"A crise na educação escolar fez surgir um discurso pedagógico moral e político que impõe um conjunto de obrigações ao professor da escola de massas -«Hoje em dia todo o professor deve ser...». É o que denominaremos o «discurso normativo do superprofessor»."
"o discurso normativo do superprofessor é falacioso. Ele transforma as diversas funções que a sociedade comete à escola de massas em papeis do professor. Essa transposição linear de obrigações morais, de obrigações colectivas em obrigações individuais representa um salto (i)lógico."
"... reafirmaremos que o erro básico do discurso do superprofessor é transformar linearmente as funções cometidas à escola de massa em papéis do professor. É que, na essência, o discurso do super-professor é um discurso que, por ser utópico e normativo, transforma as funções sociais colectivas da escola em obrigações morais individuais do professor. Na verdade, o que há que fazer é promover a escola, enquanto entidade organizacional, a sujeito dessas obrigações sociais e morais. A escola e não o professor. A escola só pode desempenhar funções tão dispares através da especialização de tarefas, ou seja, através da consagração organizacional da diferenciação docente."
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