quinta-feira, 4 de março de 2010

Primeira vítima mortal conhecida de bullying em Portugal

Ontem, quarta-feira, Christian não foi à escola. No dia anterior, almoçou à pressa na cantina, saiu aflito para o recreio quando viu, mais uma vez, o corpo franzino de Leandro, primo e amigo de 12 anos, ser espancado por dois colegas mais velhos.
Depois, perseguiu o rapaz que, cansado da tortura de quase todos os dias, ameaçou lançar-se da ponte, ali a dois passos. Perseguiu-o, impediu-o. Por fim, imitou-lhe os passos, degrau a degrau, até à margem do rio Tua. O primeiro estava decidido a morrer: despiu-se, atirou-se. O segundo estava decidido a salvá-lo: despiu-se, atirou-se.
Leandro morreu - é a primeira vítima mortal de bullying em Portugal; Christian agarrou-se a uma pedra para sobreviver. Antes, arriscou a vida a dobrar: digestão em curso em água gelada. Eram 13.40 horas. Ontem não foi à escola. Os pesadelos atrasaram-lhe o sono. Acordou cansado, alheado, emudecido. Leandro não é caso único. Ele também já foi agredido.
Christian não é o super-homem; não é sequer rapaz encorpado; é um menino assustado, tem 11 anos, não terá 40 quilos, o rosto salpicado de sardas e tristeza. Os olhos dos pais pregados nele, os dele cravados no chão da sala. Não estava sozinho na luta. "Estava eu, o Márcio (irmão gémeo de Leandro), o Ricardo...", este e aquele, os nomes dos amigos como um ditado, ele encolhido, no colo um cão minúsculo a quem insistentemente afaga o pêlo. "Não conseguimos salvá-lo, já estávamos tão cansados". O lamento sabe a resignação e à inquietação de quem veio de outra escola, em Andorra, Espanha, onde "à mais pequena coisa, os professores chamavam os pais", recordam, "preocupados", Júlio e Júlia Panda, pais de Christian, filhos da terra, Mirandela, no cume de Trás-os-Montes, retornados há pouco mais de um ano, trazidos com a crise e o desemprego. Vivem agora na aldeia de Cedainhos, a 15 quilómetros da cidade, lugar estacionado no tempo, onde vivia também Leandro e onde todas as casas, com laços mais ou menos próximos, são casas da mesma família.
Escola sem luto nem explicação (!!!!!!)
Um palmo acima, na mesma rua, vive a avó, Zélia Morais. Tem a cozinha cheia netos, mais de dez, netos de todas as idades, os gritos inocentes dos mais novos a misturarem-se na dor dos outros. Sabe tudo ao mesmo fado. É a imagem da desolação, ela prostrada no sofá, o coração com febre. "O meu menino era tão humilde. Todos os dias vinha saber de mim. Todos os dias", palavras repetidas embrulhadas em falta de ar. "E agora?" Agora, responde o filho Augusto, homem de meia idade que a coluna prendeu a uma cadeira de rodas, "agora, nem que tenha de vender tudo, vou até ao fim do mundo para saber quem levou o meu sobrinho a matar-se". A ameaça parece dura, dura um segundo, desfaz-se em pranto. "O meu menino sentava-se aqui comigo, conversava como adulto, era a minha companhia". Os pais de Leandro também vivem ali; não estão. "Estão em casa amiga, passaram a noite no hospital".
Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos".

