As medidas apresentadas no Programa do Governo são manifestamente insuficientes para mitigar ou iniciar um processo para a resolução do problema da falta de professores, pelo menos no curto prazo.
É urgente que o governo apresente as suas ideias para que, em conjunto com as organizações representativas dos docentes, possa iniciar um processo negocial por forma a evitar o colapso do sistema educativo e para que nos próximos anos letivos milhares de alunos não fiquem sem professores em várias disciplinas, desde o ensino básico ao secundário.
A continuar assim, e sem novas mediadas de fundo na valorização da carreira e do estatuto, poderemos chegar a 2025 com 250 mil alunos sem terem professor pelo menos a uma disciplina, ou seja, “mais de metade dos alunos que hoje frequentam o ensino do 7.º aos 12.º anos”.
Incentivos para a fixação de professores, alargamento do leque dos cursos de acesso à docência ou estagiários a dar aulas são medidas que dependem sobretudo de factores que escapam ao controlo do Governo e cujos impactos, a concretizarem-se, não terão efeitos a curto prazo, dizem especialistas.
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