quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Mensagem ao próximo ministro da Educação

Ao próximo ministro da Educação, seja ele quem for, algumas observações, sem qualquer pretensão de ensinar mas apenas com o desejo de contribuir para a melhoria do ensino.
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Atravessámos quatro anos terríveis na política educativa do nosso país. Os nossos alunos sabem muito menos e, com o pouco que sabem, são capazes de fazer cada vez menos.
A grande maioria não é capaz de analisar um texto, escrever uma composição com nexo e sem erros, responder às questões matemáticas mais elementares, exprimir-se em Inglês.
O problema não se resume à falta de conhecimentos. Acima de tudo, estão dramaticamente desprovidos de autonomia, curiosidade intelectual, de capacidade de iniciativa. Isto não são ilusões nem politiquice derrotista, é continuamente confirmado por todos os inquéritos e estudos independentes.
Ao próximo ministro da Educação pede-se, sobretudo, que não repita os erros da Sra. Ministra Maria de Lurdes Rodrigues. Os professores não são funcionários acéfalos, é impossível fomentar a criatividade impondo uma mentalidade de servilismo. Se se der mais autonomia às escolas, ver-se-á que os resultados melhoram.
É essencial perceber que os pais querem ter a possibilidade de escolher o melhor ensino para os seus filhos.
Ao próximo ministro da Educação pede-se encarecidamente que não ceda às pressões dos vários grupos que querem transformar a escola em local de imposição das suas agendas ideológicas particulares ou de venda dos seus produtos.
Em geral, não tenha medo de dar mais liberdade e, ao mesmo tempo, de exigir mais, em vez de seguir o caminho até aqui trilhado do facilitismo e da asfixia.
Se o fizer, não tenha dúvidas, terá todos – pais, alunos, professores – do seu lado.
Henrique Leitão

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