quinta-feira, 10 de novembro de 2022

Não podemos concordar!

Enquanto não temos propostas concretas sobre o que pretende o Ministério da Educação e o Governo com as alterações aos diplomas que regulamentam o regime de recrutamento, contratação e gestão de docentes, aqui ficam as apresentações divulgadas pela equipa do ME que, enunciando pressupostos gerais, demonstram que as ideias vão mudando e surgem novas e inaceitáveis formas de abordar esta problemática que nem sequer constam do programa do Governo.


  Recrutamento e Colocação de Professores - Diagnóstico e pressupostos

(Reuniões de 21e 22 de setembro)


REGIME DE RECRUTAMENTO E GESTÃO DE PROFESSORES

(Reuniões de 7 e 8 de novembro)

E as notícias que daí resultaram;

Ministro quer diretores com mais poder de contratação, mas ainda não os contactou.

O Governo quer manter os critérios de contratação de professores, mas pretende um novo modelo de colocação, transformando os concursos nacionais em listas municipais.

Área dos quadros de zona pedagógica vai ser reduzida e corresponder às 23 comunidades intermunicipais.

A integração de docentes será decidida por conselhos locais de diretores.

Os Educadores e Professores vão continuar o parente pobre?

Enfermeiros recuperam progressão salarial com efeitos retroativos a janeiro de 2022

O Ministério da Saúde concluiu as rondas negociais com as estruturas sindicais com vista à definição do modelo de recuperação de pontos obtidos em sede de avaliação do desempenho e à progressão salarial dos enfermeiros já a partir deste ano, dando cumprimento ao compromisso do Governo de valorização das carreiras do maior grupo profissional do Serviço Nacional de Saúde.

O projeto de decreto-lei sobre a contagem de pontos dos enfermeiros, que será submetido a Conselho de Ministros, garante que, no âmbito deste processo alargado e participado de revalorização das carreiras, os enfermeiros são tratados de forma equitativa, independentemente do respetivo regime de vinculação ao SNS.

O Governo assegura que os pagamentos que resultem do reposicionamento remuneratório decorrente deste diploma serão feitos com efeitos retroativos a janeiro de 2022.

quarta-feira, 9 de novembro de 2022

Santana Castilho: Ministro João Costa continua a enganar a opinião pública

Um mercado, um ministro e um presidente
Santana Castilho 

1. A falta de ponderação dos adultos e a imaturidade dos jovens deixa a sociedade moderna incapaz de perceber como a avalanche de estímulos tecnológicos, que submergem literalmente os cidadãos, perturba o equilíbrio desejável entre a vida profissional, a familiar e a pessoal e, por essa via, vai deteriorando a saúde mental dos indivíduos. Neste quadro, a prevalência crescente da digitalização e da inteligência artificial no ambiente escolar ameaça desumanizar o processo de ensino, retirando-lhe laços insubstituíveis de presença, comunicação e conexão humanas. É assustador que a GlobalData, uma empresa colectora de dados e tendências, que depois vende às maiores empresas do mundo para as ajudar a desenvolver os seus negócios, acabe de prever que as salas de aula se transformarão em espaços de aprendizagem totalmente digitais, por via da penetração do mercado das tecnologias na Educação, mercado que atingirá, até 2030, o valor de 538,5 mil milhões de dólares. Para fabricar cretinos digitais, no dizer provocador do neurocientista Michel Desmurget, o preço é alto.