quarta-feira, 3 de março de 2010

Apreciação Intercalar

Entende-se por apreciação intercalar a avaliação de desempenho realizada entre ciclos de avaliação para os efeitos previstos:
1. Na alínea b) do n.º 6 do art. 7.º do Dec. – Lei n.º 270/2009, de 30 de Setembro (requisito de progressão para os docentes que completam o módulo de tempo de serviço entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010).
2. No art. 3.º do Decreto Regulamentar n.º 11/2008, de 23 de Maio (condicionamento dos efeitos da atribuição de menções de Regular ou Insuficiente ao resultado de nova avaliação a realizar no ano escolar imediatamente seguinte).
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São sujeitos a apreciação intercalar:
Todos os professores que completam o módulo de tempo de serviço correspondente ao escalão entre 1 de Janeiro de 2010 e 31 de Dezembro de 2010, desde que o requeiram,
e
Os docentes a quem foram atribuídas, no ciclo de avaliação anterior, as menções de Regular ou Insuficiente.
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Esta apreciação concretiza-se por implementação dos procedimentos de avaliação constantes do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, nomeadamente no que se refere a calendários, prazos, avaliadores, menções e quotas.
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Produz efeitos na progressão aquando da atribuição da menção, de acordo com os prazos estabelecidos no Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro, o docente progride com efeitos à data do completamento do módulo, tal como ocorreu no ciclo de avaliação anterior.
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Os contratados são avaliados nos mesmos moldes do ano anterior, ao abrigo das regras constantes do Decreto Regulamentar nº 1-A/2009, de 5 de Janeiro.
Informação DRELVT

Responsáveis? E o Estatuto do Aluno?











Correio da Manhã 3/03/2010

Opinião - Santana Castilho

A excelência ganhou foros de moscardo. A excelência zumbe-nos aos ouvidos a propósito de tudo: educação de excelência, conteúdos de excelência, turismo de excelência, cuidados médicos de excelência. Mais do que sinónimo de alta qualidade, a excelência tornou-se um instrumento de marketing. Os políticos aderiram à onda e tornaram a excelência do engodo a mais evidente das excelências.

terça-feira, 2 de março de 2010

Ensino privado continua a crescer, enquanto o público perde alunos

Público 2/Março/2010
Nos últimos dez anos, o ensino público perdeu mais de 135 mil alunos, do pré-escolar ao ensino secundário. No entanto, o número de estudantes nos colégios e externatos aumentou de 15 para 18 por cento do total da rede, em dez anos. Entre 1998 e 2004, fecharam cerca de cem colégios. Mas o ensino privado ganhou um novo fôlego. E, de há seis anos para cá, surgem novos projectos anualmente.

Horários e organização do trabalho dos docentes

Organizado pelo SPZN, em 27/02/2010
...
Como síntese, poderá concluir-se que:
1 – Foi opinião unânime que professores e educadores trabalham, por semana, muitas horas para além das 35 horas do horário de trabalho;
2 – É fundamental que todo o trabalho com alunos integre a componente lectiva;
3 – O número de reuniões, assim como o tempo de duração de cada uma delas é, na maioria das escolas, excessivo e sem resultados muito positivos;
4 – A organização do tempo lectivo de 45 minutos e 90 minutos é errada, ineficaz e não comporta por isso, melhor qualidade ao processo de ensino-aprendizagem; foi também referido que cada escola deveria ter a possibilidade de organizar os tempos lectivos, em função das suas características, devidamente justificados pelo Conselho Pedagógico;
5 – As Áreas de Estudo Acompanhado e de Projecto não se justificam, devendo as respectivas horas serem distribuídas pela componente lectiva das diferentes disciplinas;
6 – As substituições continuam, em muitas escolas, a causarem perturbação, não se revelando úteis nem para os alunos nem para os professores. A possibilidade de permutas permite que, em muitas escolas, o problema das substituições seja ultrapassado. Foi considerado que, em caso de ausência do professor, os alunos deveriam ser encaminhados para outras actividades sempre supervisionadas por um professor. Para tal, foi considerada fundamental a existência de uma “bolsa de professores” em cada escola/agrupamento, bem como equipas multidisciplinares;
7 – Foi salientada a impossibilidade de substituição no pré-escolar e 1º ciclo, em grande parte das escolas;
8 – Deve ser estabelecido um tempo limite de duração de reuniões;
9 – O tempo de trabalho dos educadores e professores do ensino particular e das instituições de solidariedade social ultrapassa, na grande parte das instituições, o horário normal de trabalho;
10 – As escolas profissionais particulares, por falta de um Contrato Colectivo de Trabalho, não têm regras definidas, quanto à organização do tempo de trabalho, havendo, em muitas destas escolas, grandes arbitrariedades e horários de trabalho para além dos limites normais.

