A discussão ia ficar-se pelo número de professores que fizeram ou não a muito polémica prova de avaliação, mas Nuno Crato tem especial habilidade para atear fogos sem precisar de combustível. As desconfianças manifestadas pelo ministro em relação às Escolas Superiores de Educação equivalem a um número de malabarismo: sem apresentar dados ou números (que existem, mas que ele ignorou), deixou no ar a suspeição de que os professores não estariam a ser bem formados de raiz o que, supõe-se, justificaria a existência das actuais avaliações. Azar de Crato, só um número ínfimo de cursos sucumbiram ao crivo da Agência para a Avaliação e Acreditação do Ensino Superior (seis em mais de 300). Se o problema fosse esse, em lugar de criar novo e artificial “filtro” de qualidade, o ministro tinha a obrigação de corrigir, a tempo, os erros de que suspeita. Como não o fez nem sugeriu fazê-lo, é o ministro quem sai desclassificado.
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