2. O ministro João Costa continua a enganar a opinião pública. Disse, na RTP 3, no dia da última greve, que o Ministério da Educação já colocou mais de 26 mil professores, em resposta a necessidades manifestadas pelas escolas desde o início do ano lectivo. Absolutamente falso. Se estivesse certo o número 26 mil, esse número referir-se-ia a vagas postas a concurso e jamais a docentes de identidade distinta. Quantas dessas vagas são repetidas vezes sem conta, porque não são preenchidas e voltam ao processo? Quantas delas acabam ocupadas pelo mesmo professor, quer por serem de curta duração e sucederem-se em cascata, quer porque o docente as reúne para poder ascender a um horário completo?
Mas são as afirmações do próprio ministro que expõem a desfaçatez com que adultera os factos. Com efeito, a 26 de Setembro, durante uma visita a uma escola de Santo Tirso, disse que estava a receber mil pedidos por semana, para substituir professores. Agora, na RTP 3, momentos depois de atirar o número 26 mil, para impressionar incautos, afirmou que recebe 600 pedidos por semana. Considerando que decorreram oito semanas de ano lectivo, contas simples expõem a adulteração grosseira dos números, quer falemos de substituições pedidas, quer de docentes envolvidos. Nem a mentir é competente.
Na mesma linha, o Ministério da Educação congratulou-se com o “aumento progressivo dos alunos que concluíram os cursos científico-humanísticos nos três anos esperados, com especial destaque para 2020/21”, ano em que se atingiu “o valor mais elevado desde sempre, 76%, representando um aumento superior a 20 pontos percentuais em relação a 2014/15 (ano de início da série de cálculo do indicador)”.
Entretanto, os resultados das provas de aferição (5º e 8º anos) realizadas em 2021, divulgados pelo IAVE em Maio passado, mostram resultados medíocres. Com efeito, a percentagem de alunos que respondeu sem dificuldades oscilou, consoante os domínios de avaliação, entre 2,7% e 44,2%. Mas, na maioria dos domínios, as respostas sem dificuldades ficaram abaixo dos 20%. É assim manifestamente evidente a incoerência que resulta do cruzamento destes dados com o cenário de 76% dos alunos a concluírem o secundário no tempo esperado.
Ao mesmo tempo, um relatório do Eurostat (Children in Poverty or Social Exclusion), revela-nos que, em 2021, precisamente o ano que o Ministério da Educação celebra, 22,9% das crianças e jovens portugueses com menos de 18 anos, viviam em situação de pobreza ou exclusão social. A esta triste realidade, o discurso enviesado e ideologicamente comprometido do Ministério da Educação diz nada. Falar de sucesso nestas circunstâncias pedia ponderação.

3. Num registo, foi confrangedor ver o safanão presidencial, que quase atirou ao chão o entertainer Paddy Cosgrave, no palco da Web Summit. Noutro, foi impróprio, inaceitável, que o Presidente da República se tenha dirigido à ministra Ana Abrunhosa, em público, no tom em que o fez. Forma e conteúdo foram absolutamente inadequados. Entrasse a ministra no despautério, e ainda a poderíamos ter ouvido retorquir que também não lhe perdoava ter avisado um bispo de que estava a ser investigado por eventual encobrimento de abusos sexuais.

Nota Informativa: Direito a Férias – Pessoal Docente

Encontra-se disponível na página da DGAE uma Nota Informativa sobre o Direito a Férias do Pessoal Docente, que nos parece, pela interpretação de algumas normas legais, poder criar alguma polémica e muita contestação.

terça-feira, 8 de novembro de 2022

A proposta dos Mapas de Docentes


Novos QZP são as Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas

De acordo com a ideia apresentada pelo Ministro da Educação, nas reuniões com as organizações sindicais, os novos quadros são coincidentes com as Comunidades Intermunicipais e Áreas Metropolitanas.

O provimento (vinculação) às Escolas ou Agrupamentos será realizado através de concurso interno, realizado de 5 em 5 anos, faz-se prioritariamente através de MDAE / MDEnA - Mapa de Docentes de Agrupamento de Escolas ou Escolas não Agrupadas e supletivamente através dos MDI - Mapas de Docentes Interconcelhios. Em cada zona será constituído um órgão denominado Conselho Local de Diretores de Agrupamentos, que analisa o perfil de competência de cada docente afeto ao MDI e faz a seleção conforme as necessidades específicas de cada agrupamento.

Estaremos a iniciar o caminho para a completa, e desejada por alguns, municipalização da Educação?

