quinta-feira, 29 de setembro de 2022

Contra o achismo

Amanheço impaciente por saber que novos conselhos irei ler ou ouvir, que novas “dicas” estarão disponíveis, a partir de gente sabedora e estudiosa, sobre a melhor forma de exercer a minha função de professor, sobre a qual toda a gente parece saber alguma coisa, mas muito pouca tem interesse em praticar. Ao menos no caso dos treinadores de futebol e selecionadores, se lhes dessem a oportunidade, a maioria dos sábios de bancada aceitaria a função. Já no caso dos professores é tudo mais na onda do “eu ensino-te como se faz para ensinar aqueles que eu não tenho pachorra para aturar, nem sequer lá em casa durante as férias”. Nada como um contrato de consultoria, uma formação flexível a vender, um portefólio de projetos inovadores em busca de clientes.
Paulo Guinote

Porque será que há tanta gente a mandar bitaites do que não sabe sobre a carreira docente, as escolas e os concursos?

quarta-feira, 28 de setembro de 2022

Novas candidaturas à contratação de escola

Requisitos de formação adequada para seleção de docentes em procedimentos de contratação de escola no ano escolar 2022-2023

Nota informativa - Despacho n.º 10914-A/2022, de 8 de setembro


Todos os licenciados que sejam titulares das habilitações que constam no Despacho n.º 10914-A/2022 e se queiram candidatar a dar aulas, devem primeiro fazer a sua inscrição no SIGRHE através do endereço https://sigrhe.dgae.mec.pt e proceder ao registo, preenchendo os dados solicitados. Receberá de imediato um número que lhe permitirá entrar na plataforma SIGRHE para fazer a sua candidatura às ofertas das escolas, dentro do grupo de recrutamento em que se insere a sua área de formação.

Caso necessite de algum esclarecimento, deve aceder ao E72, disponível nesta página ou contactar o nosso centro de atendimento telefónico, usando os números aqui disponíveis.

Manual de utilizador – Horários e Colocações 2022/2023 (candidatos)


Habilitação Própria

Os cursos que foram reconhecidos como habilitação própria para a docência são todos cursos científicos anteriores ao Processo de Bolonha que constam de diversos normativos publicados entre 1984 e 2007 e não conferem qualificação profissional para a docência. Contudo, o Despacho n.º 10914-A/2022, publicado no dia 8 de setembro, o fixou os requisitos de formação pós-Bolonha, adequada às áreas disciplinares dos grupos de recrutamento para a seleção de docentes no âmbito do procedimento da contratação no ano letivo 2022/2023.

Esgotada a possibilidade de colocação de docentes profissionalizados, os estabelecimentos públicos de educação e ensino que ministrem o 2.º e o 3.º ciclos do ensino básico e o ensino secundário podem, a título excecional, selecionar docentes detentores de cursos reconhecidos como habilitação própria.

Por outro lado, os cursos que conferem qualificação profissional para a docência não conferem habilitação própria.

Propostas da SEDES sobre concursos e colocação de docentes

Sedes quer que escolas contratem professores a partir de uma lista de candidatos

Associação para o Desenvolvimento Económico e Social defende concursos para vinculação com duas etapas. Mantém-se a graduação profissional e escolas escolhem depois a partir de um shortlist. A solução, que é apresentada esta quarta-feira num debate, implicaria que os concursos para quadro de agrupamento fossem mais demorados.

OS PROFESSORES — PROPOSTAS SOBRE CONCURSOS DE COLOCAÇÃO DE DOCENTES NAS ESCOLAS

(Ver páginas 12 a 15 do documento, com a coordenação de Alexandre Homem Cristo, divulgado aqui para conhecimento público, sobretudo dos Educadores e Professores, e não pela qualidade das propostas ou soluções apresentadas sobre a matéria)

Santana Castilho diz: Não, à ressurgência da BCE!

Marcelo Rebelo de Sousa abriu o ano lectivo na escola Pedro Nunes. Não fugindo às generalidades que caracterizam boa parte das intervenções que faz, a propósito não importa de quê, disse, desta feita, que o Governo não tem a cabeça virada para a Educação e que é hora de se fazer um debate sério sobre os seus problemas.

