quinta-feira, 9 de julho de 2015

Preliminary English Test (PET) vai ter que ser pago

Afinal o que não traria qualquer despesa ao Ministério da Educação, ou ao erário público, vai ser pago, porque "eventualmente" será necessário "repensar a filosofia de abordagem" deste exame, classificando-o como um "investimento que vale a pena fazer pelo retorno que traz".

Estado vai pagar pela prova de inglês de Cambridge


O Estado vai ter de pagar parcialmente a edição deste ano da prova de inglês, uma vez que a receita obtida com os pedidos de certificado de alunos não garante a totalidade do financiamento, adiantou hoje a tutela.

quarta-feira, 8 de julho de 2015

Como? Uma empresa privada produz um exame que passa a contar para a avaliação final?

A partir do ano letivo 2015/2016, o teste de diagnóstico de proficiência em língua inglesa Preliminary English Test (PET), concebido pelo Cambridge English Language Assessment, da Universidade de Cambridge, vai passar a contar para a avaliação final de todos os alunos do 9.º ano de escolaridade, sendo o seu peso determinado por cada escola, no âmbito da sua autonomia.


Comunicado do MEC

O direito a não estar preso


Quando os meus filhos tinham 4 anos, educados sem televisão, com 4 a 6 horas por dia de brincar na rua, a educadora chamou-me a disse-me que eles não tinham «motricidade fina». Eu nem sabia o que era mas deduzi. Expliquei-lhe que eles, que hoje são excelentes alunos, além disso trompetistas, não tinham que ter «motricidade fina» mas «motricidade robusta, se é que existe». Com 4 anos tinham que saber pular, correr sem cair, nadar, subir árvores com cuidado e sobretudo saber brincar com os outros, construir relações humanas, e como mamiferos que eram, precisavam para tal de algo chamado «brincadeira não enquadrada por um adulto», ócio, tédio, tédio! Sem tédio não há progresso! - disse-lhe. Tive uma educadora que sugeriu ainda ritalina para um deles, uma vez que ela tinha 20 na sala de aula, trabalhava exausta e o colégio por causa da especulação imobiliária tinha um espaço verde exiguo. Sugeri-lhe que ela tomasse antes um calmante, em vez de os dar às crianças ou os tirasse da escola para o parque, assim ninguém precisava de drogas e todos ouviam os passarinhos. Estou há 10 anos a tentar arranjar espaço livre para os meus filhos num estado de guerra social com horários de trabalho e escola que são armas apontadas à cabeça, mas decidi que eles não iam pagar pela incapacidade dos adultos resolverem problemas. Há muito que a estupidez atingiu o horário das crianças que deveriam estar na escola 5 ou 6 horas por dia com professores cientificamente altamente bem formados, turmas pequenas e que em 5 horas, pelo saber, podem ensinar tudo e ainda mais, em vez de 8 horas, com intervalos de 5 minutos e mais 3 ou 4 de uma qualquer «academia» onde estão fechados. Se isto é grave para as meninas para os rapazes é uma tragédia, deviam estar horas a pular e estão permanentemente fechados, num universo semi-concentracionário. Quando rebentam o que se faz? Ritalina...

A criatividade, a iniciativa, as ideias, nascem também de muito tempo livre a brincar - não é brincar numa sala de aula a pintar, é correr e inventar com os amigos parvoices. Obesidade, hiperactividade, falta de relações humanas, taxas de depressão, que coisa andamos a fazer às nossas crianças? Ninguém pára estes lunáticos que querem crianças fechadas numa gaiola 10 horas por dia seguidas de mais 4 num apartamento a ver televisão? Não sei se a CONFAP com esta ideia de escola no verão representa todos os pais do país, estou cansada de ver pais que deixam horas os miúdos a jogar computador e TV porque os «miúdos gostam», mas se for fica aqui o meu voto - podem todos os pais deste país votar que há escola no verão que eu serei contra, sozinha, defendendo o óbvio - o direito a não estar preso.

IGeFE

O Decreto-Lei 96/2015, de 29 de maio, cria o Instituto de Gestão Financeira da Educação, I. P.(IGeFE, I. P.), instituto público de regime especial que sucede à Direção-Geral de Planeamento e Gestão Financeira (DGPGF).

Encontra-se assim em reformulação o sitio do IGeFE, I. P.