Perspetivas do SIPE sobre a reunião com o ME

REUNIÃO COM O ME - Alteração ao Regime dos Concursos

 

O SIPE reuniu com o Ministério da Educação, no dia 7 de novembro, pelas 16 horas. Não foi apresentado qualquer documento, apenas foram enunciados pressupostos gerais:

1. O concurso interno será em 2024 e passará a ter uma periocidade de 5 anos;

2. Diminuição territorial dos QZP, passando para um mínimo de 23;

3. Aumento do número de lugares de QA.

4. MOBILIDADE INTERNA 

Em cada zona será constituído um órgão denominado CONSELHO LOCAL DE DIRETORES DE AGRUPAMENTOS, com um respetivo Mapa de Docentes Interconcelhios (MDI).

O perfil de competência de cada docente afeto será analisado pelo Conselho Local de Diretores e escolhido conforme as necessidades específicas de cada agrupamento.

Resumindo: Na Mobilidade interna, não são os professores que escolhem as escolas, são os diretores que escolhem os professores!

5. Mantém-se a intenção da contratação e da vinculação em Quadro de Agrupamento, diretamente pelos Agrupamentos.

 

POSIÇÃO DO SIPE


O SIPE considera que a colocação de docentes deverá feita unicamente por graduação profissional.

Consideramos inaceitável esta proposta de modelo de recrutamento de professores e educadores. É injusta, burocrática, discricionária, além de não ser equitativa, não promover nem valorizar o tempo prestado ao serviço da Educação, não promover a igualdade de oportunidades e não haver garantias que sejam feitas as escolhas adequadas.


Ficou agendado, para data a determinar, um processo negocial acerca das seguintes matérias:

1. Contabilização do tempo de serviço em creche.

2. Valorização dos mestrados e/ou doutoramentos para isenção de vagas ao acesso do 5.º e 7.º escalões;

3. Regularizar a situação referente aos Técnicos Especializados da Escola Soares dos Reis e António Arroios.

Nota Informativa - Licenças sem vencimento/Licenças sem remuneração

Encontra-se disponível a Nota Informativa: Licenças sem vencimento/Licenças sem remuneração.

Com vista à uniformização de procedimentos, a DGAE elenca os seguintes esclarecimentos sobre a concessão de licenças sem vencimento/remuneração, do pessoal docente e não docente, com contrato de trabalho em funções públicas por tempo indeterminado.


A inclusão não ocorre por decreto!

Educação inclusiva: O grande desafio e um decreto irreal

As boas intenções Decreto-Lei Nº54/2018 são de louvar. A sua aplicabilidade, por sua vez, é de um romantismo exasperante. Se os professores decidissem mobilizar, na sua prática letiva diária, as medidas universais, seletivas e adicionais e, se dentro das medidas seletivas, pretendesse fazer uma verdadeira diferenciação pedagógica, preparando materiais específicos para todos de acordo com as suas necessidades específicas (que é aquilo de que verdadeiramente se trata quando falamos de Educação Inclusiva) – ainda mais agudizadas nestes anos pós-pandemia – certamente enlouqueceriam antes do final do primeiro período. Primeiro, porque não possuem formação adequada para fornecer apoio específico aos alunos com dificuldades específicas de aprendizagem (dislexias graves, discalculia, disortografia, descoordenação motora, défice de atenção com ou sem hiperatividade, perturbação de oposição, alterações de comportamento, desvalorização da autoestima); segundo, porque, mesmo possuindo essa formação, não teriam tempo disponível para atender a todas as solicitações que lhes são feitas.  
O artigo de opinião de Carmo Machado para ler na VISÃO 

Mapas de Docentes Interconcelhios (MDI) substituem os QZP

Seguindo uma estratégia comum aos membros deste governo, o Ministério da Educação não apresenta uma proposta, mas apenas ideias do que "admite" poder fazer com as alterações ao modelo de recrutamento e concursos de docentes. Para isso, nesta reunião, lançou a ideia de um Conselho de Diretores proceder a gestão das colocações dos docentes disponíveis em MDI - Mapas de Docentes Interconcelhios  com as vagas definidas superiormente. 