Aproveito a deixa e pego num, o novo regime de recrutamento e colocação de professores, no âmbito do qual o ministro da Educação pretende que as escolas passem a escolher 1/3 dos seus docentes, para lembrar que a contratação de escola (a BCE, que deu desastrosos resultados) já existiu e foi abandonada em 2016, por um Governo a que João Costa pertenceu, por ser um processo marcado por favorecimentos clientelistas e menos justo do que o que tem uma lista de graduação nacional por base.

Não nos iludamos, por mais liberal (figura no programa do IL) que seja a proposta: a Constituição diz (nº2 do Art.º 47º) que todos os cidadãos têm o direito de acesso à função pública, em condições de igualdade e liberdade, em regra por via de concurso; concursos locais (cerca de 5.836 escolas e 713 agrupamentos) seriam bem mais complexos e dispendiosos do que um concurso nacional, agregador de indicadores minimamente equitativos e justos; as escolas não têm recursos para promover concursos locais sérios, que teriam de ter critérios diferentes, consoante as áreas disciplinares; admitindo que uma escola cheia de carrancudos problemas contratasse um professor com dons superiores para lidar com eles, nada poderia impedir que esse docente, uma vez nos quadros, zarpasse para outra escola, de rosto mais sereno, fazendo da contratação “por perfil” porta giratória para tratar da vida; e já experimentámos a ineficácia gestionária de milhares de ofertas de escolas em simultâneo e a cascata de desistências dos candidatos que, podendo habilitar-se a todas, fazem depois escolhas que obrigam a novas iniciativas de selecção.

Uma autonomia assim desenhada aumentaria as desigualdades entre diferentes zonas do país, com as escolas “mais reputadas” a disputarem os docentes “mais talentosos”, como, aliás, ficou demonstrado em sede de experiências de outros países. Os defensores da medida citam-nos. Bom seria que reflectissem sobre os estudos que expõem os resultados obtidos, que não são bons.

Escolher professores por “perfis” (gostava que o ministro explicasse direitinho o que é isso), num universo de milhares de candidatos e escolas, para além de substituir a objectividade possível por uma subjectividade indesejável, introduziria demora e entropias inaceitáveis. Simplesmente, porque o nosso sistema não funciona vaga a vaga. Entendamo-nos: os concursos nacionais, assentes numa fórmula de graduação, já funcionaram em modo estável, colocando os professores a tempo e horas, sem protestos.

Esqueceram-se deste facto?

Posto isto, não reconheço que ensinar em contextos sociais difíceis requer características específicas e acrescidas por parte dos professores? Obviamente que reconheço. Simplesmente, o preenchimento directo de lugares de quadro pelas escolas não só não resolveria o problema como seria um dos mais graves atropelos a acrescentar à vasta lista de injustiças cometidas em sede de colocação de professores. Como reagiria um contratado, que espera há 20 anos pela entrada no quadro, se soubesse que um colega, acabado de formar, lhe passava à frente pela porta estreita de um convite do director de uma escola?

A desejável adequação do processo de recrutamento às necessidades particulares das escolas (e, já agora, às dos professores, também) é um bom objectivo. Mas não é com uma ilusória intervenção a jusante que lá chegamos. É necessário agir a montante, corrigindo primeiro os atropelos e as injustiças escabrosas que se acumularam em sede de concursos e reformando, depois, profundamente, toda a gestão de recursos humanos do sistema. Tudo coisas de que António Costa foge a sete pés e João Costa não sabe fazer.

Em conclusão: uma coisa é o interesse público, que o concurso nacional protege, outra os interesses particulares, que os concursos de escola favorecem; esses concursos reforçariam o poder discricionário e autocrático dos maus directores, cujo número é, infelizmente, elevado.

terça-feira, 27 de setembro de 2022

Formação e requalificação na área digital de trabalhadores, gestores e dirigentes de empresas e entidades da economia socia

Publicada hoje a Portaria que cria a segunda fase do Programa «Emprego + Digital 2025», programa de formação profissional na área digital. 


O Programa tem como objetivo estratégico a formação e requalificação na área digital de trabalhadores, gestores e dirigentes de empresas e entidades da economia social, visando responder aos desafios e oportunidades de diversos setores empresariais fortemente impactados pelos processos de transição digital, contribuindo para fomentar a sua transformação digital e para melhorar a produtividade e competitividade das entidades e da economia do país, bem como para melhorar as competências e as qualificações individuais, incluindo a formação dos formadores.

