sábado, 11 de julho de 2020

Ensino e avaliação à distância em tempos de Covid-19

Um estudo do CIEC, Instituto de Educação da Universidade do Minho, envolvendo 2.369 professores, concluiu que a falta de equipamentos adequados para os alunos e a dificuldade em evolvê-los na aprendizagem foram os principais entraves sentidos no ensino à distância, em tempo de covid-19.

Questionados sobre as dificuldades enfrentadas com o método de ensino e avaliação à distância, a maioria dos professores (58,4%) referiu a falta de equipamentos adequados para os alunos como o principal entrave, apontando também a dificuldade em envolver os estudantes nas aprendizagens (40,8%), a falta de tempo (35,1%) e a ausência de formação adequada (30,6%).

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IMPLICAÇÕES/RECOMENDAÇÕES DO ESTUDO 

  • Embora a resposta dos professores tenha sido, em geral, rápida e eficaz face à situação de emergência, há, no entanto, necessidade de garantir a universalidade da resposta. 
  • Importa eliminar os fatores potenciadores da exclusão dos alunos, os quais aparecem associados à disponibilidade dos meios tecnológicos e das soluções específicas encontradas para interagir pedagogicamente com os alunos. 
  • Embora a colegialidade tenha sido uma realidade, é importante reforçar a existência de equipas de apoio que, para além da dimensão técnica e instrumental, possam apoiar as atividades pedagógicas em regime de ensino a distância. 
  • A formação de professores deverá centrar-se nas questões de natureza pedagógica, designadamente nas estratégias didáticas e no âmbito da avaliação das aprendizagens, reforçando as dinâmicas de investigação, partilha e construção colaborativa de conhecimento.
  • Os resultados obtidos evidenciam a existência de formas e ritmos diferenciados de reação à mudança provocada pela pandemia, o que eventualmente pode ser imputado a existência no sistema de lógicas diferentes de capacitação organizacional. 
  • Os horários deverão apresentar maior grau de flexibilidade em relação aos diferentes ritmos de aprendizagem, tendo em conta uma articulação adequada entre as atividades síncronas e atividades assíncronas, evitando uma excessiva fragmentação ou atomização dos trabalhos solicitados aos alunos. 
  • Em relação à avaliação, embora haja uma valorização da avaliação formativa, é fundamental reforçar as estratégias de feedback e de participação dos alunos tendo em conta o contexto de ensino a distância. 
  • É necessário clarificar a avaliação sumativa no contexto do ensino a distância, nomeadamente para fins classificatórios, no sentido de se evitar alguma confusão no que respeita ao processos de recolha de informação. 

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