O governo, de acordo com as explicações do Ministro, propõe a criação de um mapa interconcelhio, onde os professores que concorrem à mobilidade interna ficam afetos e depois as candidaturas serão avaliadas por um conselho local de diretores, mediante perfis de competência que considerem adequados a cada agrupamento.


O ministro da Educação terá proposto, esta segunda-feira, nas reuniões com os sindicatos alterações na mobilidade interna dos professores de quadro (que pode servir de aproximação à residência). De acordo com a presidente do SIPE, Júlia Azevedo, João Costa defende que as colocações deixem de ser determinadas por concurso, mas por escolha dos diretores.

O princípio "preocupa" por ser "um processo mais burocrático, menos equitativo e transparente, sem garantias de isenção nas escolhas", alerta Júlia Azevedo.

segunda-feira, 7 de novembro de 2022

Grande maioria dos docentes rejeitam as propostas do Governo, mas concordam com a redução da dimensão dos QZP


Quase 90% dos professores rejeitam as propostas do Governo de reforçar o recrutamento direto pelas escolas e de os docentes poderem vincular nos quadros de um agrupamento com base num perfil definido pelos diretores, revela um inquérito promovido pelo Sindicato Independente de Professores e Educadores (SIPE), divulgado esta segunda-feira, quando organizações e equipa ministerial se voltam a sentar à mesa negocial por causa da revisão do regime de concursos.

De acordo com os resultados do questionário, a esmagadora maioria dos professores (89,3%) concordam com a revisão do modelo de concursos e com a intenção do ministro, João Costa, de reduzir a dimensão dos Quadros de Zona Pedagógica - proposta apoiada por 96,7% dos inquiridos.

O que é liminarmente rejeitado é a intenção de as escolas recrutarem um terço dos contratados e poderem escolher para os seus quadros professores de acordo com um perfil adequado aos seus projetos educativos: 88,4% rejeitam a possibilidade de vinculação direta escolhida pelos diretores e 87,2% o reforço da contratação direta. Quase 80% (79,4%) defendem a graduação profissional (ordenação dos docentes com base na média final de curso e tempo de serviço) como único critério de colocação.

domingo, 6 de novembro de 2022

Fretes perversivos na primeira página

O Correio da Manhã, prestando mais um servicinho à máquina governativa do partido socialista, apresenta de forma tendenciosa e perversa os vencimentos com os valores nominais, antes de impostos e outras contribuições. No final do mês, para que um educador ou professor receba o valor apresentado, de forma bombástica na primeira página do pasquim, é necessário estar no último escalão da carreira docente, ser o único titular e ter três ou mais dependentes, como podemos facilmente confirmar na tabela de vencimentos da carreira docente.

Ao senhor António Sérgio Azenha recomendamos a leitura de um artigo independente e bem escrito "Outra vez os professores na rua?! Vou contar-vos umas histórias…", que evidentemente poderá servir de lição ao péssimo e comprometido jornalismo que se faz pelos corredores da Cofina.

Quem confia no governo?

Contrato assinado em julho previa aumento dos rácios. Autarcas contrataram funcionários para o início do ano letivo a contar com verba
.

De acordo com as informações a que o JN teve acesso, a proposta enviada pelo Ministério da Educação às Câmaras Municipais prevê a manutenção do número de assistentes operacionais. Além disso, acrescenta a transferência, para as câmaras, dos técnicos especializados sem funções formativas (como psicólogos ou informáticos) e a atribuição, a cada agrupamento de escolas ou escola não agrupada, de um técnico de informática.

sábado, 5 de novembro de 2022

O exercício nacional A TERRA TREME realiza-se no próximo dia 9 de novembro, pelas 11h09.

EXERCÍCIO PÚBLICO DE SENSIBILIZAÇÃO PARA O RISCO SÍSMICO

Esta iniciativa é promovida pela Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil e procura chamar a atenção para o risco sísmico e para a importância de comportamentos simples que os cidadãos devem adotar em caso de sismo, mas que podem salvar vidas.