Oficina de Formação, de 25h “Metodologias e Estratégias de Aprendizagem Ativa com Recurso às TIC”

NSCRIÇÕES ABERTAS: METODOLOGIAS E ESTRATÉGIAS DE APRENDIZAGEM ATIVA COM RECURSO ÀS TIC – EM BRAGA



A Direção-Geral da Educação irá dinamizar duas turmas da Oficina de Formação, de 25h, intitulada “Metodologias e Estratégias de Aprendizagem Ativa com Recurso às TIC”, com o registo de formação CCPFC/ACC-108119/20:

Turma 1
Sessões presenciais a decorrer na Escola Secundária D. Maria II, Braga, entre 17/10/2022 a 12/12/2022 (cronograma em anexo).
Os interessados podem fazer a pré-inscrição para a Turma 1, até ao dia 03/10/2022, no seguinte link: https://formacao.dge.min-educ.pt/#/edition/3598601/enroll
Se já estiver registado/a no portal da formação da DGE, basta clicar no link supra, que vai redirecionado/a para a turma.
Se não estiver inscrito/a deve fazê-lo aqui: https://formacao.dge.min-educ.pt/ , só depois se clica no link da Turma.

Turma 2
Sessões presenciais a decorrer na Escola Secundária D. Maria II, Braga, entre 21/10/2022 a 16/12/2022 (cronograma em anexo).
Os interessados podem fazer a pré-inscrição para a Turma 2 até ao dia 09/10/2022, no seguinte link: https://formacao.dge.min-educ.pt/#/edition/3598602/enroll
Se já estiver registado/a no portal da formação da DGE, basta clicar no link supra, que vai redirecionado/a para a turma.
Se não estiver inscrito/a deve fazê-lo aqui: https://formacao.dge.min-educ.pt/ , só depois se clica no link da Turma.

Objetivos da Oficina de Formação:
  • Compreender e aplicar em sala de aula os princípios de aprendizagem ativa;
  • Reconhecer os benefícios e os desafios das abordagens de aprendizagem ativa em contexto escolar;
  • Conhecer métodos, estratégias e recursos para a integração de abordagens de aprendizagem ativa em sala de aula;
  • Conhecer exemplos de cenários e atividades de aprendizagem presentes nos projetos de inovação pedagógica promovidos e coordenados pela European Schoolnet (EUN), úteis para o desenvolvimento de práticas de aprendizagem ativa;
  • Criar e experimentar atividades de aprendizagem ativa em contexto educativo;
  • escolar e analisar as suas potencialidades em função das aprendizagens realizadas pelos alunos;
  • Refletir sobre a aplicação destas práticas pedagógicas, centradas no aluno, em contexto.
A Oficina é constituída pelos seguintes módulos:
  • Módulo I: Aprendizagem ativa
  • Módulo II: Estratégias de aprendizagem ativa
  • Módulo III: Organização de atividades de aprendizagem ativa para a sala de aula
  • Módulo IV: Apresentação e reflexão sobre a implementação de atividades de aprendizagem ativa
Local: A oficina irá decorrer na modalidade de B-Learning com a primeira e última sessões em regime presencial e as restantes sessões serão online síncronas

Grupos de recrutamento a quem se destina a Oficina de Formação:
Educação Pré-Escolar
Professores do Ensino Básico
Professores do Ensino Secundário
Professores de Educação Especial

Critérios de seleção:
1.º Docentes do Ensino Básico pertencentes à NUT Norte
2.º Docentes de outras NUT

sábado, 24 de setembro de 2022

SIPE promove inquérito sobre a alteração ao regime de concursos.

O SIPE reuniu com o ME, dando início ao processo negocial de alteração do Decreto/Lei nº 132/2012, que estabelece o Regime de Recrutamento e mobilidade de pessoal docente dos ensinos básico e secundário.

Sendo este diploma fundamental para a estabilidade da vida pessoal e profissional dos docentes, precisamos que faças parte deste processo, que participes e nos dês a tua opinião. É muito importante que preenchas o inquérito que se segue!

Contamos contigo! Conta sempre connosco!

Juntos somos uma força!


Responde ao INQUÉRITO aqui

sexta-feira, 23 de setembro de 2022

Parecer Jurídico sobre a Mobilidade Por Doença

O Ministério da Educação não pode analisar caso a caso os pedidos de mobilidade por doença dos professores que não obtiveram colocação, segundo o parecer jurídico solicitado pela tutela e divulgado hoje.