Calendários para o ano escolar 2015/2016

Apesar deste ano letivo ainda não ter terminado, aqui ficam alguns calendários escolares que poderão vir a ser úteis na preparação do próximo...



terça-feira, 7 de julho de 2015

4.ª edição do Concurso Todos Contam

Estão abertas as candidaturas para a 4.ª edição do Concurso Todos Contam. O objetivo desta iniciativa é distinguir os melhores projetos de educação financeira a implementar nas escolas

A 4.ª edição do concurso dirige-se a projetos a serem implementados no ano letivo 2015/2016, em agrupamentos de escolas, escolas não agrupadas, estabelecimentos do ensino particular e cooperativo e escolas profissionais que ministrem a educação pré-escolar e o ensino básico e secundário.

A avaliação dos projetos a concurso terá em consideração a qualidade pedagógica e científica no desenvolvimento de temáticas do Referencial de Educação Financeira, a criatividade e a relevância, o envolvimento da comunidade escolar, a viabilidade e a exequibilidade e a utilização dos materiais e da informação disponíveis no Portal Todos Contam.

As escolas podem submeter a concurso os seus projetos de educação financeira para o ano letivo de 2015/2016 até ao dia 15 de outubro de 2015, através do endereço eletrónico concurso@todoscontam.pt.

Regulamento do Concurso Todos Contam



Listas de Mobilidade Estatutária para o ano letivo 2105/2016

Já podem ser consultadas, na página eletrónica da DGAE,  as Listas de Mobilidade Estatutária para o ano letivo 2105/2016

Mobilidade Estatutária 2015/2016

Não foi graças à Educação que o Governo ganhou popularidade

Estado da Nação - Público

Metas curriculares em discussão pública (Latim A do Ensino Secundário)

O Ministério da Educação e Ciência colocou em consulta pública, até ao dia 24 de julho p.f., a proposta de Metas Curriculares para a disciplina de Latim A do Ensino Secundário (10.º e 11.º anos).

Os comentários, críticas e sugestões deverão ser enviados para o seguinte endereço:programas@mec.gov.pt

Constituição e o funcionamento dos Centros de Formação de Associação de Escolas.

Publicado em Diário da República o Decreto-Lei que  aprova as regras a que obedece a 
constituição e o funcionamento dos Centros de Formação de Associação de Escolas.

Ministério da Educação e Ciência

segunda-feira, 6 de julho de 2015

Concurso para financiamento de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo

Lista Provisória do Concurso de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo.pdf


Regime de Acesso ao Apoio Financeiro a Conceder no Âmbito do Contrato de Associação

Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento - Manifestação de preferências

Conforme o estipulado no ponto 1.1 do capítulo III, Parte IV do Aviso n.º 2505-B/2015, de 06 de março, aviso de abertura do concurso, o período destinado à manifestação de preferências no âmbito da Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento é de dia 06 a dia 13 de julho de 2015

A aplicação informática encontra-se disponível de dia 06 de julho de 2015 até às 18:00 horas de dia 13 de julho de 2015 de Portugal Continental, na página da Direção Geral da Administração Escolar, em www.dgae.mec.pt

Os candidatos à Contratação manifestam preferências por códigos de agrupamentos de escolas ou escolas não agrupadas, no mínimo 25 e no máximo de 100, códigos de concelhos, no mínimo 10 e no máximo 50 e códigos de Quadro de Zona Pedagógica.

Manual de Instruções – Manifestação de Preferências para Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento – ano escolar de 2015/2016.pdf



Códigos das Escolas de Hotelaria e Turismo (EHT) e Horários disponíveis – para o ano escolar de 2015/2016.pdf


Manifestação de Preferência para Contratação Inicial e Reserva de Recrutamento - ano escolar de 2015/2016 2015

Aplicação disponível durante seis dias úteis, do dia 06 de julho até às 18:00 horas, de Portugal Continental, do dia 13 de julho de 2015

Estatísticas do Emprego Público

A Síntese Estatística do Emprego Público (SIEP) é uma publicação trimestral de divulgação dos principais indicadores estatísticos sobre emprego público.




Parlamento discute resolução para incluir uso da bicicleta no seguro escolar

O projecto de resolução nº 1530/XII/4.ª, referente ao seguro escolar, deverá ser discutido e votado na próxima reunião da Comissão Parlamentar de Economia e Obras Públicas.No documento é proposta uma actualização do Seguro Escolar, “no sentido de incluir os acidentes dos alunos que ocorram em trajecto com velocípedes sem motor por estes conduzidos”. 