Tem a duração de apenas 1 minuto, durante o qual os participantes são convidados a executar os 3 gestos que salvam: BAIXAR, PROTEGER E AGUARDAR.
Todos podem e devem participar: individualmente ou em grupo, em qualquer local onde se encontrem. E para que possamos acompanhar os participantes em todo o país, convidamos para que façam o seu registo na zona dedicada do site.

Muitas zonas do globo são propensas a sismos e Portugal é um território com zonas particularmente sensíveis a este risco. Podemos estar em qualquer lado quando começar um sismo, mas estaremos preparados para enfrentar uma situação deste tipo e recuperar dela rapidamente?

Conheça ou relembre os procedimentos que deve adotar antes, durante e depois de um sismo, e organize-se, à sua casa e família em 7 passos essenciais. Divulgue esta iniciativa junto da sua família, dos seus amigos e colegas de trabalho. Porque TODOS SOMOS PROTEÇÃO CIVIL!

A luta dos professores é, no fundo, a luta de todos!

Esta é uma leitura a não perder!
(Clicar na imagem para ler o artigo completo)


Grande parte do país está na lama, bem sei. Muitos de nós vivem mesmo com salários mínimos ou no limiar da pobreza e, por isso, tendemos sempre a nivelar por baixo.

Para quem recebe 700 euros, ver protestar um professor que, ao fim de 20 anos de trabalho, recebe o dobro, pode parecer fútil ou supérfluo. Mas não é.

Parte do nosso problema, enquanto sociedade, é exactamente esta necessidade de colocarmos a fasquia na lama. Viver com um salário mínimo é, de facto, um atentado social e um factor de estagnação. Mas ver que, ao fim de três décadas de carreira, um trabalhador, professor neste caso, leva para casa 1.500 euros, não é diferente. É também uma catástrofe com a agravante de trazer impacto no futuro do país.

Não há evolução sem Educação e não há Educação sem Escola Pública: isto é um princípio básico de qualquer sociedade civilizada. A luta dos professores é, no fundo, a luta de todos. De cada pai, de cada estudante, de cada pessoa que quer viver num país mais justo, desenvolvido e, porque não dizê-lo, mais rico e próspero.

Se todos percebermos que os professores, mais do que lutarem por eles, estão a lutar por um país melhor e, de certa forma, a beneficiar toda a sociedade, talvez pudéssemos dar uma ajuda onde de facto podemos fazer a diferença.

Na rua. Na solidariedade.

Esta luta também é nossa. Os professores não podem ficar sozinhos.

sexta-feira, 4 de novembro de 2022

Cenários de pesquisa em Educação Especial e Inclusiva

Esta edição especial da revista Sisyphus, com o tema "Cenários de pesquisas em Educação Especial e Inclusiva”, composta por nove artigos, apresenta pesquisas sobre desafios quanto à disseminação e implementação de políticas públicas, formação continuada para a atuação dos professores em perspectiva inclusiva e as contribuições do uso dos recursos tecnológicos educacionais como possibilidade de inovação pedagógica. Esses estudos intensificam as reflexões sobre cenários de pesquisa em Educação Especial e Inclusiva para o processo ensino-aprendizagem das pessoas com deficiência.

Concurso para aumentar capacidade em Creches e Residências de Autonomização e Inclusão

O Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social lançou o concurso para criação de mais vagas em Creches e Residências de Autonomização e Inclusão, com uma dotação total de 28,3 milhões de euros, no âmbito PRR. As candidaturas podem ser submetidas entre os dias 7 de novembro e 30 de dezembro de 2022.


Ser professor é uma profissão em vias de extinção por miopia política.

Professores: Licenciados de segunda

A profissão docente deve ser considerada única e valorizada. Um professor primário é tão importante como um professor do secundário ou professor universitário. Infelizmente não o é.

