quarta-feira, 27 de junho de 2018

“O envelhecimento do corpo docente é algo que preocupa o Ministério da Educação.”

Uma entrevista muito conveniente, confirmando a estratégia política desta equipa do Ministério da Educação, que até agora nunca aceitou discutir de forma consistente o assunto da aposentação para os educadores e professores, apesar de invariavelmente ser colocado na mesa das negociações o enorme desgaste da profissão e o preocupante envelhecimento do corpo docente, mas que neste momento muito oportuno considera "caminho possível".

Alexandra Leitão: Mexer na idade da reforma dos professores "é um caminho possível"

Negócios

Alexandra Leitão espera um sinal de aproximação dos sindicatos à proposta de contagem do tempo do Governo. O envelhecimento do corpo docente preocupa-a e vê com bons olhos ir por aí noutra fase negocial.

Público

A secretária de Estado adjunta da Educação, Alexandra Leitão, afirma que pensar que o Governo se comprometeu a recuperar todo o tempo de serviço foram “erros de percepção mútua” entre o Ministério e os sindicatos.

A secretária de Estado adjunta da Educação, Alexandra Leitão, defende, em entrevista ao Negócios, o limite negocial do Governo no que diz respeito à recuperação, para efeitos de progressão, do tempo de serviço dos professores: são mesmo dois anos, nove meses e 18 dias. Pensar que o Governo se comprometeu a recuperar todo o tempo de serviço foram “erros de percepção mútua” entre o Ministério e os sindicatos. E uma das soluções para o impasse dos professores podia passar, “em abstracto”, por mexer na idade da reforma.

Alexandra Leitão não rejeita a ideia de negociação sobre o tempo de serviço dos professores, mas mantém a última proposta do Governo em cima da mesa até que todos os sindicatos se pronunciem. “Nesta fase continuamos à espera dos sindicatos, é tudo quanto lhe posso dizer. Se não houver um entendimento com os sindicados, que é o nosso principal objectivo, logo ponderaremos se é possível haver uma solução independentemente do acordo com os sindicatos”.

Mexer no tempo da reforma, permitindo que os professores se aposentem mais cedo, “é um caminho possível, [mas] neste momento não é o que está em cima da mesa”, defende a secretária de Estado adjunta. “O envelhecimento do corpo docente é algo que preocupa o Ministério da Educação.” Admitindo que se trata de “um envelhecimento em linha com o resto da Administração Pública”, Alexandra Leitão salienta as características da profissão como algo que justificaria as alterações: “uma coisa é despachar processos a uma mesa e outra é dar aulas a crianças”. “E como isso nos preocupa, a questão de eventualmente as pessoas poderem aposentar-se mais cedo tem sido falada com os sindicatos, muitas vezes no quadro da análise do desgaste da profissão.”

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