De acordo com o artigo publicado no Diário Económico, no próximo ano, a idade de reforma mantém-se nos 66 anos, mas quem pedir pensão antecipada, incluindo desempregados, conta com corte agravado.
"A idade de reforma aumentou de 65 para 66 anos em 2014 e é neste patamar que continuará em 2015. Mas é de esperar aumentos sucessivos a partir daí, uma vez que o Executivo decidiu ligar a idade de reforma à esperança de vida. Em 2016, tal como o Económico noticiou, a idade de acesso à pensão de velhice vai subir para 66 anos e dois meses: já é possível calcular esta evolução depois de o INE ter divulgado o valor provisório para 2014 da esperança média de vida aos 65 anos. O aumento foi confirmado pelo Económico junto do Governo.
Quer isto dizer que, genericamente, será preciso trabalhar mais dois meses para aceder à pensão sem reduções em 2016. Quem pedir a reforma antes dessa idade, pode contar com o corte do factor de sustentabilidade (cujo valor para 2016 ainda não pode ser calculado mas que, de acordo com as projecções do professor Jorge Bravo, rondará 13,5%) e, ainda, com a penalização de 0,5% por cada mês de antecipação face aos 66 anos e dois meses (embora haja atenuantes para carreiras longas que até podem anular cortes).
O aumento da idade de reforma não se aplica a trabalhadores impedidos de continuar actividade além dos 65 anos (caso de pilotos e condutores de pesados) e também há profissões desgastantes com condições diferentes (trabalhadores marítimos, controladores de tráfego aéreo, etc). O Governo previa que, com as novas regras, a idade de reforma atingisse 67 anos em 2029, mas as projecções de Jorge Bravo, professor da Universidade de Évora antecipam a subida para 2026.
No próximo ano, a idade de reforma não muda (66 anos), mas as pensões antecipadas continuam a sofrer cortes elevados. Assim, quem pedir a pensão de velhice antes dos 66 anos pode contar com uma redução de 13,02% (este ano, o corte é de 12,34%; em 2013, com outras regras, era de 4,78%), que resulta do factor de sustentabilidade: o valor para 2015 já pode ser calculado uma vez que também está ligado à esperança de vida. A esta redução, ainda é preciso somar o corte de 0,5% por cada mês que falte para os 66 anos de idade, embora a penalização seja suavizada nas carreiras mais longas. A idade de reforma é reduzida em quatro meses por cada ano de descontos acima dos 40, com o limite de 65 anos - no máximo, uma pessoa com 43 anos de carreira pode passar à reforma aos 65 anos em 2015 e é de esperar que escape a cortes (em 2016, uma pessoa nestas condições também pode pedir a reforma um ano antes da idade legal). Quem já reunia condições para pedir pensão em 2013 e não o fez beneficia do regime anterior.
No sector privado, o acesso à reforma antecipada está genericamente congelado, mas no próximo ano esta via será desbloqueada para trabalhadores com mais de 60 anos de idade e 40 de descontos, que também estarão sujeitas a cortes. Agora, só desempregados e regimes específicos têm acesso à pensão antecipada: embora os desempregados tenham uma penalização inferior, também estão abrangidos pelo factor de sustentabilidade, confirmou o Económico. Na função pública as reformas antecipadas não foram bloqueadas e estão disponíveis para quem aos 55 anos de idade conte 30 de descontos. Também aqui são aplicáveis os mesmos cortes."
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