Os professores sempre foram os licenciados de segunda. A sociedade, neste caso os pais, só se lembram dos professores quando precisam deles e apercebem-se da sua importância. Foi na altura da pandemia ou quando há uma greve não têm onde deixar os seus filhos.

Reserva de Recrutamento n.º 10

Publicitação das listas definitivas de Colocação, Não Colocação, Retirados e Listas de Colocação Administrativa – 10.ª Reserva de Recrutamento 2022/2023.


Aplicação da aceitação disponível das 0:00 horas de segunda-feira dia 07 de novembro, até às 23:59 horas de terça-feira dia 08 de novembro de 2022 (hora de Portugal continental).

RR 11 – 11 de novembro de 2022

quinta-feira, 3 de novembro de 2022

Mobilidade Por Doença - É urgente repensá-la

Decorridos alguns meses após a publicação e operacionalização do Decreto-Lei n.º 41/2022, de 17 de junho (que introduziu alterações no processo de mobilidade por doença), existem algumas reflexões que consideramos pertinentes que sejam partilhadas.


O que disse o Ministro da Educação no Parlamento



(Disponível na página do Parlamento)

Por Valorização e Respeito!

Esta GREVE foi uma forma de mostrar ao (DES)GOVERNO o DESCONTENTAMENTO da CLASSE DOCENTE.
 
Muitos professores apenas poderiam retirar benefício de algumas das reivindicações desta greve... Isto porque, uns não foram roubados no tempo de serviço porque entraram nos quadros após a aplicação da legislação; outros, estando nos dois últimos escalões, mesmo que o tempo de serviço roubado lhes viesse a ser devolvido, não teria quaisquer implicações remuneratórias.

Unanimismos...??? Nunca serão uma realidade nas lutas sindicais, sejam elas de que sector profissional forem. E, enquanto todos os professores tiverem direito aos resultados alcançados pelas conquistas daqueles que lutam, haverá sempre quem não adira à greve esperando colher benefícios da ceifa sem vergar as costas.

Para os que queriam 100% diria que, SIM é possível mas apenas e só, quando os políticos demonstrarem ser estúpidos. Nesse dia, eles apenas pagarão a quem se manifeste e... no dia seguinte, terão 100% de adesão à greve. Até lá (dia que nunca chegará!) NUNCA termos 100%. Por mim, contentava-me com um valor superior a 70%... SIM... Alcançar os 70% de adesão à greve (sabendo que mais de 30% dos professores o tempo de serviço roubado não teve implicações remuneratórias) é o máximo exigível. Atingir 80% é mais do que seria de esperar.

Um sincero OBRIGADO àqueles que PROFESSORES que LUTARAM... mesmo sabendo que pouco ou nada têm a ganhar directamente com a greve.

Um BEM-HAJA aos PROFESSORES que LUTARAM... por solidariedade, de uma forma desinteressada, porque veem nesta luta uma causa justa.

OBRIGADO aos que LUTAM sabendo que OUTROS, cobardemente, se escondem em mil argumentos para não perderem umas dezenas de euros, ESPERANDO COLHER os FRUTOS da LUTA dos OUTROS.
J. Ferreira 

segunda-feira, 31 de outubro de 2022

Não fazes greve?

Luís Costa

O novo despacho da ANQEP está a aniquilar a formação nos cursos profissionais

Chegou às escolas, no final do ano letivo anterior, a nova configuração do desdobramento de turmas relativamente às UFCD da componente técnica dos cursos profissionais (disponível na página da ANQEP - Procedimentos e Orientações para o desdobramento de turmas). Saliento o facto deste despacho ter chegado às escolas, já com quase todo o trabalho de preparação do corrente ano letivo, como a distribuição de serviço e gestão dos horários, terminado e os professores, na grande maioria, já em período de férias. 

Até à data, todas as UFCD (Unidades de Formação de Curta Duração) da área técnica tinham desdobramento para as turmas com mais de 15 alunos. Neste momento, tudo se alterou e é conforme o documento agora aprovado. 