De acordo com a apreciação da JursiApp, "não é legal a análise casuística de pedidos" e só poderão ser analisados os pedidos que resultem de doença que ocorra durante o ano letivo ou quando estejam em falta elementos processuais e a candidatura possa ser aperfeiçoada.

Reserva de Recrutamento n.º 04

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 4.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023

Listas – Reserva de recrutamento n.º 04

Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 26 de setembro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 27 de setembro de 2022 (hora de Portugal continental).

RR 05 – 30 de setembro de 2022

SIPE vai auscultar professores sobre alterações ao modelo de contratação e colocação propostas pelo Ministério

Sindicato vai realizar um inquérito a nível nacional e dará conta das conclusões à tutela

SIPE vai auscultar professores sobre alterações ao modelo de contratação e colocação propostas pelo Ministério

Face às alterações ao modelo de contratação e colocação de docentes propostas pelo Ministério da Educação (ME) na reunião realizada esta quarta-feira, dia 21 de setembro, o SIPE – Sindicato Independente de Professores e Educadores vai auscultar os docentes através da realização de um inquérito, cujas conclusões serão, posteriormente, apresentadas à tutela. A iniciativa pretende conhecer a posição dos professores e educadores de todo o país, sócios e não sócios, e será a base das negociações do SIPE com o ME sobre este tema, ao longo das próximas reuniões. Simultaneamente, o Sindicato irá pedir reuniões a cada um dos grupos parlamentares para apresentar as suas considerações e elucidar os deputados sobre o tema.

«É com agrado que vemos a iniciativa do ME para apuramento das reais necessidades dos agrupamentos, no entanto, recusamos por completo a proposta apresentada pela tutela para colocação de professores por perfil de competências», avisa Júlia Azevedo, presidente do SIPE. A dirigente sindical considera ainda a proposta relativa ao alargamento da abertura dos concursos para um prazo superior a quatro anos «absolutamente inaceitável», classificando como «desumano o prolongamento da expectativa dos professores na aproximação às residências». A presidente do SIPE entende que a especificidade deste assunto «obriga a que estas negociações tenham a intervenção direta dos professores, é com os professores que o Ministério está a negociar, isso é ponto assente. Por isso, faremos esta auscultação».

«Com esta iniciativa, pretendemos dar voz aos professores e, ao mesmo tempo, recordar o Ministério da Educação que este é um tema que, além do impacto a nível profissional, afeta drasticamente a vida pessoal dos docentes, pelo que é fundamental que quaisquer alterações ao modelo de contratação e colocação permitam a aproximação dos docentes às suas residências e às suas famílias», explica Júlia Azevedo.

«Na reunião com o ME foi colocada a possibilidade de um terço da colocação dos professores passar a ser feita através contratação direta pelas escolas e de os agrupamentos poderem vincular diretamente aos seus quadros, passando esta medida a estender-se a todos os agrupamentos e não apenas aos agrupamentos em territórios educativos de intervenção prioritária (TEIP)», refere a presidente do SIPE.

No entanto, a dirigente sindical lembra que «a experiência passada diz-nos, de forma inequívoca, que este modelo não funciona. Basta recordarmos a antiga Bolsa de Contratação de Escola (BCE), na qual os perfis de competências eram desenhados à medida dos candidatos».

Para a presidente do SIPE, a colocação por graduação profissional «é o único modelo justo, que reúne o consenso de todos» e recorda que «os professores têm vindo a sofrer consecutivamente com as medidas de desvalorização da carreira e não aceitarão agora colocações diretas pelos diretores, com consequências gravíssimas, relacionadas com ultrapassagens entre docentes».

«Já iniciámos o ano letivo e temos mais de 1.900 horários por preencher. Estes números espelham a falta de atratividade da carreira e de condições para os docentes, e isso é responsabilidade do Governo,
que pouco ou nada tem feito», acusa a presidente do SIPE. «Muitos destes horários que estão por preencher são recusados pelos próprios professores, seja por se tratarem de horários incompletos, seja por estarem a uma grande distância da zona de residência dos candidatos, que, pesando os custos associados a deslocações e alojamento, verificam não serem opções financeiramente viáveis. Por isso, justificar-se-ia a criação de apoios e ajudas de custos para compensar estes constrangimentos», defende a dirigente.