Esta iniciativa surge na sequência da colocação em discussão pública, pela Direcção- Geral de Saúde, de um relatório técnico em que traça a “Estratégia Nacional para Promoção da Actividade Física, da Saúde e do Bem- Estar”. Uma das sugestões apresentadas neste documento, diz respeito à necessidade de “desenvolver e promover deslocações 'activas' para os locais de ensino”.

Projeto de Resolução 1530/XII

Recomenda ao Governo que o seguro escolar abranja os alunos que se desloquem em velocípedes sem motor (bicicletas)

Ingresso no Ensino Superior

Aprova o Regulamento Geral dos Concursos Institucionais para Ingresso nos Cursos Ministrados em Estabelecimentos de Ensino Superior Privado para a Matrícula e Inscrição no Ano Letivo de 2015-2016
Aprova o Regulamento do Concurso Nacional de Acesso e Ingresso no Ensino Superior Público para a Matrícula e Inscrição no Ano Letivo de 2015-2016, cujo texto e respetivos anexos constam em anexo a esta portaria

Divulga alterações de elencos de provas de ingresso para as candidaturas de 2016, 2017, 2018

domingo, 5 de julho de 2015

Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico

O Ministro da Educação e Ciência homologou, em 03/07/2015, o Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico, que vigorará a partir do ano letivo de 2015/2016.

Segundo o MEC, este novo Programa e Metas Curriculares de Português enquadra as finalidades da disciplina no Ensino Básico e enuncia os objetivos cognitivos e as capacidades gerais a desenvolver, valorizando e dando relevância a áreas fundamentais:
• o desenvolvimento da fluência da leitura;
• a oralidade;
• o uso adequado da gramática;
• o contacto continuado com a melhor literatura de língua portuguesa;
• a composição escrita e à correção da comunicação.

A organização dos conteúdos nos três ciclos do Ensino Básico permite expandir um núcleo curricular, configurar um percurso coerente, delinear o perfil de proficiência da comunicação oral e escrita, permitindo o progresso seguro para outros níveis de ensino.
O Ministério da Educação e Ciência reconhece que a experiência acumulada dos professores e das escolas é um elemento fundamental no sucesso educativo, pelo que este novo Programa de Português teve, também, como objetivo dar liberdade pedagógica, não condicionando de alguma forma a prática letiva.

Programa e Metas Curriculares de Português do Ensino Básico

Entrada em vigor

Documentos de apoio

sexta-feira, 3 de julho de 2015

Bom fim de semana!

Prova de matrícula

A Prova Escolar é uma prova de matrícula num estabelecimento de ensino que o jovem tem de fazer todos os anos, até ao final de julho, para manter o direito ao Abono de Família para Crianças e Jovens.

(Jovens a partir dos 16 anos ou que completem essa idade até ao final do ano letivo.)

A Prova Escolar também permite verificar se o jovem matriculado no ensino secundário tem direito a atribuição de Bolsa de Estudo.

A falta de prova de matrícula, nos casos em que a mesma é obrigatória, implica a suspensão do pagamento do Abono de Família para Crianças e Jovens ou da Bolsa de Estudo.

A Prova Escolar é feita todos os anos no serviço Segurança Social Direta.

Aplicação: Professor Bibliotecário 2015/2016

Encontra-se disponível no Portal da DGAE ou diretamente através do endereço: https://sigrhe.dgae.mec.pt/ a aplicação para a designação de professores bibliotecários.

O processo de designação de docentes para o exercício de funções de professor bibliotecário encontra-se regulamentado na Portaria n.º 192-A/2015, de 29 de junho, publicada em Diário da República, 1.ª série — N.º 134.

Aplicação eletrónica – 1ª fase




No caso de o diretor verificar, após a conclusão do procedimento descrito no ponto anterior, que não dispõe de docentes que possam exercer as funções de professor bibliotecário, deverá: 
- dar conhecimento à Direção-Geral da Administração Escolar (DGAE), indicando o número de docentes a designar; 
- abrir, até 13 de julho, impreterivelmente, um procedimento concursal destinado ao recrutamento de professor bibliotecário; 
- constituir um júri composto por três elementos, o qual é presidido pelo próprio diretor, ou por membro da direção em quem este delegar, e por dois professores por si designados, de entre os docentes de carreira do quadro de agrupamento de escolas ou de escola não agrupada. 