Transição para a nova carreira - Versão de 24/02/2010

segunda-feira, 1 de março de 2010

Aplicação para Licença Sabática 2010/2011

Pais e docentes reclamam mais apoios para ensino especial

Público 28/02/2010
Se o chamado plano de acção para a escola inclusiva afastou milhares de alunos da educação especial, os que ficaram no sistema também não estão a trilhar um caminho fácil.

Quem é responsável?

Tragédia na Madeira anunciada em filme da RTP2 em Abril de 2008!

Como as coisas podiam ter sido diferentes...


Opinião - João Ruivo

Pela primeira vez na história da educação ocidental ocorre um momento único pela sua singularidade e muito preocupante pelas transformações que irá imprimir no trabalho dos docentes e na organização das escolas: – existe hoje um poderosíssimo instrumento de aprendizagem e de acesso ao saber (o PC) que os alunos já dominam melhor que a maioria dos professores e que manipulam com mais destreza que a generalidade dos pais.
O computador pessoal e o telemóvel modificaram, rápida e radicalmente, os rituais de iniciação nos grupos de pares, a comunicação intra e intergrupal, os graus de socialização e de integração, já que criaram novos gestos, linguagens, códigos, símbolos, valores e um mundo infindável de engenhos periféricos.
Numa só geração desapareceram muitos dos artefactos que constituíam a memória e a referência do mundo dos adultos contemporâneos: - o vinil foi o primeiro; agora agonizam os CDs, as cassetes VHS e os DVDs de primeira geração; um aluno de 1º Ciclo não faz a mínima ideia do que era uma cassete áudio ou um rolo de fotografia a cores; um vídeo gravador é um aparelho obsoleto e o arquivo de dados em disquetes pertence a um passado quase pré-histórico; grande parte da informação disponível já não existe em suporte de papel…
Se tanto não bastasse, há nas escolas uma geração de professores e de educadores já nascidos na era digital, que trabalham lado a lado com outros docentes que, envergonhadamente, se sentem info-excluídos, pois pertencem a uma outra geração que amadureceu, pessoal e profissionalmente, antes da era da internet, dos motores de busca, das bases de dados digitais, do matraquilho das mensagens por SMS ou da presença orwelliana do Messenger e do Fecebook.
São professores e educadores que olham para as novas tecnologias da informação e da comunicação com a desconfiança dos traídos, pois sabem que é ali que está a fonte do mal que os há-de levar à desactualização precoce e, logo, ao mal-estar profissional que acompanha o desgaste, a indisfarçável angústia e o stress.
Por cada dia que passa na vida das nossas escolas, o fosso que separa estas diferentes gerações de alunos e de docentes é cada vez maior e cria um clima gerador de conflito, de clivagem, de insatisfação e de exclusão. Já em artigo anterior descrevemos este tipo de escola como sendo a “escola do gato e do rato”, já que a utilização acéfala dos computadores e da internet inundou as aulas de trabalhos do tipo “seleccionar tudo, copiar e colar” (copy/paste). Nestes casos a produção intelectual revelou-se muito escassa. Os alunos conformam-se em descobrir páginas Web que abordem um determinado tema que se lhes mandou investigar. Depois limitam-se a copiar, a editar e a imprimir os textos, sem descodificarem e problematizarem o seu conteúdo. Há docentes que dão aulas com dados retirados de sítios que não fornecem aos alunos e, por sua vez, há alunos que elaboram trabalhos com dados retirados de sites que omitem aos professores.
É nossa profunda convicção de que aquilo que aqui descrevemos implica um perigosíssimo ‘corte geracional’ que tem que ser rapidamente atenuado e corrigido, se queremos eliminar a iliteracia digital e ter as nossas escolas a fazer parte da sociedade do conhecimento. Porém, a introdução precipitada e inconsistente do Magalhães nas escolas acentuou drasticamente esse corte geracional, já que o governo decidiu ‘equipar’ primeiro os alunos com computadores pessoais, esquecendo-se de ‘equipar’ previamente os professores com formação específica. Sabe-se que não houve qualquer preocupação com a formação atempada dos intervenientes e com a monitorização do processo.
Infelizmente, a educação padece sempre deste estigma: o calendário eleitoral da classe política funciona no curto prazo dos ciclos eleitorais de quatro anos, exigindo resultados rápidos, imediatos e mediáticos. Daí que o investimento em educação, sobretudo na formação dos seus actores, não lhe interesse, já que só permite medir os resultados a médio e a longo prazo, e muitas vezes em contra ciclo eleitoral…
Por tudo isso, os professores devem exigir imediata formação nas tecnologias da informação e da comunicação ou correm o perigo de se tornarem info-excluídos e profissionalmente desajeitados. Urge diminuir esse fosso digital, porquanto não há escola do futuro que consiga sobreviver sem incorporar essas novas tecnologias. Até porque a generalização cega das TIC, sem sentido e contexto pedagógico, pode provocar uma deriva na utilização destes instrumentos do saber, com desperdício do investimento realizado e com perigosas consequências para os aprendentes.
Hoje, não basta que o aluno só aprenda a ler e escrever textos na linguagem verbal. É necessário que ele aprenda a ‘ler’ e a ‘escrever’ noutros meios, como o são a rádio, a televisão, os programas de multimédia, os programas de computador, as páginas da Internet… Só assim conseguiremos erguer uma escola pública que seja exigente na valorização do conhecimento e promotora da autonomia pessoal. Uma escola pública que não desista de uma forte cultura de motivação e de realização de todos os membros da comunidade escolar. Uma escola pública que assuma os seus alunos como primeiro compromisso e os professores como seu principal valor. E que, em fim, se revele como um espaço de aprendizagem promotor do debate e da reflexão crítica, incentivando-se a participação cívica nesta aldeia global que é o mundo de hoje.
João Ruivo

