Ontem, dia 10 de dezembro, realizou-se online a Terceira Cimeira Europeia da Educação com a intenção de debater a importância da transformação digital dos sistemas educativos europeus para o contexto pós Covid-19, para partilhar estratégias que foram adotadas nos diferentes países no sentido de mitigar os efeitos da Covid-19 na educação e formação e para refletir acerca do desenvolvimento e implementação pela Comissão Europeia de uma Área da Educação até 2025 e do Plano de Ação para a Educação Digital.
Esta cimeira pretendia refletir também acerca da melhor forma de promover as condições de ligação à internet, de reduzir a exclusão de alunos que não têm acesso às tecnologias e de ajudar pais, professores e formadores no apoio aos estudantes no processo de aprendizagem online.
Esta crise pandémica veio demonstrar que o uso da educação à distância e online é essencial para garantir a continuidade da educação e do processo de ensino- aprendizagem , mas, e em simultâneo, veio também revelar uma série de obstáculos que impedem uma utilização plena das possibilidades que a tecnologia nos pode oferecer; ligação de internet estável e de alta velocidade, equipamentos adequados para as escolas e para os seus docentes, inclusão de alunos que não têm acesso à internet e aos respetivos equipamentos e ainda os enormes desafios que se colocam aos pais e encarregados de educação em combinar o trabalho ou teletrabalho e apoiar a aprendizagem de seus filhos.
Quando em Portugal se anuncia a chegada dos computadores a algumas escolas (de acordo com as notícias 25 mil, dos prometidos 100 mil que chegariam em novembro) do divulgado programa “Escola Digital” que supostamente irá garantir o acesso de todos os alunos do país à internet, onde pára o Ministro responsável pela Educação?
Sem que se conheçam as razões para a ausência do Ministro da Educação, de acordo com o comunicado do governo, Portugal foi representado na cimeira Europeia pelo Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior. Numa cimeira onde se debateu a transformação digital dos sistemas educativos europeus, a criação de uma Área de Educação Europeia até 2025 e a implementação do Plano de Ação de Educação Digital, parece-nos muito estranha e inusitada a ausência do Ministro da Educação nesta ocasião, aliás como vem acontecendo em outros momentos importantes para a educação do país.
O Ministro da Educação, que também não dialoga com as organizações sindicais, está confinado ou politicamente deixou de existir?
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