Face ao quadro apresentado na
conferência de imprensa pelas organizações sindicais de docentes, que continua a ser atentatório dos direitos, desvalorizador da profissão e
desrespeitador da condição docente a luta vai continuar. Vai continuar:
- Com a possibilidade de, desde segunda-feira, dia 27, mas, sobretudo, a partir de hoje, os
professores poderem fazer greve a toda a atividade a desenvolver nas escolas que não seja a
letiva e, em relação a esta, poderão fazer greve, se assim o entenderem, ao último tempo de
cada dia de trabalho;
- Com a realização de uma nova ronda de greves distritais, que se iniciará no primeiro dia
de aulas após a interrupção letiva da Páscoa. Será uma greve que começará em 17 de abril, no
distrito do Porto, e terminará em 12 de maio no de Lisboa. Pelo meio, a greve percorrerá o país
por ordem alfabética inversa, indo de Viseu até Aveiro. Em todos os distritos, os professores serão convocados para se concentrarem num local, eventualmente deslocando-se para outro.
Em Coimbra, por exemplo, em 4 de maio, encontrar-nos-emos aqui, na Praça da República, e
desfilaremos até à representação do Ministério da Educação na região centro: a delegação
regional da DGEstE;
- Será uma greve diferente da anterior, pois pretende-se evitar que o ME possa, como
tem feito, requerer serviços mínimos e, dessa forma, atrapalhar a sua realização, criar um clima
de intimidação nas escolas, impedir professores de fazer greve e gerar a confusão nas escolas.
Assim:
- em vez de um pré-aviso de greve para os 18 dias úteis ou de 18 pré-avisos, um por
cada dia, serão entregues 162 avisos prévios de greve, um por cada uma das 9
organizações, para cada um dos dias, apresentados em dias diferentes;
- a greve terá início às 12:00 horas prolongando-se até final do dia, o que retira a
possibilidade de serem requeridos serviços mínimos, sob pena de a greve estar a ser
inviabilizada;
- em cada distrito, às 12:00 horas, estejam os professores a desenvolver que
atividade for, ela deverá ser interrompida, os professores entrarão em greve e as
escolas deixarão de desenvolver toda e qualquer atividade;
- cumpre-se, ainda, outro objetivo que é o de, num processo de luta tão duro e
prolongado, que tem tido custos financeiros significativos para os professores, aliviar
esse custo sem, contudo, fazer baixar a dimensão do protesto e da luta;
- Realizar a Greve Nacional em 6-6-23, data que coincide com o tempo de serviço que
está a ser roubado aos professores e que não é considerado na proposta de recuperação zero
apresentada pelo Ministério da Educação. O ME mudou para este dia a realização de provas de
aferição, mas sendo provas sem qualquer incidência na avaliação dos alunos, que podem ser
recalendarizadas e que não constituem uma necessidade social impreterível, não há lugar a
serviços mínimos;
- Também em 6-6-23 voltar à rua, com uma grande Manifestação Nacional. Sendo uma
terça-feira e, por isso, havendo aulas no dia seguinte, esta manifestação será descentralizada
em dois pontos: Lisboa e Porto, eventualmente de manhã no Porto e à tarde em Lisboa, o que
permitirá que o protesto de rua dos professores ocupe o dia todo;
- Manter em cima da mesa a realização da greve às avaliações finais, dependendo mais
da vontade do governo e do Ministério da Educação do que dos professores chegarmos em luta
a esse momento.
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