Todavia, existem UFCD que, pelo seu cariz prático, deveriam ter (e não têm) desdobramento, como por exemplo nos cursos da área da Eletricidade/Eletrónica, Transístores, Eletropneumática e todas as UFCD de Eletrónica Digital. Há outras, porém, como Higiene e Segurança no Trabalho ou Gestão da Manutenção, com cariz mais teórico, que têm desdobramento. 

Outros exemplos absurdos ainda: Máquinas de Corrente Alternada tem desdobramento, mas Máquinas de Corrente Contínua não tem. Transístor Bipolar não tem desdobramento, mas Transístor de Efeito de Campo já tem. Tecnologia dos Materiais Elétricos tem desdobramento favorável, mas Tecnologia dos Materiais - Mecatrónica é desfavorável. 

 Na nossa opinião, não existe aqui uma única razão de natureza pedagógica para esta alteração. A seleção das UFCD que deixaram de ser desdobradas foi completamente arbitrária, sem critério científico e/ou pedagógico que a suporte e não teve em conta de igual forma todo o investimento que as escolas fizeram em materiais para aplicar nas aulas práticas. Afinal, qual é o principal objetivo do ensino profissional? Não é ensinar a fazer? Cursos que são considerados de elevada relevância de acordo com as NUTS (Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos), passam a ter as aulas práticas limitadas, demonstrando um total desconhecimento das várias áreas de formação e da necessidade de pré-requisitos para os conteúdos seguintes. 

Relativamente a este processo, na escola onde leciono, as salas técnicas estão preparadas para 15 alunos. Com esta alteração, quando se lecionar, por exemplo, a UFCD de Transístor Bipolar, obrigatoriamente, teremos que lecionar numa sala comum e sem qualquer recurso aos equipamentos, como fontes de alimentação, osciloscópio, multímetros e componentes inerentes para a realização de trabalhos práticos. Como colocar em prática as normas de segurança das salas? E o espaço mínimo por aluno por sala quando se trabalha em tensão? Sem abordar as aprendizagens que os alunos irão perder, nomeadamente no saber fazer. 

 Por fim, e na nossa humilde opinião, opinião essa de quem está diariamente no terreno, trata-se somente de mais uma medida economicista já que permitirá que não sejam necessários tantos professores dessas áreas para cobrir as necessidades da escola ou do curso. 
Ricardo Pereira

ONG e Escolas juntas na Educação para a Cidadania - caminhos e inspirações

Apresentamos a publicação "Dentro e fora da caixa: ONG e Escolas juntas na Educação para a Cidadania - caminhos e inspirações, desenvolvida no âmbito do projeto Educação para a Cidadania, uma iniciativa do Programa Cidadãos Ativ@s, financiado pelo EEA Grants e gerido em Portugal pela Fundação Calouste Gulbenkian em consórcio com a Fundação Bissaya Barreto. O projeto foi implementado pela Fundação Gonçalo da Silveira (FGS) em consórcio com o Centro de Investigação para o Desenvolvimento Humano da Universidade Católica Portuguesa (CEDH-UCP), entre março de 2019 e agosto de 2022, e envolveu um conjunto alargado de intervenientes, destacando-se os três consórcios ONG-Escola que implementaram planos de educação para a cidadania entre os anos letivos 2019/20 e 2021/22 – AIDGLOBAL e Escola Básica e Secundária Prof. Dr. Francisco de Freitas Branco, Porto Santo; Fundação Fé e Cooperação (FEC) e Agrupamento de Escolas da Damaia; YUPI, Agrupamento de Escolas de Gondifelos e Associação Famalicão em Transição – e o The European Wergeland Centre (EWC), “amigo crítico” responsável pela monitorização e avaliação externa do projeto.

Espera-se que seja uma partilha geradora de reflexão e de ação, não apresentando receitas pré-fabricadas, mas procurando inspirar e dar ferramentas para outros contextos educativos, deixando espaço para que cada território se possa conhecer a si mesmo e ir experimentando os seus próprios caminhos.