A presidente do SIPE reforça a necessidade de, no âmbito das alterações ao modelo de contratação, ser «assegurado o critério da colocação por graduação profissional, para evitar ultrapassagens entre docentes». «Acima de tudo, é fundamental que neste processo negocial com a tutela, haja espaço para
o diálogo, para uma negociação participativa com base no feedback que obtivermos acerca daquelas que são as expectativas e anseios dos professores. Mais do que ninguém, os professores sentem na pele os constrangimentos associados ao atual modelo de colocação, por isso mesmo, ao serem os mais
afetados por este problema, faz todo o sentido que sejam ouvidos e considerados na procura da solução», acrescenta Júlia Azevedo.
Porto, 22 de setembro de 2022

Ao Vivo do Jornal Público - Recrutamento de professores: o que deve mudar?

Um debate a não perder em "Ao Vivo" do jornal Público, a partir das 11 horas e 30 minutos, com os convidados;

Ana Balcão Reis
Presidente do Conselho Pedagógico na Nova SBE

Ana Cláudia Cohen
Diretora do Agrupamento de Escolas de Alcanena e vice-Presidente do Conselho de Escolas

Paulo Guinote
Professor do 2.º Ciclo do Ensino Básico


O Ministério da Educação começou esta semana a negociar com os sindicatos alterações ao modelo de recrutamento de professores. Devem as escolas ter autonomia para escolher os que se adequam mais ao seu perfil? Quais são os riscos e os benefícios desta opção? Porque razão é tão polémico este tema? E o que deve mudar para que o corpo docente de cada estabelecimento de ensino seja mais estável? Com novas regras vamos diminuir a possibilidade de ter tantos alunos sem aulas no arranque de cada ano letivo? 

quinta-feira, 22 de setembro de 2022

Relatório Júri Nacional de Exames 2021

Está disponível na página eletrónica da DGE, no sítio do Júri Nacional de Exames, no separador - Relatórios/Estatísticas - O “Relatório JNE 2021”.

Os exames finais nacionais do ensino secundário de 2021 ocorreram em 645 escolas, nas quais efetuaram-se 251 822 provas em ambas as fases. É, ainda de referir que neste número total de escolas incluem-se 10 escolas portuguesas no estrangeiro onde se realizaram 998 provas. 
Nas 521 escolas públicas, que representam 80,8% do universo escolar, realizaram-se 221 950 exames finais nacionais, que correspondem a 88,1% do total dos exames finais nacionais realizados em ambas as fases.

Negociação com o ME - Alteração ao regime dos concursos


O SIPE reuniu no dia 21 de setembro com o Ministério da Educação. Foi a primeira reunião de alteração ao regime dos concursos e resumiu-se a uma apresentação de princípios gerais.

O ME comprometeu-se:
1. Apuramento das reais necessidades dos Agrupamentos;

2. Vinculação mais rápida dos docentes;

3. Diminuição territorial dos QZP e abertura de Quadros de Agrupamento.

No entanto vemos com muita apreensão as seguintes propostas do ME com as quais NÃO CONCORDAMOS e prometemos desde já uma forte oposição e luta.

1. Colocação por perfil de competências de 1/3 dos docentes através:
a) Da contratação direta pelas escolas
b) Da vinculação em quadro de Agrupamento diretamente pelas escolas

2. A colocação por perfil de competências estende-se a todos os Agrupamentos e não apenas aos Agrupamentos TEIP

3. Alargamento dos concursos plurianuais para mais de 4 anos.

Relembramos que a experiência passada diz-nos de forma inequívoca que este modelo não funciona. Basta lembrar-nos da antiga bolsa de recrutamento pelas escolas (BCE) na qual os perfis de competências eram desenhados à medida dos candidatos.

O SIPE considera que a colocação por graduação profissional é o único modelo justo que reúne o consenso de todos e relembra que os professores têm vindo a sofrer consecutivas medidas de desvalorização da carreira e não aceitarão agora colocações diretas pelos diretores com as consequentes gravíssimas ultrapassagens docentes.

O alargamento da abertura dos concursos para um prazo superior a 4 anos é absolutamente inaceitável. Consideramos desumano o prolongamento da expectativa por parte dos docentes de aproximação às suas residências e famílias.