Este concurso deverá ser publicitado na página eletrónica de cada Agrupamento de Escolas ou Escola não agrupada até ao dia 13 de julho devendo constar da sua publicação:
 a) os prazos para a apresentação das candidaturas, seleção e publicitação dos resultados, a qual deverá decorrer até ao dia 20 de julho, impreterivelmente; 
b) os requisitos gerais e específicos de admissão a concurso; 
c) a indicação do número de lugares a serem preenchidos; d) os critérios de seleção para o exercício de funções de professor bibliotecário.

É publicitada na página eletrónica da DGAE uma lista com as escolas que abrirão concurso de recrutamento externo. 
Para tal a DGAE disponibiliza, numa primeira fase, uma aplicação informática, onde os Agrupamentos de Escolas ou Escolas não agrupadas deverão formalizar a publicação do concurso: Publicitação Procedimento Externo 

(Não dispensa a consulta atenta do Manual e da Portaria)

Educação pré-escolar universal para todas as crianças a partir dos 4 anos

Primeira alteração à Lei n.º 85/2009, de 27 de agosto, estabelecendo a universalidade da educação pré-escolar para as crianças a partir dos 4 anos de idade


Assembleia da República


«Estabelece o regime da escolaridade obrigatória para as crianças e jovens que se encontram em idade escolar e consagra a universalidade da educação pré -escolar para as crianças a partir dos 4 anos de idade.»

 Artigo 1.º [...] 
1 — . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 
2 — A presente lei consagra, ainda, a universalidade da educação pré -escolar para todas as crianças a partir do ano em que atinjam os 4 anos de idade

Artigo 4.º [...] 
1 — A educação pré-escolar é universal para todas as crianças a partir do ano em que atinjam os 4 anos de idade.

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1 — O Governo regulamenta, por decreto-lei, no prazo de 180 dias a partir da data de entrada em vigor da presente lei, as normas que regulam a universalidade da educação pré -escolar relativamente às crianças que atinjam os 4 anos de idade, de modo a assegurar a sua implementação a partir do ano letivo 2016/2017.

2 — A regulamentação prevista no número anterior abrange o processo de avaliação da implementação da universalidade da educação pré-escolar às crianças com 4 anos de idade e os mecanismos de aferição da possibilidade de estender a universalidade às crianças com 3 anos de idade, bem como a definição do respetivo prazo.

quinta-feira, 2 de julho de 2015

Citação de contrainteressados dos grupos 260, 290 e 910

 Mais um processo em tribunal... 

As escolas raramente estiveram tão presas de movimentos.

Paulo Guinote - Público

Nuno Crato apresentou como uma das bandeiras do seu mandato, aquilo a que chamou a “implosão” do Ministério da Educação. De acordo com as suas declarações a esse respeito entendia-se que pretendia que o aparelho administrativo do seu ministério se aligeirasse e que a burocracia na relação com as escolas se reduzisse.

Subjacente ao seu desejo estava, em larga medida, uma visão partilhada com outr@s titulares da pasta acerca da “monstruosidade” e perversidade desse aparelho, que seriam contrárias à eficácia dos procedimentos e inimigas da liberdade de acção das escolas para resolver com celeridade os seus problemas.

Com o mandato a terminar é interessante fazer um balanço de tal pretensão e analisar se o que foi feito corresponde ao que se prometia e se conduziu a uma melhoria de funcionamento do “aparelho” do MEC e a uma maior liberdade das escolas.

Em termos práticos, a “implosão” prometida ficou restringida a uma redução dos quadros qualificados ao serviço do MEC, o que se integrou no esforço por reduzir a despesa com pessoal, nada tendo sido feito de relevante no sentido de desburocratizar os procedimentos que se tornaram ainda mais irracionais do que eram devido à opção por uma hiper-concentração dos centros de decisão e pelo desenvolvimento de novas cadeias de controlo de todos os actos de gestão nas escolas através de plataformas electrónicas de preenchimento obrigatório para os detalhes mais remotos do quotidiano escolar e a necessidade de autorizações hierárquicas para qualquer acto que fuja à mais pedestre normalidade.

