo claro e conciso, é mentira que sejam exigidos “retroactivos” relativos aos anos de congelamento da carreira.

Numa segunda acepção, como adjectivo, o termo “retroactivo” refere-se, de acordo com a mesma fonte, a algo “que tem efeito sobre factos passados; que modifica o que já foi feito”. Só que, também neste sentido, a declaração de PTP é falsa e induz em erro de um modo pouco compreensível em alguém que gosta de se apresentar como rigoroso nas suas análises. O facto de, a partir do presente, o tempo de serviço docente ser contado tal como foi desempenhado, é quase o antónimo do sentido referido de “retroactivo” como algo que altera o passado. Em nenhum momento se pretende alterar esse passado, os anos de “congelamento” não podem ser alterados, aconteceram, produziram os seus efeitos entre 29 de Agosto de 2005 e 31 de Dezembro de 2007 e entre 1 de Janeiro de 2011 e 31 de Dezembro de 2017. Os professores não progrediram no tempo certo, anos a fio, apesar de se afirmar que eram medidas “transitórias”. As perdas materiais aconteceram, assim como as simbólicas. Durante anos, um estatuto de carreira em vigor foi suspenso pelo mesmo governo que o aprovou. Pior, foi aprovado durante a primeira fase desse “congelamento” e só produziu efeitos durante três anos desde então, duração inferior à de nove dos seus dez escalões.

O que PTP afirma é uma falsidade, seja qual for a acepção que adoptemos, como nome ou adjectivo, sendo ridículos os contorcionismos linguísticos usados para dar a entender que se pretende mudar o passado, como o actual PM tem tentado fazer acreditar. O passado aconteceu. As perdas aconteceram. Não se pede nada do que foi perdido ou uma indemnização pelos danos causados.

Isso é possível no caso da Justiça, em que – num novo julgamento – se podem apurar factos novos sobre decisões tomadas e podem ser penalizados actos indevidamente praticados e as vítimas serem indemnizadas por erros cometidos pelo próprio Estado.

No caso das reivindicações docentes quer-se o contrário de “agir sobre o passado”. Apenas se quer que seja contado o trabalho que foi feito e, a partir de agora, que seja considerado para efeitos de “reposicionamento” na carreira, como acontece em outras situações. Não se trata de reescrever o passado, apenas de o respeitar. Sem truques, linguísticos (como os professores quererem “proventos monetários correlativos”) ou pseudo-constitucionais, em exercícios de puro gibberish. Pós-verdades. Repetidas à náusea.

Por fim... se querem mesmo rigor... o tempo não “congela”; não estamos a falar de temperaturas. O tempo pode ser relativo, mas não muda de estado, mesmo se querem fazê-lo evaporar da carreira docente. A modernidade pode ser “líquida”, mas não tanto.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2018

Campanha de recolha de manuais e livros infanto-juvenis para Timor-Leste

O Agrupamento de Escolas de Celeirós está a realizar uma campanha de recolha de manuais escolares de vários ciclos, assim como livros infanto-juvenis, integrado na "Semana dos Direitos Humanos" que decorrerá de 10 a 14 de dezembro.

Os livros serão enviados para a Escola Secundária Geral D. Carlos Filipe Ximenes Belo – Prémio Nobel da Paz 1996, dando assim um contributo precioso para a sua reabilitação e dignidade que merece e proporcionando alguns recursos vitais para aqueles alunos (ver link). https://kelicai.fne.pt/

Partilha esta mensagem pelos teus colegas e dá o teu contributo. Queremos proporcionar um Natal melhor a todas estas crianças!

PS: Os materiais serão recolhidos nas escolas e horários que nos indicarem.

Contactos: José Moreira 938 830 652  - jmoreiraoliveira@gmail.com

Tane-Timor, Associação Amparar Timor - tanetimor@gmail.com


A SUA AJUDA CONTA!



Perante esta situação dramática no ensino em Timor-Leste, é urgente, e solicitamos encarecidamente, a ajuda do povo português para a reabilitação deste edifício escolar.

Quero ainda salientar que recuperar fisicamente a escola é concretizar um sonho do excelente Homem D. Carlos Ximenes Belo, ver dela sair para a Nação Timorense e em geral para o mundo, jovens completos de valores humanos
.
Mais informo que foi nesta escola que o próprio D. Ximenes Belo estudou, aprendeu e brincou a par da sua actividade como guardador de búfalos, e era para ele, um orgulho ver e apreciar em vida a concretização deste projecto.

Listas provisórias - Projeto C.A.F.E. em Timor-Leste

Publicita-se as listas provisórias dos candidatos selecionados para o preenchimento da bolsa de reserva e de exclusão, no procedimento concursal para o exercício de funções docentes do Projeto CAFE em Timor-Leste.

Listas provisórias dos candidatos selecionados e excluídos