Mobilidade por Doença - Candidaturas de aperfeiçoamento

Relativamente ao aperfeiçoamento da mobilidade por doença o ministério informou os sindicatos que:
  • Houve 309 candidaturas de aperfeiçoamento
  • 27 não foram admitidas
  • 10 desistiram
  • 272 passaram a reunir os requisitos
Destas 272, o programa das colocações está a correr e abrirá uma vaga supranumerária se tivessem obtido colocação, sendo notificados brevemente. 

A primeira reunião com o ME

A primeira prioridade! 
Autonomia para escolas escolherem professores afasta sindicatos e Ministério na primeira reunião
 
A possibilidade de as escolas escolherem parte dos professores - a começar com um terço - tendo em conta o perfil dos docentes e o aumento para mais de 4 anos entre concursos, foram os principais pontos que separaram os sindicatos do Ministério da Educação na primeira reunião negocial sobre recrutamento e colocação de docentes.

A contratação por perfil de competências não funciona, como ficou claramente demonstrado com a anterior Bolsa de Contratação de Escolas, abandonada pelo Ministério da Educação em 2016, quando o atual ministro era Secretário de Estado e é completamente subjetiva e até discriminatória.

Hoje, depois de concluída a primeira ronda negocial, o Ministério da Educação enviará às organizações sindicais de docentes um documento escrito.

"Instruções" para Apoio a novos Professores

Reconhecendo a necessidade de acompanhar os que lecionam, muitas vezes suprindo necessidades que surgem ao longo do ano letivo - e porque os velhotes das nossas escolas não sabem receber e têm muito tempo livre para as mentorias e afins - foi entendimento do Ministério da Educação desenvolver materiais e uma estrutura de acompanhamento que complementa a mentoria e coordenação dos professores mais experientes.

quarta-feira, 21 de setembro de 2022

Folhetos "Regresso às aulas: como começar o novo ano escolar de maneira positiva”

O Conselho da Europa disponibilizou os folhetos “Regresso às aulas: como começar o novo ano escolar de maneira positiva”, destinado a pais e professores, traduzidos em português.

As primeiras semanas de um novo ano letivo podem ser desafiadoras para alunos, pais e professores, mas também o momento ideal para proporcionar às crianças e jovens refletir sobre o que significa ser um cidadão digital respeitado no mundo atual, online e offline.

Os folhetos “Regresso às aulas: como começar o novo ano escolar de maneira positiva” para pais e professores do Conselho da Europa oferecem algumas ideias práticas integradas no Projeto Educação para a Cidadania Digital, que pretende capacitar as crianças e jovens para participarem ativamente na sociedade digital, promovendo o espírito crítico e o uso efetivo das tecnologias digitais.

Pode consultar aqui:



Apresentação do Relatório Education at a Glance 2022

O lançamento do Relatório da OCDE - Education at a Glance 2022, vai decorrer no próximo dia 3 de outubro, pelas 14:00, na Reitoria da Universidade de Lisboa.

A sessão contará com a abertura do Diretor-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência, Nuno Rodrigues, apresentação do estudo por parte do Chefe da Divisão de Assessoria e Implementação de Políticas da Direção da Educação e Competências da OCDE, Paulo Santiago, bem como com as intervenções do Ministro da Educação, João Costa e da Ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Elvira Fortunato.

O evento é de participação gratuita, porém, dada a lotação do espaço, sujeita a registo prévio e obrigatório.

Prevenir, identificar, intervir e combater o bullying e o cyberbullying

A Global StopCyberbullying Telesummit é o maior evento sobre bullying e cyberbullying realizado a nível mundial. Estamos já na 4ª edição!

Mais do que falar sobre o problema, vamos falar sobre soluções.

Durante o mês de outubro (Mês Europeu da Cibersegurança e o Mês da Prevenção e Combate ao Bullying), Cristiane Miranda, Sónia Seixas e Tito de Morais organizam e promovem a 4ª Edição da Global StopCyberbullying Telesummit.