Escolas vão ter gestor de edifício

As secundárias abrangidas pelo programa de modernização vão ter um "gestor de edifício" - a razão é simples, explicou o presidente da Parque Escolar: a "complexidade" das infra-estruturas obriga a uma adaptação dos modelos de gestão escolar ao do edifício.
No final da apresentação de um relatório da OCDE sobre o programa de modernização das secundárias - na secundária Pedro Alexandrino, em Odivelas - Sintra Nunes explicou, à Imprensa, que a empresa e o Ministério da Educação estão a "iniciar um grupo de trabalho para apreciar o modelo de gestão das escolas".
...Nessas escolas terá que passar a existir "especialistas" na conservação, pelo que, "provavelmente, vai ser criado o cargo de gestor do edifício".
Esse titular, prosseguiu Sintra Nunes, "fará parte do quadro de escola". No relatório, a OCDE recomenda à Parque Escolar que apoie os directores escolares na gestão dos edifícios. O novo cargo poderá ser a resposta uma vez que será o elo do estabelecimento à empresa.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Leituras

Esta obra, finalmente descensurada, serve-se da paródia para alcançar um nobre e antigo propósito: o de "castigar os costumes pelo riso". A trama conduz-nos, nos caminhos sinuosos da sátira, à cáustica e desconcertante percepção crítica, onde a diminuta condição física dos heróis - Prof. Legal e o seu Assistente - é um recurso estilístico para a representação alegórica do inconformismo contra os tiques da pequenez e da arrogância dos meandros da Justiça e da sociedade em geral. É o próprio autor que afirma: "o livro pretende romper com o prestígio, a credibilidade e a harmonia da Justiça e abalar a tranquilidade em que ela vive, trazendo à luz da verdade factos nunca antes revelados". Mas isso é o que ele diz...Autor:
J. Mário Teixeira
Editor: Editorial Novembro
Obrigado ao Dr. J. Mário Teixeira pela oferta e pela dedicatória.