Toda a retórica em favor da desburocratização e da descentralização dos procedimentos, não passou de uma falsidade repetida e desmentida decreto após decreto, portaria após portaria, circular após circular, continuando o MEC por se caracterizar por um torrencial delírio legislativo e regulamentador. Sendo isto agravado com a evidente perda de qualidade de muita dessa regulamentação, exactamente em virtude da saída de muitos dos quadros mais competentes que antes a produziam. Porque uma coisa é concordarmos ou não com o conteúdo de certos diplomas e outra é o que achamos da sua qualidade em termos técnicos.

Os efeitos perversos da famigerada “implosão” concretizada por Nuno Crato podem ser demonstrados, entre outros, em três áreas:

O desaparecimento de alguns organismos administrativos intermédios levou a que muitas decisões e disputas sobre a interpretação de diversos normativos ficassem dependentes em exclusivo de Lisboa. O que levou a uma morosidade extrema das respostas às escolas, ao desencontro dessas respostas entre vários serviços sem coordenação e ao puro e simples desrespeito de muitos prazos definidos no Código do Procedimento Administrativo para dar despacho, por exemplo, a meros recursos hierárquicos. De novo, uma coisa era criticar o nepotismo que campeava nesses órgãos intermédios e outra é considerar que eles devem ser completamente eliminados.

A falta de pessoal qualificado em áreas cruciais da administração educativa conduziu a situações de ruptura ou à demonstração pública de profunda incompetência, de que o exemplo maior foi a concepção e execução do concurso para colocação de professores no ano lectivo anterior e que motivou este ano, pelo que se lê na imprensa, a necessidade de contratação externa de serviços que antes eram assegurados a nível interno. Não é raro que as poupanças de curto prazo resultem em despesas posteriores maiores e neste ano de eleições o medo de novo fracasso na colocação de professores parece ter deixado a austeridade esquecida neste particular.

Em terceiro lugar, a redução de pessoal técnico qualificado para dar apoio a algumas decisões conduziu a uma situação em que o MEC se tornou presa fácil de grupos de pressão e de interesses externos que passaram a influenciar de modo directo o círculo restrito de decisores em matérias demasiado sensíveis e em que são notórias as cedências do poder político a esses grupos. Há decisões desconexas e casuísticas em termos curriculares, apresentadas quase como se fossem resultantes de estados de alma, que só se conseguem explicar pela incapacidade do MEC resistir à sedução de tais grupos de interesses.

E tudo isto se passa enquanto a burocracia e opacidade de alguns procedimentos permanecem praticamente inalteráveis se não mesmo mais incompreensíveis em tempos de exaltação “liberal”. As escolas raramente estiveram tão presas de movimentos e nunca a transparência esteve tão ameaçada pela dificuldade em controlar potenciais atropelos à legalidade graças ao anonimato digital e ao já clássico “foi um problema informático”.

Paulo Guinote - Público 2/07/2015
(Negrito nosso)

"Crato entrou pelo sistema educativo adentro, como um elefante numa loja de cristais"

