Até hoje e desde os tempos de Maria de Lurdes Rodrigues que as políticas educativas encaminham a classe docente para uma inaceitável proletarização e para uma precariedade e instabilidade que afasta os mais jovens da profissão e leva ao abandono de milhares de docentes do sistema público de educação e ensino, com a agravante dos cortes nos vencimentos, dos congelamentos de tempo de serviço na carreira acorridos entre os anos 2005 a 2007 e 2011 a 2017 e com os travões artificiais do 4º e 6º escalões, entre muitos outros problemas.
Hoje, os professores e educadores que ingressam na carreira, com condições de vinculação que criam inaceitáveis injustiças e desigualdades, têm quase 40 anos de idade e 15 ou mais anos de serviço e sobreviveram com um salário líquido, no 1º escalão, de 1.154 €uros mensais, que podem manter por mais um ano durante o período probatório, muitos deles trabalhando a centenas de quilómetros da sua residência e, durante o período de ensino remoto de emergência, suportaram todas as despesas que cabiam ao ME.
Aqui ao lado, na vizinha Galiza, um professor ou professora com 15/16 anos de tempo de serviço tem um salário líquido mensal de 2.105 €uros, isto é; ganha mais, em números redondos, 1.000 euros mensais que um docente em Portugal, auferindo um valor, na maioria dos casos, superior ao vencimento líquido recebido no topo da carreira docente portuguesa.
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