"O que nos disse a DGS para o ano
letivo 2020/2021 é que temos de ter a utilização de máscara, comunitária ou
cirúrgica, a partir do 2º ciclo e o distanciamento de 1 metro sempre que
possível. Mas temos de ser claros: é impossível multiplicar por dois a
capacidade das escolas ou o corpo docente de forma a reduzir cada turma para
metade.
Os alunos vão caber todos na
mesma sala. Não haverá desdobramento de turmas. A única obrigatoriedade é a
máscara a partir do 2º ciclo. O distanciamento (entre alunos) não.
As regras para mitigar a
propagação do vírus não se reduzem à distância física. A higienização dos
espaços e a lavagem das mãos, a etiqueta respiratória e a existência de
‘bolhas’, isto é, a divisão em grupos para que, se houver um caso positivo,
possamos identificar e isolar os que estiveram em contacto com ele, são muito
importantes. No 1º ciclo é isso que teremos.
Este ano, especificamente, haverá
um enfoque nas aprendizagens essenciais, que servirão de referência. Por outro
lado, as escolas vão ter mais recursos humanos, por exemplo para fazerem
coadjuvações (dois professores numa sala) e dar apoios. E teremos um conjunto
de outros professores que vão trabalhar com os alunos com mais dificuldades.
E haverá ainda mais professores
para as equipas multidisciplinares de apoio aos alunos que têm necessidades
específicas e que são os que mais ficam para trás.
Vamos ter um reforço muito
substancial de docentes que equivale ao horário integral de cerca de 2500
professores. Pensando que cada professor tem 35 horas de trabalho, são todas
essas horas que vamos ter (a mais) nas nossas escolas.
Queremos dar prioridade às
crianças em risco, às mais novas que têm menos autonomia, aos beneficiários da
ação social escolar e aos que necessitam de apoio especializado no âmbito da
educação inclusiva. Se existirem constrangimentos que impeçam todos de estar na
escola ao mesmo tempo, essas crianças serão alvo de ensino presencial porque
têm mais dificuldade de acompanhar o ensino à distância ou para poderem ter
todas as terapias de que necessitam.
O objetivo é dar computadores a
todos os alunos e professores do sistema público, o que vai acontecer
paulatinamente já a partir do próximo ano.
O nosso objetivo é poder
continuar a ter soluções através da televisão que sejam universais, disponíveis
logo a partir do início do ano."
Frases
“É impossível multiplicar por
dois a capacidade das escolas ou o corpo docente de forma a reduzir cada turma
para metade”
“Faço uma avaliação claramente
positiva do trabalho que fizeram escolas, docentes, diretores”
“Não temos nenhum caso conhecido
de propagação (do vírus) em ambiente escolar”
“O objetivo é dar computadores a
todos os alunos e professores do sistema público”
“Teremos férias intercalares mais
curtas, nomeadamente na Páscoa, para irmos ganhando dias”
“Vamos ter um reforço muito
substancial de docentes”
Entrevista a Tiago Brandão Rodrigues - Expresso
Com vídeo