João Ruivo - Ensino Magazine

O comportamento do nosso ministro da Educação tem continuado a revelar um rumo errático, perfeitamente incompreensível e um estilo de inqualificável desvario ideológico. Ou seja, Crato entrou pelo sistema educativo adentro, como um elefante numa loja de cristais. As consequências…. Vão levar muitos anos a reparar. A grande reforma educativa sorvida dos quentes e vibrantes anos do final da década de sessenta, consubstanciada nas filosofias do Maio de 68, apontava para uma escola aberta, universal, inclusiva, interclassista, meritocrática, solidária, promotora da cidadania e, até, niveladora, no sentido que deveria esbater as desigualdades sociais detectadas à entrada do percurso escolar. Os professores passavam a ser mediadores da aprendizagem, promotores da socialização e do trabalho partilhado. Os alunos metamorfoseavam-se em aprendentes activos, participativos, concretizadores, co-líderes da sala de aula e do rumo a dar às planificações. Os pais, descolarizados ou iletrados, por vergonhosa opção de quatro décadas de ditadura, entregavam os seus filhos naqueles centros de promoção do sucesso social. Era a escola aberta à comunidade, uma escola moderna, que se impunha à escola tradicional. Era, enfim, a escola inclusiva, aberta a todos. Com o decorrer dos anos, os governantes, lá no alto do seu douto saber, entenderam que, já agora, os professores e a escola poderiam também cumprir uma imensidão de funções até então cometidas ao Estado, às famílias e à sociedade. Mesmo que não tivessem tido preparação para isso, os professores tinham demonstrado que sabiam desenvencilhar-se e, sobretudo, que não sabiam dizer não. E desde então, essas passaram também a ser tarefas e funções da escola e dos seus docentes. A partir desse momento singular, passámos a ter uma escola que, por acaso, também era um local de aprendizagem formal, mas que, sobretudo, se foi desenvolvendo como um espaço de aprendizagens sociais, informais, socializadoras. E foi assim que se baralhou e se desvirtuou uma escola que, altruisticamente, queria ser para todos, transformando-a numa escola onde tudo cabia. Era a escola para tudo. Mais recentemente, os últimos responsáveis pelo Ministério da Educação, entenderam que a escola gastava muito e os professores, numa indolência secular, pouco ou nada faziam. Que tinham poucos alunos a quem ensinar; que perdiam muito tempo na sua formação permanente; que davam demasiada importância ao "como ensinar e ao como aprender", em vez de se dedicarem a verificar as aprendizagens memorizadas; que se dedicavam demasiado a combater a exclusão escolar e social; que se envolviam muito com as famílias na educação dos jovens; que desejavam que todos os seus aprendentes estivessem na sala de aula, em comum colaboração, mesmo que alguns deles necessitassem de um apoio especial…. Não bastasse tudo isto, entrou em cena o elefante do "eduquês"… A esta santa alma tudo lembrou, o que ao diabo esqueceu: Aos professores, era exigido que reincarnassem de novo, que procurassem novas profissões. Que comprassem escolas. Que emigrassem. Que percebessem que o nosso sistema de ensino poderia ser muito melhor se acabassem metade das actividades desenvolvidas nas escolas e se se dispensassem cerca de 40 mil docentes. Alias receio que este medonho "elefantês" ainda tem dificuldades em perceber o que fazem e para que servem os professores nas escolas. E tudo isso, infelizmente, não era apenas um pesadelo. Foram as opções de política educativa neoliberal, de que estava ao serviço do sistema financeiro internacional, dos interesses privados, contra o Estado social e, sobretudo, contra os mais desfavorecidos, os quais, por isso mesmo, acabariam por ser os mais prejudicados. De resto, o senhor ministro tem vindo a demonstrar que pouco lhe interessa o impacto negativo destas medidas na implosão da Escola Pública e no comprometimento do futuro do país. O que eles não sabem nem sonham é que os professores têm dentro de si a força regeneradora do saber, da cultura e da utopia social. Modelando sabiamente os seus alunos, são os construtores de futuros. Dentro e fora da escola querem partilhar a discussão do amanhã, porque aprenderam que ter, é ceder e partilhar. Infelizmente, como humanos que são, também erram: do seio da escola por vezes saem maus políticos e, logo, más políticas. Mas não é por isso que se deixam abater, já que exercem uma profissão que exige a reflexão permanente, a busca de consensos, e a capacidade de ser persistente, sem teimosia.
(Negrito e sublinhado nosso)

quarta-feira, 1 de julho de 2015

A opinião de Santana Castilho no Público

Santana Castilho - Público

Parafraseando José Saramago, há uma regra fundamental que é, simplesmente, não calar. Não calar!

1. O despacho nº 7031 - A/2015 introduz o ensino de mandarim em algumas escolas secundárias públicas no próximo ano-lectivo. Os professores serão chineses e as despesas correm por conta da República Popular da China, mediante um protocolo com o Instituto Confúcio. Este instituto tem por objectivo imediato a promoção da língua e da cultura chinesas. Mas outros vêm a seguir, ou mesmo antes, pese embora tratar-se de matérias a que Confúcio era avesso. Com efeito, logo que a iniciativa foi conhecida, chegaram notícias de experiências idênticas de países ocidentais, que cancelaram acordos similares por ameaça à liberdade académica (vigilância indesejável de estudantes e actos de censura). Dito nada pelo Ministério da Educação sobre este começo menos auspicioso, sobram perguntas, a saber: que diz o ministro à suspeita transnacional (França, Suécia, EUA e Canadá, entre outros) quanto à utilização do Instituto Confúcio como instrumento de promoção da ideologia do governo chinês? Poderemos aceitar que uma disciplina curricular do sistema de ensino nacional seja leccionada por professores estrangeiros, escolhidos pelo governo da China, pagos pelo governo da China e com programas elaborados por uma instituição que obedece ao governo da China? Conhecida que é a complexidade extrema da aprendizagem do mandarim, particularmente no que à escrita respeita, fará sentido iniciá-la… no 11º ano? Terá a iniciativa relevância que a justifique? Pensará o grande timoneiro Nuno Crato substituir o Inglês (cujos exames acabou de entregar a outra instituição estrangeira) pelo mandarim, como língua de negócios? Ou tão-só se apresta, pragmaticamente, a facilitar a vida aos futuros donos disto tudo, numa visão futurista antecipada pela genialidade de Paulo Futre?