Licença Sabática 2010/2011

A partir do dia 1 de Março e até às 18 horas do dia 15 do mesmo mês, estará disponível a aplicação electrónica de candidatura a Licença Sabática para o ano escolar de 2010/2011.
Aviso – Concessão de Licença Sabática (ano escolar 2010/2011) - 25/02/2010
Nota Informativa DGRHE nº 1
Portaria nº 350/2008, de 5 de Maio – Fixa as condições de atribuição de licença sabática
A concessão de Licença Sabática, regulamentada pela Portaria n.º 350/2008, de 5 de Maio, destina-se à realização de trabalhos de investigação aplicada, no âmbito da acção educativa privilegiando a prática pedagógica disciplinar do docente, que integre as seguintes modalidades:
a) projecto de investigação /acção;
b) elaboração de dissertação de mestrado;
c) realização/finalização de tese de doutoramento;
d) frequência de curso especializado.

Novo Projecto de Alteração ao ECD

A saga continua!


quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Guia prático para perceber o Acordo Ortográfico

O novo Acordo Ortográfico entrou em vigor em Janeiro de 2009. Mas, até 2012, decorre um período de transição, durante o qual ainda se pode utilizar a grafia actual. Se quiser adoptar já a nova grafia do Português, veja aqui as principais alterações de que foi objecto a nossa língua.
Visão/Jornal de Letras

Negociações ECD e Avaliação

O Ministério da Educação comprometeu-se a entregar aos sindicatos, na próxima segunda feira, o decreto regulamentar que estipulará as novas regras da avaliação de desempenho dos professores.

Mais de 9 horas por dia no Jardim ou na Creche!

Apesar de os seus filhos passaram este tempo nos infantários, segundo um inquérito da DECO, ainda há alguns pais que gostariam que estes abrissem ao sábado.
Quase um terço das crianças portuguesas passa mais de nove horas por dia nas creches, sendo que a esmagadora maioria ocupa parte desse tempo a ver televisão em jardins de infância, indica um estudo feito pela DECO e publicado na revista Proteste.
Mesmo com 32 por cento das crianças a passarem mais de nove horas em creches, 27 por cento dos pais com filhos entre um e dois anos e dez por cento com crianças em jardins de infância indicaram que gostariam que as instituições abram ao sábado. Áudio
A coordenadora do estudo da DECO sobre infantários e jardins de infância, Ana Brandão Matos, mostrou-se preocupada com o tempo que as crianças passam em frente à televisão nesses espaços.
«Mais de metade vê televisão todos os dias e, no caso dos jardins de infância, a rotina é diária para 43 por cento. Temos também números que consideramos elevados de pais que desconhecem o tempo que os seus filhos passam em frente ao ecrã nestas instituições», explicou à TSF.
A DECO assinalou ainda que as actividades nestes espaços existem, só que «quando o educador sai devem existir essas actividades mesmo que feitas por outras pessoas ou outro tipo de actividades, até brincadeira livre, não tem é de ser sempre televisão». Áudio

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Novos Programas para o Ensino Básico

O Ministério da Educação não suspendeu a formação dos professores de Português sobre os novos programas da disciplina para os 1.º, 2.º e 3.º ciclos do ensino básico.
Apesar de os programas não entrarem em vigor no próximo ano lectivo, como estava previsto, os docentes vão continuar a ter formação. Há 878 escolas que estão a experimentá-los e mais de 7100 professores envolvidos, informa João Costa, professor da Universidade Nova de Lisboa e coordenador da Comissão de Acompanhamento da Implementação do Programa no Terreno. Estes foram elaborados por uma equipa coordenada por Carlos Reis, reitor da Universidade Aberta.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