Em todos os dias úteis, iremos ouvir diversos especialistas que nos vêm falar sobre como prevenir, identificar, intervir e combater o bullying e o cyberbullying.
  • Tecnologias de prevenção e combate ao cyberbullying
  • Prevenção do suicídio e dos comportamentos autolesivos na Internet
  • Educação positiva e educação para a paz
  • Comunicação não violenta
  • Bullying nos videojogos
  • Violência sexual baseada em imagens
  • Bullying no desporto
As sessões serão conduzidas em português ou em inglês, dependo do convidado/a. As sessões em inglês terão, pela primeira vez, tradução simultânea para português.

Para participares, inscreve-te aqui! Assim garantes que receberás os links para acompanhares todas as sessões. A participação é gratuita, mas o registo é obrigatório.

Negociações sindicais com o ME

De acordo com o calendário estabelecido pelo Ministério da Educação, têm hoje início as reuniões de negociação do Diploma de concursos entre o Ministério da Educação e as organizações sindicais de docentes.

Do que se conhece, divulgado apenas pelas muitas declarações públicas da equipa ministerial e pelas notícias (muito convenientes) de alguns órgãos de comunicação social, adivinha-se uma negociação difícil e com poucas perspetivas positivas para os educadores e professores. Mas desejamos, ao contrário do que vem acontecendo, que nestas reuniões haja espaço para uma verdadeira negociação participativa, em que os sindicatos possam apresentar as expectativas e anseios dos docentes sobre a matéria, e não apenas uma exposição de pretensões, unilateral, por parte do Ministério da Educação, como temos assistido no passado, para que no preambulo da legislação aprovada possa estar plasmado "ter sido efetuada a negociação sindical com os sindicatos do setor". 

terça-feira, 20 de setembro de 2022

ubbu abre vagas gratuitas para as escolas poderem ensinar a programar

Com a missão social de preparar todas as crianças para uma nova sociedade digital, através do ensino da Ciência da Computação e Programação, a ubbu é um projeto que coloca ao dispor das escolas uma plataforma online que poderá ser utilizada na sala de aula ou à distância.

Concebida para ser utilizada pelos professores, independentemente da disciplina que lecionam, estes serão capazes de ensinar programação aos seus alunos, recorrendo a jogos, vídeos e exercícios interativos integrados num currículo de 90 aulas, divididos por 3 níveis, cujos conteúdos estão alinhados com os de outras disciplinas, como Matemática, Ciências ou Português e, ainda, com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas.

Em 2021/2022, nas escolas públicas do Continente, inscreveram-se na plataforma 1.656 professores, um crescimento superior a 30% face ao ano anterior, de 440 agrupamentos, 35.422 alunos e 873 professores utilizaram, regularmente, a ubbu, realizando cerca de 6M de atividades. A avaliação dos professores é muito positiva em todas as vertentes do projeto, desde a inscrição e formação ao impacto nos alunos e ao suporte ao longo do ano.

Com este projeto, pretende-se contribuir para o posicionamento de Portugal na vanguarda do desenvolvimento do pensamento computacional e da literacia digital dos alunos das escolas públicas, do 1.º e 2.º ciclos do Ensino Básico, contando para isso com o apoio da Direção-Geral da Educação.

As escolas e os professores interessados em participar no ano de 2022/2023 podem inscrever-se acedendo a: links.ubbu.io/. O uso da plataforma é gratuito para todas as escolas públicas do Continente, incluindo, ainda, formação acreditada pela Associação Nacional de Professores de Informática (ANPRI).

Para mais informações sobre a ubbu, consulte a apresentação anexa, o site oficial, página de Facebook ou canal de YouTube. Poderá ainda recorrer ao endereço eletrónico ola@ubbu.io.

Primeiros kits de bicicletas chegam às Escolas

O projeto “Desporto Escolar sobre rodas” (“DE sobre rodas”) vai chegar às escolas no arranque deste ano letivo 2022/23, com o início da distribuição de bicicletas em todos os estabelecimentos de ensino públicos do país com 2.º ciclo do ensino básico, numa iniciativa conjunta do Instituto Português do Desporto e Juventude, I.P., e do Ministério da Educação, através da Direção-Geral da Educação.

A entrega do material velocipédico por parte do Instituto Português do Desporto e da Juventude ocorrerá, de forma faseada, a partir de setembro de 2022 e terminará em 2024.

Cada estabelecimento de ensino receberá dois (2) Kits de material velocipédico (3 bicicletas roda 16”; 3 bicicletas roda 20”; 3 bicicletas roda 24”; 1 bicicleta roda 26” e 10 capacetes). Os 259 estabelecimentos de ensino que irão receber estes Kits já em 2022 foram já informados sobre a entrega do material velocipédico e os procedimentos específicos a adotar.



