"A questão dos professores é daquelas que atinge o coração dos partidos que sustentam o Governo, do respetivo eleitorado e também do eleitorado do PS. De resto, é um assunto de justiça elementar contra uma classe profissional que foi fustigada nos últimos anos, desde o consulado da ministra do Governo Sócrates Maria de Lurdes Rodrigues. É evidente a contradição entre o cumprimento dos compromissos europeus e a reposição de uma injustiça a que os partidos à esquerda do PS não podem ser alheios. Que o PS venha agora afirmar que os professores são uma classe privilegiada – quando toda a gente sabe que isso não é verdade – não só é uma falsidade como traz perigosamente à memória a pior experiência que existiu na Educação em Portugal, quando passou pela pasta a ministra socialista Maria de Lurdes Rodrigues. E também faz lembrar o discurso contra os supostos privilégios da Função Pública bastante propagados pela gestão Passos/Portas/troika e respetiva corte de apoiantes. Se o PS for por este caminho, vai perder boa parte do entusiasmo popular que as sondagens revelam.
A capacidade negocial da geringonça tem-nos até agora surpreendido. Oxalá que nesta questão ainda nos possa surpreender novamente."
Ana Sá Lopes
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