As Metas de Aprendizagem

As metas de aprendizagem não vão ser obrigatórias, ou seja, os professores não serão obrigados a aplicá-las, mas servirão como uma orientação para que cada um saiba o que, na sua disciplina, cada aluno deve saber no final de cada ciclo, revela Natércio Afonso, professor do Instituto de Educação da Universidade de Lisboa, escolhido pela ministra da Educação para coordenar a equipa que vai definir as metas. Em Junho, a proposta será entregue ao Ministério da Educação para que possa ser aplicada no próximo ano lectivo.
"Eventualmente, esse documento pode ser uma referência importante para repensar os programas", confirma Natércio Afonso. "É um trabalho preparatório para a reformulação e reorganização dos programas e dos currículos", acrescenta. Mas, para já, as metas estão a ser preparadas para os actuais programas. Se entretanto houver alguma mudança, "será relativamente fácil o reajustamento", acredita.
Natércio Afonso diz que "a ideia é que o documento [das metas de aprendizagem] não seja normativo, não substitua nada, mas que seja muito útil aos professores". E acrescenta, justificando: "A última palavra vai ser dos professores. Há documentos normativos que são obrigatórios mas pouco utilizados pelos professores, como o currículo nacional. O que queremos é que qualquer escola o possa utilizar".

Pré-escolar: facultativo mas com avaliação

Há quem discorde de um ensino escolarizado nos primeiros anos de vida. E quem saliente que é preciso ampliar a rede de jardins-de-infância e analisar a qualidade dos serviços, antes de tornar o pré-escolar obrigatório.
O ensino pré-escolar não é obrigatório nem obedece a um programa estabelecido. Manuela Coelho é educadora de infância há 20 anos e defende que os mais pequenos devem passar pelo jardim-de-infância. Pelas vantagens a nível cognitivo e social. Mas não vê com bons olhos a formalização deste ensino. "Não concordo que se escolarize o pré-escolar. Os professores do 1.º ciclo exigem que cheguem à escola com tudo feito." Em seu entender, as crianças devem sair do pré-escolar com aprendizagens de leitura e de escrita, mas sem esquecer o mais importante. Brincar e ser feliz.
Os educadores devem criar um ambiente favorável e disponibilizar os materiais adequados para as aprendizagens. Todavia, o mais importante continua a estar nas mãos dos mais pequenos. "As crianças não aprendem nada connosco, aprendem umas com as outras. Em termos de aprendizagem, apanham mais a experiência uns dos outros do que os planos que as educadoras definiram", sublinha. Manuela Coelho também discorda da avaliação. "O ensino pré-escolar começa a ser muito formal, muito orientado. Já se exige uma avaliação e o que hoje pode ser de uma forma, amanhã poderá ser de outra, uma vez que as mudanças são contínuas."
Manuela Coelho defende, portanto, mais educação do que ensino. "O essencial é que as crianças se sintam felizes e a relação que estabelecem entre si, e mesmo com os adultos, é muito importante". Ajudar a crescer é fundamental nesta etapa da vida. "As crianças arriscam a mexer e os adultos, por vezes, não o fazem e aprendem muito com os mais pequenos."
Sara Oliveira é professora do 1.º ciclo e considera que o pré-escolar começa a ganhar alguma importância, mantendo-se, porém, "aquém do seu verdadeiro valor". "Aqueles que frequentam o ensino pré-escolar beneficiam em vários aspectos: socialização, convívio entre pares e adultos, contacto com actividades enriquecedoras que lhes permitem o desenvolvimento cognitivo e de coordenação espacial, visual e motora."
A docente nota diferenças. "Ao iniciarem o 1.º ciclo, as crianças mostram diferentes níveis de competência que lhes pode condicionar a aprendizagem e o sucesso escolar. Com a frequência do pré-escolar, as crianças revelam maior adaptação social e motricidade fina mais desenvolvida." Um ensino que abre caminhos a novos conhecimentos, a brincadeiras. "As crianças poderão construir o seu ?eu' quer no que se refere à sua personalidade como às suas atitudes, uma vez que, nestas idades, elas aprendem essencialmente através da imitação, absorvendo como ?esponjas' tudo o que o meio lhes proporciona." Na sua opinião, as crianças de 5 e 6 anos podem ter alguns momentos do dia dedicados à transição para o 1.º ciclo.
Há, no entanto, aspectos a ter em consideração, como juntar ou não crianças de diferentes faixas etárias na mesma sala. As posições não são consensuais. Há quem reconheça vantagens nesse encontro, há quem veja dificuldades de adaptação. "É importante ressaltar que a pré-escola não é um ?depósito de crianças' e, por vezes, é necessário ter em consideração as vantagens em contraposição ao esforço necessário para trabalhar com diferentes níveis etários ao mesmo tempo. Poderá, assim, ser necessário reavaliar o número de crianças por educadora", sublinha Sara Oliveira.
Alzira Melo, psicóloga na área da educação e desenvolvimento das crianças, considera que a frequência do pré-escolar é importante. Pelo desenvolvimento social e por facilitar a adaptação ao ensino básico. "E também porque vai sendo iniciada no programa do 1.º ano, o que deixará a criança muito mais confiante perante os seus colegas e sobretudo em relação a si própria." Na sua perspectiva, juntar os mais pequenos, de diferentes faixas etárias, na mesma sala depende "da maturidade psicológica e cultural da criança". Para a psicóloga Isabel Macedo Pinto, da Faculdade de Psicologia da Universidade do Porto, a questão da obrigatoriedade é secundária. Por dois aspectos. É preciso questionar a rede do pré-escolar, considerada insuficiente, e a qualidade dos serviços. "No nosso país não existem condições para que todas as crianças frequentem o ensino pré-escolar, e algumas zonas não dispõem ainda de cobertura suficiente ao nível da rede pública, existindo crianças que continuam a ficar de fora do sistema."
A qualidade também não pode ser colocada de parte. A investigadora recorda, a propósito, que o Ministério da Educação reconheceu, na lei-quadro da educação pré-escolar publicada em 1997, que havia necessidade de definir regras para avaliar a qualidade dos serviços prestados pelos jardins-de-infância. Os critérios continuam por definir. "É necessário investir na qualidade dos jardins-de-infância existentes, pois subsistem ainda salas com pouca qualidade, e um grande número de jardins possuem um nível médio de qualidade." Para Isabel Pinto, só depois das duas questões estarem resolvidas é que se poderá analisar a hipótese de tornar o pré-escolar obrigatório.
Joana Cadima, investigadora da Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, salienta que o Ministério da Educação não dá a devida atenção às crianças até aos 3 anos. E dos 3 aos 6 anos. "O pré-escolar deveria merecer mais atenção, mas ainda mais gritante é a situação actual das creches", refere.