A indústria do financiamento alienou por completo a solidez pedagógica das decisões e transformou o currículo escolar numa manta de retalhos de experimentalismos sem coerência.

O ministério de Nuno Crato ficará marcado por um contínuo de soluções aos solavancos, determinadas pela ânsia de responder a um sistema político e econômico que exige do ensino resultados com impacto rápido no sistema produtivo. Uma simples lógica de obediência a mecanismos simplistas de mercado, com total desprezo pela vertente personalista da acção educativa e pela necessidade de colher aceitação social para as políticas educativas.

2. Quando, em Novembro de 2013, o Governo aprovou o Estatuto do Ensino Particular e Cooperativo, revendo por decreto o artigo 75º da Constituição da República, porque derrogou por essa via o carácter supletivo do ensino privado nele contido, escrevi que a regulamentação que se seguiria criaria uma engenharia social e econômica similar às parcerias público-privadas. Aí está tudo confirmado pela Portaria nº 172-A/2015 e aviso de abertura do concurso subsequente. São 656 turmas dos 5º, 7º e 10º anos, num total superior a 16.400 alunos, que poderão sair do ensino público para o privado, com o financiamento garantido pelo Estado, à razão de 80.500 euros por turma. Estaremos a falar de uma despesa pública que se aproximará dos 150 milhões de euros. Esta despesa é nova, soma-se ao financiamento do mesmo gênero que o Estado já suporta e, na maior parte dos concelhos em análise, as escolas públicas têm capacidade para receber os respectivos alunos. Querer tornar indiferenciáveis, por via da falsa questão da liberdade de escolha, o sistema de ensino público, sem fins lucrativos, e o sistema de ensino privado, com fins lucrativos, é uma subtileza ardilosamente concebida por este Governo para fazer implodir o princípio da responsabilidade do Estado no que toca ao ensino de todos os portugueses.

O que influencia mais a produtividade das organizações? A qualidade dos que gerem ou a competência dos que trabalham? Quando a organização sob análise é o sistema de ensino, diz-me o conhecimento empírico, longo, e o estudo de anos, muitos, que outras fossem as políticas e outros seriam os resultados. Com os mesmos professores. Com os mesmos alunos.

3. A crise da Grécia é a crise de todos nós. Desistimos dos velhos e vamos desistindo da escola pública e do serviço nacional de saúde. Ao invés de elevar padrões de vida, aceitamos generalizar a pobreza. A cultura europeia cede ao ensino apressado do mandarim, na esperança de suprir uma união econômica que falhou. Atarantados, não distinguimos danos de dolo.

Admito que seja ainda exagerado falar-se de fascismo pós-moderno. Mas o crescimento da violência legal aplicada à solução de problemas políticos, sem réstia de democraticidade, mesmo que apenas formal, dará, a breve trecho, se continuarmos assim, total legitimidade ao uso da expressão. É aceitável a penhora da casa de família por dívidas irrisórias? Impor à paulada o desacordo ortográfico? Tomar eleitores por escravos sem pio de eurocratas não eleitos, na paródia sinistra em que a Europa se transformou?

(Negrito e sublinhado nosso)

Estatísticas da Educação 2013/2014

A Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência divulgou, na sua página da Internet, o relatório intitulado “Estatísticas da Educação 2013/2014”. Neste documento são apresentados os principais dados de caracterização do sistema educativo, nomeadamente alunos matriculados, aproveitamento, pessoal docente e não docente, rede de estabelecimentos de ensino e informação relativa aos ensinos pós-secundário não-superior e superior.

Estatísticas da Educação 2013/2014  [PDF] [XLSX] [ODS]

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Comunicado do Governo