As figuras tristes de um Ministro

A EDUCAÇÃO DESEDUCADA

Medeiros Gaspar


Quem aceita ser ministro, deve ao menos perceber os limites do ridículo, para evitar fazer figuras tristes, parecer ignorante e evitar envergonhar o governo de que aceita fazer parte.

De entre esses limites deve constar o conhecimento mínimo da organização política e administrativa do país, para não exibir impreparação a torto e a direito.

O ministro da Educação português parece o protótipo perfeito desta falta de predicados.

1. Ter vergonha

Durante a semana que passou João Costa, que ocupa o lugar de ministro da Educação em Portugal, quis mostrar como está impreparado para falar da carreira dos professores (atores essenciais da área que tutela).

Numa entrevista dada à LUSA, explicou porque motivo o Governo da República não seguiu o exemplo das Regiões Autónomas da Madeira e dos Açores, na recuperação integral do tempo de serviço dos professores, congelada no tempo da troika. Os famosos nove anos, quatro meses e dois dias.

Disse o ministro que a Madeira e os Açores fizeram essa recuperação do tempo, porque apenas têm de pagar o salário e quando um professor se aposentar, estas Regiões não têm de pagar a sua reforma mas sim o Orçamento do Governo da República.

Se isto de per si, é uma demonstração profunda de ignorância quanto ao modo como funciona o sistema de pensões em Portugal, mais grave foi o exemplo dado – como forma de fundamentar o seu “pensamento”. Disse: “se eu pudesse dizer assim, muito bem, os professores que estão aqui, no continente, quando se aposentarem, outro paga, se calhar também tinha condições para recuperar integralmente o tempo de serviço. Se calhar não. Tinha de certeza. Dizia assim, muito bem, agora a Espanha paga as pensões e as aposentações de todos. Portanto, nós temos de ter seriedade na forma como analisamos estas questões”.

Como é possível?

Isto são palavras de um ministro da Educação?

Tanta desonestidade intelectual junta, tanto desconhecimento, tanta intrujice é possível num homem só?
Que vergonha ter João Costa como ministro.

Que insulto à inteligência de todos nós, a fundamentação patética, falsa e desonesta, que não parece merecer repúdio por parte dos Socialistas – de cá e de lá!

2. Não ter vergonha

O ano letivo arrancou em Portugal e pelos menos a uma disciplina, cerca de 60 mil alunos não terão professor.

O ministro da Educação ficou feliz pois a previsão da PORDATA dizia que iam ser 100 mil. Logo o ministro da Educação está feliz pela conquista. Menos 40 por cento do que diziam os estudos.

Mais de 1100 horários sem professor? Uma conquista, congratulou-se João Costa!

Para além do absurdo que isto representa, importa elucidar o seguinte: o estudo da PORDATA o que dizia (quando foi publicado em março de 2022), é que se Portugal continuar com o mesmo método de contratação de professores, daqui a um ano (logo em março de 2023), olhando ao número de reformas que acontecerão neste período, existirão 110 mil alunos com pelo menos um professor em falta. E 250 mil em 2025.

Uma vez mais o ministro distorce e finge ter resultados positivos.

segunda-feira, 19 de setembro de 2022

Perfil do Docente - Habilitações Académicas

O doutoramento e o mestrado não são habilitações comuns entre os professores do ensino básico e secundário. De acordo com os dados do último Perfil do Docente publicado pela Direção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC), apenas 12,7% dos professores do ensino básico e secundário e educadores de infância eram titulares de um doutoramento ou mestrado em 2020/21.

domingo, 18 de setembro de 2022

Porque que é que o ME não revela a resposta à Comissão Europeia?

Bruxelas proíbe professores precários e obriga igualdade no pagamento de salários

Os professores contratados e ‘com a casa às costas’ por anos sucessivos devem tornar-se uma espécie em vias de extinção devido ao procedimento aberto pela Comissão Europeia a Portugal. Para evitar uma queixa no Tribunal de Justiça da União Europeia e uma multa pesada, Portugal tem de acabar com a discriminação salarial destes docentes, que recebem sempre o mesmo (cerca de 1000 € líquidos), independentemente dos anos de trabalho.