Acordo Ortográfico chegará às Escolas em 2011/2012

A ministra da Educação anunciou ontem, segunda-feira, que o novo Acordo Ortográfico deverá chegar às escolas apenas no ano lectivo 2011-2012. Isabel Alçada justificou que não faz sentido investir em formação de professores para o Acordo Ortográfico numa altura de crise.
No final da audição parlamentar, a ministra explicou que não faz sentido investir em formação de professores para o Acordo Ortográfico numa altura em que o país atravessa uma crise financeira. Mas garantiu que os docentes serão sensibilizados e terão os recursos necessários à sua disposição quando a medida entrar em vigor.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Crise? Qual crise?

Os resultados líquidos do Santander Totta, BES, Caixa Geral de Depósitos, BCP e BPI ascenderam a 1.724 milhões de euros no ano passado. Este valor desceu 0,3 em relação a 2008, mas mesmo assim significa que as cinco instituições financeiras ganharam quase cinco milhões de euros por dia.

Regulamentação do ECD - Projecto de Portaria

Esta portaria estabelece o regime relativo ao preenchimento das vagas ao 5º e 7º escalões da carreira docente, aos critérios para ingresso na carreira decorrentes destas vagas e às regras relativas à opção pelo exercício da especialização funcional.
Será publicado, também, o Despacho que fixa o factor de compensação:
"O factor de compensação a adicionar à classificação da avaliação do desempenho com que o docente integra a lista de graduação nacional, por cada ano suplementar de permanência no escalão em que não tenha obtido vaga para progressão ao escalão seguinte, é fixado em 0,5."